Índice de Capítulo

    A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.


    Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』


    Essas pegadas foram feitas aproximadamente cinco horas atrás. Não havia necessidade de tentar adivinhar quem as fez. Como as chances de mais alguém ter vindo a esta ilha eram baixas…

    Essa trilha deve ser das pessoas que enviaram aquele pedido de resgate.

    — Há dois conjuntos distintos de pegadas. Julgando pelo tamanho, parece que ambos são homens. Além disso, parece que estavam se movendo o mais furtivamente possível.

    — Furtivamente? Isso significa que vai ser difícil rastreá-los?

    — Não, de jeito nenhum. Eles nem tentaram esconder suas trilhas. O que quero dizer é que estavam se movendo devagar, agachados, provavelmente mantendo um olhar atento ao redor. Provavelmente estavam à procura de monstros.

    Mihail Lectus.

    Ele era um aventureiro que aparentemente já tinha sido membro da unidade investigativa do palácio, antigamente. Parecia que esse veterano ocupava uma posição semelhante à da Amelia no nosso clã.

    — É melhor deixar o rastreamento com ele. Se ele realmente foi um investigador da família real, então ele seria melhor em rastrear do que eu — disse Amelia, parecendo quase desanimada.

    Pelo tom dela, percebi que talvez fazer parte da unidade investigativa fosse ainda mais impressionante do que eu imaginava.

    — Você disse que seu nome é Lectus?

    — Exatamente, Lorde Barão.

    — Vou deixar o rastreamento com você.

    — Certamente. Não vou decepcioná-lo.

    A partir de então, eu liderei o grupo enquanto ele me guiava na direção certa. Seguimos a trilha por um tempo, mas logo fomos forçados a interromper nossa busca quando encontramos algo inesperado. Ou, bem, seria mais preciso dizer que descobrimos algo inesperado.

    — Isso é…

    Havia um cadáver no meio da floresta, não de uma pessoa, mas de um gigante.

    — É o mesmo tipo de gigante que vimos no oceano…

    Deve ter morrido há algum tempo, já que estava claramente em decomposição e o cheiro de podridão preenchia o ar ao nosso redor. Mas então a pergunta era: como?

    — Julgando pelas feridas… parece que foi morto por outro monstro, não por pessoas.

    Será que isso foi obra de outro monstro que caiu aqui durante a estação chuvosa? Mesmo enquanto essa hipótese se formava em minha mente, não pude deixar de soltar um suspiro involuntário.

    — Yandel, você parece preocupado com algo. Há algum problema?

    — Bem… o corpo continua aqui.

    O fato de que o corpo ainda estava aqui significava que eu provavelmente não conseguiria adquirir uma essência dessas criaturas, afinal, as essências só apareciam quando os monstros desapareciam.

    — Ah…

    Seus atributos e suas habilidades… Eu tinha ficado todo empolgado para descobri-los, mas acabei me animando à toa. Senti minha empolgação se esvair no momento em que vi o cadáver, mas havia algumas pessoas em nosso grupo que praticamente estavam pulando de alegria.

    — Um gigante! O cadáver de um gigante!

    — E não é qualquer gigante! O que você disse mais cedo, Vossa Senhoria? O nome desse gigante é Hipramajent.

    — O que vocês estão fazendo aí parados? Precisamos salvar o que pudermos antes que apodreça completamente!

    Os magos do Grupo de Aventureiros desceram sobre o cadáver do gigante como se tivessem acabado de encontrar um tesouro inestimável, imediata e começando entusiasticamente o processo de desmembramento.

    — Esperem! Cuidado com isso! Sempre que removerem uma parte do corpo, certifiquem-se de pelo menos registrar como era a anatomia original do gigante!

    — Seus intestinos! O que há nos intestinos? Espera, será que ele tem intestinos?

    Tive a sensação de que poderíamos mandar essas pessoas direto para o inferno, e elas ficariam felizes desde que enviássemos um caderno junto.

    — Os magos do seu clã são… bastante entusiasmados — disse, incrédulo, enquanto os observava.

    Myul, o capitão deles, me deu um sorriso forçado. — Os magos que se juntam ao nosso grupo geralmente são do tipo que se interessa por trabalhos perigosos que nem pagam bem. Haha…

    “Bem, acho que faz sentido.”

    Embora eu não estivesse nem de longe tão interessado quanto os magos, ainda estava um pouco curioso sobre o que eles encontrariam, então observei enquanto começavam a desmontar o corpo do gigante.

    — Como está a pele dele? — perguntei.

    — …Está bem flácida. Testes iniciais indicam que também não parece ter nenhuma resistência à mana.

    — Então não seria útil para fabricar equipamentos?

    — Não… Precisaríamos fazer muita pesquisa antes que a pele pudesse ser usada para artesanato.

    Em outras palavras, a pele não tinha utilidade para nós.

    — E os ossos? — perguntei, fazendo com que a expressão de um dos magos se iluminasse imediatamente.

    — Ah! Os ossos são muito resistentes e, ao mesmo tempo, bastante leves. Além disso, os ossos em si são bastante grandes, então acreditamos que um ferreiro habilidoso poderia usá-los para forjar armas…

    — Sério? Qual nível você acha que eles teriam?

    — Hm… Bem… Como são leves, podem ser considerados de qualidade pouco superior ao aço comum…

    Hã?

    Eu estava prestes a me animar, mas acabou que os ossos não eram tão especiais assim. Se eram apenas um pouco melhores do que o aço, era mais fácil para os ferreiros usarem o aço, já que era muito mais barato tanto para produzir quanto para trabalhar.

    — A-Ainda assim, há vantagens em fazer equipamentos com esses ossos. Primeiro de tudo, eles não enferrujam, e…

    O mago começou a fazer um apelo como um pesquisador que estava pedindo mais tempo e financiamento para seu projeto, mas eu realmente não estava interessado em ouvir.

    — Entendi. Apenas me avise se encontrar algo especial.

    — Sim, senhor…!

    Depois disso, perdi o interesse no corpo e passei meu tempo guardando o perímetro do nosso acampamento.

    Eu tinha matado cerca de dez monstros Gigantizados que vieram até mim quando…

    Hush.

    Sentindo uma presença do outro lado da vegetação, instintivamente fui balançar meu martelo.

    — A-Ack!

    No entanto, um grito me fez parar no meio do movimento.

    — Hah, agh… — tossiu.

    Era uma pessoa. Alguém cujo rosto eu reconhecia.

    Meu martelo parou a um fio de cabelo de distância do topo de sua cabeça. O homem caiu para trás, engolindo goles de ar como se tivesse algo preso na garganta.

    Versyl foi quem colocou um nome ao rosto. — Sr. Myrtane?

    Ah, certo. Esse era o nome dele. Ele fazia parte daquele grupo de cinco pessoas que perceberam que seu guerreiro não tinha descido até o Primeiro Subsolo com eles, o mesmo grupo que inicialmente foi para a Ilha dos Humanos antes de sair com o clã Hektz quando houve problemas.

    Ele ainda estava ocupado demais, arfando para dizer qualquer coisa, e Versyl se adiantou para dar tapinhas em suas costas. — Por favor, acalme-se. Ninguém vai te machucar aqui.

    — Senhorita… G-Gowland…! — O homem pareceu recuperar os sentidos ao toque de Versyl, e imediatamente fez uma reverência para ela. — P-Por favor, ajude-nos. Veryon foi gravemente ferido em uma luta contra alguns monstros…

    Olhando mais de perto, notei que havia outro jovem amarrado às costas dele. Rapidamente desfizemos as amarras e deitamos o homem no chão, onde Amelia se inclinou para verificar sua respiração, colocando o ouvido próximo à boca e ao nariz dele. Eu estava no meio de acenar para o sacerdote quando ela falou.

    — …É tarde demais.

    Os joelhos de Myrtane cederam. — N-Não…! N-Nós estávamos… estávamos apenas conversando…! Ele empurrou Amelia para o lado e tomou seu companheiro nos braços, recusando-se a aceitar a realidade enquanto ele mesmo verificava sua respiração. Embora fosse rude da parte dele, Amelia não disse nada, e eu também não. Isso era algo que todos os aventureiros experimentariam pelo menos uma vez em sua carreira, a perda de um companheiro. Ele precisaria de algum tempo para aceitar isso, seja muito ou pouco.

    — …Já se acalmou?

    — Sim… Primeiro de tudo, eu não consegui dizer isso antes devido ao choque, então deixe-me dizer agora: obrigado. Por salvar… minha vida.

    — É uma pena o que aconteceu com seu companheiro. Você pretende levá-lo com você?

    — Sim. Isso é algo… que preciso fazer. Poderia pedir um pouco de magia de distorção…?

    — Claro.

    Depois que o feitiço foi lançado, o homem pegou o corpo de seu companheiro e tudo o que ele possuía e colocou tudo em sua bolsa de sub-espaço. Embora não fosse meu lugar para dizer isso, a sorte desse cara poderia ter sido muito pior. Uma vez, perdemos nosso mago, e não tivemos escolha senão deixar seu corpo para trás no labirinto.

    — …Agora, então, espero que possamos conversar. — Como eu lhe dei algum tempo para se recompor, diria que fiz tudo o que podia por ele. — Os outros estão vivos?

    — …As pessoas que ainda estão vivas estão escondidas em um local seguro agora. — Ele acrescentou que não estavam muito longe daqui.

    — Como é o esconderijo? É seguro?

    — … Está seguro por enquanto.

    — Mesmo? Então por que vocês dois estavam fora e se arriscando?

    — Todos achamos que, para escapar desta ilha, precisávamos saber mais sobre ela. Foi por isso… que Veryon e eu, como os mais rápidos do grupo, fomos enviados para explorar.

    Então eles eram uma espécie de equipe de reconhecimento. Se tivessem ficado quietos e escondidos com o resto por mais algum tempo, isso nunca teria acontecido.

    “…Mas eu não deveria dizer isso a ele.”

    Decidi que poderia ouvir o resto da história quando chegássemos ao esconderijo, então deixei a conversa por ali. Aconteceu que ele não estava mentindo sobre o esconderijo ser próximo, pois após segui-lo por um curto período, logo nos deparamos com uma grande rocha coberta de grama.

    — Então vocês usaram magia para disfarçar a entrada.

    — Vou enviar o sinal agora.

    Quando o homem bateu na rocha para alertar as pessoas dentro da nossa presença, a barreira logo desapareceu e alguém saiu.

    — Myrtane! Por que demorou tanto…? B-Barão Yandel? — Assim que estava prestes a começar a repreender seu companheiro por preocupá-lo, os olhos do capitão do Clã Hektz se arregalaram quando me viu.

    — Faz um tempo, Wyatt Hektz.

    — Oh, deuses…!

    — Podemos entrar?

    — C-Claro! Por favor, entrem!

    Quando entrei na caverna com meus companheiros, descobrimos que era mais espaçosa por dentro do que se poderia esperar olhando de fora.

    — Eu… estou realmente chocado. Nunca esperei que você viesse, Barão Yandel…

    — Sério? Eu meio que também estou surpreso.

    — Surpreso…?

    — Achei que você teria mais perguntas sobre as pessoas extras comigo.

    — Oh…! C-Certo! — disse ele como se só tivesse notado agora. — Eram apenas sessenta de nós quando descemos até aqui…

    Tive a impressão de que ele estava apenas fingindo surpresa. Então esse cara era o espírito maligno que fez aquele pedido de resgate? Bem, como isso não era realmente relevante para mim, não me aprofundei nisso.

    — O-O q-que aconteceu? — Wyatt perguntou.

    Dei-lhe um resumo geral, começando com o fato de que o tempo na cidade estava passando na mesma velocidade que aqui. Também lhe contei como o labirinto se abriu novamente não muito tempo atrás e que novos aventureiros haviam entrado no Primeiro Subsolo.

    — Um dos seus membros usou a reunião mensal dos espíritos malignos para enviar um pedido de ajuda, e a notícia se espalhou pela cidade. Graças a isso, conseguimos descobrir a localização desta ilha e vir encontrá-los.

    — I-Isso é…

    — Há alguém no seu grupo que você suspeita ser um espírito maligno?

    — Não particularmente. M-Mas… poderia ter sido uma das pessoas que já morreram.

    — Como aquele que morreu hoje?

    Wyatt Hektz não respondeu, permanecendo em silêncio em um esforço aparente para proteger seus companheiros, e eu decidi parar de insistir. Em retrospectiva, isso era um mau hábito meu. Mesmo quando não precisava, eu tendia a cutucar as pessoas apenas para ver como reagiriam.

    — Certo, vamos deixar isso de lado. Então me conte sua história. O que aconteceu com vocês depois que nos separamos?

    Deixei de lado a questão do espírito maligno e mudei de assunto. No entanto, o relato dele sobre a aventura até agora não forneceu muitas informações. Segundo ele, depois que deixamos a ilha, eles entraram na biblioteca para ver se havia mais alguma coisa lá, e quando não encontraram nada, voltaram para o mar.

    — Estávamos navegando em uma direção aleatória, tentando encontrar uma nova área para explorar. Mas então, monstros começaram a cair do céu como chuva.

    Ao contrário do meu clã, que passou a estação chuvosa na segurança de uma vila, esses caras tiveram que enfrentar isso em pleno oceano. Eles aparentemente encontraram esta ilha logo antes de seu barco quebrar completamente, e uma vez em terra, correram, encontraram esta caverna e se abrigaram dentro.

    “Eu estava me perguntando por que eles tinham menos da metade do número original de pessoas. Parece que a maioria deles morreu durante a estação chuvosa.”

    Os que sobreviveram tiveram sorte de encontrar um lugar para se esconder em apenas algumas horas. Se tivessem ficado fora por mais tempo, teriam sido completamente exterminados.

    — Deve ter sido difícil. Bom trabalho em passar por isso.

    — E quanto a você, Vossa Senhoria? Se o tempo também está passando no mundo exterior, então precisamos encontrar uma maneira de sair daqui. Você… já encontrou?

    — Não, ainda estamos procurando.

    Quando dei minha resposta honesta, os lábios de Wyatt se apertaram, e ele ficou em silêncio por um momento. — …Existe uma saída, certo?

    — Sim. Definitivamente existe. E eu vou encontrá-la.

    Ele estava procurando por qualquer coisa em que pudesse acreditar, então ofereci-lhe uma resposta cheia de confiança.

    — …Então faremos tudo ao nosso alcance para ajudar, Vossa Senhoria. Mesmo que não sejamos de muita utilidade para você — disse Wyatt em um tom que sugeria que eu era a única coisa no mundo em que ele sentia que podia confiar.

    — Obrigado por isso. Vamos dar o nosso melhor juntos — respondi, ajustando mentalmente a contagem de pessoas que agora me seguiam.

    Doze escravos a mais.


    Ainda tínhamos algumas horas antes de montarmos normalmente o acampamento, mas decidimos encerrar o dia ali.

    — Vamos descansar pelo resto do dia. Nossos planos para amanhã continuam no ar, mas ficaremos aqui esta noite.

    Como adquirimos mais membros, decidi que precisávamos fazer um inventário antes de começarmos a nos mover novamente. Eu também precisava reunir mais informações.

    — Wyatt, você descobriu mais alguma coisa sobre esta ilha?

    Embora eles passassem a maior parte do tempo em uma caverna, ainda eram aventureiros e chegaram a esta ilha antes de nós. Melhor ainda, Wyatt, seu capitão, estava incrivelmente disposto a me oferecer informações úteis até agora. No momento, a única coisa que nosso grupo sabia era que os monstros aqui podiam usar 【Gigantificação】.

    — A estação das chuvas que você mencionou… Depois que acabou, Veryon relatou ter avistado um monstro gigante à distância enquanto estava fazendo reconhecimento.

    “Um monstro gigante…”

    No entanto, enquanto ele continuava a descrevê-lo, percebi que ele não estava falando de Hipramajent.

    — Segundo ele, deu para ver à primeira vista que tinha mais de quarenta metros de altura…

    Hipramajent tinha apenas metade desse tamanho…

    — E estava despedaçando um Valksus com as próprias mãos.

    E não era forte o suficiente para despedaçar um monstro de segundo nível como aquele.

    — Para ser honesto, todos nós presumimos que ele apenas viu um monstro capaz de usar uma habilidade de ilusão… mas ainda assim achei que deveria informá-lo.

    — Entendo. Obrigado, vou manter isso em mente.

    Como a pessoa que viu o monstro agora estava morta, não pude verificar nenhuma dessas informações, então não insisti mais e deixei que ele continuasse seu relato. Enquanto ele prosseguia, recebi algumas informações que poderiam ser úteis quando retomássemos nossa expedição amanhã, coisas como um mapa da área circundante desenhado por sua equipe de reconhecimento e descrições de novos monstros que ainda não havíamos encontrado.

    E havia mais uma coisa.

    — E finalmente… há algo que preciso lhe mostrar, Lorde Barão.

    — Algo que você precisa me mostrar?

    — Poderia… me acompanhar por um momento?

    Caminhei mais para dentro da caverna com Wyatt e logo me encontrei em uma pequena sala com uma escultura feita pelo homem em seu interior. Minha mandíbula caiu assim que a vi.

    — Isso é…

    Era uma pedra de portal.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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