Capítulo 458: Raid (3/5)

『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』

Para aproveitar Dungeon and Stone ao máximo, era preciso ser bom em se adaptar a qualquer coisa que o jogo jogasse em seu caminho. Não estava falando sobre se familiarizar com o cenário do jogo, mas sim se adaptar ao estilo de jogo que ele exigia. Uma fenda se abrindo de repente enquanto você estava no meio de uma caçada, um companheiro de equipe traindo você ao cruzar com um monstro de alto nível — você inevitavelmente encontraria situações inesperadas como essas em algum momento jogando o jogo.

Como agora.

— Senhor, aquilo…

— Sim, é isso mesmo.

O Lorde do Andar havia sido invocado. Em outras palavras, alguém no terceiro andar sacrificou sete corpos humanos dentro da Cabana da Bruxa, seja intencionalmente ou não.

Bem, eu tinha uma sensação de que foi deliberado, claro.

“…Mas às vezes, realmente é coincidência.”

O exemplo A era ninguém menos que eu. No dia em que Missha e eu participamos acidentalmente de sua invocação, eu havia decidido queimar os corpos apenas porque estávamos desesperados para fazer uma pausa na cabana. Infelizmente, alguém já tinha feito o mesmo, então o Lorde do Andar acabou aparecendo. De qualquer forma, isso não era importante agora.

— Yandel, o que devemos fazer?

— Primeiro, vamos sair da floresta. Não podemos ir para o quarto andar agora, de qualquer forma. — Quando Riakis, o Lorde do Caos, era invocado, todos os portais no terceiro andar eram desativados, transformando todo o terceiro andar em uma enorme sala de chefe.

Enquanto colocávamos o máximo de distância possível entre nós e a floresta, algumas caras familiares decidiram aparecer.

— Bjorn! Tem uma coisa nojenta rastejando por ali. O que é isso?

— Um Espírito do Caos.

Assim que Riakis era invocado, esses monstros surgiam e se espalhavam por todo o andar, perseguindo quem quer que atraísse sua atenção até a morte. Suspirei ao me lembrar disso.

“Faz muito tempo que não vejo esses desgraçados.”

— Eu cuido deles. — Sem nem precisar disparar uma flecha, Erwen usou um espírito de fogo para matar três Espíritos do Caos de uma vez.

Se estivéssemos planejando enfrentar o chefe, teríamos que ser cuidadosos e acompanhar quais locais estavam se deteriorando, mas como não íamos caçar Riakis de qualquer maneira…

— Kwohhh!

Um rugido familiar ecoou da Floresta da Bruxa. Fiquei um pouco desapontado. Achei que da próxima vez que ouvisse aquele som, seria eu o caçador.

— Bjorn! Não deveríamos fazer algo em vez de simplesmente fugir?

— O quê, você quer que nós quatro enfrentemos um Lorde do Andar?

Tecnicamente falando, Auyen fazia cinco, mas ninguém se preocupou em me corrigir. Não era como se uma pessoa a mais fosse suficiente para tornar o impossível possível.

— Bjorn, não é isso que eu quis dizer… Só estava me perguntando se há algo que podemos fazer? Ouvi dizer que muitas pessoas morreram da última vez que isso aconteceu.

Sim… Muitas pessoas realmente morreram, e como eu fui o responsável pelo incidente, me senti genuinamente culpado por isso.

— Ah, e eu ouvi que em uma situação de desastre, aventureiros de nível mais alto têm o dever de ajudar!

Sim, esse era o juramento do aventureiro. Foi por isso que o clã Dzarwi, que por acaso estava no terceiro andar na época, fez o possível para proteger os aventureiros de baixo nível. Mesmo os maiores clãs não podiam deixar de temer represálias da guilda.

“Embora eles tenham extorquido dinheiro dos aventureiros como uma taxa de proteção…”

Uma coisa era clara, no entanto. Sem a ajuda deles naquele dia, muito mais pessoas teriam morrido. Mesmo depois que o Lorde do Andar apareceu, eles ainda arriscaram suas vidas para proteger os aventureiros de baixo nível reunidos ali por quase quatro horas.

— E-Eu quero dizer, não sei o que deveríamos fazer em uma situação como essa. Eu só sei lutar. Mas você é diferente, Bjorn, então…

— Ainar, calma.

Ela rapidamente calou a boca, envergonhada. Mas, embora ela claramente sentisse que havia falado demais, não parou de olhar diretamente para mim.

Eu podia dizer só pelo olhar dela. Ainar era justa. Havia apenas duas coisas que ela desprezava neste mundo, e eram monstros e saqueadores. Desde que não fossem uma dessas duas coisas, ela queria ajudar os outros o máximo possível.

— Não se preocupe. Eu não vou deixar pessoas morrerem sem fazer nada. — A situação no geral não era tão ruim. Ajudar os outros e retribuir nem sempre era uma perda, afinal.

— Oh! Eu sabia!

— Você achou que eu simplesmente fugiria? Tenho certeza de que há muitos outros bárbaros aqui no terceiro andar.

Dito isso, proteger os bárbaros era quase irrelevante para mim neste ponto. Eu tinha planejado intervir de qualquer forma. Qual era o meu nível de Reputação agora? Ele despencaria se se espalhasse a notícia de que eu fugi sozinho no terceiro andar sem ajudar ninguém.

— Ahhh! Então o que devemos fazer? Vou seguir sua liderança, mesmo se você me pedir para pular no fogo!

— Vamos ficar aqui e observar a situação por enquanto.

— …O quê?

Minha razão para ficar de prontidão na borda da floresta era simples.

— …Você acha que pode ser que nem precisemos fazer nada.

— É quase impossível obter permissão da Guilda dos Aventureiros para caçar o Lorde do Andar do terceiro andar, então talvez algum clã tenha simplesmente o invocado sem permissão.

— Ah! Isso significa que se eles o matarem sozinhos, não haverá problema!

— Exatamente.

Isso tudo era especulação, claro. Ainda não havia como confirmar que era isso que estava acontecendo.

— Kwohhh!

Observando das margens da floresta enquanto um rugido feroz ecoava, recebi atualizações em tempo real sobre a situação através da Erwen.

— Riakis está indo em direção ao lado oeste da Floresta da Bruxa. Teríamos que estar mais perto para dizer com certeza, mas parece que há bastante gente por lá.

— Quantas?

— Não sei. Eles estão muito longe…

— Então vamos nos aproximar.

Caminhamos ao longo do perímetro da floresta, indo para o oeste. Graças às incríveis habilidades de detecção da Erwen, logo conseguimos reunir informações mais detalhadas.

— …Há cerca de quinze pessoas, e parece que estão sendo perseguidas por Riakis.

Hm, será que estavam mesmo? Eu apostaria que estavam procurando um lugar melhor para lutar. O terreno da floresta estava cheio de obstáculos que bloqueavam a visão, tornando-o um ambiente desfavorável para qualquer grupo que quisesse enfrentar um chefe. Mais do que isso, havia algo mais que despertava meu interesse.

— Quinze pessoas… — Não era gente suficiente para derrotar Riakis, embora tecnicamente fosse possível com a estratégia e linha de frente perfeitas. — Acho que essas quinze pessoas são a isca, enquanto o grupo principal está esperando em outro lugar.

— V-Você acha?

— Consegue ouvir o que estão dizendo?

— Não. Eu chutaria que estão usando um feitiço de Controle de Voz, porque não consigo ouvir uma única palavra.

— Hm, entendo.

Era uma pena não podermos escutá-los, mas não pude deixar de me sentir aliviado com a forma como as coisas estavam se desenrolando. Se realmente fosse um desastre não planejado, eu teria que entrar na briga e arriscar minha vida enfrentando aquela coisa maldita de novo.

Tec, tec, tec, tec.

Pingos de chuva começaram a cair do céu.

Fshhhhhh!

Minha pele ardia onde a chuva negra caía, cada gota como ácido puro. Esta era a habilidade passiva de aura de Riakis.

Isso significava que estávamos perto dele.

— Teremos que nos afastar um pouco mais. — Sem um sacerdote, não tínhamos como neutralizar sua aura, então decidimos recuar um pouco, saindo do alcance da chuva. E um tempo depois…

— Estaremos fora da floresta em breve!

Embora eu não tivesse a visão incrível de Erwen ou Amelia, ainda conseguia distinguir um grupo de cerca de quinze pessoas correndo à distância.

Boom! Boom! Boom!

E, claro, havia um monstro enorme os perseguindo.

— Erwen, dê uma olhada. De que clã eles são?

— …Não estão usando emblemas.

“Hã, tiraram os emblemas? Bem, eles estavam tentando caçar o Lorde do Andar sem permissão, então isso fazia sentido.”

Eles continuaram a atrair Riakis enquanto corriam a todo vapor.

— Yandel — Amelia me chamou enquanto os observava — o que você planeja fazer agora?

— Segui-los.

— Por que fazer isso?

— Porque se eles falharem, teremos um verdadeiro desastre em nossas mãos.

Em outras palavras, se não fôssemos com eles, não teríamos como saber se precisaríamos agir.

Depois de seguir o grupo de quinze por um tempo, chegamos ao Campo de Junco Espinhento.

“Sim, acho que este seria o melhor lugar.”

O campo não tinha características de terreno que pudessem bloquear sua visão, apenas uma clareira ampla e aberta, o que o tornava um bom campo de batalha. Normalmente, haveria espinhos aqui que chegariam até os ombros, mas todos haviam sido queimados e removidos, como se alguém tivesse vindo aqui antes para preparar o local para a batalha.

— Senhor, o grupo principal está… — Erwen abruptamente se interrompeu.

— O que foi?

— Eles notaram nossa presença. Alguém está vindo em nossa direção e rápido.

— Podemos fugir deles?

— …Há uma pequena chance de conseguirmos, mas só uma pessoa está vindo.

“Hm, então é assim. Acho que não faz sentido se preocupar com isso.”

Tomei uma decisão rápida.

— Então vamos esperar aqui. — Por que fugiríamos se não fizemos nada de errado? Além disso, eu estava curioso. Que tipo de pessoas começariam uma Raid não autorizada que poderia prejudicar vidas inocentes?

— Eles estão aqui.

Não demorou muito para que alguém corresse pelo campo árido de Junco Espinhento e nos alcançasse. De longe, ele parecia um ponto indistinto, mas não demorou para que aquele ponto crescesse e tomasse forma humana.

Tff.

A cerca de dez metros de nós, o homem parou. Ele parecia ser do tipo ágil, rápido, a julgar pelas sete adagas que adornavam seu cinto.

Assim que me viu, ele congelou. Quando não disse uma palavra, fui forçado a falar primeiro. — Por que não está dizendo nada? Você foi quem correu até aqui tão rapidamente.

— …Eu nunca esperei encontrar uma celebridade aqui.

“Ah, então é por isso que ele parece tão atônito.”

— É uma honra conhecê-lo, Barão Yandel. Nunca esperei encontrar alguém tão grandioso quanto um barão no terceiro andar de…

— Chega. Quem é você?

Depois de eu o cortar, ele pareceu hesitar por um momento antes de abrir a boca. — …Sou Malid Kevron.

Se esse era seu nome verdadeiro ou não, eu não sabia, mas era tudo o que eu tinha. Decidi chamá-lo de Adagas enquanto fazia outra pergunta. — De qual clã você faz parte?

— …Do clã Sawtooth.

Eles eram um dos dez maiores clãs da cidade, agora uns dos quatro devido à guerra, e o mesmo clã do qual James Calla costumava ser o vice-capitão.

— Interessante — disse com um sorriso. — Você age como se fosse estranho eu estar no terceiro andar, mas um clã do seu status estar aqui é ainda mais estranho, não acha?

Adagas rapidamente rebateu. — Foi assim que as coisas aconteceram para nós desta vez. A propósito, por acaso foi você quem invocou o Lorde do Andar, Vossa Senhoria?

Ele era rápido de raciocínio e ágil. Nunca esperei que ele virasse o jogo assim para cima de mim, sem um pingo de medo.

— Não fui eu.

— É mesmo?

— Mas se eu fizesse a mesma pergunta a você, imagino que você também diria que não.

— Certamente não fomos nós.

— Isso significa que as pessoas que estavam correndo por aí provocando Riakis não têm nada a ver com você?

— Eles fazem parte do nosso clã, sim, mas estávamos simplesmente seguindo o juramento do aventureiro e cuidando disso, já que estávamos por perto.

“Ele é um grande falastrão.”

— Que bom ouvir isso. Então vamos dar uma mão para vocês.

Assim que ofereci nosso apoio, a expressão do Adagas subitamente endureceu. — …Agradeço pela oferta, mas não ousaríamos impor isso a você e fazer com que lute, Vossa Senhoria.

— Hm, e por que não?

— Não seria correto deixar o trabalho perigoso para os aventureiros?

Hã. Então ele estava me tratando como se eu não fosse um companheiro aventureiro só porque me tornei um nobre? Tive que lutar contra a súbita vontade de esmagar a cabeça dele com meu martelo.

— Você não gostaria de minar o prestígio da nobreza de Rafdonia ao participar de uma tarefa tão baixa, destinada aos que estão abaixo de você.

— …O quê? — O que acabei de ouvir? — Quando você diz ‘o prestígio da nobreza’… está falando de pessoas como o Conde Alminus? Um dos apoiadores do clã Sawtooth?

Fiz a pergunta apenas para confirmar, mas ele respondeu com um sorriso descarado no rosto. — Sim, isso mesmo.

Então eu ouvi direito da primeira vez.

Nesse caso, não havia motivo para tentar ter uma conversa diplomática por mais tempo. Era isso que ele estava querendo dizer, então? ‘Se não quiser problemas, então não seja ganancioso?’

— O que você está tentando dizer, seu bastardo arrogante?

— …Perdão? — Adagas congelou como um recruta novo que não sabia como havia irritado seu oficial comandante. — Eu ouvi direito?

Dei um passo à frente. — Ei, Adagas.

— …Sim?

— Sua cabeça é feita de merda de Goblin?

— O quê? O-O que você está falando…?

“Agora sim, é disso que eu gosto.”

Ele estava falando comigo de cima até agora, mas agora, ele estava começando a suar frio enquanto recuava lentamente.

— Bem, acho que vou descobrir quando eu a abrir.

Ergui meu martelo discretamente.