A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 433: Retorno dos Mortos (4/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Elteriel – Note 』
Havia uma taverna no Distrito Sete que estava sempre cheia de aventureiros. Era o tipo de lugar onde sempre havia garrafas vazias rolando pelo chão porque eram vendidas por um preço baixo, e bêbados se envolviam em brigas sempre que tinham a chance.
Kwaang!
As portas da taverna se abriram com força. Não importa em que mundo você esteja, sempre há pessoas que gostam de falar, especialmente se isso significar ganhar dinheiro.
— Extra! Extra!
— O que é isso, um garoto entregador de jornais? — Com a chegada do garoto, o dono robusto arregaçou as mangas e saiu de trás do balcão. — Ei, vendedores aleatórios não são bem-vindos na nossa taverna.
— Eu disse que é uma extra! Notícia de última hora!
— Que notícia de última hora? É só notícia sobre a cerimônia.
Um cliente próximo riu. — Haha, ei! Você acha que os bêbados que estão bebendo aqui desde cedo vão se importar com algo assim?
Seu vizinho zombou. — Mas você estava reclamando disso mais cedo! Que a cidade toda está em alvoroço por nada.
— Saia, saia, volte quando for mais velho, garoto. — O dono levantou o garoto sobre o ombro e caminhou em direção à porta.
— Seus idiotas! — o garoto gritou, para a diversão dos frequentadores da taverna.
— Hahaha!
— Bjorn Yandel está vivo!
— Haha… hã…?
Por um momento, houve silêncio na taverna. Claro, não por muito tempo.
— Não corra por aí inventando besteiras, garotinho.
— Como alguém pode voltar dos mortos depois de dois anos?
— Além disso, ele era um espírito maligno de qualquer maneira.
— Estou dizendo que ele está vivo, e ele não é um espírito maligno! Enquanto vocês estavam ocupados bebendo até a morte aqui, a cidade inteira está em alvoroço por isso! — Os gritos sinceros do garoto fizeram o dono da taverna parar.
— Espera, quero ouvir mais sobre isso. — Um dos aventureiros expressou interesse, e o dono deixou o garoto no chão.
— Ugh, você fede a álcool… — o garoto resmungou, ajeitando as roupas amassadas e se dirigindo à mesa onde o aventureiro estava.
O homem jogou-lhe uma moeda como pagamento antecipado. — Conte-me. É verdade que Bjorn Yandel voltou?
— Claro. O Primeiro-Ministro de Ferro Tercerion disse isso pessoalmente durante uma reunião com milhares de nobres!
— O Primeiro-Ministro de Ferro?
— Então, o que aconteceu é…
O garoto parou e olhou para todos os aventureiros próximos que fingiam não estar ouvindo. Os aventureiros suspiraram e jogaram mais moedas, e ele finalmente começou sua narrativa. Se você retirasse os floreios adicionados pelo garoto, a história podia ser resumida em algumas frases.
— Então… Bjorn Yandel fingiu estar morto para cumprir uma missão para a família real, e declará-lo um espírito maligno foi necessário para o sucesso dela?
— Mas Riehen Schuitz? Não é ele o homem da Espírito de Sangue? Ele era o líder dessa missão!
— Eu estava me perguntando por que um cara aleatório foi colocado no comando de um grupo de nomes tão grandes.
Este era o retorno de um herói que havia deixado uma marca profunda no coração das pessoas, mesmo depois de tanto tempo. Fascinados, os aventureiros pagaram mais para ouvir o que aconteceu na cerimônia.
Kwaaang!
Então, de repente, um barulho alto ecoou de uma mesa no canto, e os aventureiros se viraram para olhar.
Toff, tof.
Uma mulher grande, cujos olhos estavam claros apesar do cheiro de álcool que a envolvia, caminhava em direção a eles.
— Hm… o-o que foi agora…? — Os aventureiros próximos ficaram em silêncio diante da intensidade que emanava da grande mulher, e apenas o garoto perguntou o que ela queria.
A mulher então abriu os lábios. — Garoto, ouvi suas histórias lá de trás.
— …I-Isso mesmo?
— É verdade? Que Bjorn Yandel estava vivo esse tempo todo? Que ele era Riehen Schuitz? — Sua voz e o olhar em seus olhos pareciam quase desesperados.
O garoto ficou confuso com isso, mas respondeu diligentemente. — …S-Sim! Isso mesmo!
— Então… entendo… Foi isso que aconteceu… — A mulher murmurou, quase como se estivesse possuída, depois entregou dinheiro ao garoto antes de sair da taverna.
Os olhos do garoto se arregalaram quando viu a quantia que ela deu a ele. — Dez mil pedras…? — Era a maior quantia que ele já havia recebido como contador de histórias em tavernas. Isso despertou a curiosidade dos outros frequentadores.
— Pagando tanto por uma história?
— Em pensar que alguém tão rico estava em uma taverna tão barata.
— Quem é ela?
— Ei, por que não está dizendo nada?
Enquanto todos estavam curiosos sobre a identidade da mulher que passou pela taverna, um homem a observava e murmurou — Santo Deus…
— Você sabe quem era aquela mulher?
— Quantas mulheres bárbaras loiras existem? E quantas entre elas carregam espadas tão grandes nas costas?
— Então, quem é?
— A Espada Selvagem, Ainar Fenelin. — Quando o homem revelou sua identidade, os olhos de todos ao seu redor se arregalaram.
— O quê, aquela mulher era um dos Sete Poderosos?
— Espera, Espada Selvagem é… ela é uma das antigas companheiras de Bjorn Yandel!
— Não pode ser… é por isso que ela estava tão curiosa?
— Agora faz sentido!
— O quê, então até a antiga companheira dele não sabia que ele estava vivo?
A taverna foi tomada por outra onda de euforia enquanto os clientes compartilhavam animadamente seus pensamentos sobre essa nova reviravolta. O dono da taverna, no entanto, estava à beira das lágrimas.
— Aquela mulher… não pagou pelas bebidas…
Depois daquela cerimônia turbulenta, todos nós nos dispersamos e voltamos para nossas respectivas casas. Eu estava preocupado que eles pudessem nos deter lá, mas parecia que o marquês não tinha intenção de ir tão longe.
“Acho que as coisas se resolveram até agora…”
Voltamos à nossa mansão pela primeira vez em muito tempo. Dirigi-me ao meu quarto no segundo andar e pensei na cerimônia enquanto desempacotava minhas coisas.
“Primeiro, ele foi mais tranquilo do que eu esperava.”
Logo após eu aparecer diante de milhares de nobres, o marquês tomou as rédeas e organizou as coisas suavemente. Ele explicou que minha morte foi, de fato, fingida, que tudo foi feito para realizar uma missão secreta real, e que até o anúncio sobre eu ser um espírito maligno era falso. Embora essa declaração originalmente devesse ser feita daqui a dois meses, quando ele terminasse de construir um rastro de documentos crível, foi feita hoje diante de todos. O marquês não teve escolha.
“Se ele negasse minha reivindicação, o prestígio do palácio iria por água abaixo.”
Era nisso que eu estava mirando. Afinal, para que mais serviria toda essa grande cerimônia? Ela seria comentada por cerca de um mês e gradualmente esquecida depois. Decidi que essa era a melhor maneira de causar um impacto e atrair o maior número possível de olhares para nós. Não sei por que, mas o palácio era sensível à opinião pública.
“Ok, então eles não poderão me acusar de crimes inexistentes por pelo menos alguns meses…”
De qualquer forma, eu havia começado com o pé direito. O próximo passo era expandir minha influência o máximo possível dentro do prazo estipulado, de modo que, mesmo se descobrissem o que realmente aconteceu no labirinto, nos eliminar seria visto como uma má jogada política.
“Há muito trabalho a ser feito no futuro.”
Com isso em mente, troquei de roupa e desci para o primeiro andar, onde vi que a sala de estar agora estava uma bagunça completa. — Emily, o que está acontecendo?
— Houve um intruso enquanto estávamos fora.
— Hã?
— O fio de cabelo que coloquei na maçaneta no dia em que partimos para o labirinto sumiu. Procurei em todos os lugares, exceto no seu quarto, só para garantir, mas não encontrei nenhum dispositivo de escuta.
— Espere, se houve um intruso, não dá para verificar a gravação na bola de cristal? — As câmeras de vigilância da Erwen estavam instaladas na nossa sala de estar e na entrada.
— Ah, já as destruí. As gravações são armazenadas apenas por um dia e não é difícil manipulá-las. Alguém pode ter interferido nos circuitos mágicos. Não pude deixá-las ativadas.
— …Entendi.
— Mas seja quem for, são amadores. Invadiram uma casa vazia e nem tocaram no porão.
— Porão? Ah, o navegador! — Foi então que me lembrei de alguém: o marinheiro saqueador que adquirimos durante nossa última viagem ao labirinto.
“Ouvi dizer que Amelia deixou bastante comida para ele enquanto estávamos treinando, mas…”
Já haviam se passado vários dias desde o fechamento do labirinto. Será que ele estava passando fome todo esse tempo?
— Ele está bem?
— Estava bem quando eu verifiquei. Um pouco magro, mas eu gosto mais assim.
“Não acho que esse seja o ponto aqui…”
— Além disso, foi sem querer, mas ele ficou muito mais obediente. Embora tenha descoberto que mentimos sobre o fato de que ele precisava tomar um antídoto todos os dias, ele está ainda mais dependente de nós agora.
— Uh…
— Vai vê-lo? Ele pediu para ser elogiado por segurar a respiração e ficar quieto, mesmo quando ouviu barulho lá em cima.
— N-Não… estou bem.
— Hm, acho que você também deveria dar um pouco de atenção a ele, em vez de deixar tudo para mim.
— …Depois.
De qualquer forma, como ela disse que ele estava bem, decidi não tocar no assunto Auyen nem com uma vara de dez metros. Depois disso, Amelia foi até o meu quarto para fazer uma busca. Quando terminou, todos nós nos reunimos na sala de estar.
— Hm, a casa está segura agora?
— Por hoje.
Isso foi o suficiente para a Erwen. Ela se jogou no sofá, a tensão escapando dela. — Voltar para casa faz parecer que tudo foi um sonho.
— Yandel, agora que está seguro, podemos abrir?
— Ah, os subespaços?
— Sim. — Amelia parecia uma criança no Natal. Bem, eu provavelmente estava com a mesma expressão. Fiquei imaginando quais itens estavam armazenados em um subespaço pertencente à Ordem da Rosa.
— Certo, vamos abrir na contagem de três. — Comecei a contar silenciosamente, mas justo quando cheguei ao dois…
Toc, toc.
Havia uma visita. Adiamos a exploração do subespaço para depois e fomos ver quem era. Fiquei cauteloso assim que ouvi a batida, mas, felizmente, era um rosto amigo.
— Raven.
— Desculpe, sei que você deve estar ocupado. Mas não consegui ficar parada depois de ouvir as notícias.
— Entre.
Raven entrou na sala de estar e começou a me bombardear com perguntas assim que se sentou. — Reivindicar sua identidade hoje foi planejado? Você já pensou no que vai fazer a partir de agora? …Estou feliz que você esteja bem, de verdade…
Logo, o assunto da expedição também veio à tona.
— Sr. Yandel… você está bem?
— Bem como?
— Muitas pessoas morreram. Eu também estava no Palácio da Glória para a cerimônia. Vi você se desculpando diante das famílias enlutadas e ouvi você chamar cada pessoa pelo nome.
— …Sério?
— Só estou preocupada. Sr. Yandel… você está realmente bem?
“Bem? O que eu deveria responder a isso?”
Parei por um momento antes de estampar um largo sorriso no rosto e dar um tapinha no ombro esguio de Raven. — Por que eu não estaria bem? Estou vivo, não estou?
— …O que aconteceu lá dentro?
Apenas dez pessoas sobreviveram à expedição. As coisas que aconteceram lá não podiam ser resumidas em poucas palavras. — Nada. Foi exatamente como o marquês disse.
Seria melhor não contar a verdade para a Raven. Ela já se sentia tão culpada por me ajudar como membro do exército. Ela nem fazia parte deste esquadrão. Não podia sobrecarregá-la com nosso plano de se opor ao palácio. Esse era o nosso fardo para carregar.
— Você parece de alguma forma mais distante hoje, Sr. Yandel. Bem, já faz um tempo, na verdade.
— Tenho certeza de que é coisa da sua cabeça.
— Sim. Acho que sim.
Um clima de desconforto se instalou entre nós. Raven tomou um gole de chá antes de se levantar. Ou melhor, ela estava prestes a se levantar.
Bang! Bang! Bang!
Um som que era alto demais para ser chamado de batida veio da porta.
“Quem é? Os ladrões de antes?”
Enquanto me levantava com essa pergunta em mente, ouvi uma voz familiar. — Bjooorn! Bjorn! Saia agora! Você está realmente vivo? — Era uma visita há muito aguardada de um antigo companheiro de equipe. Uma sensação verdadeiramente mágica tomou conta de mim. — Bjooooorn! — Apesar do meu humor solene de segundos atrás, meus lábios se curvaram em um sorriso assim que ouvi aquela voz, e aquele nome.
Hehe.
Sim, agora eu recuperei meu nome. Já estivemos separados por tempo suficiente, na minha opinião. Agora só faltam a Missha e o Sr. Urso.
Era hora de nos reunirmos novamente.
Tlinc, plic.
Em uma mesa de jantar preenchida apenas pelo som dos talheres batendo, Baekho, que estava mordiscando a ponta da colher, falou cuidadosamente.
— Ei, Gatinha.
— …Eu disse para não me chamar assim.
— Bem, você não gosta de ser chamada pelo sobrenome, e também não gosta de ser chamada pelo primeiro nome.
— Você não entende? Apenas não me chame.
— Caramba, tão fria… — Baekho fez um beicinho e olhou para o lado, embora seus olhos logo voltassem para ela. Era uma refeição comum como qualquer outra, mas enquanto todos os outros estavam desconfortavelmente servindo sua comida, uma pessoa não estava. — Gatinha. Você não vai sair? Não é como se você fosse um gato de verdade. Por que nunca sai de casa, exceto para ir ao labirinto? Olha, sua pele está tão pálida…
Slam!
A mulher da Tribo do Gato Vermelho bateu com a colher na mesa, irritada. — Terminei de comer. — Depois de guardar os pratos, ela saiu furiosa para o seu quarto no segundo andar.
Blaam.
Quando o som de uma porta batendo ecoou à distância, Baekho soltou um longo suspiro e pediu a opinião dos outros na mesa. — Ela… ainda não sabe, certo?
O primeiro a responder foi o Erudito Caído. — Não dá para esconder para sempre.
— Eu sei disso… mas quero que todos controlem suas línguas até lá. Tudo bem?
O batedor assentiu. — Vou fazer isso, por enquanto.
— Ok, então o jantar acabou por hoje. Todos, façam a sua parte. — Baekho sorriu e se levantou, deixando seus pratos na mesa.
Rrrr.
No momento em que voltou ao seu quarto, sua expressão endureceu, perdendo a compostura que ele conseguira manter na frente de seus camaradas. Era natural.
— Bjorn Yandel está vivo, hein?
Para ser honesto, seus sentimentos sobre Bjorn Yandel não eram particularmente negativos. Afinal, ele também era um espírito maligno. Observá-lo era como ver um júnior promissor se firmar. Lembrava Baekho de si mesmo nos bons tempos. Foi por isso que ele acolheu a Missha, que havia sido deixada como um gato abandonado na chuva. Parte dele estava fascinado pelo fato de ela ainda ter afeto por Bjorn, mesmo sabendo que ele era um espírito maligno. Ele sinceramente se arrependeu de ter separado os dois.
Mas…
— Interessante.
Agora era tarde demais. Agora, Baekho não podia mais receber seu retorno triunfante de braços abertos. Se não fosse cuidadoso, a espadachim de gelo que ele trabalhou tão arduamente para cultivar nos últimos dois anos poderia acabar voltando para o homem errado.
“Bem, estritamente falando, ela tecnicamente estaria voltando para o dono original… Mas então você deveria ter voltado há muito tempo. Agora você é apenas um incômodo.”
Baekho pensou seriamente sobre isso. — Eu deveria… simplesmente matá-lo?
Eliminar qualquer coisa que atrapalhasse seus objetivos sem deixar que as emoções o impedissem era uma de suas regras mais antigas.
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