Capítulo 582: Portas Abertas (3/4)

『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: Demisidi – Note – Nosoran 』

Nosso próximo destino, hein?

Devolvi a pergunta para o chefe da vila, mas ele apenas repetiu que eu deveria fazer o que quisesse.

“Não consigo entender o que ele está pensando.”

No final, decidi o destino com um suspiro, e o chefe da vila disse que anunciaria a decisão na próxima reunião de liderança. Então, ele realmente não estava mentindo quando disse que não tinha intenção de interferir em nossa exploração e estava contente em não tomar decisões a respeito.

— Como foi a pesquisa?

Antes de sair, perguntei a ele mais uma vez sobre a pesquisa, o projeto que começou há mais de dez dias, quando os magos disseram que talvez pudessem ativar à força a lápide dimensional.

— Hmm, não foi dito que a pesquisa terminou em fracasso?

— Pensei que talvez tivessem obtido algum resultado, já que deixaram que a pesquisa continuasse por tanto tempo.

— Um resultado, você diz… — O chefe da vila hesitou antes de dizer casualmente — Não é como se não tivéssemos conseguido nada.

— …O que foi?

— Consegui a garantia de que poderia escapar deste lugar usando o Altar dos Hereges.

Como ele chegou a essa conclusão? Embora ele não tenha dado uma explicação detalhada, provavelmente estava dizendo a verdade. Na verdade, essa era provavelmente a razão pela qual deu aos magos mais de dez dias para pesquisar.

No final, perguntei diretamente a ele — Então, quando você está pensando em voltar para a cidade? — Em minha mente, a única razão pela qual o chefe da vila ainda estava no labirinto era por causa do fator de incerteza.

O Primeiro Subsolo era um andar bastante peculiar. Por exemplo, quando o grupo de expedição tentou abrir a porta dimensional pela primeira vez ao vir para cá, a porta dimensional não abriu. Foi por isso que houve tanta discussão sobre o andar, um exercício de reflexão sobre se poderia ser considerado um campo de labirinto comum. Dias de idas e vindas entre os magos e os aventureiros depois, e no final, a opinião inclinou-se mais para o ‘sim’, e a principal evidência para isso foi a Pedra da Honra.

O Grande Guerreiro Bárbaro, Bjorn Yandel, e seus companheiros descobriram o Primeiro Subsolo.

Este lugar era especial de muitas maneiras, mas essa frase removeu todas as dúvidas de que o Primeiro Subsolo era um local dentro do labirinto. No entanto, não conseguimos descobrir por que a porta dimensional não pôde ser aberta. Bem, não é como se este fosse o único lugar especial dentro do labirinto onde a porta dimensional não pudesse ser aberta.

— Você não pode simplesmente voltar agora que tem certeza? — provoquei, tentando apressá-lo.

O chefe da vila apenas balançou a cabeça firmemente. — Ainda não terminei meus preparativos. Não estou confiante de que conseguiria evitar todas as suspeitas se voltasse agora.

Bem, isso era verdade. Se eu estivesse na posição do chefe, teria permanecido no corpo por um longo tempo para obter o máximo de informações possível sobre Jerome Saintred.

— Parece que você quer que eu vá embora o mais rápido possível — ele observou.

— Heh, o que te deu essa ideia?

— Por que seria? Devemos estar no mesmo barco agora.

“Não faça perguntas cujas respostas você já sabe.”

— Não tente nos agrupar. Você não me contou nada sobre como ativar a lápide dimensional — reclamei.

— Bem… parece que você ainda não confia em mim. — O chefe da vila acenou com a cabeça em um gesto de compreensão antes de bater no meu braço como um chefe de uma empresa faria. — Não há necessidade de tanta preocupação. Eu certamente deixarei este lugar, e lhe contarei tudo quando chegar a hora.

Que ironia.

Será que o chefe da vila sabia? Toda vez que ele me dava alguma garantia enigmática como essa, eu me sentia ainda mais inquieto.

“…Devo apenas matá-lo agora?”

Embora o impulso fosse tentador, decidi me segurar e observar como a situação se desenrolaria.

O chefe da vila me parou quando eu tentei sair. — Ah, a propósito, você usou o que pegou de manhã? A Confiança Equivocada.

— …Certo, quase esqueci de devolver…

— Não precisa devolver. Você precisará mais do que eu.

Poderia me insultar diretamente, seria menos irritante.

Senti uma onda de indignação com o insulto sutil, mas ainda assim levei a Confiança Equivocada comigo e deixei o prédio.

Quando voltei para a casa que estávamos usando como alojamento, Erwen e Amelia pareciam estar fazendo algo, já que não as encontrei em lugar nenhum. O mesmo valia para Missha.

Em vez disso, Versyl Gowland estava me esperando.

— Você voltou?

— Agora que penso nisso, lembro que você disse que queria falar sobre algo.

Era óbvio o que ela ia me contar, mas fingi ignorância e me sentei. Depois que a barreira de isolamento de som foi levantada, nossa conversa começou oficialmente, e foi como eu esperava.

— Há um boato de que a assembleia dos espíritos malignos foi fechada.

Versyl primeiro transmitiu a informação mais importante sob o disfarce de um boato.

Para ser honesto, fiquei um pouco perplexo. — Um boato?

— Sim, porque… não é como se não tivéssemos espíritos malignos entre nós.

Não, mas de onde você ouviu esse boato?

Uma pessoa normal teria perguntado, mas eu apenas fingi ignorância e acenei com a cabeça. Talvez porque eu nunca perguntei de onde ela conseguia suas informações, Versyl parecia ter ficado complacente ao falar comigo.

“Espero que ela não faça isso em outros lugares…”

Era algo que me preocupava como líder.

De qualquer forma, depois de falar sobre o suposto ‘boato’, ela naturalmente passou para o assunto da Missha. — A propósito, sobre esta manhã… o que aconteceu?

— Você está falando sobre a Missha?

— Sim. A informação de que a Srta. Karlstein poderia ser uma traidora ainda está em vigor. Ficar muito perto dela…

Versyl expressou sua preocupação com cuidado, e foi por isso que cortei sua ideia equivocada imediatamente. — Você não precisa se preocupar com isso mais. Eu mesma confirmei que ela não era uma traidora há pouco tempo.

— …Sério? Então por que você não me contou?

— Não era nada sério. Quando ouvi sobre a situação dela, também não parecia que ela estava tentando nos machucar.

— Eu entendo que você quer confiar na Srta. Karlstein, mas como você pode ter tanta certeza?

Haha, eu sabia que ela ia perguntar isso. — Usei Confiança Equivocada. Também confirmei, ao ouvir a situação dela, que ela não estava escondendo mais nada.

Quando ouviu que usei Confiança Equivocada, Versyl imediatamente fechou a boca e ficou em silêncio. Se ela continuasse insistindo que não podíamos confiar nela, só estaria forçando a barra. Claro, ela provavelmente estava curiosa sobre o que eu considerei como ‘nada sério’, mas não estava planejando contar para ela.

— De qualquer forma, não há nenhum problema com Missha Karlstein agora. Você não precisa mais vigiá-la, então apenas trate-a como uma aliada regular de agora em diante.

— …Sim. Vou fazer isso.

Certo, então esse foi o fim desse assunto.

Pedi então a Versyl para reunir o resto do Esquadrão Temporário Quatro, e quando todos se juntaram, ordenei que começassem a arrumar as coisas para deixar a ilha hoje.

— Ah! Vamos retomar nossa expedição novamente?

— Então parece que a pesquisa da lápide dimensional falhou…

— Hah… Minha família provavelmente está preocupada comigo.

Algumas pessoas ficaram tristes por não poderem voltar imediatamente para a cidade, mas o clima não estava tão desanimado.

— Eu estava honestamente ficando entediado. Isso é bom.

— Ainda temos muitos lugares para explorar.

Todo mundo aqui era um aventureiro.

Splash.

Quatro navios navegavam pelas águas prateadas, com o pequeno e precioso barco do Clã Anabada logo atrás das grandes embarcações militares.

Sentado na proa, fiquei ali, perdido em pensamentos, enquanto observava os navios militares à nossa frente.

“Quanto mais dinheiro eu preciso ganhar para conseguir um navio assim…?”

Honestamente, não seria um problema se eu vendesse a Muralha de Égide¹ e a Lança Gigante Verdejante², mas eu só acabaria pobre com um navio. Mesmo que eu comprasse algo assim com dinheiro, sem uma base poderosa de riqueza me apoiando, não havia sentido em comprar um barco como…

— Sr. Yandel! O que você está fazendo aí?! — Enquanto eu passava de um pensamento a outro sentado na frente do barco, uma voz aguda atrás de mim cortou a névoa. Era a vice-capitã das Tropas do Terceiro Batalhão Mágico, Raven. — É perigoso! Desça daí agora!

Ela rapidamente correu até o convés gritando de forma irritada, e como ela nem chegava à altura do meu peito, parecia uma criança quando olhou para mim.

“Sabe, só vai me fazer rir se você continuar olhando pra mim assim.”

— Huh? O que é esse olhar nos seus olhos…?

— …Nada.

Estiquei os braços para o céu enquanto olhava ao redor no convés e avistava mais alguns rostos familiares, Melend Kaislan, Sven Parav, e alguns dos cavaleiros com quem me aproximei durante as batalhas na Ilha da Biblioteca. A partir de agora, eles também faziam parte do Esquadrão Temporário Quatro. Eu tinha pedido ao chefe da aldeia antes de sairmos, e ele permitiu sem objeções.

— Aliás, Raven. Tem algo que eu quero te perguntar.

— …O que é?

— Aconteceu alguma coisa durante a pesquisa da lápide na aldeia? Você não fazia parte da investigação?

— Ah, aquilo?

Como tínhamos tempo de sobra enquanto navegávamos, perguntei algo sobre o que eu estava curioso, e Raven explicou tudo com paixão, usando todos os tipos de jargão.

“Eu não entendi uma palavra do que ela disse.”

Um fenômeno de separação dimensional, coordenadas espaciais e todo tipo de besteira que uma pessoa moderna vestindo a pele de um bárbaro não tinha a menor chance de entender. Enquanto eu apenas sentava ali e deixava as palavras entrarem por um ouvido e saírem pelo outro, Raven pareceu notar meu estado e ficou envergonhada, tentando mudar de assunto.

— Ahem! Acho que minha explicação foi difícil demais para você… Mas Sr. Yandel, eu também poderia te perguntar algo?

— Claro.

— Para onde estamos indo agora? Achei que você poderia saber.

— Oh, você não estava na última reunião de liderança.

— Todos os magos foram isentos dela. Precisávamos compilar rapidamente todos os dados da pesquisa.

Peguei o mapa que roubei da casa do Presuntinho e apontei. — É para lá que estamos indo. — Uma ilha não identificada a cerca de uma semana de distância da Ilha da Biblioteca. Como ficava relativamente perto da Ilha Arco-Íris, decidi explorar essa área primeiro. O chefe da aldeia tinha algo a dizer quando perguntei se ele sabia alguma coisa sobre o lugar.

— É uma ilha bastante misteriosa. E muito peculiar, por sinal.

— Peculiar?

— Você vai entender quando chegar lá. Eu te conto o resto quando atracarmos.

Eu não sabia o que essa peculiaridade era, mas definitivamente parecia uma ilha misteriosa pela forma como ele explicou.

— Hmm… Estou ansiosa para ver como vai ser lá. Espero que encontremos uma pista para desvendar o segredo deste andar… — Talvez por ser uma ilha não identificada, Raven não perguntou que tipo de lugar era ou qualquer outra questão desse tipo, encerrando nossa conversa ali.

— Capitão! O navio líder parou!

— Recebemos um sinal de que também chegamos ao nosso destino.

Depois de uma semana de viagem, finalmente pude entender por que o chefe da aldeia disse que a ilha era peculiar.

— …Isso é uma ilha?

Não havia árvores nem terra.

Não, para ser preciso, não havia solo para essas coisas ficarem sobre.

Splash!

Era apenas um enorme monólito que se erguia alto no ar, com as águas prateadas batendo ao redor dele.

Depois de ancorar nossos navios próximos ao monólito, fui até o navio líder e tive uma conversa particular com o chefe da aldeia.

— Certo, estamos aqui agora, então me explique. O que é esse enorme monólito? — O chefe da aldeia olhou para mim incrédulo quando entrei na sala. Isso porque ativei Confiança Equivocada assim que o vi. — O que? Você não disse que eu iria precisar disso?

— Não foi isso que eu quis dizer…

— Seja como for, apenas me responda. Estamos perdendo tempo.

Eu não estava planejando deixar ele escapar com alguma resposta vaga qualquer, e o chefe da aldeia provavelmente também percebeu isso. Foi a única razão pela qual consigo pensar que ele respondeu à minha pergunta tão facilmente.

— Isso não é um monólito. É uma porta.

— Uma porta…?

— Ela se torna uma porta quando você coloca a mão nela, e você pode entrar em um espaço desconhecido.

— O que há dentro?

O chefe da aldeia demorou um momento antes de responder. — Eu também não sei.

Não era a resposta que eu queria ouvir. — Você… não sabe?

— Não, e também era impossível para mim abrir essa porta com meu corpo anterior.

— Então como você sabe que é uma porta?

— Eu testei. Usei os sobreviventes que coincidentemente acabaram neste lugar, ao contrário de vocês. Ah, e vou te contar isso agora, mas era impossível para mim entrar naquela área, então não faço ideia do que pode haver lá dentro. E aqueles que entraram nunca retornaram vivos.

Deixando de lado essa resposta inexplicavelmente assustadora, foquei no que eu precisava confirmar primeiro. — O que você quer dizer com ‘sobreviventes’?

— Eu te disse que há humanos que às vezes acabam aqui. Houve alguns poucos que sobreviveram entre eles.

— Eu não entendo. Por que você não roubou os corpos deles?

Com essa pergunta, o chefe da aldeia tirou uma pedra negra de suas roupas. — Naquela época, eu não havia reunido sacrifícios suficientes para esta pedra. Na verdade, eu só consegui o suficiente recentemente. Como você sabe… muitas pessoas vieram desta vez, não?

Ele estava falando sobre o Clã Leão de Prata, que desapareceu na aldeia e foi encontrado morto no porão.

Por uma razão que eu não conseguia nomear, aqueles olhos dele que não viam as pessoas como pessoas me irritaram mais hoje do que em qualquer outro dia antes disso, mas controlei minha expressão e continuei a ouvir.

— Os aventureiros que entraram no lugar sozinhos eram tão fortes quanto você, mas não conseguiram voltar. Essas duas são as únicas coisas que posso te contar. Não tenho certeza nem de quantas pessoas podem entrar de uma vez. Você ainda está pensando em explorar esse lugar como planejado mesmo depois de saber disso?

Talvez fosse apenas um pressentimento, mas parecia que ele estava me testando. Bem, não importava o que ele dissesse ou como ele dissesse, minha resposta continuou a mesma.

— Claro, vamos investigar o interior.

Eu tinha decidido não deixar pedra sobre pedra neste andar.

Antes de ativar Confiança Equivocada, perguntei algumas coisas. No entanto, o chefe da aldeia permaneceu em silêncio durante tudo aquilo, e eu tive que me contentar com o que consegui e voltar para o meu navio. Lá, selecionei quantos da tripulação e quem entraria primeiro antes de informar o chefe da aldeia.

— Vou organizar os membros como você disse, mas… você ficará bem?

— O que você quer dizer?

— Com isso, você entrará primeiro. Em um lugar perigoso onde você não sabe o que pode estar à espreita.

— É porque é um lugar assim que eu preciso entrar primeiro.

— Hmm? — O chefe da aldeia apenas me olhou com espanto e não disse mais nada.

Depois de retornar ao meu navio, finalizamos nossas preparações e pegamos um barco menor antes de nos aproximarmos da enorme porta de pedra.

Splash!

O grupo de reconhecimento que havíamos enviado à frente já tinha aberto a porta de pedra. Dentro da porta, uma miragem oscilante preenchia o espaço. Era algo que qualquer aventureiro reconheceria em um instante.

Um portal.

No entanto, era a primeira vez que eu via um portal tão grande. Olhei para ele maravilhado.

— Yandel, que tal reconsiderar isso? — disse Amelia, que tinha pegado o mesmo barco que eu. — Enviar a gente já é uma coisa, mas você entrar primeiro parece ser muito imprudente.

— O que você está dizendo? Seu corpo é fraco. — A maioria das pessoas sabia disso, mas bárbaros geralmente não ouviam os mais fracos do que eles. — Eu vou primeiro. Como eu disse, entrem depois de esperar um minuto.

Depois de olhar nos olhos dos meus aliados, um por um, tomei a posição para pular do barco.

O que havia lá dentro? Honestamente, eu estava um pouco assustado e nervoso. No entanto, decidi confiar na minha experiência. Embora Dungeon and Stone fosse um jogo hostil, geralmente nunca havia um caso de um monstro ou armadilha esperando logo atrás de um portal.³

Com isso, eu saltei e joguei meu corpo no enorme portal.

Vwoong!

Um arco-íris de luzes coloridas me envolveu. Estranhamente, parecia que meu corpo estava sendo levantado no ar.

Tap.

Quando abri os olhos de novo, estava cercado pela escuridão, mas não havia razão para sacar uma vela e entrar no Modo Vela Bárbara.

Sabe, meu nível estava bem alto agora.

Fwing!

Peguei o sinalizador que tinha no cinto para situações como essa e o disparei em uma direção aleatória.

Fwoosh!

Meus arredores foram iluminados, e eu pude ver.

“Primeiro, estou dentro de algum lugar.”

O chão era de mármore liso. Havia paredes de ambos os lados e um teto sobre minha cabeça. E eu estava cercado por monstros… bem, estátuas de pedra na forma de vários monstros.

“Cavaleiro da Morte, Rei Slime, Licantropo, Cavaleiro de Ferro…”

Depois de verificar cada estátua de pedra de frente para trás, percebi rapidamente o que esses monstros estavam representando.

“Guardiões das Fendas.”

O longo corredor estava alinhado de ponta a ponta com estátuas de pedra, todas com a forma de um Guardião da Fenda.

1. No. 3[↩]
2. No. 7[↩]
3. MrRody: Lembram de quando ele disse isso pela primeira vez? Foi ao passar por um portal e ser surpreendido por monstros, quando ainda estava conhecendo o Time Meio-Lesado, logicamente, ele assumiu que saqueadores fizeram aquilo.[↩]