Índice de Capítulo

    A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.


    Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note – Nosoran 』


    Minha mente ficou em branco.

    A mente, que tinha funcionado bem até mesmo após acordar no corpo de um bárbaro desconhecido durante uma cerimônia de maioridade, agora se recusava a formar um pensamento coerente, como se estivesse embriagada.

    E assim, seguiu-se um momento de silêncio.

    Missha me olhava com olhos que brilhavam tanto de medo quanto de expectativa, e eu não consegui resistir a esse olhar por mais tempo, acabando por falar.

    — …Eu entendo.

    Um murmúrio sem sentido, que não era nem uma aceitação, nem uma recusa, nem uma pergunta.

    Após tanto tempo em silêncio, tudo o que consegui foi dizer essas duas palavras. Fazia tempo que eu não me sentia tão envergonhado de mim mesmo. No entanto, graças a isso, minha mente começou a funcionar novamente.

    Sim ou não.

    Neste momento, o que eu precisava fazer não era escolher entre essas duas opções. Se o que Missha me disse era verdade… Não, já que a Confiança Equivocada estava ativa, devia ser verdade… Mas foi exatamente por isso que havia algo ainda mais difícil para eu entender.

    — Então…

    — …Hã?

    — Então… por que você traçou aquela linha entre nós naquela época?

    Era uma pergunta que eu guardava no meu coração há tanto tempo. Por que Missha me afastou naquela época? Naquele momento, eu ao menos conseguia explicar que era porque ela não gostava de mim como homem, mas ouvindo isso dela agora, não parecia ser o caso.

    Missha deu uma resposta silenciosa. — Ah… Isso… Foi porque naquela época, eu percebi que você era um espírito maligno… N-Não, um jogador…?

    — Jogador…?

    Quando inclinei a cabeça, Missha perguntou baixinho — Ouvi dizer que você não gosta de ser chamado de espírito maligno… É verdade?

    Hmm, nunca tinha pensado sobre isso, mas ‘jogador’ realmente soava um pouco melhor do que ‘espírito maligno’. Ainda assim, ela ouviu isso de Baekho Lee? Se sim, isso também me irritava por alguma razão.

    — Se… você não gosta… vou parar. Desculpa…

    Voltei a focar na conversa e disse — Tudo bem. O que minha condição de espírito maligno tem a ver com você? Quero dizer… você achou que não poderia ter um relacionamento com um espírito maligno, independentemente do que sentia?

    Tentei suprimir minhas emoções o máximo possível, mas algo pode ter escapado, já que Missha se assustou e gritou — NYAH! Não é isso, Bjorrrn!

    Ela deve ter ficado tão chocada que sua antiga personalidade apareceu.

    Missha parecia surpresa e envergonhada por ter levantado a voz, desviando os olhos enquanto dizia — É só que… era difícil para mim te ver… Te ver ficando mais fraco por minha causa…

    — Vou precisar de uma explicação melhor para isso.

    Quando pedi mais detalhes, Missha procurou pelas palavras e explicou sua situação sem esconder nada. Em resumo, era bem simples.

    — Você achou que eu estar cumprindo meu ‘dever’, até o ponto de trocar de aparência com Kharon, era por sua causa, e achou que essas ações não eram úteis para mim? Porque poderiam expor minha identidade no futuro?

    — Sim… — Mesmo enquanto Missha abaixava a cabeça profundamente como uma aluna sendo punida, seus olhos permaneciam em mim. — Mas talvez… Será que foi um mal-entendido meu…?

    Hah, como eu poderia explicar isso para ela? A razão pela qual troquei de rosto com Kharon usando a máscara dourada foi por causa do GM. Eu precisava criar um álibi para evitar ser suspeito de ser um espírito maligno.

    “No entanto, ela não estava completamente errada.”

    Durante todo esse tempo, eu nunca cumpri meu ‘dever’ na terra sagrada. Minha primeira razão era porque isso me incomodava como ser humano moderno, e a segunda razão era Missha.

    Era porque parecia que eu estava cometendo um pecado grave.

    — Então não foi um mal-entendido… Isso é um alívio… — Missha soltou um suspiro de alívio, aparentemente tendo obtido sua resposta através da minha expressão.

    Verifiquei a Confiança Equivocada apenas para ver que não tinha muito tempo restante. Me perguntei se ainda fazia sentido continuar com as coisas como estavam, mas, mesmo que parecesse cruel, queria usar essa oportunidade para me livrar de todas as dúvidas.

    — Então é só isso? — questionei.

    — Hã…?

    — Posso estar errado, mas… acho que você pode ter mais razões para me afastar… — Deixei a frase no ar, ainda encarando-a.

    Missha parecia surpresa.

    “Sim, então você tinha algo.”

    Enviei-lhe um olhar para que apressasse, e seu rosto ficou vermelho como um tomate enquanto ela admitia — Então… sabe… Eu não posso ter filhos…

    Minha mente foi lançada de volta ao vazio por um segundo. Nem mesmo um ogro ficaria tão chocado se fosse atingido na cabeça com uma árvore.

    — Filhos…? — repeti de forma vazia.

    — N-Não me entenda mal! N-Não estou dizendo que não posso ter filhos, mas que qualquer filho que eu tenha não será bárbaro…

    Eu podia entender o que ela estava tentando dizer. Ela estava falando sobre a característica racial dos bárbaros, que bárbaros só podiam nascer de mulheres bárbaras. No entanto, o que eu entendia era o que ela estava tentando dizer, mas não o motivo pelo qual ela estava dizendo isso.

    — Por que importa se meu filho é um bárbaro ou não? — perguntei, soando confuso até para mim mesmo.

    Missha se encolheu. — Hã…? Não importa?

    Obviamente que não, eu nem era um bárbaro de verdade. Quer meu filho fosse bárbaro ou Gato Vermelho, eu daria todo o meu amor a ele.

    — Você está mentindo… — Missha acusou, incapaz de realmente aceitar minhas palavras. — Homens se importam com coisas assim…

    Bem, talvez fosse assim neste mundo, e talvez isso fosse ‘óbvio’ para Missha, que nasceu e cresceu aqui. Mas não para mim.

    — O mundo em que vivi era diferente.

    — Mas você é até mesmo um n-nobre agora… T-Todos definitivamente vão achar estranho e falar pelas suas costas…

    — Pare — exigi, pondo fim à conversa ali. Falar sobre filhos já era estranho por si só, e isso ignorava o leve constrangimento que também vinha com isso. — Vamos parar de falar sobre isso.

    — Ah… Sim… C-Certo? N-Não é como se você ainda g-gostasse de mim, afinal…

    — Eu ainda não te dei minha resposta adequada.

    — …Então? Qual… qual é a sua resposta?

    — Antes de dizer isso. — Verifiquei o tempo que restava antes de perguntar — Há mais alguma coisa que você esteja escondendo?

    Missha falou sem hesitar em uma voz calma. — Não.

    Certo, então isso era tudo.

    Em pensar que eu acreditei que ela estava escondendo algo e não podia confiar nela. Era realmente risível.

    Clack.

    Logo, o tempo da Confiança Equivocada chegou ao fim e a luz se apagou.

    — Então, você pode… me dar uma resposta?

    Por alguma razão, era difícil para mim encontrar os olhos dela. Ela me olhava como se essa pergunta fosse a coisa mais importante do mundo para ela.

    “Eu deveria responder…”

    A Confiança Equivocada já havia sido desativada, mas isso não faria muita diferença para mim, mesmo se ainda estivesse ativa.

    — Minha resposta…

    Eu disse a ela a verdade honesta.


    Parecia como se ela tivesse sido amaldiçoada, e por uma maldição muito sinistra, por sinal.

    — Bjorn Yandel. Eu… também gosto de você.

    — Bjorn Yandel. Eu… também gosto de você.

    — Bjorn Yandel. Eu… também gosto de você.

    Mesmo depois de molhar a cabeça com água fria e bater a cabeça com capacete na parede várias vezes, aquela voz continuava a ecoar em sua mente. Isso, e até mesmo a última coisa que Bjorn disse.

    — …Eu entendo.

    Não foi uma afirmação. Mas também não foi uma negação.

    Apesar disso, Erwen acabou sentindo um profundo alívio com aquelas duas pequenas palavras. Se o que ela sentiu naquela hora era verdade, Bjorn se sentiu aliviado naquele momento.

    Com a resposta de Missha Karlstein, com aquela resposta ingrata.

    O que havia acontecido entre os dois? E qual era o significado daquele ‘eu entendo’?

    Eram perguntas que Erwen não conseguia encontrar uma resposta, não agora. No momento em que ouviu a voz de Bjorn vinda de dentro do quarto, ela foi embora como se estivesse fugindo.

    Por que ela fez isso?

    Por que fugiu e não ouviu tudo até o fim?

    O arrependimento tardio a dominou, mas ela não tinha certeza de que faria algo diferente se pudesse voltar àquele momento no tempo. Mesmo agora, ela estava com medo. Parecia que ouvir a verdade havia criado algo horrível, um horizonte de eventos do qual não se poderia escapar.

    — Erwen Fornacci di Tersia.

    Foi por isso que ela não foi imediatamente questionar Bjorn. Não, depois de se perder em pensamentos e vagar sem rumo, ela correu para este lugar.

    — Quanto tempo vai ficar assim?

    Amelia Rainwales.

    Embora ela fosse uma saqueadora de origem Noark, depois de se conectar com Bjorn, estava vivendo uma nova vida sob o nome de Emily Raines. Erwen tinha ido ao seu quarto.

    — Se você está perdida em pensamentos, coloque-os em palavras já. Eu vou tentar te ouvir.

    — …Está tudo bem.

    No final, Erwen se virou e foi embora. Amelia não a deteve, apenas disse para Erwen voltar caso mudasse de ideia e quisesse conversar. No entanto, Erwen não tinha planos de voltar. Não, a razão pela qual ela veio hoje foi porque estava fora de si, e tinha sido apenas um capricho.

    Erwen voltou para o seu quarto e sofreu sozinha, e lá, chegou a uma conclusão.

    Não podia ser. Bjorn formando um relacionamento assim com a terian… era impossível. Sim, como aquela mulher poderia ser melhor do que ela?

    Depois de chegar a essa conclusão, seu coração se acalmou, e ela finalmente conseguiu sair do quarto.

    — Hã…?

    No entanto, ao descer para o primeiro andar, o que encontrou foi a cena de um homem e uma mulher sentados à mesa, sussurrando afetuosamente um para o outro.

    — Ah… Não ria! Você me pediu para fazer isso para você. Faz um tempo que tentei, então posso ter cometido alguns erros… Também não tem tantos ingredientes porque estamos no labirinto… mas… Bem, e-está muito salgado?

    — Não se preocupe. Está delicioso.

    A mulher parecia ter feito para o homem um prato que evocava memórias nostálgicas. Depois de ficar olhando atordoada para a cena das escadas, ela acabou encontrando os olhos daquela mulher.

    — Ah, Erwen… — A expressão da mulher ficou desconfortável quando seus olhos se encontraram, e ela começou a servir outro prato de comida. — Ainda não é hora da refeição, mas você quer um pouco? Eu… fiz bastante, então sobrou…

    Por algum motivo, isso lhe trouxe à mente uma memória do passado.

    — Ah! Se for por causa do capacete, você pode levar para o seu quarto…

    — Não preciso.

    Depois de cortar a mulher friamente, Erwen subiu as escadas novamente. Ela já tinha se controlado o suficiente para não pegar o prato e jogá-lo no chão.

    Clack.

    Erwen abriu a porta de Amelia e entrou no quarto. Amelia parecia confusa ao vê-la de volta tão rápido, depois de ter saído não muito tempo antes, mas isso não era importante agora.

    — Amelia Rainwales.

    Erwen pronunciou o nome da mulher que normalmente não mencionava.

    O tempo em que ela havia deixado Bjorn e estava aprendendo ao lado de sua irmã mais velha, quando a terian agia como a dona da casa e a tratava como uma intrusa indesejada.

    — …Eu preciso da sua ajuda.

    Erwen nunca quis voltar para aquele tempo novamente.


    Depois de assistir Erwen desaparecer escada acima, Missha me olhou com preocupação nos olhos. — Ela vai… ficar bem…?

    — Vou falar com Erwen, então não se preocupe. E… bom trabalho.

    — …Hã?

    — Tentar oferecer comida a ela. Não deve ter sido fácil, sabendo que ela te odeia.

    — Ah, isso não… Não é nada. Não podemos ficar assim para sempre… Precisamos continuar vivendo juntos…

    Missha parecia envergonhada enquanto arranhava a mesa. Até isso parecia admirável para mim.

    Eu disse a ela para não ficar à margem e viver lado a lado com os membros do clã, e ela já estava se esforçando para cumprir sua palavra.

    Bem, o clima ficou estranho por uma razão não relacionada a isso.

    Embora estivesse longe de ser natural, o silêncio não era desagradável. Usei o tempo para pensar sobre minha última conversa com a Missha. Ainda estava envergonhado de mim mesmo por isso, mas havia apenas uma resposta que eu poderia dar.

    — Você não sabe…? O que quer dizer?

    Definitivamente, eu não a odiava. O que restava dos sentimentos que eu tinha naquela época ainda permanecia. No entanto, era tudo o que eram ‘restos’.

    — Muito tempo se passou desde então…

    A partir daquele dia, eu fiz o meu melhor para me livrar dos sentimentos que tinha pela Missha, e eu consegui. Não sabia o que aconteceria no futuro, mas as emoções que sentia por ela estavam mais próximas das de um aliado do que as de um homem por uma mulher.

    Amelia, Erwen, Ainar, Raven, se qualquer uma dessas quatro estivesse na situação da Missha, eu teria achado tão difícil quanto e teria reagido da mesma forma.

    Bem, isso não era o importante.

    — H-Haha… E-então não tem jeito… — Mesmo parecendo magoada pela minha resposta honesta, Missha encerrou a situação como uma adulta. — Ainda assim… podemos ser amigos, certo?

    — Hã?

    — Certo? N-Naquela época também… começamos como amigos…

    — Uh, hum…

    E eu acabei soando ridículo ao responder ‘A-acho que sim?’ a isso.

    Foi uma cena embaraçosa onde eu queria pegar algo e jogá-lo o mais forte que pudesse. Mas o que poderia ser feito sobre isso? Já tinha acontecido.

    Missha interrompeu o silêncio, notando que eu tinha limpado meu prato. — Você terminou? Devo pegar mais…?

    — Sr. Yandel. — Versyl parecia ter saído de manhã, quando apareceu pela porta da frente para dizer — Você estava no primeiro andar? Estávamos procurando por você. O Conde Saintred está te chamando. Parece que a pesquisa sobre a lápide dimensional está quase concluída. Ele ordenou que você fosse até lá.

    — A pesquisa está quase completa… Sabe quais são os resultados?

    — Não sei os detalhes, mas acho que eles falharam.

    — Entendo… Bem, acho que vou ouvir os detalhes lá. Estou indo.

    — Certo… Tenha uma boa viagem.

    Levantei-me do meu assento, e Missha se despediu.

    Vendo isso, Versyl inclinou a cabeça. — Vocês dois…

    — Tem algo a dizer?

    — …Não. Nada.

    Eu sorri. Obviamente, ela tinha algo.

    — Depois que você voltar, podemos conversar? — ela perguntou.

    — Claro.

    Era óbvio o que ela queria dizer depois que eu voltasse.

    Ela deve estar preocupada, já que suspeitava que Missha era uma traidora, e provavelmente estava pensando em me contar o que aconteceu na comunidade ontem da forma mais natural possível.

    “Acho que posso dizer a ela que não precisa mais se preocupar…”

    Quando finalmente cheguei à mansão onde a lápide dimensional estava, o chefe da vila estava me esperando no primeiro andar.

    — Você chegou.

    — Podemos pular as formalidades. Diga logo o que quer dizer — pressionei. O chefe da vila então me disse que a pesquisa para abrir a lápide dimensional nos últimos dez dias havia falhado e que deixaríamos a vila hoje. — Hoje…?

    — Embora eu tivesse esperança, como foi um fracasso completo, não podemos perder mais tempo aqui.

    Bem, isso era verdade. Eu também não esperava que as coisas dessem certo tão facilmente desde o começo.

    — Então eu gostaria de ouvir sua opinião antes de partirmos. Não tenho intenção de interferir em sua aventura. Onde você quer que seja o próximo destino?

    Já descansamos mais do que o pretendido.

    Agora, era hora de voltar a se aventurar.

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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