A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 470: Entre um Aliado e um Inimigo (2/5)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』
O Primeiro-Ministro de Rafdonia, ou, para ser mais claro, a segunda pessoa mais poderosa de todo o país.
O Marquês Tercerion já era uma preocupação minha há um tempo. Afinal, ele foi o mesmo homem que me enganou para liderar uma missão suicida com um sorriso no rosto. Ele me via como um espinho em seu caminho.
“Por outro lado, há muitas coisas que ele fez que simplesmente não fazem sentido para mim.”
Um exemplo disso foi o meu glorioso retorno. Como marquês com tremenda influência e poder, ele poderia facilmente ter impedido a cerimônia de acontecer, se quisesse, mas, em vez disso, o evento ocorreu sem nenhum problema. Além disso, sua insistência em fazer sua filha, Ragna, aprovar o Projeto de Lei de Incorporação de Espíritos Malignos era questionável. Ele era um inimigo difícil de entender.
— Vou tentar ser o mais breve possível.
A explicação de Baekho resolveu a maioria das minhas dúvidas, pelo menos até certo ponto.
— Primeiro, o motivo pelo qual o marquês anunciou que Bjorn Yandel era um espírito maligno e tentou aprovar uma política para aceitar espíritos malignos na sociedade foi, na verdade, por minha causa.
Baekho tentou usar minha reputação e fama para elevar o status dos espíritos malignos, que eram todos considerados inerentemente maus. Era um plano ridículo, mas que poderia realmente ter funcionado. Veja Ragna, por exemplo, o principal motivo pelo qual ela estava tão apaixonada por aprovar a política era porque me conhecia. Eu era o peão perfeito para mostrar que espíritos malignos podiam ser boas pessoas.
— Mas por que você queria dar status legal aos espíritos malignos?
— Para dar mais poder aos jogadores. Essa é a única maneira de conseguirmos lidar com a família real.
Seu objetivo era derrubar a monarquia, então. Ele achava que não havia outra maneira de passar do décimo andar?
— Mas por que o marquês? Não vejo por que ele concordaria em te ajudar em primeiro lugar.
— Ah, isso? É porque eu o chantageei.
— …Você fez o quê?
— O filho dele também é um jogador.
Fiquei genuinamente chocado ao ouvir isso. Não é de admirar que o marquês estivesse tão disposto a trair a família real. Eu não tinha ideia de que havia uma história tão suculenta por trás de tudo isso.
“Há um jogador que apareceu neste mundo como o filho de uma casa tão poderosa desde o início? Como isso é justo de alguma forma…?”
Os jogadores que começaram em Noark provavelmente encolheriam e morreriam se ouvissem sobre isso. Mas isso não era o mais importante agora.
— Depois de perceber o problema que o marquês enfrentaria se a notícia de que seu filho era um espírito maligno se espalhasse, usei isso para ameaçá-lo.
Baekho Lee chantageou o marquês, que, por sua vez, estava tentando proteger seu filho.
— Ele precisa de tempo para colocar seus assuntos em ordem antes que notícias como essa se espalhem. Não é como se ele tivesse outros filhos. Se o filho dele for morto, o marquês não terá mais ninguém. Quando isso acontecer, como você acha que o restante de sua casa reagirá?
— É óbvio. Todos almejariam ser seu sucessor.
Exatamente. Eles podem não chegar ao ponto de tentar assassiná-lo, mas a sua casa nunca mais seria a mesma.
— Mas ainda não entendo. Ele não preferiria que outro parente herdasse seu título em vez de um espírito maligno?
— Eu te disse, agora mesmo o marquês está tentando ganhar tempo. Tenho certeza de que ele passa suas noites extraindo o que pode.
Tá, certo, informação demais, obrigado. Quantos anos o marquês tinha, afinal? Será que ele ainda tinha energia para isso a essa altura?
“Talvez trazer Ragna de volta à vida dele seja um Plano B…”
Enquanto eu considerava essa possibilidade, Baekho de repente pediu desculpas. — A propósito, sinto muito, mano. Provavelmente é minha culpa que o marquês te mandou naquela missão.
— …Do que você está falando?
— Quando você voltou vivo e deixou claro que queria anunciar que não era um espírito maligno, todo o meu plano de te usar como exemplo para aprovar uma política de aceitação de espíritos malignos desmoronou. Para evitar falhar comigo, ele deve ter tentado te matar secretamente antes que isso pudesse afetar o plano.
Então, quando voltei e declarei que Bjorn Yandel não era um espírito maligno, isso bagunçou tudo.
— Depois disso, ele me contatou e disse que não teve escolha.
Baekho deduziu que não podia culpar o marquês por isso, já que ele tecnicamente tomou uma decisão lógica pelo bem do plano deles. Em vez disso, Baekho decidiu que simplesmente não me usariam mais em seus planos. Afinal, eles já anunciaram que eu não era um espírito maligno, então eu não tinha mais utilidade para eles.
— Mas foi aí que ele me perguntou se eu poderia te matar. Não posso entrar em detalhes, mas ele acha que você será um grande problema para nós no futuro.
Um arrepio percorreu minha espinha. Parecia que minha vida já estava em grave perigo desde o momento em que voltei ao presente.
— Na época, eu disse a ele que pensaria no assunto — Baekho admitiu. — Os termos que ele me ofereceu também não eram tão ruins.
— É por isso que você disse da última vez que estava feliz por saber quem eu era agora…?
— Hahaha… Você é rápido para entender.
Eu quase morri sem nem perceber.
— No final, descobri que Bjorn Yandel era, na verdade, meu grande irmão. Então, é claro que eu disse ao marquês que não. Também o avisei para nem pensar em te incomodar. O que você acha? Não acha que isso compensa o que eu fiz?
Tenho que admitir. O fato de que o marquês não poderia me tocar, pelo menos até que a questão de seu filho fosse resolvida, era uma grande ajuda.
“Isso é um alívio, eu acho…”
Eu não esperava receber notícias tão boas, mas mantive minha expressão o mais neutra possível enquanto dizia — Então? O que mais tem?
Se eu deixasse escapar que estava satisfeito com isso, poderia perder a chance de ganhar algo ainda maior.
Baekho Lee então procedeu a listar, com confiança, outras coisas que ele poderia fazer por mim, numa tentativa de me convencer a ajudá-lo. Uma delas era inesperadamente útil.
— Se houver alguém que você queira que eu mate, é só dizer. Eu vou garantir que isso seja feito num piscar de olhos!
— Sério? Então mate o marquês.
— É, sobre isso… Mesmo que eu mate o desgraçado, ele simplesmente vai ressuscitar no palácio.
— …Ressuscitar? Do que você está falando?
— Ah, certo. Acho que você não sabe, já que isso não estava no jogo. De qualquer forma, há uma relíquia real que pode te reviver, e o marquês está com ela no momento.
— E o Conde Alminus?
— Esse cara também é complicado porque tem um draconato ao lado dele. O maldito é especialista em defesa… Se eu tivesse tempo suficiente, conseguiria passar por ele e matar o conde, mas… fazer isso na cidade seria um pouco…
“Que diabos? Ele parecia tão confiante antes.”
— Então, quem você pode matar? — Achei que seria mais rápido apenas perguntar isso diretamente. Baekho pareceu magoado com minha pergunta, abaixando a cabeça.
— Vamos lá, isso não é culpa minha. É só que as pessoas que você escolhe são um pouco demais… Por que você escolheu logo eles? — ele resmungou. Sua depressão foi, claro, de curta duração. Não demorou muito para que ele estivesse de volta à sua forma completa, cheio de energia e falando sem parar novamente. — Oh! Então que tal isso? Ouvi dizer que você está planejando um ataque contra o Dreadfear. Que tal eu me juntar a você e…
— Não precisa.
— O quê?
— Sei que você seria útil na Raid, mas revelar que somos amigos só vai complicar as coisas.
— Oh… então eu posso simplesmente me disfarçar.
— Não importa. Posso derrotar o chefe sem você, de qualquer forma.
Baekho ficou sem palavras. A essa altura, seria melhor se eu apenas dissesse o que eu queria.
— Pode me dar dinheiro?
— Quanto você precisa?
— Um bilhão de pedras?
— I-Isso é um pouco demais para mim…
— Então, quinhentos milhões?
— E-Eu realmente não tenho muito agora, então…
— …Cem milhões.
— …N-Na verdade, eu andei gastando bastante recentemente, então…
“O que há de errado com esse cara? Como ele tem menos dinheiro do que eu?”
— Então me dê equipamento. Que itens numerados você tem?
— Um… Não posso te dar nada, já que todos eles são itens essenciais para mim.
Será que havia algo que ele realmente pudesse fazer por mim? Ele não tinha dinheiro e nem equipamento. — Baekho, você é só conversa?
Ele nem conseguiu responder.
— E quanto a uma essência, então? Seria incrivelmente útil se você conseguisse uma para mim. Por exemplo, de Bellarios.
— Irmãozão… Está acontecendo uma guerra agora…
— Baekho, por que você só está listando formas de não me ajudar?
— …T-Tá bom! Vou tentar. Na próxima vez que o labirinto abrir, eu vou tentar.
Sim, isso já era mais aceitável. Por que ele estava fingindo ser fraco e impotente?
“Quem diria que eu conseguiria pular o esforço de caçar o Bellarios assim?”
Afinal, parece que as opções não eram tão limitadas. O que significava que era hora de passar para o próximo favor que ele poderia fazer por mim.
— Baekho, você poderia responder algumas perguntas minhas?
— Sim! Qualquer coisa!
— Como você descobriu que eu era Bjorn Yandel?
— Isso? Foi graças ao GM. Assim que meu ban foi suspenso, o GM me convidou para uma sala de bate-papo. Ele me disse que você o ameaçou para me desbloquear.
“O quê… Isso aconteceu?”
— Fiquei muito surpreso ao ouvir isso. Eu não entendi exatamente o que estava acontecendo, então apenas fingi que éramos aliados, e o GM foi gentil o suficiente para deixar algumas coisas escaparem.
Então o GM também acabou vazando informações para Baekho. Que moleza.
— Primeiro, ele mencionou que você estava usando uma máscara de leão na Távola Redonda.
Então tudo começou com meu papel de Leão na Távola Redonda.
— Isso não era muito estranho, mas então ele de repente começou a me fazer perguntas sobre você.
Então o GM soltou a informação mais crucial.
— Ele me perguntou por que você esteve ausente por dois anos. Até perguntou se estávamos juntos o tempo todo. Mas por que ele estaria me perguntando tudo isso…? — Baekho começou a sorrir. — E foi aí que percebi.
Claro que ele perceberia quem eu era naquele ponto. O retorno de Bjorn Yandel coincidiu diretamente com o retorno do Sr. Leão à Távola Redonda. Até algumas pessoas na Távola Redonda chegaram a essa mesma conclusão.
— Entendo. — Eu acabaria socando alguma coisa se tivesse que ouvir mais alguma coisa sobre aquele GM inútil, então passei para minha próxima pergunta. — Então, quando a capital estava pegando fogo, o que aconteceu com o Erudito Caído? Vocês dois acabaram desaparecendo juntos.
Essa era uma coisa que eu estava me perguntando há um tempo. Como os dois passaram de prontos para se matarem a serem companheiros de equipe?
— Ah, isso? — Ele deu de ombros. — Nada em particular. Ele apenas disse que era um espírito maligno de outro mundo e que seu objetivo era abrir o Portão do Abismo, então ele queria se tornar aliado. E como eu estava procurando por um mago na época, aceitei.
— Ah, é mesmo? — Respondi o mais casualmente possível.
Assim como Baekho Lee havia percebido minha mentira instantaneamente outro dia, eu também podia sentir instintivamente que ele estava mentindo para mim.
— Sim. Fiquei meio preocupado, já que ele parecia tão velho e seus dentes já estavam caindo, mas ele é mais habilidoso do que eu imaginava.
Baekho Lee… O que ele estava escondendo?
— Hm, é mesmo?
Por que ele estava mentindo para mim?
Um mentiroso habilidoso esconde mentiras dentro de fragmentos de verdade. Por essa lógica, a maioria do que Baekho Lee acabou de me dizer devia ser verdade.
— Qual é o meu plano? É fácil! Vamos nos unir e destruir qualquer coisa no nosso caminho! Seja a família real ou o labirinto, pow pow pow! Ah, isso é só uma brincadeira. O que eu realmente planejo fazer é…
Continuei a fazer várias perguntas enquanto analisava cuidadosamente sua resposta anterior, tentando determinar quais partes eram mentiras e quais eram verdades.
— Ele apenas disse que era um espírito maligno de outro mundo.
Isso era verdade, claro, já que eu já sabia disso.
— Seu objetivo era abrir o Portão do Abismo.
Isso também era verdade.
— Ele queria se tornar aliado.
Isso tinha que ser verdade, já que eles estavam cooperando agora. Caso contrário, eles não estariam trabalhando juntos.
— E como eu estava procurando por um mago na época, aceitei.
Como essa era a única opção restante, cheguei a uma conclusão.
“Baekho Lee não se aliou ao Erudito Caído simplesmente porque precisava de um mago.”
Isso significava que ele tinha uma agenda oculta e, mais importante, uma que estava tentando esconder de mim. Mas por quê?
“Será que é informação que ele não pode me contar para o meu próprio bem…?”
Não, espera. A aura brilhante e amigável de Baekho quase me fez baixar a guarda novamente. Esse cara era uma verdadeira dor de cabeça para lidar.
O que mais ele está escondendo de mim?
Pensando bem, Baekho Lee não me deu nada durante toda essa conversa. Ele prometeu ‘fazer o possível’ para conseguir uma essência para mim, mas foi só isso. Bem, devo provavelmente contar o fato de que ele concordou em devolver Missha como um ponto a seu favor.
“…Que cara estranho e confuso. Será que ele realmente quer me ajudar?”
Eu honestamente não tinha ideia.
— A família real é o maior obstáculo para nosso plano. Inúmeros jogadores continuam sendo forçados a se esconder agora, e não poderemos reuni-los em público até melhorarmos a má reputação dos espíritos malignos…
Baekho Lee era meu inimigo ou meu aliado?
Conversamos por mais um tempo, mas eventualmente chegou a hora dele ir embora. Baekho ainda parecia estar limitado a uma hora antes do logout.
— Irmãozão, se você vir o GM mais tarde, pode perguntar sobre isso para mim? Tenho quase certeza de que ele também tomou uma versão inicial da pílula. Então, pode ver se há alguma maneira de eu prolongar o tempo que posso ficar aqui?
— Tudo bem.
— Obrigado. Então vou indo! Nos vemos da próxima vez!
No final, Baekho Lee saiu antes que eu pudesse perguntar sobre a Pedra dos Registros. Era estranho admitir, mas eu me sentia muito melhor em relação a ele por enquanto. Decidi que poderia começar a me preocupar e investigar o segredo de Baekho depois que ele me devolvesse Missha.
— Sua conversa já acabou?
Depois que Baekho Lee saiu, passei algum tempo conversando com Hyeonbyeol, que estava pacientemente esperando a sala de bate-papo se abrir.
— Ah, sim, obrigado.
— Não se aproxime muito desse cara — ela alertou. — Ele não é nem um pouco confiável.
— Eu sei.
— …Que bom ouvir isso. Na verdade, eu só estava testando ele quando pedi que ele revelasse sua identidade.
— …Testando ele?
— Sim. Ele já sabe pelo menos um pouco sobre sua identidade, certo? Então eu queria testar o quão bom ele é em guardar um segredo. Acho que ele se saiu muito bem, já que não me contou nada.
— …Entendo.
Tive dificuldade em acreditar que ela estava realmente apenas tentando testá-lo, mas não tinha provas para provar o contrário, então deixei para lá.
Ficamos conversando por um bom tempo antes de eu finalmente ter que encerrar as coisas. — Hyeonbyeol, acho que devo ir agora.
Levantei-me lentamente, encerrando nossa conversa.
— Você sempre sai por volta desta hora, né?
“Isso porque é quando a Távola Redonda abre.”
— Nos vemos da próxima vez.
— Sim.
Depois de sair da sala de bate-papo, fui direto para a Távola Redonda. Vesti o mesmo terno azul-marinho de sempre e coloquei minha máscara de Leão habitual no rosto. Com isso, eu estava pronto para ir.
Tap, tap.
Caminhei pelo corredor vazio, como sempre, e entrei na sala principal onde a reunião era realizada, como sempre. Mas…
“O que está acontecendo?”
— Hahaha! Sra. Raposa, faz tempo que não nos vemos!
Parado na Távola Redonda com os outros membros familiares estava alguém usando uma máscara que eu nunca tinha visto antes. Na verdade…
— Oh, você é o Sr. Leão? É ótimo conhecê-lo!
— Hm…
— Oiiee…
Não era apenas um novato, mas três.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.