Capítulo 443: Grandes Passos (5/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Elteriel – Note 』
Na manhã seguinte, depois de adormecer embriagado, estiquei a mão para fora do cobertor para pegar o cantil no criado-mudo e engoli a bebida estranhamente doce dentro. Tinha um gosto como se alguém a tivesse adoçado com mel.
“Ugh, agora me sinto muito melhor.”
Depois de rolar um pouco na cama, levantei-me lentamente. A primeira coisa que vi foi uma carta dobrada com cuidado no criado-mudo.
Estou indo para a terra sagrada. Mas não se preocupe muito. Vou conseguir renunciar sem grandes problemas. Ah, e… se estiver tendo dificuldades, me conte! Certo?
P.S.1 Ouvi dizer que você deixou a vaga do primeiro membro do clã em branco de propósito para mim. Obrigada. De verdade.
P.P.S.2 Ah, e é hoje, certo? Cuidado!
Sua primeira companheira de clã. Erwen.
Então, Erwen foi para a terra sagrada de novo. Se eu tivesse chegado em casa mais cedo ontem, poderíamos ter conversado. Caramba, por que bebi tanto?
Fiquei sentado na cama por um tempo para dar tempo ao cheiro de álcool de se dissipar e revivi minha memória do que aconteceu depois que me despedi do Sr. Urso. Lembrei-me até o momento em que Erwen e Amelia me receberam em casa.
“Acho que elas me ajudaram a subir para o segundo andar…”
Será que foi porque eu bebi enquanto ainda estava exausto? Eu tinha certeza de que conversamos sobre algo no caminho, mas não conseguia me lembrar de nada. Eu tinha certeza de que não fiz nada de ruim, no entanto. Se tivesse feito, com certeza lembraria.
— Parece que você acordou — disse Amelia da porta.
— Sim, acabei de acordar.
— Vá se lavar um pouco. Você está indo para a capital real hoje.
— …Certo.
— Estou saindo agora, então boa sorte hoje.
— Claro.
Ouvi Amelia descer as escadas. Fui ao banheiro para me lavar e me preparar para sair. Para a missão de hoje, eu precisava prestar muita atenção às minhas roupas.
— …Tsk, eu sabia que você faria isso. — Depois de me lavar, Amelia apareceu de repente enquanto eu estava vestindo meu terno e me ajudou a me vestir. Foi meio fascinante.
— Por que você é tão boa nisso?
— Quem você acha que comprou as roupas que está usando?
— Ah… você comprou isso, eu esqueci. — Parecia que ela tinha aprendido a vestir as roupas quando as comprou. Amelia era estranhamente meticulosa em tudo que fazia.
— Pronto. Agora pode ir. Parece que a carruagem chegou há um tempo.
— Devo ir, então. Até a noite.
— …Tchau.
Amelia se despediu, e eu peguei a carruagem que me esperava na frente da casa até a plataforma militar. Então, usamos um círculo de teletransporte para chegar imediatamente à capital real.
“Penso nisso toda vez, mas isso é realmente conveniente. Exceto pelo leve enjoo.”
De qualquer forma, outra carruagem estava me esperando em frente à plataforma, e logo consegui chegar ao meu destino.
“Isso não é mais tão incrível assim.”
Visitei o Palácio da Glória várias vezes nos últimos anos. Um pequeno evento estava sendo realizado aqui hoje, e minha missão de hoje estava relacionada a esse evento.
— Sou Mia Arbelto, primeiro comissário. Dou-lhe as boas-vindas ao palácio, Baronete Yandel.
Enquanto seguia meu guia para dentro, um grande salão apareceu. Este foi o lugar onde anunciei o retorno do nosso esquadrão.
— Esta é a primeira vez que vejo este lugar tão vazio.
— Ainda falta tempo até o início da cerimônia. Os lordes chegarão em breve.
“Afinal, quantos poderiam ser? Mesmo que todos venham, só haverá o suficiente para encher as primeiras fileiras.”
— Por favor, venha por aqui.
Passando pelo Palácio da Glória, fui para um quarto privado reservado para mim. Lá, o comissário me orientou sobre o programa da cerimônia de hoje.
Muito tempo depois, a porta se abriu com uma batida.
Toc, toc.
Um homem velho que eu nunca tinha visto entrou. Parecia que o comissário que estava me instruindo o conhecia, pois imediatamente parou o que estava fazendo, chocado. — Sua Excelência, o que o traz aqui?
— Pensei em bater um papo rápido com a estrela do evento. Se você não estiver ocupado, se importaria de nos dar um minuto a sós?
— …Vou esperar lá fora. — O comissário se curvou educadamente diante de seu superior e se retirou da sala. Somente depois que ele saiu, a reunião formal entre o velho e eu começou.
— Prazer em conhecê-lo. Sou o Duque Kealunus.
“Estava me perguntando qual duque você era. Então é você.”
— Bjorn, filho de Yandel. — Também me apresentei formalmente.
— Errado.
“O que diabos?”
Quando franzi a testa, o velho explodiu em gargalhadas. — É Bjorn Yandel. Não “filho de Yandel”. Você agora é um membro da corte, não é?
Fiquei me perguntando se ele tinha vindo até aqui só para arranjar uma briga comigo, mas não senti nenhuma hostilidade em seu tom. Portanto, me contive e não o ataquei por enquanto. Eu escutaria com atenção o que ele diria a seguir para poder fazer uma avaliação precisa de sua personalidade.
— Eu talvez não tenha poder sobre o seu jeito peculiar de falar, pois o rei permitiu oficialmente, mas você deveria deixar claro para as pessoas quem você é. Lembre-se, você não é Bjorn, filho de alguém. Você também não é qualquer bárbaro. Você é o Baronete Bjorn Yandel de Rafdonia. Ah, ou seria barão agora? A propósito, sua gravata está torta. — O duque riu alto e deu um tapinha no meu ombro.
Isso era um tanto deprimente. Agora que eu era mais baixo, até um velho como ele conseguia alcançar meu ombro. — Obrigado pelo conselho. Mas não acho que você veio aqui apenas para dizer olá. — Eu não podia me indispor com um duque só porque estava de mau humor, então fui direto ao ponto.
Mas será que ele não estava acostumado com essa franqueza? — O quê? Haha, hahaha! Ahem… Peço desculpas por rir. Não quis te insultar de forma alguma… é que acho isso fascinante.
Eu podia entender. Nobres gostavam de conversas cheias de rodeios, certo? Tenho certeza de que ele não tinha muita experiência em ir direto ao ponto logo após as apresentações.
— De qualquer forma… para responder à sua pergunta, você está certo. Se eu quisesse apenas dizer olá, poderia ter vindo te ver em outra ocasião. Vim te encontrar agora porque tenho algumas perguntas para você.
“Ugh, lá vem ele de novo. Apenas diga ‘tenho uma pergunta’ e pronto. Como eu estou fazendo agora.”
— Qual é a sua pergunta? — Ele não respondeu. — …Você tem dificuldades auditivas? — perguntei com cautela.
O duque voltou a si. — Desculpe. Fiquei distraído por um momento. Não, não distraído… para ser honesto, não percebi que você já tinha terminado de falar.
— Ah, entendo. Então, qual é a sua pergunta?
Quando repeti a pergunta, o duque finalmente foi direto ao assunto. Parecia que ele havia descoberto como se comunicar comigo. — Vou ser breve. Você não é o tipo que anseia pela vida de um aristocrata. Por que escolheu ascender na nobreza em troca de suas contribuições nesta missão?
Isso não foi tão curto assim, mas foi direto ao ponto.
— O palácio ofereceu a Bjorn Yandel um título mais alto por sua contribuição à expedição.
O Veado havia revelado isso na Távola Redonda, mas, na verdade, a promoção não foi a única recompensa que o palácio me ofereceu. Havia um total de quatro opções apresentadas pelo Ministério dos Assuntos Veteranos: uma grande soma de dinheiro, suficiente para construir uma mansão do zero; duas essências de terceiro nível; um Item Numerado de dois dígitos; e o título. Depois de muita deliberação, escolhi a promoção. O motivo para isso era simples. As três primeiras eram coisas que eu poderia alcançar por conta própria, e isso era muito mais útil em termos de minha sobrevivência imediata.
— Quero ouvir a verdade. Por que você quis a promoção?
“Que homem engraçado. A verdade? Há quanto tempo nos conhecemos mesmo?”
Ri de sua insistência e respondi como se ele tivesse feito a pergunta mais óbvia do mundo. — Porque é bom ter muitas esposas!
Embora eu tivesse gritado isso com um entusiasmo incrível, a expressão do duque ficou vazia. — Esposas…?
“Caramba, ele tem problemas auditivos mesmo?”
— Sim, esposas — respondi sem me importar. — Barões podem ter três esposas!
Em resposta, o olhar nos olhos do duque mudou significativamente. ‘Esse filho da mãe está falando sério?’, parecia que ele estava se perguntando. Mas o motivo pelo qual ele não conseguia se conter para montar um contra-ataque provavelmente era porque ele não sabia se valia a pena.
Burp!
Eu era o oponente dele, afinal.
— Oh, desculpe. Comi muito no café da manhã. — Pedi desculpas rapidamente, já que esse homem obviamente cresceu com boas maneiras, mas o duque não parecia se importar nem um pouco.
Ele apenas murmurou para si mesmo, como se estivesse começando a juntar as peças. — Certamente… você é conhecido por ter muitas mulheres.
Para ser mais exato, eu tinha companheiras que eram mulheres, embora muitas histórias de amor estranhas e rumores tivessem proliferado pela cidade. Talvez fosse porque vivíamos juntos.
— Então, isso responde à sua pergunta?
— Pelo menos metade. Tem mais uma coisa que quero perguntar.
— Pergunte.
Parecia que ele realmente estava começando a gostar do jeito direto de falar dos bárbaros, porque, sem aviso, o duque fez a seguinte pergunta: — Você trabalha para o marquês?
Isso foi direto, muito direto. Não havia nada de errado em ser direto, mas como parecia uma pergunta importante, comecei pedindo uma confirmação. — Quando você diz marquês, está falando do primeiro-ministro?
— Estou. Incluindo o período em que você estava desaparecido, parece que você tem trabalhado com o marquês há muito tempo.
— …Acho que sim?
Essa era uma pergunta complicada. Bjorn Yandel, que se acreditava estar morto, na verdade foi encarregado de várias missões secretas pelo marquês durante os dois anos e meio em que esteve ausente, e foi por isso que foi feito o anúncio de que ele era um espírito maligno. Pelo que o público sabia, essa era a versão oficial.
“Eu não achava que a verdade também seria mantida em segredo do duque.”
Uma sensação estranha de desconforto começou a me incomodar.
— Li todos os documentos relacionados à sua missão. Você fez um bom trabalho. Os documentos também são autênticos. No começo, acreditei que poderia haver algum tipo de acordo entre vocês dois, mas parece que a missão em si era real.
O marquês já tinha preparado os documentos? E os fez parecer bons o suficiente para enganar até o duque?
“Ele me disse que levaria mais dois meses na cerimônia… É esse o tipo de coisa que ser primeiro-ministro de um país torna possível?”
A questão surgiu na minha mente, mas me concentrei na conversa com o duque por enquanto. Primeiro, precisava deixar isso claro. — Eu não trabalho para o marquês.
— Então, pode me dizer qual é exatamente a sua relação?
— Somos meio que amigos. Amigos que se ajudam em situações difíceis de vez em quando.
Talvez essa fosse a resposta que ele estava esperando, porque a expressão do duque se suavizou.
— Amigos… Que palavra interessante. Você é mais inteligente do que eu pensava. E bastante sensato — disse o duque, quase para si mesmo, antes de fazer outra pergunta. — De qualquer forma, sua resposta significa… que você também está aberto a ser meu amigo?
A mão dele já estava estendida para mim, como se rejeitar não fosse uma opção. Limpei minha mão na perna e depois a apertei. — Claro. Quanto mais amigos, melhor.
“Bem, amigos de verdade não apertam as mãos, no entanto.”
O fato era que o Duque Kealunus era a terceira pessoa mais poderosa do reino, depois do rei e do primeiro-ministro. Embora ele não tivesse poder político como o primeiro-ministro, sua família tinha uma influência incrível. Ele patrocinava dezenas de clãs, e entre eles havia um número surpreendente de clãs de tamanho médio. Um de seus irmãos mais novos era até o Lorde da Torre Mágica.
“Amigo de um duque como esse, hein?”
A oferta foi inesperada, mas não havia desvantagens em aceitá-la. Não éramos amigos de verdade, afinal. O duque estava apenas sugerindo uma amizade para me impedir de trabalhar para o marquês. Eu só precisava fazer com ele o que já estava fazendo com o marquês, dar o que eu podia dar e pegar o que eu podia pegar. Pelo menos até que eu não precisasse mais de ‘amizades’ assim.
O duque conversou comigo até pouco antes do início da cerimônia. A maior parte era conversa fiada para construir um relacionamento, mas algumas das coisas que ele mencionou eram importantes. Segundo ele, a razão pela qual nosso esquadrão sobreviveu foi porque a Ordem da Rosa se chocou com as tropas de Noark enquanto aguardava outra missão.
— Já está na hora de eu ir, então vou me retirar. Até mais.
— Claro.
“Ainda não sei se ele estava me sondando ao mencionar a Ordem…”
Eu não tinha certeza das intenções do duque, mas uma coisa era clara. Pelo menos, o Departamento de Inteligência do reino estava interpretando o que aconteceu no sétimo andar da maneira que eu queria.
“Me pergunto o que aquele filho da mãe do marquês está pensando.”
Na verdade, essa era a coisa que mais me intrigava. Desde a cerimônia de retorno, eu não tinha visto o marquês nenhuma vez. Hoje seria nosso primeiro reencontro em semanas.
— Baronete Yandel.
“Então, começou.”
Fiquei em frente à porta e esperei, como instruído pelo comissário. Assim que a porta se abriu, caminhei lentamente para dentro.
Toff, toff.
O Palácio da Glória, que estava vazio duas horas atrás, agora estava bastante cheio. Ou, bem, pelo menos as duas primeiras fileiras estavam.
Toff, toff.
Era diferente da cerimônia de retorno do nosso esquadrão. Nem todos os assentos no salão estavam ocupados, e não havia música alta ou soldados marchando atrás de mim. Em termos de escala, não podia ser comparado à cerimônia anterior.
Toff, toff.
Ainda assim, seria errado descrever este evento como pequeno. As pessoas que ocupavam os assentos eram todos nobres titulados, afinal.
— Faz muito tempo desde que todos se reuniram assim.
— Fiquei muito surpreso ao ver o aviso de comparecimento. Uma promoção de título para o Baronete Bjorn Yandel…
— Haha, esta é na verdade a minha primeira vez recebendo um aviso de comparecimento.
— Oh, não faz muito tempo desde que você herdou um título, certo?
— Não posso dizer que não faz muito tempo, mas… sim, cerimônias de promoção não são comuns em si.
Os nobres sussurravam entre si enquanto eu caminhava pelo tapete. Alguns pareciam estar aproveitando o espetáculo raro de uma promoção de título, mas outros pareciam sentir o oposto.
— …apenas um bárbaro qualquer… — Alguns me desprezavam.
— …ele apenas nasceu na hora certa… — Alguns me invejavam.
— Espero que isso acabe logo. — Alguns estavam presentes por obrigação e não tinham interesse em mim. Eles preferiam que isso terminasse o mais rápido possível.
Toff, toff.
Caminhei entre as fileiras e cheguei diante do trono vazio. O marquês também estava na frente dele desta vez. E eu pensei que poderia ver o rosto do rei, pelo menos uma vez.
— Há quanto tempo. — O marquês me cumprimentou silenciosamente para que apenas eu pudesse ouvir, e imediatamente levantou a voz para iniciar um discurso antes mesmo que eu pudesse responder. Então ele me entregou uma caixa vazia. — Sele seu brasão de família nesta caixa.
Essa era uma cerimônia que só ocorria quando um baronete era promovido a barão. Os títulos de baronete e barão eram mundos à parte, então isso era tratado como o momento histórico que era, mais uma família nobre sendo adicionada às milhares que engrandeciam o reino.
Swip.
Assim que o pano que preparei foi dobrado e colocado dentro da caixa, sua voz digna ecoou pelo salão. — Com isso, um pacto eterno foi feito.
O marquês selou a caixa pessoalmente e a entregou aos guardas reais que esperavam ao lado dele. Eles aceitaram solenemente e deixaram o Palácio da Glória. Aquela caixa entraria no Palácio da Imortalidade e seria guardada sob chave de agora em diante, até que este reino queimasse até o chão e perecesse, ou eu cometesse traição.
— Barão Bjorn Yandel, levante-se. — Levantei-me. — Nobres, espero que acolham com prazer o surgimento de um novo pilar que servirá para fortalecer o reino!
Recebi aplausos silenciosos, sem nenhum grito ou assovio.
— Agora, isso conclui a cerimônia de promoção!
A partir daí, o banquete começou.
“Parece que acabei de dar um grande passo à frente.”
Então era hora de passar para o próximo passo.
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