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    Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』


    No momento em que me levantei, todos rapidamente se calaram e suas atenções se voltaram para mim. Embora estivéssemos todos na mesma sala, seus olhares deixavam claro que havia uma barreira invisível entre nós.

    O Barão Bigodudo encontrou meus olhos e falou em nome do grupo. — Parece que o Barão Yandel tem algo a dizer. — Sua mensagem era clara. Eles me ouviriam, mas eu não deveria esperar que mudassem de ideia. Parecia que todas as outras casas ali estavam em acordo também.

    Suspirei internamente.

    “Não estou tentando roubar o dinheiro de vocês para viver no luxo.”

    Reunidos ali estavam trinta e uma pessoas representando trinta e uma casas nobres. Dentre elas, a única que eu poderia genuinamente considerar minha aliada era a Baronesa Coelha, que lutava para manter a ordem. Ainda assim, isso estava bem para mim.

    “Eu só preciso persuadir quinze pessoas.”

    Incluindo a minha própria, Melbeth era composta por trinta e duas casas. Para alcançar uma votação majoritária, eu precisava de dezessete votos, e os meus e os da Baronesa Coelha já estavam garantidos.

    — Então… você pode falar, Barão Yandel — disse a Baronesa Coelho, com um leve tom de ansiedade escondido em sua voz.

    Terminei de reunir meus pensamentos enquanto as palavras saíam de sua boca.

    — Deixe-me esclarecer uma coisa primeiro: não estou pedindo isso por ganância. — Essa era a primeira coisa que eu precisava estabelecer se quisesse ter alguma chance de persuadir outras quinze pessoas. — Este item que a Baronesa Lirivia trouxe à mesa é para o bem de toda Melbeth.

    Não demorou muito para que os argumentos esperados começassem a surgir.

    — Como apoiar um clã que está diretamente sob seu comando ajuda toda Melbeth?

    — Porque sou diferente de todos vocês.

    O Barão Bigodudo inclinou a cabeça em resposta.

    — O poder de um nobre normalmente vem de sua casa. No entanto, minha casa ainda não encontrou um pedaço de terra para se estabelecer.

    Eu observei enquanto todos se inclinavam para frente em suas cadeiras, curiosos para saber o que eu ia dizer. A maré estava começando a virar a meu favor.

    — E, no entanto, nenhum nobre ousaria me menosprezar — continuei. — Não é estranho? O Marquês Tercerion e o Duque Kealunus são ambos pessoas muito acima do meu posto, mas mesmo assim, eles me respeitam e me tratam como alguém importante. O que vocês acham que é a razão disso?

    — Não seria… fama?

    — Errado. — Bem, tecnicamente, ele não estava completamente errado. Mas de onde vem a fama? — É poder.

    Eu era o grande bárbaro conhecido como Bjorn Yandel, que se tornou barão puramente graças à sua força e poder.

    — Conquistei minha reputação e posição puramente porque sou forte. E é por isso que vocês todos devem me apoiar. — Com isso, cheguei ao cerne do meu argumento. — Se eu me tornar mais forte, minha posição também se elevará. Não pretendo permanecer barão pelo resto da minha vida.

    Em outras palavras: apoiar-me significa apoiar Melbeth.

    Trinta e uma casas, ou melhor, trinta e duas agora que me juntei, compõem Melbeth. Esse grupo tinha duas grandes fraquezas. Uma era que estavam sendo ostracizados1 e mantidos sob controle pelos outros nobres por serem não humanos. E a outra…

    “Seu membro de mais alta patente é apenas um conde.”

    O membro mais forte do grupo era um único conde.

    Apoiem-me. Se o fizerem, nosso desejo se tornará realidade.

    No entanto, embora minha lógica tivesse claramente chegado até eles, a reação foi uma coleção surpreendente de olhares vazios. Talvez meu argumento não tivesse sido suficiente para convencê-los. — Eu entendo seu ponto, mas isso ainda parece um tratamento preferencial sem precedentes para uma casa específica.

    Bem, eu sabia que nunca convenceria todos eles. Rejeitar a mudança em favor da tradição era uma resposta normal.

    “Ainda assim, alguns parecem interessados no que estou dizendo.”

    Agora que eu tinha feito o meu melhor para convencê-los com belas palavras, era hora de tentar outra tática.

    — Claro, essa não é a única razão pela qual vocês deveriam me apoiar. — Marquei meu avanço e continuei minha apresentação. — No momento, Melbeth não tem conexões com o labirinto de forma alguma. Mas apoiar meu clã é nossa oportunidade de ganhar uma posição no mundo dos aventureiros. Não há nada a perder.

    Numerosos nobres apoiavam abertamente vários aventureiros e clãs, e não o faziam apenas para exibir sua riqueza e poder. Ter um clã sob seu comando significava que você podia exercer sua influência no labirinto sempre que quisesse. Todo o reino dependia daquele único labirinto, então sua importância era evidente. No entanto, até agora, Melbeth não estava associado a um único clã.

    — Eu entendo o que você está tentando dizer, mas a razão pela qual não estamos envolvidos com o labirinto não é porque não podemos estar. Nós simplesmente escolhemos não estar.

    — E por que isso? — perguntei, embora já soubesse.

    O Barão Bigodudo gentilmente explicou. — Porque, se estivermos, aqueles acima de nós, obviamente desceriam para nos manter sob controle.

    Na superfície, era semelhante à situação com suas terras sagradas. O lema de Melbeth era evitar ao máximo irritar aqueles com poder real.

    — Isso não mudou agora que me juntei ao grupo?

    Agora que eles aceitaram alguém como eu, que se tornou nobre porque era um aventureiro famoso, no grupo, isso não era irrelevante?

    Mas parecia que o Barão Bigodudo não estava disposto a recuar. — É por isso que apoiá-lo ainda mais seria perigoso. Nós já trouxemos você para Melbeth… se apoiarmos seu clã de forma oficial, realmente não conseguiremos evitar conflitos com as outras casas. Do ponto de vista delas, pareceria que estamos usando você para colocar as mãos no labirinto, e isso também prejudicaria você, Barão Yandel. — Sua resposta foi firme, indicando sua relutância em me dar até mesmo uma única pedra de apoio. No entanto, se eu fosse o tipo de pessoa que cede a tão pouca pressão, nem teria tentado em primeiro lugar.

    — Vocês têm tanto medo deles assim? — provoquei. Para mudar suas mentes, eu precisava mudar minha abordagem.

    Sua resposta veio sem hesitação. — Essa é uma pergunta inútil.

    — Por que diz isso?

    — Todos aqui são atores racionais. É isso que significa ser o chefe de uma casa. Estamos em uma posição em que devemos tomar decisões que afetam não apenas os membros atuais de nossas famílias, mas também as gerações futuras. — Embora ele falasse com firmeza, seu tom não era hostil. Na verdade, eu tinha a sensação de que ele estava me dando um conselho sincero, mas isso só significava que eu teria que provocá-lo mais.

    — Para mim, isso soa como se você quisesse empurrar suas responsabilidades para as gerações futuras.

    — Não há razão para eu dar atenção a suas calúnias — disse o Barão Bigodudo, com a voz agora gelada. Eu me sentia mal. Ele parecia um homem velho gentil que estava apenas tentando me ajudar, mas, neste momento, eu precisava fazer o que era melhor tanto para meu grupo quanto para meu clã.

    — Houve um mal-entendido. — Era hora de mudar a estratégia novamente. — Barão Heskaira, eu não quis caluniá-lo. Apenas quis dizer que agora é a hora de construirmos ativamente nossa força. Não é por isso que todos vocês estão interessados em mim?

    Embora eu tivesse suavizado meu tom, o Barão Bigodudo não respondeu. Em vez disso, pela primeira vez, outra pessoa falou.

    — Eu vejo a lógica nas palavras do Barão Yandel. — Era o Barão Bwellyn dos Lobos Brancos. Aos trinta anos e como um dos mais jovens de sua família, ele já havia se tornado o chefe de sua casa. — Todos nós não concordamos que algo precisa mudar?

    Assim como a Baronesa Coelha me disse, muitas pessoas dentro de Melbeth estavam insatisfeitas com o estado atual das coisas. E parecia que a represa que continha o dilúvio finalmente estava rachando.

    — Isso não significa que sou totalmente a favor de apoiar o clã do Barão Yandel. Apenas acredito que já é hora de fazermos um nome para nós mesmos e expandirmos nossa influência no labirinto. Durante toda esta guerra, tudo o que fizemos foi assistir as outras casas fazerem grandes contribuições e elevarem o status de suas famílias.

    O discurso do Barão Bwellyn desencadeou um debate em grande escala.

    — Eu também concordo com você. É um incômodo ter que recorrer às terras sagradas toda vez que precisamos de um aventureiro.

    — Mas é necessário apoiar o Barão Yandel? Se formos reunir nossos melhores aventureiros de nossas próprias raças, poderemos criar nosso próprio clã em pouco tempo.

    — Isso é verdade… Ouvi dizer que o clã do Barão Yandel nem sequer tem dez membros ainda.

    — Sim. Talvez possamos reunir indivíduos talentosos de nossas próprias casas para construir e apoiar um clã por conta própria.

    Droga, isso não era bom. Antes que eu fosse completamente excluído da discussão, intervi apressadamente. — Por que todos vocês falam de coisas que não entendem?

    — …Perdão?

    — Quando vocês fizerem tudo isso, a guerra já terá terminado!

    O que poderia convencer até as pessoas mais cautelosas a ficarem gananciosas em relação ao negócio dos labirintos? A guerra. Muitas casas se beneficiaram enormemente da guerra ao apoiar clãs. Assistir outras casas expandirem sua influência sem mover um único dedo deve ter sido doloroso para elas.

    “Huh…?”

    Ou, pelo menos, deveria ter sido.

    — Bem, não seria precipitado demais tentarmos nos beneficiar desta guerra?

    — Concordo. Devemos nos preparar para guerras futuras, em vez de tentar capitalizar nesta. Decisões apressadas sempre resultam em grandes erros.

    Malditos nobres. Esse era o problema deles: seu foco estreito no futuro. Como eu deveria convencê-los a fazer grandes mudanças quando estavam tão complacentes e relaxados? Eles estavam na mesma posição há milhares de anos, e ainda assim não haviam feito absolutamente nenhum progresso. Como um Bárbaro Coreano que valorizava o trabalho rápido e eficiente, essa conversa era sufocante.

    “Eu preciso mudar minha abordagem novamente.”

    Ao lidar com políticos cegos para o passado e o presente, havia duas estratégias que eu poderia empregar. A primeira envolvia agradá-los e apelar para seus objetivos de construir um futuro melhor. Ou eu poderia mostrar a eles que as decisões que estavam tomando agora transformariam esse futuro em um desastre. Então, é claro que escolhi a última.

    — Cabeças-duras! Enquanto vocês continuam perdendo tempo assim, as casas que os menosprezam só continuarão a ganhar poder e a superá-los!

    Se havia uma coisa que eu sabia, era que a política sempre era alimentada pelos negativos.

    — Apenas olhem para o primeiro-ministro! Ele está aproveitando ao máximo a guerra para aumentar a fama de sua casa! Ele está dando a seu próprio povo todas as oportunidades e créditos!

    — Mas quem mais se beneficiou disso foi você, Barão Yandel? O marquês foi quem garantiu suas habilidades para essa missão…

    — E-Eu sou uma exceção! — Tive que rapidamente desviar o foco de mim. — Apenas olhem para o próprio filho dele! Ele não tem nome próprio nem habilidades, mas está constantemente recebendo oportunidades! Ele foi feito comandante e colhe os benefícios dessa posição sem dar um único passo no campo de batalha!

    — Eu não iria tão longe a ponto de dizer que o futuro chefe de Tercerion não tem habilidades…

    — De qualquer forma, tive sorte e me tornei barão, mas o que acontecerá à medida que a guerra se prolongar? Tenho certeza de que mais novas casas nobres nascerão, e todas se alinharão com as casas que as apoiaram no labirinto! Vocês planejam apenas ficar de braços cruzados e esperar para ver se estou certo? Se agirmos agora, poderemos criar outro nobre não humano que poderemos trazer para Melbeth!

    Fiz o meu melhor para motivá-los, mas eles eram uma plateia difícil.

    — …Não tem mais jeito. É nossa culpa por não nos prepararmos para esta guerra com antecedência.

    — Esta guerra realmente veio de forma inesperada.

    — Para ser honesto, é difícil dizer se outra guerra eclodirá no futuro. Então, talvez seja melhor continuarmos fazendo o que sempre fizemos…

    “Que diabos há com esses caras?”

    A Baronesa Coelha, que estava assistindo eu travar uma batalha perdida, rapidamente interveio e tentou me ajudar. No final, no entanto, não conseguimos mudar completamente as mentes de ninguém antes que chegasse a hora de votar.

    — Agora começaremos a votação. Aqueles a favor de apoiar formalmente o Barão Yandel e seu clã Anabada, por favor, levantem suas mãos.

    Os resultados pareciam óbvios.

    “Eu nunca imaginei que eles seriam tão conservadores.”

    Acho que só terei que esperar pela próxima oportunidade…

    — Eu sou a favor.

    A Baronesa Coelha e eu éramos os únicos a levantar as mãos quando a mão do Barão Bwellyn de repente se juntou à nossa no ar. Ele foi o primeiro dos chefes de família ali a reconhecer a necessidade de mudança.

    “…Huh?”

    Surpreendentemente, o número de pessoas que começou a levantar as mãos aumentou lentamente.

    Um, dois, três, quatro…

    Quando chegou a hora de contar os votos, o número de pessoas que votou a favor mal superou o daqueles que não votaram.

    — …E-Então, isso faz dezessete casas em acordo. Como a maioria votou a favor, a moção para apoiar formalmente o Barão Yandel e seu clã Anabada foi aprovada.

    Até a Baronesa Coelha, que fazia parte de Melbeth por toda a vida, não conseguiu esconder seu choque com o resultado. No entanto, depois que a votação foi finalizada, as discussões continuaram. Lentamente, minha alegria eufórica começou a derreter.

    — Embora tenhamos concordado em apoiá-lo, não usaremos os fundos oficiais de Melbeth para fazê-lo.

    Independentemente de terem votado sim ou não, todos concordaram em restringir a quantidade de apoio que eu receberia. No final, consegui quase nada além de:

    Primeiro, fui autorizado a contrair empréstimos usando os fundos oficiais (com juros e limites).

    Segundo, recebi um dos edifícios vazios (e baratos) de Melbeth para usar como casa do clã.

    Terceiro, eu teria que aceitar missões exclusivas de Melbeth.

    No final, o principal era o número três. Se Melbeth precisasse da ajuda do meu clã, eles poderiam fazer um pedido. E seríamos pagos de acordo, é claro.

    “…O primeiro passo é sempre o mais difícil.”

    Decidi ficar feliz com o progresso que fiz hoje.


    Após a reunião, voltei para casa de carruagem. Na manhã seguinte, fui forçado a sair de casa cedo mais uma vez. Este mês inteiro, eu estaria em uma agenda extremamente apertada.

    — Olá, Sr. Bjorn… Você está aqui…

    — Bom dia, Shavin.

    — …Já é de manhã?

    Fui direto para a terra sagrada para cuidar das minhas obrigações como chefe. Verifiquei o progresso do nosso plano imobiliário com a equipe administrativa, que estava trabalhando dia e noite, ouvi os relatórios urgentes e aprovei tudo o que exigia minha autorização. Mesmo assim, no entanto, isso não era o fim das minhas obrigações como chefe.

    — Oh! Bjorn! Você está aqui!

    — Não é Bjorn. É Chefe.

    — …Certo, Chefe!

    Eu precisava verificar com Ainar quantos de nossos jovens guerreiros que recentemente passaram pela cerimônia de maioridade haviam retornado vivos, sem mencionar avaliar se havia outras questões a serem resolvidas em nossa tribo.

    — E-Eu serei o segundo ancião…?

    — Você não quer ser?

    — Claro que quero! Eu farei isso! Vou dar o meu melhor! Apenas me diga o que preciso fazer!

    Nomeei Kharon, filho de Tarson, como o segundo ancião da tribo. Este era o mesmo guerreiro que foi traído por seus companheiros no labirinto, mas que teve a sorte de ser salvo por mim antes que algo ruim acontecesse, depois ele voltou para a tribo e iniciou a Revolução das Mochilas. Ainar não podia cuidar de todo o trabalho sozinha, e com um novo mês começando, precisávamos nos preparar para a próxima cerimônia de maioridade. Infelizmente, eu não tinha tempo livre para gerenciar cada uma todos os meses, e não queria colocar mais trabalho na equipe administrativa, que já estava à beira da exaustão.

    Os dias seguintes passaram voando até que, finalmente, uma nova aurora nos trouxe ao quinto dia do sétimo mês do ano 157.

    Era o dia do mercado imobiliário.

    1. Marginalizados.[]
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