Capítulo 451: Expandindo (4/4)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』
Assim que meu duelo com o chefe chegou ao fim, eu escalei a cova. Do lado de fora, inúmeros guerreiros me encaravam com excitação, bocas abertas de espanto. Todos me olhavam como se esperassem que eu dissesse algo.
— Behelaaaaaah!
Eu bradei, e os guerreiros soltaram gritos de resposta, satisfeitos com o meu discurso. Ouvir aquilo de tão perto machucava meus ouvidos.
Toff.
Eu dei um passo para o lado e olhei de volta para dentro da cova. O chefe ainda estava deitado no fundo, esquecido enquanto os guerreiros aclamavam meu nome e apenas meu nome. Era uma visão lamentável, mas aqui, nenhum guerreiro se importava com o perdedor. Alguns podem achar isso cruel, mas era parte da cultura deles. Não era nada mais do que a lei da natureza: os vencedores eram recompensados e os perdedores esquecidos. Era só isso.
Woo! Woo! Woo! Woo!
Mesmo sem preparativos prévios, um festival começou imediatamente. Guerreiros que sabiam tocar tambores os batiam o mais alto que podiam, enquanto os que não sabiam simplesmente batiam nos próprios peitos. Todos dançavam enquanto erguiam suas taças. Eles cortaram algumas árvores para fazer uma grande fogueira e começar a assar carne, embora eu não soubesse de onde tiraram toda aquela carne. A celebração continuou até depois do pôr do sol.
— Grande Guerreiro! Para onde você vai?
— Mijar.
Eventualmente, consegui escapar do meu papel como o centro das atenções nessa celebração barulhenta. Enquanto me dirigia para a área residencial, os guerreiros que passei no caminho trocavam algumas palavras comigo. Independente de estarem apenas se divertindo ou realmente me parabenizando, eu não lhes dei muita atenção.
Toff, toff.
Quanto mais me afastava do festival, mais escuros e silenciosos ficavam meus arredores.
Woo! Woo!
Os tambores e os gritos foram se apagando à medida que eu caminhava pelo caminho da floresta. Sem aviso, Ainar, que eu não havia visto no festival, apareceu na estrada.
— Bjorn? O que está fazendo aqui? — Ainar parecia confusa ao me ver, a estrela da festa, caminhando para longe das festividades, sozinho.
— Pensei em ver o chefe. Onde ele está?
— Ele está na tenda.
— Ele está acordado?
— Não tenho certeza. Quando verifiquei mais cedo, ele estava dormindo.
— Imagino que você esteja voltando de lá.
— É só que… não importa como eu veja, ainda me incomoda um pouco.
— Hm? — Não gastei fôlego perguntando o que a incomodava. Afinal, Ainar vinha treinando sob a tutela do chefe desde que ouviu a notícia da minha morte. Hoje deve ter sido um dia estranho para ela. Imaginei que ela devia ter muito a dizer sobre isso.
— De qualquer forma, parabéns, Bjorn! Eu pesquisei e você é o primeiro guerreiro a se tornar chefe da nossa tribo tão jovem!
— Em outras palavras, sou o mais jovem de todos?
— Sim! O mais jovem! Não é incrível?
Hum, eu não tinha me dado conta disso, mas ao mesmo tempo, não fazia muita diferença para mim.
— Agora, se você vai ver o chefe, vamos juntos.
— Mas você não acabou de vir de lá?
— Haha! E daí? Eu estava indo te ver de qualquer jeito!
— Tudo bem, então.
Ainar e eu começamos uma breve conversa enquanto seguíamos para a tenda do chefe. Principalmente falamos sobre o duelo e meu novo status como chefe. Eu me perguntava se os ferimentos dele já estavam totalmente curados.
— Os anciãos são uns bastardos rancorosos! Eles me repreenderam por dar a ele uma poção, dizendo que ele teria se curado “com o tempo” mesmo que eu não usasse uma! Como isso faz sentido?! Foi a mesma coisa com a cerimônia de maioridade! Eu disse a eles que deviam pelo menos mandar os guerreiros da nossa tribo com calçados nos pés! Mas aqueles anciãos são teimosos em seguir a tradição. Mesmo quando eu estava sendo tão razoável!
— Ainar.
— Hã?
— Quando alguém age assim, você deve chamá-los de ‘irracionais’, não de ‘bastardos rancorosos’.
— Ah… é mesmo?
Quando corrigi o linguajar de Ainar para evitar que ela se metesse em encrenca no futuro, ela coçou a cabeça, parecendo envergonhada.
Toff, toff.
Caminhamos por mais um tempo pelo caminho silencioso da floresta. Quando a tenda do chefe finalmente apareceu à vista, Ainar de repente falou novamente.
— Bjorn. — Ela desacelerou para ficar atrás de mim, colocando as mãos nos meus ombros como se fosse me empurrar para frente. — De qualquer forma que eu veja, você é muito melhor do que eu. Você é inteligente. Forte. E os outros guerreiros te seguem sem você nem precisar tentar.
“Bem, sim, mas não é como se você fosse tão ruim assim.”
— Ainar…
Tentei me virar para dizer algo, mas ela me cortou. — Então, por favor, cuide de mim. Eu sei que você fará um trabalho cento e cinquenta por cento melhor do que eu! Todos os outros guerreiros pensam o mesmo!
Eu não sabia de onde ela tirou esses cento e cinquenta por cento, mas acenei com a cabeça. — Certo.
— Sério? Ótimo. Já que estamos aqui, vá em frente. Vou voltar para celebrar com o resto dos guerreiros agora.
— Ok. Até mais.
Ainar voltou pelo caminho enquanto eu entrava na tenda do chefe.
— Você está aqui.
Para minha surpresa, ele estava acordado. E não só isso, parecia completamente bem. Será que foi porque Ainar usou uma poção? Ele só tinha alguns hematomas e um pouco de inchaço.
Screech.
Eu não pedi permissão ao dono da tenda, mas agi como o bárbaro que sou e arrastei uma cadeira para me sentar ao lado dele.
— Como estão seus ferimentos?
— Nada que eu não possa aguentar, não se preocupe.
— Sério? — Bem, eu só estava perguntando por cortesia, então não me preocupei em argumentar. Isso já era formalidade suficiente, de qualquer maneira, fui direto ao ponto. — Quando você vai me passar a posição de chefe?
— Amanhã, assim que o sol nascer.
A resposta me surpreendeu. — Achei que demoraria mais, já que precisaremos contatar os guerreiros que vivem fora.
— A esta altura, sua história já se espalhou pela cidade. Todos vão voltar para a terra sagrada por conta própria.
Bem, ele certamente não estava errado. Cada vez mais guerreiros tinham se juntado às festividades à medida que as notícias se espalhavam.
— Mas… Hm. Notei que você parecia bastante aliviado após lutar tão intensamente? — A segunda pergunta que fiz foi mais por curiosidade pessoal.
— Sempre senti que essa posição não era certa para mim. Ah, e acho que estava certo, já que perdi.
— Entendo.
— Então, por que você veio me ver? — perguntou o chefe, aparentemente confiante de que eu vim visitá-lo por outro motivo.
Eu sorri enquanto lhe contava o verdadeiro motivo da minha visita. — Quero saber sobre o rei.
— …O rei?
— Sim. Que tipo de homem ele é?
Afinal, eu seria o chefe amanhã, certo? Já estava na hora de eu finalmente ouvir alguns dos segredos sombrios que assolam este reino.
— O rei… — O chefe sorriu amargamente enquanto se recostava contra a parede. — Apenas uma vez.
— Hã?
— Uma vez. Foi o número de vezes que o encontrei.
Eu não esperava por isso. Dado o quão apavorado ele parecia quando falou sobre o rei na minha frente, eu tinha certeza de que o chefe o conhecia bem.
— Aconteceu quando a Guerra das Relíquias Sagradas estava chegando ao fim… cerca de treze anos atrás. Naquela época, eu tinha acabado de me tornar chefe, e fui a uma conferência entre as diferentes raças, com a intenção de restaurar nossa tribo decadente à sua antiga glória. Foi quando o conheci pela primeira vez. — A respiração do chefe ficou irregular enquanto ele olhava para o nada, perdido em suas lembranças daquele dia.
— Nesse dia… o que aconteceu?
— No começo, não foi nada incomum, apenas uma reunião normal. Os anões e os terians estavam discutindo algo que eu não entendia. Enquanto isso, eu estava ocupado discutindo com o velho da Torre Mágica, que estava representando os humanos.
— A Torre Mágica? O rei não deveria ser o representante dos humanos?
— Eu pensei o mesmo. Mas desde que sou chefe, sempre foi outra pessoa representando os humanos nessas reuniões, nunca o rei.
— Entendo… — Isso era novidade para mim. Informações sobre as discussões entre os representantes de cada raça não eram algo a que guerreiros comuns da tribo tivessem acesso.
— De qualquer forma, aquele dia foi especial.
Embora supostamente fosse quase impossível encontrá-lo em pessoa, o rei apareceu abruptamente na reunião deles para uma visita única na vida. O próprio chefe ainda não sabia por que ele apareceu naquele dia.
— Eu estava ocupado discutindo com aquele velho da Torre Mágica quando, antes que eu percebesse, um homem chegou. Ninguém ali sabia quem ele era. Um de nós até tentou expulsá-lo, mas…
— …Mas?
— Ele disse apenas uma frase.
— Ajoelhem-se, meus servos.
Aparentemente, no momento em que essas palavras saíram de sua boca, todos os representantes ficaram ali parados por um instante, depois se ajoelharam diante dele. Eles esqueceram todas as perguntas e pensamentos que tinham em suas cabeças.
— Nós nem sabíamos quem ele era, mas de alguma forma, as palavras saíram de nossas bocas.
— Que palavras?
— Saudamos Sua Majestade, o Rei.
O chefe continuou enfatizando o quão aterrorizante e estranha foi aquela experiência. A sensação de absoluta impotência que ele sentiu. A perda completa de qualquer vontade de resistir às ordens. Claro, eu estava mais interessado em outra parte da história dele.
“Se ele tem a habilidade de controlar os outros… isso significa que ele é um mago?”
Qual poderia ser a fonte do poder do rei? Não existia nenhuma essência no labirinto com o poder de manipular seres sem os tocar, ou algo semelhante. Por isso, pensei que talvez fosse magia.
No entanto, quando mencionei minhas especulações, o chefe balançou a cabeça em uma rápida negativa. — Não era nada parecido com magia ou uma essência. Era como se a própria voz dele tivesse poder. Como se estivesse escrito no meu sangue e alma desde o momento em que nasci que ele é o rei, meu mestre.
Quanto mais ele falava sobre sua experiência, mais confuso eu ficava. Por enquanto, decidi ouvir o resto da história. — Então, o que aconteceu depois?
— Nada de mais. Ele simplesmente nos olhou, como se estivesse procurando alguém, e então disse ‘Eles não estão aqui’ e foi embora. Só então pudemos respirar novamente.
Esse foi o encontro completo do chefe com o rei.
Antes de eu forçar meu cérebro a inventar alguma explicação lógica para isso, eu precisava esclarecer algumas coisas.
— Você está perguntando quão fortes eram os outros representantes naquela época? Não tenho certeza… provavelmente tão fortes quanto eu.
Eu não queria presumir que a habilidade de manipulação do rei era imbatível, mas ele conseguiu controlar cinco aventureiros de alto nível que exploraram o oitavo andar ou mais com apenas algumas palavras. Também parecia não haver limites para o alcance da habilidade dele.
— Você não acha que eu teria resistido se pudesse? Não me faça rir. Eu preferiria morrer a me ajoelhar diante de alguém que eu nunca tinha visto antes.
O chefe estava convencido de que, se o rei tivesse ordenado que ele morresse naquele momento, ele teria tirado a própria vida ali mesmo.
“Se não é uma essência ou magia… que tipo de truque o rei usou?”
Eu não sabia. Felizmente, havia uma coisa na qual eu ainda podia depositar minhas esperanças.
— Ah, pensando bem, aquele velho da Torre Mágica só percebeu quem ele era e seguiu o exemplo depois que todos nós nos ajoelhamos.
Talvez o poder dele não funcione em humanos? Era uma possibilidade, mas eu não podia ter certeza.
“…De qualquer forma, pelo menos confirmei que o rei parece ter algum tipo de habilidade.”
Embora o chefe não soubesse muito, eu ainda sentia que isso não era tão ruim assim. Então, passei à minha última pergunta. — Como o rei parecia? Ele parecia doente?
— …Eu não me lembro. Não consigo me lembrar da idade dele, se era realmente um homem ou uma mulher, nem mesmo da voz que ouvi.
Hmm… O rei também pode manipular memórias? Não, talvez tenham usado um feitiço ou um item para isso. Ao contrário do poder de controlar os outros, definitivamente existiam algumas habilidades e itens que poderiam mexer com as memórias das pessoas.
— Você tem mais perguntas sobre o rei?
— Não, era só isso.
— Bem, isso é bom. Então…
O chefe acenou com a mão no ar como se quisesse me dispensar.
“Isso é um pouco estranho.”
A atitude dele realmente estava me confundindo. — Chefe, posso fazer uma última pergunta?
— Vá logo.
— Por que você está agindo de forma tão relaxada? Não é como se você soubesse que tipo de chefe eu serei, ou o que farei quando você me passar a posição. — Na verdade, da última vez que conversamos, tivemos uma discussão durante a qual o chefe me disse que não haveria mais lugar para vivermos se antagonizássemos os humanos, e que, mesmo que as coisas parecessem injustas, teríamos que engolir e lidar com isso. Na época, fiquei um pouco frustrado com a lógica dele, mas em retrospectiva, fazia sentido do ponto de vista do chefe.
— Por que eu deveria me importar com tudo isso? Não sou mais o chefe. — Mas hoje, o chefe apenas riu como se eu tivesse contado uma piada engraçada. — A partir de amanhã, sou apenas um bárbaro comum.
Certo. Ele não era mais o chefe, apenas um guerreiro comum.
— E… — disse o guerreiro comum agora, com um brilho nos olhos. — Desde os tempos antigos, sempre estivemos um passo atrás dos outros. Isso responde sua pergunta?
— …Sim.
— Ótimo, então saia. Estou com fome.
Saí da tenda do chefe e fui para outra tenda dormir.
E assim, a manhã chegou.
— Woohoo!
Eu estava diante de mais de dez mil guerreiros.
— Guerreiros, eu, Bjorn, filho de Yandel, juro isso pela honra de um guerreiro!
Nenhum deles entenderia se eu dissesse algo muito complicado, então decidi ser breve.
— Vou garantir que nos tornemos mais fortes, recuperar tudo o que perdemos e ir ainda mais além! — Declarei enquanto olhava para a muralha além da floresta.
【Sua posição dentro da raça escolhida mudou de Guerreiro Comum para Chefe.】
【O atributo especial de Aprovação agora se aplica ao seu personagem.】
Foi assim que acabei trilhando o caminho de um chefe bárbaro.
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação…】
【Sua Aprovação…】
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