Capítulo 49: Aliado (3/4)

『 Tradutor: MrRody 』

Com sua aparência polida, cabelos loiros delicados, altura de cerca de 1,65m e figura magra, Riol Warb Dwalkie – um mago de nível oito que lidava com magia administrativa e de estilo de vida, juntamente com algumas maldições e magias de frio – era um homem que cheirava a fraude quanto mais falava.

“Caramba, ele realmente é um mago?”

Duvidando disso, testei-o um pouco. Mas, surpreendentemente, ele realmente era um mago. Olhando para trás, ele na verdade não mentiu. Ele apenas disse que seu tio era o terceiro irmão da baronesa, ele não disse que ele mesmo era um nobre. Bem, ele provavelmente conhecia seu lugar e que se passar por um nobre era um crime que poderia levar diretamente a uma rápida execução.

— Então, o que você acha? Eu passei?

Depois de muita deliberação, decidimos adicioná-lo à equipe. — …De agora em diante, você será nosso companheiro de equipe.

— Haha! Que ótimo. Como esta é minha primeira expedição, eu queria me juntar a uma equipe com o máximo de guerreiros possível.

Seus dois principais defeitos eram uma personalidade cheia de exibicionismo e papo furado, além de nenhuma experiência no labirinto. Mas ainda. Ele era um mago. Ele não pediu uma fatia maior do saque e até disse que seguiria as ordens assim que estivéssemos no labirinto. Então isso parecia ser o suficiente para mantê-lo satisfeito.

“Afinal, quando algo é barato, há um motivo para isso.”

Além disso, se ficasse sabido que havia um mago em nossa equipe, as especificações dos novos candidatos obviamente melhorariam ainda mais. Isso porque você não pode ver a personalidade de um mago no papel.

— Assim que o restante da equipe for recrutado, entraremos em contato com você.

— Tudo bem. Até lá.

Depois que Dwalkie saiu, Hikurod, que havia ficado congelado durante toda a conversa, soltou um longo suspiro. — Não é incrível? Que um mago, mesmo um nobre, poderia ser tão humilde…

— Hikurod — respondi, totalmente sincero. — Você é muito mais incrível. — E era cem por cento a verdade.

Minha rotina subsequente na cidade era simples. Além de visitar o laboratório da Raven uma vez por semana, eu levantava às 7 horas da manhã, pegava algo para comer e ia direto para a biblioteca.

— Parsytiev.

— Tenha um bom dia.

Se eu contasse da última vez que estive aqui, eu tinha vindo à biblioteca quase todos os dias nos últimos dois meses, mas nunca tive uma conversa adequada com esta senhora bibliotecária.

Growl!

Depois de comer a cada quatro horas entre os livros, logo foi hora da biblioteca fechar. Hoje, eu tinha um compromisso. Estava prestes a sair um pouco mais cedo do que o horário de fechamento quando a bibliotecária de repente falou comigo.

— Tenho algo para lhe perguntar.

— …O que é?

— Por que você sempre usa sua armadura na biblioteca?

Ah, então era isso que ela estava curiosa. Dei uma resposta honesta. — E se alguém roubá-la do meu quarto enquanto estou fora?

— …Se for esse o motivo, eu entendo. — Assim que terminei de responder, a bibliotecária fechou os olhos como se seus negócios comigo estivessem encerrados.

Sentindo como se estivesse perdendo por algum motivo, acrescentei minha opinião. — Pensei que você fosse completamente indiferente aos outros, mas acho que não é o caso, né.

Um pouco de desagrado apareceu no rosto da bibliotecária. — Temos recebido muitas reclamações dos outros frequentadores da biblioteca. Que não podem ler porque você é muito distrativo.

— …É? Entendi…

— Sim. Então, se seus negócios aqui terminaram, você poderia por favor parar de me perturbar e sair?

“Perturbando? Você vai acabar dormindo assim que eu sair.”

Queria dizer isso, mas se eu continuasse incomodando-a e acabasse sendo proibido de entrar na biblioteca, seria só eu quem se daria mal. Saí praticamente correndo da biblioteca e segui para o local de encontro um pouco depois das 9 da noite.

— Aqui! Bjorn! Por que você está tão atrasado hoje?

— Desculpe, não consegui te encontrar porque você é muito baixo.

— Hahaha! Mais piadas! Venha, sente-se!

Eu estava encontrando Hikurod com bastante frequência à noite, cerca de três a quatro vezes por semana. Claro, o objetivo desses encontros não era apenas ser amigável, mas discutir sobre a equipe.

— Então, como foi a pessoa que você encontrou desta vez?

— Ele era um sujeito sério e confiável.

— Não, não isso. Como eram suas habilidades?

— Oh! Não foi tão ruim quanto eu temia. Ele tem uma longa carreira como aventureiro, e acredito que ele pode dar conta do recado em qualquer situação.

— Entendi.

— Então eu pergunto… O que você acha? — Depois de pensar um pouco, eu concordei, e o rosto de Hikurod se iluminou. — Ufa, que alívio. Eu estava preocupado que você dissesse não de novo, já que não temos muito tempo.

Naquele suspiro, eu podia sentir a dor do anão, que era praticamente um líder fantoche da equipe. Verdade, ele seria o que mais sofreria se eu dissesse não.

Hora de um elogio. Não era como se isso custasse dinheiro, certo? — Você foi ótimo, Hikurod. Você é um ótimo líder de equipe. Fico feliz por tê-lo escolhido.

— Hahaha! É mesmo?

— Claro. Há algum outro líder de equipe que respeita as opiniões de seus membros da equipe como você faz? Não perca o foco e apenas faça exatamente o que você está fazendo agora. Então, ao contrário daquele idiota que te expulsou, você se tornará um grande líder.

— Haha! Que lisonja, meu amigo! Eu estava preocupado em tentar desempenhar esse papel pela primeira vez, mas estou feliz por ter você comigo!

Meu coração se elevou com essas palavras. Uma vez, Hikurod tinha reclamado das minhas frequentes tentativas de interferir. Pensar que ele havia se tornado um líder tão grande. — Por falar nisso, você paga as bebidas hoje!

— …De novo? Não foi eu quem pagou da última vez?

— Novamente, um bom líder de equipe não deve ser mesquinho com esse tipo de coisa!

— N-não é que eu esteja sendo mesquinho!

Faltava exatamente uma semana para o labirinto abrir.

— Maldição! Vou pagar hoje! Finalmente temos todos os membros da equipe de que precisamos – qual é o mal em pagar por algumas bebidas?

Finalmente, a equipe estava completa.

Havia uma diferença entre jogos e realidade. Você não podia entrar no labirinto apenas porque tinha uma equipe completa. Havia outras coisas com as quais você precisava lidar primeiro.

Primeiro, todos deveriam se conhecer e discutir quantos andares subir, em quais áreas se concentrar durante a caça e, como era apropriado para aventureiros que eram praticamente a personificação do dinheiro, ter uma discussão acalorada sobre se a proporção de distribuição do saque era justa. Se depois disso não houvesse problemas, você precisava registrar oficialmente a equipe na guilda. Então você precisava treinar com os outros quase todos os dias, finalizar os planos para a expedição e mais.

O tempo passou voando antes mesmo de eu perceber. Minha semana mais movimentada desde que acordei no corpo de Bjorn Yandel tinha passado, e o momento tão esperado havia chegado.

A Caverna de Cristal no primeiro andar do labirinto estava cercada por luzes coloridas.

— Oh! Então é assim que é um labirinto!

Diferente dos meus dias passados sozinho ou em dupla, havia cinco pessoas em nosso círculo, incluindo eu mesmo. Eles eram meus novos colegas de equipe, com quem eu estava indo nesta expedição.

— Leait! — Gritou Dwalkie enquanto lançava um feitiço.

— Ah! Droga! Meus olhos! — O nome deste mago loiro e magro que havia disparado luz em nossos olhos antes que pudéssemos nos ajustar era Riol Warb Dwalkie. Em resumo: Dwalkie, o Arminho.

— Esse filho da…

Antes que eu pudesse xingá-lo de aborrecimento, o anão me superou. — Dwalkie, economize sua magia o máximo possível.

— Hmm, mas está tão escuro!

— No labirinto, isso é considerado brilhante. Se estiver realmente escuro, podemos acender uma tocha.

— Okay então. Tudo bem.

Esta foi uma mudança que ocorreu nas semanas anteriores. Hikurod logo percebeu que Dwalkie não era um nobre e começou a lidar com ele com facilidade. De alguma forma, eles se tornaram bastante amigáveis. O anão fingia o contrário, mas toda vez que o arminho errava, ele ficava todo ‘tsundere’ e o ajudava. Essa era a dinâmica do relacionamento deles.

— Por que você trouxe tantas coisas? Você está tentando deixar óbvio que é um iniciante? Me dê. Vou colocar na minha bolsa.

— Não recusarei sua oferta atenciosa.

Enquanto Hikurod cuidava de Dwalkie como de costume, ouvi uma voz alta e alegre. — Capitão, não deveríamos começar a nos moverrr?

Como era óbvio pelas orelhas triangulares em sua cabeça, Missha Karlstein era uma terian. Ela tinha vinte e cinco anos e tinha cinco anos de experiência como aventureira. Sua altura era de cerca de 1,68 m, com uma figura magra e longilínea. Combinada com sua expressão altiva, ela exalava uma vibe fria.

— Pare de brincadeiras e vamos. Quero esmagarrr algumas cabeças de monstros.

Sua maneira estranha de falar, meio felina, parecia mais pronunciada do que a maioria. Ela afirmava que era um resultado inevitável da maneira como seu corpo era construído. Ah, e mais uma coisa sobre ela era…

— Haha! Como posso recusar o comando da princesa!

— Eu já te disse para não me chamar de purrrincesa!

— Mas você é a filha do chefe da Tribo do Gato Vermelho, como eu poderia…

— Vou te matar! Seu anãozinho!

Missha era uma princesa da Tribo do Gato Vermelho, uma das Cinco Maiores. Ela disse que era a décima terceira ou décima quinta…? Eu não conseguia lembrar em qual ordem de nascimento ela estava. De qualquer forma, não havia necessidade de tratamento especial ou algo assim. Ela era apenas uma princesa aos olhos da sociedade humana, não da própria.

Pelo contrário, havia outro alguém por quem se preocupar. — Hikurod, pare. Mesmo que seja uma brincadeira, ela não gosta.

Brown Rotmiller. Raça: Humano. Idade: 34 anos. Ele era de nível sete, mas com oito anos de experiência. Não importa o quão meritocrática pudesse ser a indústria de aventureiros, ele era o mais experiente de todos nós, por isso o anão sempre recuava diante das palavras de Brown.

— Ahem, fui um pouco longe demais, não é mesmo? Serei mais cuidadoso no futuro.

— Bem feito pra você, anãozinho…

— O mesmo vale para você, Srta. Karlstein. Não importa o quanto esteja zangada, é razoável ameaçar matar o líder de sua equipe?

— …Desculpe…

Pessoalmente, ele era meu favorito. De certa forma, ele era a única pessoa normal nesta equipe. Por mais verdadeiro que fosse, no entanto, havia uma desvantagem em não poder mexer com ele como com os outros membros da equipe.

— Hikurod, podemos partir antes que fique muito tarde?

— Ah, por favor.

—A partir de agora, todos, sigam atrás de mim. — Ordenou Brown.

Mas Dwalkie falou justo quando estávamos prestes a sair. — Espere, não seria melhor para Bjorn ou Hikurod liderar? Eles são guerreiros, afinal…

— Vamos precisar da ajuda deles do terceiro andar em diante, mas antes disso, ficaremos bem só comigo.

Honestamente, eu não sabia por que esse cara estava tão preocupado. Brown era um navegador profissional que sobreviveu no labirinto por oito anos.

“Mesmo que seu ranking de aventureiro seja baixo em comparação com o tempo que ele passou aqui…”

Eu tinha uma alta opinião dele por isso. Oito anos eram suficientes para passar por todo tipo de coisa no labirinto, então estar tão saudável e robusto como ele era incrível – um produto não de sua força de combate, mas de seu uso de outras habilidades.

“Deve ter sido o resultado de sua seriedade e recusa em ceder por qualquer motivo.”

Depois, guiados por Brown, finalmente alcançamos nosso destino, derrotando os monstros que ocasionalmente apareciam no caminho. A parte mais externa do primeiro andar era frequentemente chamada de zona escura. Mesmo que corrêssemos até aqui, pegássemos o caminho mais curto e não nos perdêssemos, o portal já havia sido aberto por outros aventureiros.

— Claro. As pessoas chegaram aqui mais cedo desta vez também.

— Não se culpe. Você fez o suficiente.

— Hikurod, essa não é razão para não trabalhar duro. Se você não se sentir frustrado com suas próprias deficiências, isso significa que sua vida como aventureiro acabou.

— É-É s-sério?

Para referência, levamos cerca de dez horas para chegar aqui. Eu não poderia dizer isso na frente do sempre apaixonado Brown, mas isso foi um desempenho muito bom para um grupo de aventureiros como o nosso. Não é como se fôssemos uma equipe de ‘speedrunning’ atrás dos pontos de experiência de abertura do portal. Para ser honesto, eu não esperava que ele encontrasse o portal tão facilmente.

“Se sua navegação é tão boa como não-guia…”

Enquanto eu estava começando a esperar por suas outras habilidades ainda não vistas, um tipo de arrependimento também me preenchia.

“Se fosse Ainar ou Erwen comigo, elas poderiam ter ganho os pontos de experiência para abrir o portal.”

Usando o fenômeno de instabilidade dimensional que eu reduzi a um bug, era possível obter pontos de experiência garantidos para abrir o portal. No entanto, esse método só poderia ser usado quando você pudesse garantir o sigilo com uma promessa ou um juramento.

“Isso é para mais tarde… quando o grupo for verdadeiramente confiável. Afinal, os pontos de experiência não são uma questão urgente agora.

Respirando fundo para sacudir qualquer arrependimento restante, Hikurod gritou: — Vamos lá então, vamos entrar! — O anão entrou no portal primeiro, e eu segui imediatamente depois.

Por favor. Espero que nada de ruim aconteça desta vez…

Mas será que isso era pedir demais?

A aventura tinha oficialmente começado.