Capítulo 462: Prova (2/5)

『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』

Minha pele ainda estava quente da batalha, mas o ar frio a esfriava enquanto eu encontrava os olhares hostis que me cercavam.

“Nunca imaginei que eles viriam para cima de nós de forma tão descarada.”

A atmosfera estava tão carregada para uma luta que eu não ficaria surpreso se uma batalha começasse ali mesmo, mas tentei manter a cabeça fria enquanto avaliava a situação. O pior já tinha passado. Como eles estavam nos ameaçando, isso significava que queriam algo.

“Se realmente fossem nos matar, teriam fingido nos deixar ir e nos atacariam quando baixássemos a guarda.”

Então, por que estavam blefando? Isso era o que eu precisava descobrir. Não que eu não tivesse algumas suposições, mas ainda não podia ter certeza.

— Um saqueador… — Assim que terminei de refletir, soltei uma gargalhada. — Então, deixe-me perguntar: com base em quê você acha que roubei de vocês? Riakis estava vagando sozinho quando o vimos. Não é verdade, Erwen?

— Hã? Ah, é verdade! Não havia outros aventureiros num raio de um quilômetro. Baseado em precedentes, isso seria razão suficiente para anular qualquer reivindicação sobre Riakis. — Erwen testemunhou gentilmente a meu favor, disparando fatos.

Adagas, no entanto, não era do tipo que recuava diante da lógica. — Isso pode ser verdade para um monstro comum, mas estamos falando do Lorde do Andar.

— Então, o que você está tentando dizer?

— Nosso clã ser separado enquanto lutava contra Riakis foi inevitável e não indica que pretendíamos renunciar à nossa reivindicação.

Pelo equipamento que ele estava usando, tive a sensação de que sabia exatamente o que havia acontecido. Afinal, como mais todo o seu equipamento poderia estar perfeitamente intacto mesmo depois da terceira fase?

“Eles recuaram para trocar pelo novo equipamento que haviam armazenado em seus subespaços.”

Devem ter enviado uma equipe como isca para ganhar tempo para colocar o novo equipamento. O plano era que essa equipe corresse o suficiente para que a equipe principal trocasse de equipamento e se reunisse com eles. No entanto, certamente não eram cegos ao ponto de não perceber que nenhum membro daquela equipe isca estava aqui agora.

“Eles devem ter percebido em algum momento que todos estavam mortos. Quando descobriram, correram de volta aqui, mas a essa altura já era tarde demais.”

Achei que esses eram os contornos gerais do que aconteceu, embora fosse impossível saber com certeza. Não conseguia imaginar que tivesse ocorrido de forma muito diferente.

— Vocês interferiram intencionalmente em nossa Raid contra o Lorde do Andar. Nós fomos os responsáveis por causar todo aquele dano e reduzi-lo àquele estado.

— Como poderíamos saber o que aconteceu com vocês?

— Independentemente disso, vocês ignoraram minhas tentativas de diálogo e pegaram a essência para si.

— E o que há de errado com isso? Nós matamos o monstro, então ficamos com o saque.

— Mas fomos nós que o enfraquecemos até aquele ponto. Sem nós, vocês nunca teriam conseguido matar aquela besta.

Bem, nem eu podia negar isso. Mas, dado o contexto, não era óbvio que esses desgraçados foram os que invocaram o Lorde do Andar em primeiro lugar sem permissão? Como falharam em matá-lo, eu estava perfeitamente dentro dos meus direitos de avançar e finalizá-lo antes que outros aventureiros inocentes fossem feridos. Todas essas coisas eram óbvias.

— Então, o que vocês querem? — Fui direto ao ponto. Não importava quanto tempo debatêssemos, nenhum dos lados cederia. Afinal, isso não era uma questão de simples lógica.

— Faça uma promessa aqui e agora, em nome da gloriosa família real de Rafdonia. Reconheça seus erros e prometa pagar o preço pela Essência do Andar que você roubou quando retornar à cidade.

Seja no labirinto, na cidade ou em qualquer outro lugar habitado, era sempre a força que decidia o vencedor.

— Se você nos prometer isso, não consideraremos mais suas ações de hoje como saque.

Simplificando, se eu não fizesse essa promessa a eles, eles me rotulariam como saqueador e começariam a nos matar. Claro, as coisas rapidamente escalariam agora que eu havia ido direto ao ponto. Agora tínhamos três opções para escolher.

Primeira: fazer a promessa e pagar a dívida. Mesmo com meu monte de economias, levaria anos de luta para pagar essa dívida. Ainda assim, teríamos a essência, então não seria uma perda total.

Segunda: fazer a promessa, mas quebrá-la mais tarde. No entanto, havia um cristal de gravação nos filmando agora, então eu não poderia simplesmente quebrar o juramento sem enfrentar punições futuras. Com certeza eu seria destituído do meu título de nobre por manchar o nome da família real.

Isso me deixava com apenas uma opção?

Terceira: provar que minha lógica estava correta.

Não havia necessidade de hesitar. A resposta era óbvia.

— E então, o que você diz?

Que outra escolha eu tinha?

— Não importa como eu veja… — Disse, pegando meu martelo e jogando-o sobre o ombro. — Não me lembro de ter cometido erros.

— …Então você escolhe beber o vinho envenenado?

— Quem se importa, contanto que seja álcool? Álcool nunca é doce de qualquer maneira.

— Sua Senhoria… você parece pensar que realmente não iremos atacá-lo?

Bem, não, isso não era verdade. Afinal, guerras entre clãs eram apenas uma parte natural do jogo.

— Ainar! Emily! Erwen! — Chamei rapidamente os nomes das minhas companheiras, apenas percebendo um momento depois que esqueci de chamar nosso navegador, Auyen. Agora era tarde demais. Não é como se ele fosse de grande ajuda nesta situação de qualquer forma. — Todos, preparem-se para a batalha!

Assim que dei a ordem, meu grupo pegou suas armas em uníssono, preparando-se. Todos ficamos de costas uns para os outros. Até mesmo Auyen rapidamente veio e se juntou a nós depois que Amelia lançou-lhe um olhar.

— Se alguém se aproximar de vocês, matem — Falei alto o suficiente para que todos ouvissem, meus olhos fixos nos de Adagas. — Eu assumo total responsabilidade.

Agora, o que acontecesse ali estava nas mãos dele.

Um silêncio tenso caiu enquanto apontávamos nossas armas uns para os outros. Isso se arrastou por um bom tempo também.

Suspirei internamente.

“Gostaria que ele se apressasse e decidisse. Quanto tempo teremos que ficar assim?”

Embora eu estivesse ficando frustrado, não fiz nenhum movimento para provocá-los. O melhor cenário aqui seria evitar a luta. Embora os indivíduos do nosso clã fossem muito mais habilidosos do que os deles, eles nos superavam em número de essências por uma larga margem. Havia uma chance muito alta de que um de nós se machucasse se uma batalha começasse. No entanto, ainda assim escolhi enfrentá-los de frente por um motivo muito simples.

“Aquele desgraçado tem tanto a perder aqui quanto nós.”

Se um Tesouro do Andar tivesse caído, eles estariam garantidos a sair com algo depois de nos derrotar. Mas agora? Eles não tinham nada a ganhar lutando contra nós. Mesmo se nos partissem ao meio, não é como se a essência reaparecesse. No máximo, sairiam com nosso equipamento, mas as consequências que enfrentariam por matar um nobre quando retornassem à cidade não valeriam a pena.

“Mas deve estar corroendo ele ter que recuar.”

Em resumo, isso era um jogo de coragem. A primeira pessoa que parasse de correr em direção ao penhasco a toda velocidade seria a perdedora, mas se ninguém parasse, todos cairíamos juntos.

— Metade… — Foi quando Adagas finalmente abriu a boca. — Eu pedirei apenas metade do valor da essência.

Uma proposta decente foi feita bem quando ambos estávamos prestes a chegar ao limite do penhasco.

— Metade, hm…

— Você não concorda que fomos nós que acabamos sofrendo a maior parte do dano enquanto reduzíamos o Lorde do Andar a esse estado?

Isso era verdade. Eles haviam sofrido pelo menos quatorze mortes do lado deles, e levaria anos e uma quantidade absurda de dinheiro e esforço para preencher essas vagas. No entanto, metade do custo da essência seria o suficiente para cobrir o custo do equipamento danificado e dos consumíveis.

Adagas continuou tentando me convencer a aceitar o acordo. — Claro, o preço da essência será baseado em uma avaliação justa pelo comitê da Guilda…

— Agradeço a oferta, mas recuso — eu disse, pois não via razão para deixá-lo continuar.

— Você… recusa? — ele repetiu, atordoado.

Por que ele parecia tão surpreso? A pessoa que recua primeiro sempre sai de mãos vazias. Aventureiros não colocam suas vidas e orgulho em jogo sem motivo. No momento em que ele recuou um centímetro, ficou claro para mim que ele não tinha coragem de ir até o fim.

“Então por que eu deveria ceder algo para ele?”

Neste ponto, eu teria que ser muito ingênuo para não perceber que ele estava blefando.

— Estou dizendo isso de antemão. Mesmo que você reduza o preço pela metade novamente, ainda não pretendo mudar minha resposta — declarei, como se já soubesse o que ele diria a seguir. — Então, pare de falar e venha me enfrentar.

Mesmo após minha provocação direta, ele não se apressou em sacar sua arma e me atacar. Em vez disso, ele continuou apenas movendo os lábios, como antes. — …Calma, pense racionalmente.

— Estou sendo mais racional do que nunca.

— …Você realmente é um homem imprudente, Barão Yandel.

— Bem, acho que isso não é algo que um homem que chamou um barão da família real de saqueador deveria dizer.

— Então… você tem certeza absoluta de que pode lidar com as consequências?

O que diabos ele estava falando agora? — Você acha que eu estaria aqui se tivesse medo dessas coisas?

“Cão que ladra não morde, mané.”

— Vou contar até três. Se você não vier até mim primeiro, vou tratá-lo como um assassino que veio me matar.

— I-Isso é ridículo…

— Um.

Assim que comecei a contar, Adagas congelou. Ele estava completamente apavorado, sem saber como lidar com a reviravolta que a situação tomou.

‘O que devo fazer, simplesmente recuar?’ era o que seu rosto gritava. ‘Não, eu não acho que eles realmente vão nos atacar, especialmente quando temos tantas pessoas do nosso lado… Mas talvez ele vá. Os bárbaros não são conhecidos por seu bom senso.’

— Dois.

Apesar dos milhões de pensamentos passando por sua mente, ele ainda não conseguia encontrar uma resposta. Bem, eu podia entender o porquê. Não fazia muito tempo que ele havia se tornado vice-capitão, então ele devia estar sentindo muita pressão para tomar a decisão certa.

— E três. — Dei um passo à frente, com a intenção de empurrá-lo para trás. Se eu balançasse meu martelo nele, talvez isso colocasse algum juízo em sua cabeça.

— Vice-capitão!

No entanto, o arqueiro que estava à direita de Adagas de repente deu um passo à frente e murmurou algo em seu ouvido. Eu não conseguia ouvir o que estavam dizendo, então deviam ter ativado o Controle de Voz. Eu estava curioso para saber o que havia feito o arqueiro interromper.

— Senhor, outros aventureiros estão se aproximando.

— …O quê?

— Parece que são centenas deles…

Centenas? De onde diabos vieram todos esses aventureiros…

— Acho que são aqueles que estavam conosco antes.

“Ah… eles.”

Nunca esperei que nossos amigos viessem ao resgate.

“Bem… isso não funciona a nosso favor?”

Adagas voltou a me encarar, seus dentes cerrados e sobrancelhas franzidas. Parecia que ele havia recebido um relatório semelhante. Como não havia mais uma maneira de lidar com isso em silêncio, ele tinha apenas uma escolha.

— …Todos, abaixem suas armas.

“É, isso mesmo.”

Assim que ele deu o comando, todos abaixaram suas armas e se prepararam para recuar. Talvez porque estivesse irritado por deixar as coisas assim, Adagas fez um último comentário de despedida ao se virar.

— …Vejo você na cidade, Barão Yandel.

Suspirei. Parecia que havia ainda mais trabalho me esperando quando voltássemos.

Depois que o Clã Sawtooth se foi, esperamos pela chegada das poucas centenas de aventureiros de baixo nível.

— Ohhh! Chefe! Parabéns pela sua incrível conquista!

— Hahaha! Como esperado do nosso chefe! Claro que ele conseguiria!

Os guerreiros bárbaros soltaram gritos de celebração enquanto corriam em nossa direção à distância. Como estavam bloqueando o caminho, tive que lançar 【Gigantificação】 para conseguir ver o resto da multidão e encontrar a única pessoa que poderia me dizer o que estava acontecendo.

— Lewis Seyur! O que está acontecendo aqui?

— Bem… assim que percebemos que o Lorde do Andar havia sido derrotado, todos aqui quiseram vir te agradecer…

Então eles correram imprudentemente na direção em que havíamos desaparecido mais cedo, hein? Não que eu não apreciasse, claro.

“Bem, deixando de lado a boa vontade deles, não deveria ser eu quem deveria agradecer por nos ajudar a lidar com aquele problema?”

Graças a eles, conseguimos passar pelo encontro com o Clã Sawtooth sem derramamento de sangue.

“Pensando bem, quando voltarmos à cidade, talvez eu precise do testemunho deles.”

Com isso em mente, comecei a me aproximar dos outros aventureiros presentes, trocando breves conversas com eles enquanto memorizava seus nomes.

— Bent Mahaylo, certo? Eu me lembro de você.

— …É-É uma honra!

Quanto mais eu conversava com os aventureiros de baixo nível, mais estranha se tornava a expressão em seus olhos.

— Como ele pode ser tão gentil com pessoas como nós…?

— Mesmo sendo um bárbaro, ele realmente é um homem incrivelmente respeitável.

— Ele é alguém que merece o título de herói.

“Hum…”

Eu só estava fazendo isso para poder me aproveitar deles mais tarde, mas não me preocupei em tentar mudar suas mentes.

“Bem, eu preciso aumentar meu atributo de Reputação sempre que puder, acho.”

— Vamos indo agora!

Depois de memorizar seus nomes e onde moravam, rapidamente me preparei para partir.

— Indo…? Ah, você está subindo?

— Não. Há outra coisa que preciso fazer.

Não fazia sentido ir para o quarto andar agora. Já era o décimo quinto dia, então, quando chegássemos ao quinto andar, o labirinto estaria fechando. Além disso, eu honestamente queria descansar depois de todo esse trabalho duro.

— Senhor, para onde vamos agora? — Erwen me perguntou enquanto continuava a empacotar nossas coisas.

— Para a Cabana da Bruxa — respondi.

— O quê? A cabana…

— Você quer dizer aquele abrigo na floresta? Por que quer ir para lá?

Por que não iríamos? Tsc, esse era o problema com essas três. Elas não sabiam de nada. Agora que derrotamos o Lorde do Caos…

Era hora de ir pegar nossa recompensa de ponto de interrogação.