Índice de Capítulo


    Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』


    Um barão de Rafdonia. Um herói entre os aventureiros. O novo chefe dos bárbaros. O capitão do Clã Anabada.

    Todos esses títulos pertenciam a um homem: o grande Bjorn Yandel.

    — Ele… Ele realmente estava vivo… — Missha Karlstein cerrou os punhos. Ela havia chegado à cidade cedo naquela manhã para conduzir sua própria investigação, mas tudo o que Baekho Lee havia dito era verdade. — Todo esse tempo… O que diabos eu estive fazendo…?

    Incontáveis emoções inundaram sua mente. Ela estava feliz e triste, animada e sobrecarregada, e, claro, com raiva. Por que Bjorn Yandel a enganou? Por que fingiu sua morte e a deixou no escuro por tanto tempo? Se ele não tivesse feito isso, ela não teria sido forçada a passar todos aqueles anos com aqueles criminosos.

    — Não, isso não está certo. — Ela balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos que a atormentavam. Não importava o que fosse, ele certamente tinha seus motivos. Esse era o tipo de homem que Bjorn Yandel era.

    No final, ela decidiu deixar de lado qualquer dúvida até poder ouvir a explicação dele pessoalmente. — É isso que eu preciso fazer…

    Ela se dirigiu à casa de Bjorn, determinada a ouvir a verdade dele. Descobriu onde ele estava morando através de boatos, mas quando chegou, a casa estava vazia. — Ele se mudou…? — Por que agora, de todos os momentos?

    Por causa disso, ela teve que passar a noite em uma pousada nas proximidades. Na manhã seguinte, ela perguntou por aí novamente e finalmente encontrou o novo endereço de Bjorn.

    — Kommelby… — Um sentimento que ela não conseguia identificar agitava-se nas profundezas de sua mente. Ele uma vez lhe dissera que, se ganhasse muito dinheiro, se mudaria para um lugar como aquele algum dia.

    “Então esta é a casa do Bjorn…”

    Mesmo depois de chegar, ela não teve coragem de bater na porta. No momento em que chegou, todo tipo de pensamento passou por sua mente. Como Bjorn reagiria ao vê-la? E se ele não estivesse feliz? Ela tinha até ouvido que ele estava morando com aquela elfa e uma mulher chamada Emily Raines…

    “Emily Raines… Provavelmente é a mesma mulher que conheci na Ilha Farune.”

    Qual era a relação deles? Como os dois se tornaram aliados? Os rumores sobre eles terem um relacionamento secreto… tinham que ser falsos, certo? Ela não conseguia parar os pensamentos ansiosos que cresciam cada vez mais.

    Por causa disso, Missha Karlstein simplesmente voltou à sua pousada depois de passar o dia inteiro perambulando perto da casa dele, às vezes espiando lá dentro.

    “Pelo menos consegui vê-lo um pouco…”

    Ela conseguiu espiar Bjorn quando ele voltou para casa naquela noite, mas não teve coragem de falar com ele, não quando ele parecia tão exausto.

    “Sim, é por isso. Definitivamente, não há outro motivo pelo qual não falei com ele…”

    Ela planejava voltar no dia seguinte para vê-lo de verdade. No entanto, no dia seguinte, a mesma coisa aconteceu novamente. Bjorn saiu cedo pela manhã e só voltou tarde da noite, mais uma vez exausto. Ela poderia ter se aproximado e falado com ele a qualquer momento, mas seus pés não se moviam.

    — Hehe, volte em segurança, Senhor!

    — …Seria bom se todos pudéssemos jantar juntos.

    Todas as manhãs, duas mulheres com olhos sonolentos o acompanhavam até a porta, e Bjorn as repreendia por acordarem tão cedo para se despedirem. A cena foi tudo o que Missha precisava para confirmar.

    “Bjorn… Ele está bem.”

    Mesmo sem ela, a vida dele não havia mudado muito.

    Um dia, dois dias, três dias, quatro dias…

    Os dias passaram voando, mas ela nunca conseguiu se aproximar mais da casa, às vezes até usando suas habilidades especiais para espiar os residentes. As duas mulheres eram extremamente vigilantes, com sentidos aguçados, e quase a pegaram várias vezes, mas como ela nunca entrou na propriedade, elas nunca se preocuparam em persegui-la.

    No entanto, ela ficou um pouco mais ousada a cada dia que passava.

    Logo, ela não se limitava a observá-los de longe, mas debaixo da janela. Quando espiar pela janela não era suficiente, ela começou a se esconder em um espaço atrás da cerca, e foi em um desses dias que finalmente aconteceu.

    Shaaaaaa!

    Um círculo mágico apareceu, trazendo Bjorn com ele. As duas mulheres correram rapidamente para recebê-lo em casa. Ele parecia confuso, perguntando o que havia acontecido no quintal.

    — Oh, isso? Não se preocupe. Pode parecer um pouco estranho, mas… não havia outra opção.

    — Como seria injusto para uma pessoa ter tudo para si, decidimos dividir em dois.

    Isso era realmente sobre o quintal, ou sobre outra coisa? O pensamento passou pela mente de Missha, mas ela decidiu não se aprofundar nisso. Eles então foram para a cozinha e fizeram uma refeição preparada por um estranho misterioso que ela não reconheceu.

    — O que acha? Está do seu gosto?

    — Está perfeito. O sabor é ótimo, e também há muitos acompanhamentos com carne.

    “Mas ele sempre dizia que minha comida era sem graça…”

    — Como nunca sabemos quando você voltará, as senhoras sempre me fazem preparar bastante comida.

    O corpo de Missha imediatamente congelou.

    “…Senhoras?”

    Será que os rumores eram realmente verdadeiros? Ela não achava que fossem, mas Bjorn não negou.

    Ba-dum.

    Seu coração parecia despencar. Quando ela vivia com Bjorn, as pessoas sempre perguntavam sobre o relacionamento deles, mas Bjorn fazia questão de negar todas as vezes.

    — Senhor, você não tem outros planos hoje, certo?

    Depois da refeição, eles saíram para o jardim para tomar chá. No terreno vazio, agora meio jardim e meio campo de treinamento, havia uma mesa redonda com três cadeiras.

    “…Estou muito perto.”

    Preocupada que pudesse ser pega se ficasse ali por mais tempo, ela tentou sair cuidadosamente da cerca sem fazer barulho. Seu primeiro passo foi silencioso, e o segundo também. Enquanto se afastava delas, ouvindo suas risadas, um pensamento repentino a atingiu.

    E se… E se ela nunca tivesse aceitado a oferta de Baekho Lee naquele dia? E se ela tivesse ficado em casa, esperando o dia em que ele voltasse para ela? Ela estaria sentada ao lado dele agora, com um sorriso no rosto também?

    Ela não sabia. No entanto, uma coisa era clara.

    — É só que… Eu estava me perguntando se isso pode ser o que se sente ao ter uma família.

    Não havia lugar para ela naquela casa.

    Frsh.

    Era hora de voltar para a pousada por hoje.

    Hup!

    De repente, as duas mulheres que estavam tomando chá pularam em sua direção, fechando o cerco pelos dois lados. Ela estava tão distraída pelo turbilhão caótico de seus próprios pensamentos que não percebeu o que estava acontecendo a tempo, e quando finalmente o fez, já era tarde demais para se defender.

    — …Ehhh?!

    Quando voltou a si, já estava de joelhos no jardim, com os braços presos atrás das costas. Ela sabia exatamente que tipo de imagem devia estar passando. Uma ex-companheira de equipe… Não, uma ex-amante que havia sido pega de repente espionando a casa dele…

    Que tipo de desculpa ela poderia dar?

    — Ahaha…

    Sem saber o que mais fazer, ela forçou um sorriso constrangido e decidiu começar com um simples olá.

    — F-Faz um tempo… Bjorrrn-Ack!

    Foi uma reunião horrível.


    Em um quarto sem móveis, uma mulher estava junto à janela do segundo andar, olhando para o quintal e roendo as unhas nervosamente. — Por que ela está aqui? Ela o abandonou quando ele desapareceu e agora… ela voltou e… está tirando ele de mim de novo…

    Seus murmúrios sombrios mostravam o quão instável estava sua mente. Amelia pairava na porta atrás dela, mantendo um olho para garantir que nada acontecesse.

    — …Não consigo ouvir nada por causa daquele item mágico. H-Há uma maneira de ouvir?

    — Não vou negar.

    — E-Então me diga agora…!

    — Mas Bjorn provavelmente odiaria se você fizesse isso, certo?

    A mandíbula de Erwen se fechou imediatamente. Ela voltou a roer as unhas e a olhar pela janela.

    Amelia não conseguia mais suportar a visão, então casualmente perguntou — Se você vai agir assim, não deveria ter tomado uma atitude com ele antes? — A elfa virou a cabeça e a cravou com um olhar tão frio que poderia dar calafrios em qualquer um. Amelia deu de ombros, indiferente, e enfrentou aqueles olhos gelados sem recuar. — O que foi? Não estou errada, estou?

    Era óbvio. Não importava o quão fora de controle Erwen pudesse parecer agora, ela nunca faria algo que pudesse fazer Bjorn odiá-la. No fundo, Erwen era uma garota doce e inocente, mas, por causa de suas essências, estava coberta de espinhos que nublavam seu julgamento.

    Erwen também sabia disso, e é por isso que estava mantendo a boca fechada.

    “Eu não sou fã de me meter nos assuntos dos outros, mas…”

    Amelia não podia suportar deixar as coisas assim.

    Ela se aproximou da janela onde Erwen estava e puxou uma cadeira. — Tersia, que tipo de relacionamento você quer ter com Yandel? — Novamente, Erwen não respondeu. Normalmente, Amelia teria encerrado a conversa ali, mas desta vez, ela continuou insistindo. — A volta de Missha Karlstein não vai mudar seu relacionamento. Ou você está buscando algo mais? Você quer que Yandel te veja de forma romântica?

    Finalmente, ela respondeu. — Isso… Não haveria nada de errado com isso… — Sua resposta foi fraca. Falada como uma verdadeira covarde.

    — Eu nunca disse que havia.

    — …O que você está tentando dizer, então? — Erwen perguntou, aparentemente incapaz de suportar ser encurralada por mais tempo.

    Amelia deu um passo à frente, sem intenção de recuar. — Eu só estava curiosa. Se é assim que você se sente, por que não contou a ele? Você também percebeu, não é? Yandel é rápido em entender as coisas, mas como ele tem tantas responsabilidades, nunca tomará a iniciativa.

    Sem resposta. Mesmo assim, Amelia continuou.

    — Então me diga: você quer que eu te ajude?

    Erwen bufou, descrente. — Me ajudar? Por que você não me diz que tipo de… relacionamento você quer com ele?

    Embora fosse uma conversa embaraçosa de se ter, Amelia não se esquivou de responder honestamente. — Bem, isso é o suficiente para mim. Estou feliz com a forma como as coisas estão. — Ela não odiava as discussões diárias com Erwen ou as aventuras selvagens ao lado de Yandel. A razão para isso era simples. — Como Yandel disse, acho que isso deve ser o que se sente ao ter uma família.

    Erwen não conseguiu dizer nada em resposta a isso. A raiva e a paranoia que preenchiam seus olhos desapareceram, e em seu lugar, restaram apenas uma miríade de emoções complicadas e embaraçosas.

    Houve um longo momento de silêncio, eventualmente quebrado pela voz hesitante de Erwen. — …Me diga. O que eu preciso fazer?

    Ela finalmente estava se abrindo. Amelia sorriu um sorriso gentil, como o de uma irmã mais velha, e disse — Espere o momento certo.

    — …Esperar?

    — Se você for atrás dele agora, Bjorn só vai fugir. — Qualquer bom caçador sabia que a primeira regra da caça era impossibilitar para a presa escapar. Amelia explicou calmamente essa lógica. — Conhecendo Bjorn Yandel, ele provavelmente está pensando algo como ‘ela não está em um estado mental adequado para tomar decisões como essa’. Ele não levaria seus sentimentos a sério e só os veria como passageiros ou temporários.

    E além disso…

    — Ele também deve estar preocupado em estragar seu relacionamento atual.

    Essa elfa e aquele bárbaro não eram tão diferentes. Embora ambos parecessem confiantes por fora, no fundo, estavam cheios de medos e ansiedades.

    — É por isso que você tem que esperar por enquanto. Se você se aproximar dele agora, não vai adiantar nada. Ele só vai descartar seus sentimentos.

    — Então, quanto tempo devo esperar…?

    — Até você conseguir apagar algumas das suas essências. Então ele terá que aceitar que você voltou ao normal. — Se ela contasse a ele como realmente se sentia naquele momento, nem mesmo Yandel poderia descartar seus sentimentos facilmente. — Não estou dizendo que você deve ficar sentada sem fazer nada enquanto isso, é claro. Você precisa começar a demonstrar esses sentimentos.

    — …Como?

    — Que tal me pedir gentilmente?

    — …Você poderia, por favor, me dar um exemplo?

    Amelia começou a dar algumas dicas sobre relacionamentos românticos a Erwen. Erwen ouviu atentamente. Essas dicas eram incríveis, especialmente porque cada uma delas parecia razoável.

    — Não consigo acreditar que você pensou em se aproximar dele enquanto ele estava se vestindo e colocar a gravata nele… — Quando Amelia terminou de compartilhar sua sabedoria, Erwen a encarou com espanto. — Você… já namorou um cara antes?

    — …Não.

    Erwen franziu o cenho, como se a resposta dela desacreditasse todos os bons conselhos que havia dado. — Então, como você sabe de tudo isso?

    Amelia riu sem graça e recorreu à desculpa favorita daquele homem. — …Li isso em um livro.

    Bem, não era uma desculpa se fosse verdade.


    Pouco mais de dez dias haviam se passado desde meu último encontro com Baekho Lee, e finalmente, o momento para o meu tão esperado reencontro havia chegado.

    “Eu nunca imaginei que seria assim.”

    Amelia e Erwen foram mandadas para dentro enquanto Missha e eu conversávamos. Eu também usei um item mágico para evitar que qualquer som escapasse. Imaginei que nossa conversa só iria perturbar Erwen em seu estado frágil.

    Nós dois nos encaramos, sem dizer uma palavra. A facilidade que costumávamos compartilhar havia desaparecido. Mesmo que eu não estivesse em batalha, podia sentir meus músculos tensionando e meu pescoço ficando rígido.

    “…Por que isso está tão estranho? Sinto que vou morrer.”

    Finalmente, mordi a bala e quebrei o silêncio. — Seu cabelo… Está longo agora.

    — Oh… Isso… É…

    Isso não me deu muito com o que trabalhar.

    Antes que as coisas ficassem estranhas novamente, eu disse — Acho que nunca te vi prender o cabelo assim antes.

    — Sério? Mas sempre que eu ia cozinharrr… Ah, eu quis dizer… cozinhar…

    Agora ela estava agindo como sua antiga versão. Não pude deixar de rir enquanto a tensão se desfazia. — Relaxe. Você não precisa se preocupar com a maneira como fala. Não é como se eu me importasse muito com essas coisas.

    — Mas… Eu realmente corrigi isso… enquanto você estava fora…

    — …Você corrigiu?

    — Sim, mas às vezes… quando fico nervosa, isso volta. Mas estou te dizendo que eu rrrealmente… realmente corrigi…

    Então ela também estava nervosa? Acho que não era só eu.

    — E-Enfim, como eu já disse oi, acho que devo ir, já que tenho muito o que fazer…

    Sobre o que ela estava falando? Ela não entendia o que estava acontecendo aqui?

    — Para onde você vai? — Dei um passo à frente e segurei seu pulso.

    “…Por que ela está tão magra?”

    De qualquer forma, ela seria incapaz de fugir agora, a menos que tivesse aprendido a habilidade 【Piscar】.1

    “…Não há como ela ter aprendido essa habilidade, certo?”

    Eu não podia ter certeza de nada, porém. Estivemos separados por muito tempo.
    — Missha Karlstein. — Ainda assim, olhei em seus olhos e falei em um tom que não permitia discussão. — Você não vai a lugar nenhum.2

    1. Normalmente, em RPGs, Piscar(Blink) é um tipo de teletransporte de curta distância, geralmente no alcance da visão e muitas vezes de destino aleatório.[]
    2. MrRody: Muito frase de dorama, super romântico na Coreia. Não recomendo tentar aqui.[]
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