A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 532: Plano de Fuga (5/6)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note 』
Não demorou muito para que todo o nosso grupo se reunisse, já que eu havia chamado todos mais cedo, por precaução. Apesar da minha previsão, não posso dizer que estávamos preparados mentalmente para o que estava por vir.
— Por preparar… você quer dizer pegar nossas armas?
— Sim.
— Nós… realmente vamos lutar contra eles?
— Vocês têm algum problema em lutar contra monstros como os aventureiros que vocês são? — perguntei aos que não pareciam muito entusiasmados, e isso foi o suficiente para colocá-los no eixo.
— …De jeito nenhum.
— O que vocês estão fazendo? Sigam as ordens do barão!
Isso era imprudente. Não sabíamos de nada ao certo, e ela poderia até voltar sozinha se ficássemos esperando. Deveríamos esperar só um pouco mais para ela aparecer.
Embora a maioria das pessoas aqui provavelmente estivesse pensando algo parecido, ninguém disse nada em voz alta. O máximo que faziam era sussurrar entre si enquanto pegavam suas armas.
— Será que… realmente devemos fazer isso?
— O que mais podemos fazer? Você pode falar se quiser.
— …Não tenho certeza se quero.
— Quer dizer, sim, se você decidir falar agora, estaria disposto a enfrentar as consequências?
— …É, prefiro apenas lutar contra os monstros, para ser honesto.
Achei um pouco estranho como ninguém estava discutindo comigo.
— Bjorn… calma. Você está assustando todo mundo… — disse Missha, se aproximando.
Me enrijeci de surpresa, e quando parei para olhar ao redor, meus olhos encontraram os de Auyen. Ele se sobressaltou e desviou o olhar rapidamente. O mesmo aconteceu com a Ainar. Quando olhei para ela, ela imediatamente começou a murmurar desculpas aleatórias.
— Talvez algo tenha acontecido com ela…? — ela murmurou esperançosa. — Aqueles caras… Eles foram g-gentis comigo, mesmo que não falemos a mesma língua… — Ela piscou, então balançou a cabeça freneticamente. — Ah, e-eu não mencionei nada para eles, eu juro!
Caminhei pesadamente até ela. — Ainar.
— Sim! F-Fale!
— Agora você está sendo condescendente com os monstros porque são todos amigos?
— N-Nem um pouco! É só que eu não estou bem da cabeça agora! A-Aquela essência! É por causa daquela essência…!
— Um dos nossos aliados pode estar em perigo agora — eu disse, interrompendo-a. Honestamente, era totalmente plausível que ela estivesse agindo assim apenas devido a seu problema de Agressividade, mas eu não podia simplesmente ficar parado e deixá-la terminar. — Concentre-se. Antes que me decepcione.
— …Entendido.
Isso resolveu o problema de fazê-la se focar. Olhei ao redor e vi que os outros também haviam terminado seus preparativos. Não havia muito mais a dizer.
— Vamos.
Ao sair para a rua, dezenas de aventureiros formaram fileiras atrás de mim. Liderava-os a um ritmo rápido, nominalmente uma caminhada, mas mais próxima de uma corrida. Foi então que notei a presença de alguém, apesar dos meus sentidos embotados1.
— Senhor.
— É aquele? Aquele que sempre vigia nossa casa.
— Sim. Devo pegá-lo?
Pensei por um momento antes de responder — Não, deixe-o ir. Ele vai nos levar direto para onde precisamos ir.
— Ah…
— Acelerem!
Depois disso, com a ajuda de Erwen, seguimos o guarda que vinha nos espionando.
— ⟅Aventureiros… São os aventureiros!⟆
— ⟅Aktiti…! R-Rápido, entrem! Entrem na casa!⟆
Os aldeões monstros que estavam cuidando de suas vidas diárias correram para se esconder quando nos viram marchando pelas ruas, totalmente armados.
“O guarda não está indo na direção da casa do chefe… Para onde ele está indo?”
Logo tive a resposta.
— Hoje descobri um lugar peculiar. Fica a uns quinze minutos da casa do chefe. À primeira vista, parece uma casa comum, mas há muita segurança em volta.
Era aquela casa suspeita que Amelia me contou há algum tempo.
— Parem.
Assim que chegamos ao nosso destino, parei o grupo.
— ⟅Aventureiro! Largue sua arma!⟆
Não fazia tanto tempo assim desde que saímos de casa, e eles já estavam todos aqui.
Eu encarei os monstros se aglomerando ao redor como baratas e respondi em voz baixa — ⟅Eu não quero.⟆
“Eu não vim aqui para conversar. Estou procurando alguém. Se não têm nada a esconder, saiam do meu caminho.”
Não havia sentido em dizer nada disso em voz alta. E havia uma chance de que algo ruim pudesse acontecer com Amelia enquanto perdíamos tempo em conversas inúteis.
— ⟅Saiam do meu caminho. Vou matar vocês se não saírem.⟆
Assim, essa era a maior graça que eu podia oferecer a esses guerreiros agora.
No entanto, Nuiachichi, pai de Marupichichi e braço direito do chefe, ignorou meu aviso.
— ⟅O chefe ordenou que não deixássemos ninguém entrar. Sumam daqui.⟆
Eu não senti pena dele, e nem me preocupei em tentar persuadi-lo mais. Eu havia dado meu aviso final, e ele não o atendeu. Só restava uma coisa a fazer aqui.
— ⟅Ah, é mesmo?⟆
— ⟅Sim. Então vamos nos acalmar…⟆
— ⟅Então morra.⟆
Balancei meu martelo com a intenção de matar, como eu havia dito.
【Você lançou Gigantificação.】
O poder me preencheu até o limite enquanto eu aumentava de tamanho. Baixei meu braço com toda a minha força.
【Você lançou Swing.】
Nuiachichi, um arqueiro, deu um passo para trás apressadamente e esticou seu arco. Seus movimentos rápidos eram um testemunho de sua classe.
【Você lançou Transcendência.】
【Você lançou Olho da Tempestade.】
Enquanto meu martelo descia, usei meu ataque de agarrar. Uma tempestade começou a se formar, e os ventos arrastaram o corpo de Nuiachichi para mais perto de mim.
Crunch!
O martelo acertou sua cabeça no momento exato. No entanto, não foi mera coincidência ou sorte. Quando você lutava todos os dias, cronometrar coisas assim não era particularmente difícil. Ainda menos para um guerreiro que tinha excelentes instintos.
Em um instante, sua cabeça se amassou como uma lata esmagada. Nuiachichi me encarou atordoado, o sangue jorrando pelo rosto. No entanto, como esperado do braço direito confiável do chefe, ele não era do tipo que caía com um único golpe.
“Mais um, então.”
Levantei meu martelo alto no ar…
Vwoong!
…e mais uma vez o trouxe para baixo com toda a minha força.
Com esse ataque, Marupichichi seria forçado a crescer como órfão, mas e daí? Isso não era novidade para mim. Se você quisesse falar de crianças, Hans A também tinha uma.
“E com o quão brilhante ele é, vai ficar bem.”
E se não ficar, provavelmente acabará no mesmo lugar que o pai em breve…
“…Hã?”
Enquanto eu estava ocupado pensando nas dinâmicas familiares de Marupichichi, meu martelo balançava infalivelmente em direção à cabeça de Nuiachichi. Mas então, quando estava a apenas um centímetro de fazer contato, algo se interpôs entre a cabeça dele e meu martelo.
“Uma espada.”
Com meu atributo de Agilidade, tudo o que pude perceber naquele segundo foi o tipo de arma. E o fato de que a tal arma estava brilhando intensamente.
Boom!
O impacto do meu martelo na espada brilhante estremeceu os ossos das minhas mãos.
Fwish.
O clarão correspondente me cegou por um segundo, mas forcei meus olhos a se abrirem para poder examinar o ambiente ao meu redor. Meus lábios se curvaram em um sorriso sarcástico.
“Não foi ele que disse que estava muito ocupado para me ver?”
Parece que ele estava disposto a arranjar tempo quando seu subordinado estava prestes a morrer.
Ficamos lá, engajados em um impasse silencioso por um longo momento. Os guerreiros monstros com quem havíamos lutado lado a lado no início da estação chuvosa, não muito tempo atrás, agora estavam levantando suas armas contra nós.
Para ser justo, nós estávamos fazendo o mesmo.
Magia, poder divino, habilidades especiais, e qualquer outra coisa que pudéssemos usar contra eles estavam todas preparadas. Os aventureiros que me seguiram até aqui estavam atentos aos nossos oponentes, prontos para agir a qualquer momento.
— Chefe.
Falei primeiro. Minha paciência já estava bem curta.
— Liberte minha companheira — exigi, pulando todas as formalidades desnecessárias.
O chefe não perguntou do que eu estava falando. Ele não me tratou como se eu estivesse enlouquecendo nem tentou alegar que havia algum tipo de mal-entendido. Isso me pegou de surpresa.
— Então você está aqui por causa daquela mulher.
Não, em vez disso, o chefe da aldeia assumiu seus crimes com muita facilidade.
Grrrp.
A fúria ardente na minha mente estava esfriando, e a energia se redirecionou para uma força sólida que preenchia meus músculos.
Havia espaço para interpretação, mas tive a impressão de que sua indiferença era uma forma de transmitir que ele estava confiante de que poderia nos parar a qualquer momento, independentemente da nossa demonstração de agressividade. Mas eu também não planejava recuar aqui.
O encarei fixamente, devolvendo o olhar com o meu próprio, antes de conseguir murmurar — …Ela está morta?
O chefe dobrou o polegar e o dedo médio duas vezes, um gesto único dessa aldeia de monstros onde se autodenominavam humanos.
Eu sabia exatamente o que isso significava.
— Não se preocupe. Ela ainda está viva.
Sim, era uma negativa.
A ansiedade sufocante que me asfixiava aliviou um pouco, e o alívio inundou os espaços vazios. Claro, sempre havia a possibilidade de que o chefe estivesse mentindo, mas só de ouvir essas palavras já me fez respirar um pouco mais facilmente.
— Libere-a — ordenei mais uma vez.
O chefe me observou por um momento. — Se eu disser não, o que você vai fazer?
— Vou procurá-la eu mesmo. E destruir tudo que estiver no meu caminho.
— Surpreendentemente… você parece estar falando a verdade.
Blefar quando a vida dos meus companheiros estava em jogo ia contra tudo o que eu defendia.
— Sou mais forte que você — ele disse, de forma direta.
Assenti. — Isso pode ser verdade.
— Você não tem medo, então?
Quem se importa? — Eu nunca deixei de fazer algo que precisava ser feito só porque estava com medo.
— Hmm, entendo. Você está sendo bastante antagonista. Ela é sua amante?
Não me dei ao trabalho de responder a essa bobagem.
— Se não for o caso, você deve valorizar muito seus companheiros — o chefe murmurou, quase para si mesmo, antes de se virar para seus subordinados. — ⟅Nuiachichi… Ah, você não está em condições de lidar com isso. Bem, qualquer um serve, então vá trazer aquela mulher aventureira.⟆
Ela estava… realmente viva?
— Espere aqui por um momento. Ainda precisamos conversar depois disso.
Esperei ali, uma parte nervosa e outra esperançosa, até que os guerreiros monstros trouxeram Amelia para fora da casa. Ela estava inconsciente e deitada em uma maca.
— O que aconteceu? — exigi.
— Apenas a nocauteamos. Não fizemos mais nada para machucá-la.
De acordo com sua afirmação, eu não conseguia ver nenhum ferimento externo nela. No entanto, aparência não é tudo.
— Leve-a — disse o chefe. — Do jeito que as coisas estão, não acredito que poderemos ter uma conversa até que você a veja por si mesmo.
Após receber Amelia, ordenei que o sacerdote e os magos a examinassem.
— É como o chefe disse… parece que ela realmente foi apenas nocauteada.
Após obter a confirmação, não de um inimigo, mas de um aliado, soltei um suspiro de alívio.
Amelia estava bem.
Isso sozinho já era o suficiente para me fazer sentir como se tivesse escapado de uma grande enrascada, mas só tínhamos superado o primeiro obstáculo. Ainda não resolvemos o problema real.
— Certo, então você está pronto para ter uma conversa agora?
— Por que vocês sequestraram Emily?
— Não a sequestramos. Não, na verdade, nós é que deveríamos estar questionando você agora. Afinal, ela foi quem invadiu este prédio.
Então foi isso que aconteceu.
— Você diz isso, mas se fosse esse o caso, o racional seria me chamar — rebati.
— Você está certo. No entanto, havia algo que queríamos investigar antes. Se essa mulher entrou neste lugar puramente por curiosidade… — O chefe me olhou com aqueles olhos nojentos e miúdos. — Ou se ela fez isso sob suas ordens.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a respeito, o chefe continuou.
— Embora, parece que essa mulher agiu por conta própria, pelo menos segundo o que ela disse. Ela não respondeu a mais perguntas. Mas não se preocupe. Tudo o que fizemos foi intimidá-la um pouco… não a torturamos nem a machucamos.
— Seja grato que foi assim…
— No entanto, você precisará assumir a responsabilidade por isso.
Olhei para ele, perplexo.
— Esse é o seu dever como líder. Não importa se você ordenou ou não. Sua aliada desrespeitou nossa generosidade e quebrou as regras da nossa aldeia. Além disso, você não fez nenhum esforço para descobrir o que havia acontecido e veio correndo aqui para matar os guerreiros da nossa aldeia com suas próprias mãos.
Bem, não havia muito o que eu pudesse dizer sobre isso.
O fato de que Amelia ainda estava viva e que ele a entregou voluntariamente era prova suficiente de que minhas ações aqui haviam sido extremas.
— Então, como pretende assumir a responsabilidade? — perguntou o chefe, lançando um último golpe.
Ele falava do mesmo jeito de sempre, com a voz tão inexpressiva como sempre, mas isso só me deixava ainda mais tenso. Eu genuinamente não conseguia dizer o que ele estava pensando agora.
“O que ele precisa agora… não é um pedido de desculpas.”
Tomei uma decisão o mais rápido possível. Não tinha intenção de fugir da minha responsabilidade como líder deste grupo.
— Foi por minhas ordens que Emily Raines invadiu este prédio.
— Oho, é mesmo?
— No entanto, há uma razão para eu ter dito a ela para fazer isso.
— Estou muito curioso para saber qual seria essa razão.
Eu não havia planejado expor todas as minhas cartas assim, mas às vezes, enfrentar seu oponente de frente era a resposta. — Não muito tempo atrás, encontramos por acaso uma espada curta com o brasão do Clã do Leão de Prata na aldeia.
— E daí?
— Isso me fez pensar. Por que uma arma que pertencia a pessoas que deixaram a aldeia ainda estava na aldeia? Então iniciamos uma investigação.
— Entendo, então foi isso que aconteceu…
— Já que chegamos a esse ponto, me diga: qual é a história dessa espada curta e o que vocês estão escondendo nesta casa?
O chefe fez uma pausa para refletir sobre minhas perguntas. Então, finalmente, ele falou. — Primeiro, deixe-me responder sua pergunta sobre a espada curta. Eu não estava presente pessoalmente, então não posso dizer com certeza que é isso… mas antes de partirem, o Clã do Leão de Prata trocou bens com os aldeões. É altamente provável que essa espada curta tenha sido parte dessas trocas.
Sim, eu suspeitava que essa seria a resposta dele, considerando que não havia como eu confirmar se ele estava dizendo a verdade.
Continuei a encará-lo sem dizer uma palavra, e o chefe da aldeia continuou.
— E sobre esta casa… isso é um pouco constrangedor para nós… mas seria melhor que você visse por si mesmo.
— Certo. Mostre-me.
Com isso, o chefe fez um gesto com o pulso, e os guerreiros que cercavam o local se afastaram e abriram um caminho. Eu segui o chefe para dentro da casa.
— É por aqui.
O prédio disfarçado de casa comum tinha escadas que levavam ao subsolo, e quando desci aquelas escadas, vi com meus próprios olhos o que esses monstros estavam escondendo.
— …Maldição.
Eu já tinha uma suspeita quando senti o cheiro de carne podre no topo das escadas.
— Aqui. Isso é o que despertou sua curiosidade.
O porão estava cheio de corpos em decomposição.
— Este é o segredo da nossa aldeia.
Os corpos estavam em um estado tão terrível que era difícil até mesmo distingui-los uns dos outros, mas eu não tinha dificuldade em imaginar como deveriam ser em vida.
— Mas suponho que agora você também saiba disso, hein?
Os corpos eram humanos.
- Com pouca sensibilidade.[↩]
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