A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 417: Caminho Íngreme (4/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Elteriel – Note 』
Eu disse apenas as palavras necessárias para revelar meu nome, mas o impacto de cada uma delas não foi nada pequeno.
— Santo…! — alguém gritou, chocado.
Alguns aceitaram imediatamente como fato. — Não é à toa que ele conseguiu fazer todas aquelas coisas como se fosse algo natural.
Outros pareciam cautelosos. — Mas espere, isso não é um grande problema? Se ele é o Baronete Bjorn Yandel…
Rapidamente continuei antes que essa conversa pudesse esbarrar em outro obstáculo. — Não se preocupem, os rumores de que sou um espírito maligno não são verdadeiros. Não posso dar todos os detalhes, mas o palácio arranjou para que eu fingisse minha morte para poder agir disfarçado. — Claro, isso era uma mentira total. Mas parecia ser uma mentira suficientemente crível, pois a equipe aceitou a explicação de forma mais calma do que eu esperava.
— Tudo faz sentido agora. Não havia como a posição de líder da expedição ser confiada a algum aventureiro qualquer…
— É por isso que a Espírito de Sangue o segue o tempo todo?
— Também nunca me senti bem com a ideia de que alguém como ele simplesmente morreu no labirinto.
— Mas qual seria o motivo de espalharem uma informação falsa como essa…?
É da natureza dos aventureiros serem curiosos, mas eu não tinha tempo para ficar aqui respondendo pacientemente a todas as suas perguntas.
— Explicarei mais quando tiver oportunidade. Isso não é importante agora.
Depois de afastar os murmúrios, James Calla, que estava ali com a boca aberta, recobrou os sentidos e gaguejou — Schuitz… não, Bjorn Yandel… não, Baronete Bjorn Yandel!
É engraçado vê-lo sem saber o que fazer.
— E-Eu não entendo. Por que o palácio te jogaria fora?
Eu ri da sua pergunta. — Bem… — Eu tinha muitas suposições. — Alguém considerado um herói pela indústria dos aventureiros e o primeiro aventureiro em décadas a ganhar um título de nobreza por salvar inúmeras vidas… — Parecia que eu estava me gabando, mas era uma descrição precisa. — Para eles, seria muito melhor se eu desaparecesse silenciosamente. Especialmente se a alternativa for que eles tenham que retratar publicamente o anúncio de que sou um espírito maligno.
— Ah… — Calla pareceu aceitar prontamente essa explicação, mas, na verdade, havia mais por trás disso.
Não podia contar a essas pessoas sobre minha verdadeira suspeita, embora houvesse uma grande chance de que o marquês tivesse me identificado como um espírito maligno há muito tempo. Na verdade, ele definitivamente sabia. Enviar seu filho ao meu quarto no meio da noite para verificar se eu era ou não um espírito maligno foi simplesmente uma estratégia para me fazer sentir um falso senso de segurança. Afinal, é difícil perceber que alguém está te enganando quando você está convencido de que é você quem está enganando eles.
— De qualquer forma, essa é a minha história. — Olhei ao redor do restante da unidade com uma pergunta no olhar. ‘E vocês?’
Ravien começou. — O marquês me prometeu algo em troca por este trabalho, mas acho que… ele nunca teve a intenção de cumprir essa promessa.
Versyl Gowland. — Eu… estive em coma por muito tempo e finalmente recuperei a consciência graças ao Representante da Igreja de Tovera. Em troca, acabei ficando a serviço da igreja. Se eles estavam procurando um mago que estariam dispostos a descartar nesta missão, não haveria melhor opção do que eu.
Velho Didi, o curandeiro da nossa equipe. — Minha neta foi assassinada no ano passado. Não havia provas, mas foi um cavaleiro que trabalhava para o marquês. Eu estava procurando por esse cavaleiro. Talvez o marquês soubesse disso quando me procurou.
— Descobri que o Lorde da Torre Mágica está colaborando com o palácio. Para tornar isso público, eu precisava de poder. Foi por isso que participei desta missão em busca de dinheiro. Mas parece que ele descobriu o que eu estava fazendo — disse o mago Riard Ashed, da Escola Lengman, cujo mestre era o senhor de toda a Torre Mágica.
— Espere! Eu realmente não consigo pensar em nada. Meu lema na vida é viver sem apego! — gritou Sven Parav.
“Sim, claro, o céu e eu sabemos que você é um espírito maligno.”
Provavelmente, seu segredo acabou sendo exposto de alguma forma. Ignorei as lamentações do Goblin e olhei ao redor do restante do grupo.
A maioria deles compartilhou suas experiências pessoais assim que nossos olhares se encontraram. Claro, alguns escolheram permanecer em silêncio. Mas eu podia dizer que eles estavam calados apenas para não revelar seus segredos, não porque não tinham nenhum. Eles também tinham uma ideia do porquê de terem sido colocados nesta unidade.
Nossa sessão de confissões foi interrompida por um grito repentino de protesto.
— Espere! Eu… não tenho razão para ser abandonada pela igreja! — Era uma sacerdotisa da equipe de Kaislan chamada Periton Eriabosti. — D-Deve haver algum engano. Eu… só me candidatei a esta posição porque achei que poderia ajudar as pessoas… — Ela não parecia estar mentindo. Não, provavelmente não estava.
— Sinto muito por isso — eu disse, genuinamente arrependido. — Provavelmente foi má sorte você ter sido envolvida nisso.
— Espere! Má sorte…
— Há outros na mesma situação.
Por exemplo, havia Erwen e Amelia, junto com o cavaleiro que servia como subordinado de Kaislan há quase dez anos, Percival Eric Coulson. Sem mencionar o velho amigo de Calla, Rick Jugusta. Bem, como o crime dessas pessoas era fazer amizade com as pessoas erradas e segui-las em uma situação difícil, talvez elas não se sentissem tão enganadas quanto essa mulher azarada.
— Isso é… — A sacerdotisa, que parecia genuinamente inocente, abaixou a cabeça. Ela não era a única. Como esperado, a atmosfera da equipe de expedição estava se aproximando da de uma casa funerária.
— Nós… realmente fomos abandonados?
— Como podemos negar agora…?
— Então… mesmo que voltemos vivos, o palácio ainda vai tentar nos matar de alguma forma?
— Maldição!
Como uma pipa com a linha arrebentada, seus olhares começaram a vacilar com pânico.
— Vamos morrer? De verdade? Aqui, assim…? — Alguns desesperaram-se.
— E-Eu… ainda tenho coisas que preciso fazer! — Alguns ficaram com raiva.
— …Há algo nisso que não faz sentido lógico. Se tudo isso é verdade, para que serviu Pyke Neldine? — Alguns expressaram dúvidas e se apegaram a qualquer resquício de esperança que pudessem encontrar.
— Sim! Se estavam planejando abandonar todos nós, por que tentariam sabotar a missão colocando um traidor?
“Ah, isso.”
Essa era uma questão que eu também vinha me perguntando. Pelo que pude perceber, havia duas possíveis explicações. A primeira era que o Mestre da Guilda simplesmente não queria que o marquês recebesse toda a glória por essa missão. Como eu era o líder deste esquadrão, uma vez que o Olho do Céu fosse destruído e todos nós fôssemos massacrados, a maior parte do crédito por nossos feitos iria para o marquês. E se alguém quisesse impedir que isso acontecesse?
“É bem plausível. Se tivéssemos perdido toda a nossa comida em Pedra de Gelo, teríamos morrido antes mesmo de passar por este ponto, muito menos chegado ao Olho do Céu. É uma possibilidade definitiva. Mas…”
Tap, tap.
Provavelmente, era melhor não mencionar minha outra suspeita. Logo cheguei a uma decisão. Só precisávamos de uma pessoa se preocupando com o pior cenário, e eu poderia ser essa pessoa.
— Por que alguém enviaria um espião? — Apenas os líderes da equipe sabiam que o Mestre da Guilda estava por trás das ações de Neldine, então, por enquanto, decidi dizer à equipe apenas o que eles precisavam ouvir neste momento. — Não é óbvio? — E isso provavelmente era o que todos queriam ouvir. — Há alguém lá fora na cidade! — Eu disse com entusiasmo. — Alguém que não quer que morramos aqui sem sentido! Enquanto conseguirmos voltar vivos, há alguém lá fora que pode nos ajudar a enfrentar o palácio!
Mesmo que essa esperança fosse inútil, tínhamos que usá-la para continuar avançando. Isso era o que significava estar vivo.
Neste momento, estávamos em uma mansão fechada, com todas as janelas cobertas, não permitindo que a luz entrasse. Essa era a situação atual do nosso esquadrão, e isso era meio intencional da minha parte.
— Que diferença fará se de alguma forma milagrosamente nos livrarmos desses desgraçados? O quê, você está imaginando um futuro rindo e brincando de volta na cidade? Você realmente acha que um futuro assim existe para nós?
Quando aquele cara disse aquilo para o resto do esquadrão, eu não o interrompi.
— …Eu sou Bjorn Yandel.
Eu até revelei meu nome verdadeiro, que teria soado como uma sentença de morte para essas pessoas.
— Nós… fomos realmente abandonados?
— Como podemos negar agora…?
Eu manipulei a situação para extinguir todas as esperanças da cabeça da equipe, fechando as janelas na sala já escura uma por uma. Meu motivo para fazer isso era simples. Aqueles que sonhavam com um futuro brilhante eram fáceis de quebrar.
Mas agora, eu havia deliberadamente aberto uma fresta para que um fio de luz pudesse entrar. Por enquanto, isso teria que ser suficiente. Com isso, eu poderia fazer todos focarem no mesmo objetivo enquanto avançavam.
— Podemos voltar…?
— Mas… nem sabemos quem são eles. Como podemos saber se quem quer que seja realmente tem esse tipo de poder?
Essas pessoas podiam ver a luz. Embora pudessem estar questionando se era uma ilusão, isso, ao menos, era indiscutível.
— Ouçam, todos! — Eu não tinha outra escolha a não ser incentivá-los a seguir em direção à luz juntos, mesmo que isso significasse rastejar pela escuridão. Embora não estivéssemos certos se um abismo ainda mais escuro nos aguardava do outro lado, precisávamos ver isso por nós mesmos. — Eu sou Bjorn Yandel! Já ouviram falar de mim?
— Como poderíamos não conhecer esse nome? — responderam os membros da equipe.
— O primeiro aventureiro em décadas a se tornar um nobre…
— Houve um grande alvoroço quando a notícia de sua morte se espalhou.
Suas vozes eram fracas e careciam de fervor. Em resposta, aumentei ainda mais minha energia.
— Fico feliz que tenham ouvido falar! Não vou falar por muito tempo! Estamos na pior situação possível agora! Temos uns desgraçados irritantemente fortes em nosso encalço e um bando de lobos nos esperando de volta na cidade! No entanto! Eu nunca desisti na minha vida, e isso inclui agora! — gritei. — Então eu, Bjorn Yandel, prometo a vocês com o coração e a honra de um guerreiro. — Não ousei prometer que manteria todos vivos, mas… — Eu vou enfrentar o trabalho mais difícil. Vou fazer o trabalho sujo que ninguém mais quer fazer. Serei o primeiro a entrar no banho de sangue, e se alguém tiver que se machucar, serei eu. Então! — Deixei meu tom cair e fiz um pedido sincero. — Sigam-me.
Embora eu não tenha gritado dessa vez, sabia que eles me ouviram. Mas não houve resposta. Todos estavam ocupados observando uns aos outros, apesar do meu pedido sincero.
“Droga, isso está me irritando.”
— Se suas vidas vão ser jogadas no lixo de qualquer maneira, estou dizendo para jogarem elas em mim em vez disso!
“Então eu tenho que gritar para eles me ouvirem, hein?”
— De qualquer forma, se alguém estiver comigo, prepare-se. Estamos saindo em um minuto. — Com isso, me virei.
Alguém imediatamente se juntou a mim. — Senhor, me leve com você! — Era Erwen.
— Bom. Eu estava planejando sair sozinha se ficasse aqui por mais tempo — disse Amelia. Essas eram minhas preciosas camaradas que me seguiriam até o inferno.
— Jun, você estava certo no final. — O próximo foi Kaislan. — Você disse que, quando todos os outros estivessem prontos para desistir, este homem permaneceria firme. Não sei o que nos espera no fim deste túnel, mas vou segui-lo até lá. — Ele se colocou atrás de mim.1
Depois foi Akurava. — Eu nunca planejei desistir aqui desde o início. Já enfrentei situações piores que essa. Se desistisse toda vez, nem estaria aqui agora.
Depois de Akurava, veio Jun, e quando Calla se juntou, o resto da equipe seguiu um a um.
— Bjorn Yandel… ele é ainda mais cabeça-dura do que os rumores dizem.
— Hehe, achei que ele ia dizer algo legal, mas só gritou no final.
— Já descansamos o suficiente. Vamos nos mover novamente.
— Ele disse que vai fazer todo o trabalho perigoso, certo? Nenhum aventureiro com respeito próprio ficaria para trás depois de uma garantia dessas.
— Bem, não podemos nos deixar morrer aqui, então…
— Esperem! Não fiquem em qualquer lugar, façam a formação! Formação! Hein?
Antes que o minuto que mencionei acabasse, toda a equipe estava atrás de mim. Não foi uma cena particularmente emocionante. Os humanos tendem a mudar de ideia no precipício da morte. Mesmo se eu tivesse começado a caminhar daqui totalmente sozinho, todos teriam me seguido.
— Yandel! Então, quando estamos saindo?
— Ei, você… não fale com o comandante desse jeito!
— Ah, quem se importa? Todos nós vamos morrer se algo der errado, de qualquer maneira.
É por isso que você tem que fazer tudo certinho. A vida começou a se agitar nos olhos de pessoas que antes pareciam incapazes de derrubar até mesmo um Orc. Eles estavam ou aterrorizados de serem deixados sozinhos ou não queriam ser abandonados uma segunda vez. Essa mudança não teria acontecido se tivessem apenas decidido me seguir de má vontade.
— Ótimo, então só precisamos resolver mais uma coisa antes de sairmos.
— Resolver algo? — Parav inclinou a cabeça ao meu lado, parecendo ansioso. Eu o ignorei completamente e me dirigi aos trenós.
Um guerreiro correu até mim. — Espere! Você estava arrastando tudo sozinho até agora. Vamos te ajudar a partir de agora…
“O que ele está dizendo? Quem disse que vou continuar arrastando isso?”
— Espere… por que você está tirando a comida do trenó?
— Acho que podemos enfiar isso tudo em nossas mochilas.
— …O quê? Enfiar em nossas mochilas? E o resto…?
“O que mais? Jogar fora.”
Whoom!
Com isso, empurrei os dois trenós que mal consegui puxar para fora do penhasco. Estávamos tão alto que levou mais de dez segundos para o impacto ecoar. Mesmo assim, o som foi fraco.
— Q-Que diabos?!
— O que você acabou de fazer?!
“O que você acha? Por que acha que o inimigo está se movendo mais rápido que nós?”
— Eles vão nos alcançar em pouco tempo se ficarmos arrastando um trenó por aí.
— S-Sim, mas… ainda assim, a comida…
— Qual é o problema? A comida em nossas mochilas será suficiente até sairmos do Olho da Geleira.
— M-Mas o que vamos fazer depois disso?
Era uma pergunta e preocupação legítimas. Mesmo que conseguíssemos atravessar o Olho da Geleira em dois dias graças à carga mais leve, teríamos que aguentar mais oito até que o labirinto se fechasse.
“Droga, tão rabugentos. Vocês acham que eu fiz isso sem pensar?”
Antes que uma rebelião total pudesse começar, rapidamente compartilhei meu plano. — Haverão monstros depois do Olho da Geleira.
— Monstros…?
— Não pode ser, você…
Eu não neguei. — Sim, a partir daí, usaremos magia de distorção para conseguir carne.
Isso pareceu causar ainda mais inquietação.
— Parece que você está falando sério…
— Isso é absurdo.
— Hum… eu… acho que prefiro apenas morrer aqui, então.
Mas essa era nossa melhor chance.
- Demisidi: Nunca tive ranço, melhor personagem dos líderes de equipe[↩]
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