A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 452: Revolução Bárbara (1/4)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』
Havia vários atributos especiais em Dungeon and Stone, alguns das quais eram ocultos e não afetavam seu Poder de Combate Geral. Um exemplo clássico era o atributo de Reputação.
“Embora chamá-lo de atributo seja um pouco exagerado.”
Se a sua Reputação fosse alta, as pessoas ao seu redor começavam a notar você, o que, por sua vez, aumentava a probabilidade de você vivenciar eventos especiais, como missões inesperadas. Em outras palavras, esse atributo aumentava sua simpatia básica com NPCs com quem você estava conversando ou encontrando pela primeira vez. No entanto, era mais uma decoração do que qualquer outra coisa.
“Honestamente, não passava de uma medida do seu progresso.”
Essencialmente, você poderia dizer que causa e efeito estavam invertidos nesse caso. Não era que o jogador se beneficiava ao receber esse atributo, mas sim que o jogador recebia o atributo porque já era bem conhecido e influente. Celebridades não ficavam mais famosas e queridas porque seu atributo de Fama aumentava. Não, elas simplesmente eram famosas desde o início.
Isso era, em efeito, como o atributo de Aprovação também funcionava. Ela aumentava sua influência dentro da sua raça enquanto diminuía a frequência com que os membros discordavam de você. Por causa disso, coisas como a taxa de sucesso de suas políticas e a taxa de execução de suas ordens aumentavam. O atributo era geralmente inútil quando você seguia a rota comum de aventureiro, mas se tornava incrivelmente importante se você estivesse perseguindo um papel de liderança.
Bem, a menos que você fosse um bárbaro.
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
【Sua Aprovação…】
【Sua Aprovação…】
Desde que você seguisse a rota típica para se tornar o chefe bárbaro, seu atributo de Aprovação era extremamente alto desde o início. Afinal, você tinha que conquistá-lo da maneira tradicional. Os guerreiros tinham grande respeito pela autoridade do chefe e seguiam suas instruções sem questionar.
“O problema é que, ao contrário de outras raças, onde você pode manter sua posição indefinidamente ao manter uma alta Aprovação, não há garantia de que isso durará para sempre aqui.”
Qualquer um poderia me desafiar pela posição de chefe a qualquer momento. Mesmo assim, isso não seria um grande problema para mim. Na verdade, funcionava a meu favor, porque significava que, não importa quais erros eu cometesse, eu nunca perderia minha posição de chefe desde que ninguém pudesse me derrotar em combate.
“…Ainda assim, eu deveria trabalhar para manter minha Aprovação alta. Se ela ficar muito baixa, esses garotos vão todos ficar deprimidos.”
Eu estava lá, perdido em pensamentos, enquanto Ainar limpava a tenda em que eu me mudaria como novo chefe. Depois de um tempo, ela se aproximou de mim e disse:
— Bjorn! Por que você está aí parado?!
Que pergunta estranhamente tola vinda dela.
— Porque eu sou o chefe.
— M-Mas… não é certo eu ter que fazer isso sozinha!
— E Ainar, agora você é uma anciã.
— …Anciã? Eu? — A notícia de sua promoção atingiu Ainar como um soco na cabeça, deixando-a atordoada. Hum, isso era realmente tão inesperado?
— Claro que é! Onde mais eu poderia encontrar uma guerreira mais confiável do que você, Ainar?
Ela engasgou com a própria saliva.
— Você não é Ainar, segunda filha de Fenelin?! Uma dos Sete Poderosos, a Espada Selvagem?! Eu deveria estar perguntando por que os antigos anciões e o chefe têm tratado você como uma guerreira comum todo esse tempo!
— Bom… não sei muito sobre isso, mas…
O que estava acontecendo com essa súbita falta de confiança?
— Eu sou Bjorn, filho de Yandel! Chefe dos Bárbaros! Um barão do reino de Rafdonia! Então escute minhas palavras!
Quando você queria que alguém te ouvisse, a melhor coisa a fazer era colocar seu status em destaque.
【Sua Aprovação aumentou em +1.】
No final, não precisou muito para convencer Ainar.
— I-Isso é verdade?
— Sim.
— T-Tudo bem! Então agora sou uma anciã!
— Então posso pedir para você terminar de limpar? Como chefe, tenho outros trabalhos para cuidar. É natural que uma anciã me assista.
— Claro! Também estou feliz em ajudar!
Ainar voltou a limpar sem mais uma palavra de reclamação. Sentei-me na minha cadeira e fechei os olhos. Não porque eu estivesse com sono, mas porque tinha algo em que precisava pensar.
“A situação era muito pior do que eu imaginava…”
O ex-chefe havia me informado sobre a situação atual da tribo, e as coisas estavam de alguma forma ainda piores do que eu imaginava. Havia problemas com as finanças, o tamanho da população, o bem-estar geral, a infraestrutura… Listar o que não era um problema poderia ser uma tarefa mais fácil. Era um milagre que a tribo estivesse funcionando de alguma forma, e eu não tinha certeza por onde começar.
“Acho que deveria ter sabido que haveria complicações.”
Depois de classificar os problemas em ordem de urgência e dificuldade, ficou claro para mim o que eu precisava fazer antes de qualquer outra coisa.
Primeiro: Reorganização do Gabinete.
Essa seria a primeira missão que eu teria que enfrentar como o novo chefe, embora eu não chamasse isso exatamente de ‘reorganização’.
— Ei… Bjorn? — Pouco depois de eu fechar os olhos, Ainar se aproximou e cuidadosamente me sacudiu no ombro.
— Quando estivermos na terra sagrada, me chame de Chefe.
— Oh, então… Chefe…?
— Bom. O que foi?
— Estive pensando, e… você não acha um pouco injusto para mim, uma anciã, fazer todas essas tarefas?!
“Tsk. Esse é o problema com garotos que estudam…”
Ela tinha ficado um pouco mais esperta sobre essas coisas depois de ler todos aqueles livros.
— Se você não quiser fazer sozinho, peça para outro guerreiro fazer! Ou vá chamar outro ancião para fazer! Eu… eu odeio limpar!
Eu ri da declaração ousada e egoísta dela.
— Tudo bem, então pare de limpar.
— Você vai pedir para outro ancião fazer isso?
— Não. Não há outros anciões de qualquer maneira, só você.
— …Hã? O que você quer dizer?
Então ela não sabia. Eu lancei a minha introdução sobre o que tipicamente acontecia quando um novo chefe assumia o poder.
— Todos os anciões originais se aposentaram com o ex-chefe.
— O quê?! Não me diga que aqueles velhotes todos foram embora porque não queriam te reconhecer como nosso líder!
— Calma. Não foi isso que aconteceu.
No início, eu também pensava que eles estavam saindo porque estavam insatisfeitos que um nobre estava se tornando o chefe, mas acabou sendo outra coisa.
— Você é o chefe, e ainda assim vai voltar para o labirinto? Haha! Então faça o seu melhor! Não morra como da última vez!
Os anciões tinham ficado surpresos com a minha declaração de que eu não iria parar de ser um aventureiro, mas eles não pareciam se importar nem um pouco com o fato de eu ser um nobre. Eles estavam sinceramente felizes por finalmente poderem se aposentar.
— Kahaha, você está prestes a ter um tempo ruim. Acho que os jovens guerreiros hoje em dia gostam de seguir o caminho difícil.
— Faça o seu melhor! E se houver algo que você não saiba, nem se dê ao trabalho de vir até mim! Eu não vou mais fazer matemáticas!
Acontece que todos os antigos anciões eram guerreiros que lutaram ao lado do ex-chefe e relutantemente assumiram seus cargos depois que ele implorou para eles. Os miseráveis velhos guerreiros vinham reclamando todos os dias por anos que queriam desistir, mas, de alguma forma, o chefe conseguiu convencê-los a tomar a pena como sua arma de escolha.
— Então não os odeie muito por tentar economizar uma poção.
— …Hum?
— Eu verifiquei, e realmente não temos mais dinheiro na tribo.
Ainar reclamava e falava mal dos anciãos por não quererem usar uma poção no antigo chefe e por se recusarem a dar armas melhores ou sapatos aos jovens guerreiros durante a cerimônia de maioridade, mas…
— I-Isso é…! — Agora, ela parecia uma jovem que acabou de descobrir que seus pais estavam secretamente trabalhando em empregos noturnos para pagar seus estudos.
— De qualquer forma, se houver outros guerreiros dignos de assumir o papel de ancião, recomende-os a mim. Você provavelmente os conhece melhor do que eu.
— Isso… definitivamente é verdade! Afinal, Bjorn, você é…
— Chefe.
— …Chefe, você está ocupado cuidando do clã.
Eu suspirei, agradecido que ela estivesse, pelo menos, disposta a fazer isso por mim. Ainar recomendou alguns guerreiros, mas sua voz foi sumindo enquanto ela coçava a cabeça, perdida em pensamentos.
— Ainar, o que é essa expressão? — Perguntei, percebendo que algo estava errado. — Você parece incerta sobre alguma coisa.
Os ombros dela caíram com a minha pergunta. — Eu só estive listando meus amigos próximos que são bons em lutar… mas não tenho certeza se eles vão atender às suas expectativas…
— O que você acha que eu estou esperando?
— Bem… nenhum deles sabe ler.
— Ah, não se preocupe com isso.
— Hã? Sério?
— Claro. — Eu nunca esperei encontrar alguém que soubesse ler, para começar. Aparentemente, os antigos anciãos só começaram a aprender a ler e escrever depois de se tornarem anciãos. Além disso… — Eu não pretendo confiar as funções administrativas aos anciãos como antes.
Como eles achavam que os bárbaros chegaram a essa situação em primeiro lugar? Nunca fomos do tipo que lia, contava ou fazia trabalho administrativo.
— Eu só preciso que os anciãos ensinem nossos jovens guerreiros a lutar e a cuidarem uns dos outros.
— Hã? Então quem vai fazer todo o resto? Não importa o quão inteligente você seja, isso vai ser demais para você fazer sozinho.
Eu ri. — A resposta está dentro dos muros do castelo. Eu planejo contratar humanos.
Eu ia contratar outros para fazer o trabalho por mim. Em outras palavras, os bárbaros estavam terceirizando.
Eu precisava de um funcionário de escritório que fosse habilidoso em assuntos administrativos, e havia uma pessoa que se encaixava perfeitamente: Shavin Emoor, uma oficial administrativa de nível sete que, por acaso, era minha amiga.
“Ouvi de Ragna que ela foi promovida ao nível seis recentemente, mas foi demitida logo depois por algum motivo.”
Claro, minhas chances de recrutá-la não eram tão altas. Pelo que pude ver, ela recusou a oferta de trabalho de Ragna para preservar a amizade, o que significava que ela poderia recusar minha oferta pelo mesmo motivo.
“Pelo menos, eu poderia conseguir alguns bons nomes de candidatos com ela.”
Isso era tudo o que eu precisava agora, de qualquer maneira. Encontrar indivíduos talentosos era ótimo e tudo mais, mas antes disso, eu precisava reunir fundos para contratá-los.
“O que fazer sobre os fundos…”
Esse era mais um problema sem solução. As economias da tribo estavam quase no fundo do poço. Mal tínhamos o suficiente para pagar pelas armas nas várias cerimônias de maioridade e refeições para os guerreiros menores de idade.
“…Primeiro, preciso encontrar uma nova fonte de renda.”
Em vez de dar peixe a um homem faminto, você deve ensiná-lo a pescar. Para mudar os bárbaros, eu precisava repensar completamente como a tribo ganhava dinheiro. Não fazia sentido esperar que os guerreiros que estavam ativos no labirinto fizessem doações ou deixassem suas propriedades para a tribo se morressem só porque éramos da mesma raça.
“Dinheiro, hein?”
Nenhuma ideia se destacou para mim. Por um lado, os bárbaros viveram em seu pequeno pedaço de terra por milhares de anos, então certamente não havia mais minério de ferro para minerar.
“E eu também não gosto da ideia de trabalhar com metal.”
Poderíamos ser capazes de produzir metal de alta qualidade usando nossos músculos para forjar o ferro, mas isso era tudo. Os ferreiros da cidade faziam armaduras de uma qualidade muito superior à nossa, então mudar nossa maneira de viver para nos tornarmos ferreiros não era viável desde o início. Levaria tempo que não tínhamos, e nossos esforços nunca nos permitiriam superar os anões.
“…Será que realmente não há nada que possamos fazer além de lutar no labirinto? Droga, o que diabos são os bárbaros, afinal?”
Depois de amaldiçoar a situação, algo de repente me ocorreu. Por que os bárbaros estavam sem fundos quando todos nós éramos capazes de nos tornar aventureiros? Aventureiros ganhavam a vida decentemente, e mais do que isso. Não só isso, nossos guerreiros eram ensinados desde cedo a pagar seus impostos em dia para ajudar a tribo.
— Ainar.
Como eu não conseguia descobrir, decidi perguntar a uma bárbara de verdade por conselho, mas a resposta dela foi surpreendente. — Isso provavelmente é porque… somos pobres.
— Não, estou dizendo que não consigo entender o motivo pelo qual vocês são pobres. Vocês não estão ganhando dinheiro decentemente?
— De jeito nenhum, isso é só você! Depois de comprarmos nosso equipamento, bebidas e comida, mal nos sobra alguma coisa!
Era uma desculpa aceitável à primeira vista, mas, como um especialista em todas as coisas bárbaras, interpretei a afirmação dela de outra forma. O problema não era a renda deles, mas os gastos. Eles gastavam somas excessivas consigo mesmos e investiam apenas trocados na tribo. Era por isso que estávamos financeiramente falidos.
— Eu, hum… eu prometo que não estamos roubando nada.
— Não estou dizendo que estão. Apenas me diga para onde vai o dinheiro que vocês gastam.
— …Você não pode contar aos outros guerreiros que eu te contei.
— Entendi. Vamos, diga logo.
— Bem, os outros guerreiros não gostam de vender seu equipamento antigo, mesmo depois de comprar novos.
— …O quê?
— Faz sentido, certo? Depois de usar um equipamento por tanto tempo, você acaba se apegando a ele… e alguns guerreiros até gostam de passá-los para seus filhos!
Eu fiquei sem palavras.
Esse era o motivo pelo qual a tribo não tinha dinheiro. Era completamente ridículo, mas não havia nada que eu pudesse fazer para resolver o problema imediatamente. Coletar equipamentos tinha se tornado um hábito bárbaro, assim como os corvos coletam objetos brilhantes. Nem mesmo o chefe teria influência suficiente para mudar algo que estava enraizado no DNA bárbaro.
Mas ainda assim.
— I-Isto não é tão ruim, no entanto! N-Não é como se coletar equipamentos fosse uma forma de poupança?!
A desculpa de Ainar me atingiu como um raio. — …Poupança?
— S-Sim! Se nos tornarmos famosos mais tarde, então podemos vender por mais! É um investimento, mas de uma forma diferente!
— …Investimento?
— Mas, c-claro, eu não sou assim! Tenho algumas peças, mas… cuidei para que nenhuma fosse igual! São todos tipos diferentes de equipamentos, então posso usá-los sempre que precisar e…
— Ainar! Você é um gênio?
O devaneio dela me deu uma ótima ideia, embora Ainar não parecesse perceber o que acabara de fazer.
“Sim, isso vai ser revolucionário.”
Não havia palavra melhor para descrever.
Graças ao festival, todos os bárbaros que viviam fora da tribo haviam retornado à terra sagrada. Sob o sol brilhante, eu lancei minha proposta, sem introduções necessárias.
— Todos, tenho algo a lhes dizer! — Assim que todos estavam reunidos, comecei meu discurso, ou devo dizer, o anúncio da minha primeira política. — Bravos guerreiros! Eu não sou como os chefes anteriores! Em vez disso, decidi dar a todos vocês uma oportunidade!
Os olhos dos guerreiros brilharam com a palavra ‘dar’. Eles estavam todos ouvindo atentamente, curiosos para saber o que eu estava prestes a oferecer.
— Uma oportunidade…?
— Eu não sei o que é, mas parece uma coisa boa…?
Certo, eu havia conseguido despertar a curiosidade deles. Eu tinha que agir rapidamente antes que eles se distraíssem, como era típico dos bárbaros. Graças a Ainar, consegui bolar um plano que deveria educar os bárbaros sobre economia, ao mesmo tempo em que restaurava nossos fundos.
— Estou dando a vocês a oportunidade de comprar terras aqui na terra sagrada!
— …Terras?
— Mas ele acabou de dizer que ia nos dar algo? Agora ele quer que compremos alguma coisa? Com dinheiro?
Os bárbaros pareciam confusos com o que eu estava dizendo. Sim, eu imaginei que eles não entenderiam de imediato. Eu tinha que começar do começo e manter as coisas simples para o bem deles.
— Você tem uma casa na cidade? Provavelmente não, certo? Não, mesmo que tenha, não é realmente sua, porque o terreno não é seu. Como vocês são plebeus, nunca poderão realmente possuir terras no reino! — Apenas os nobres tinham esse privilégio. — Mas aqui na terra sagrada, as coisas são diferentes. Se você comprar terras aqui, eu vou garantir que elas permaneçam suas, para sempre.
Com um pequeno imposto sobre a propriedade, é claro.
— Faça o que quiser com a terra. Escreva seu nome na terra, construa um monumento ou uma estátua gigantesca, a escolha é sua.
— …Qualquer coisa que quisermos?
— Sim! Total liberdade! Quer construir uma casa? Vá em frente! Você não precisa mais dormir em uma tenda frágil que vai desabar na chuva! Você não precisa mais comprar uma casa na cidade que nunca será sua! Agora, você pode construir a sua própria, para que até os filhos dos seus filhos possam viver nela para sempre!
“Vou deixar que construam o quanto quiserem. Nem vou me preocupar em implementar um imposto sobre janelas.”
— I-Isso parece uma coisa boa? — Os bárbaros começaram a se interessar pela ideia ao ouvir que seus descendentes poderiam manter a terra para viver.
No entanto, alguns apenas inclinaram a cabeça em hesitação.
— Mas para comprar terras…
— Eu não sei quanto vai custar, mas isso deve ser caro!
— Terra é realmente tão valiosa assim? Prefiro comprar uma arma que eu possa usar…
Alguns dos guerreiros instintivamente sentiram que algo estava estranho, então, antes que a maré virasse, era hora de eu jogar minha carta na manga. — Pensem bem, guerreiros! Um dia, essas armas que vocês compram vão enferrujar. Mas a terra que vocês compram é diferente. Ela vai durar para sempre e pode um dia ser passada para seus filhos.
Claro, esse argumento não convenceria os corações dos bárbaros, cujo lema era viver o presente.
— Além disso, se vocês comprarem terras, não terão mais que pagar para viver em uma pousada ou qualquer outra acomodação! Não só vocês, mas também seus filhos! Para sempre!
No entanto, esses bárbaros eram obrigados a gastar uma quantia decente de dinheiro em acomodações todos os meses. Seus olhos se arregalaram ao perceber isso.
— …E-Eu entendi!
— Faz sentido! Se você tem terras, pode simplesmente dormir aqui na terra sagrada!
Eles finalmente perceberam o valor de possuir terras.
— Mas seria mais conveniente viver na cidade perto do labirinto…
Alguns poucos ainda expressaram preocupações razoáveis, mas eram apenas uma pequena fração da população. Eu tirei um momento para memorizar seus rostos. Junto com os melhores lutadores da nossa tribo, esses guerreiros poderiam se revelar bons anciãos no futuro.
Era hora de passar para a próxima fase.
— E mais importante… — Eu dei um largo sorriso enquanto todos os bárbaros ouviam em silêncio, esperando pela grande revelação. Graças a isso, eu não precisei gritar para ser ouvido. — Em breve, as terras aqui na terra sagrada vão se valorizar!
O dinheiro era um motivador universal que atravessava barreiras raciais.
— Elas vão ficar ainda mais caras com o passar do tempo. Então, mesmo que você decida comprar terras mais tarde, não vai mais conseguir! Não é óbvio?! Uma vez que alguém compra terras, elas serão suas para sempre! E uma vez que todas as terras tiverem sido vendidas, não haverá mais nada para os outros viverem! Então, se você quer terras, vai ter que implorar para que outros vendam as deles! Você vai ter que pagar um preço alto e torcer para que outro guerreiro aceite vender para você!
Era o simples princípio da oferta e demanda.
— Comprar terras será difícil depois. Quem iria querer vender um pedaço valioso de terra onde até os filhos dos seus filhos podem continuar vivendo? Eles não terão mais que gastar dinheiro morando na cidade nunca mais. Ah, e se você não comprar terras, os filhos dos seus filhos vão ficar com raiva de você por serem forçados a dormir em uma tenda. Eles dirão: ‘Por que meus ancestrais não compraram terras naquela época?’
Eu pude ver o pânico nos olhos dos guerreiros enquanto eles imaginavam seus futuros netos os repreendendo. Agora que eu tinha colocado os descendentes deles como reféns, não havia necessidade de mais explicações.
— Guerreiros! Vou dizer isso uma última vez!
Eu decidi concluir as coisas como um político moderno: o mais alto que eu conseguia.
— Um guerreiro nunca desperdiça uma oportunidade que está bem na frente dele!
A resposta para os nossos problemas era o mercado imobiliário.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.