Índice de Capítulo

    A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.


    Tradutor: MrRody 』 『 Revisores: SMCarvalho – Demisidi – Note – Nosoran 』


    Após colocar o Subordinado G no porão, fechamos todas as cortinas e nos sentamos na sala escura, então tiramos um momento para compartilhar livremente nossos pensamentos.

    — …A situação está ruim.

    Versyl foi a primeira a falar.

    — Logo, eles vão perceber que a patrulha que nos encontrou desapareceu. Quando isso acontecer, eles vão oficialmente começar a procurar pela área. É só uma questão de tempo até nos encontrarem aqui.

    Ficar esperando nesta casa definitivamente era muito perigoso. Até nós teríamos dificuldade se fôssemos cercados.

    Era a mesma sensação que tive durante a Expedição à Rocha de Gelo. Os saqueadores de alto nível de Noark, incluindo Orcules, não deviam ser subestimados.

    “Como eles continuaram avançando até o oitavo andar depois disso, também devem ter ficado muito mais fortes.”

    Assenti, concordando com a avaliação da Versyl. — Não se preocupe. Eu não planejo ficar escondido aqui para sempre. Precisamos encontrar uma forma de sair daqui rapidamente.

    — Que alívio ouvir isso.

    Com o Distrito Sete sob controle de Noark, precisávamos escapar.

    Nossa conversa fluiu naturalmente com esse objetivo como ponto principal.

    — Eles não estão ocupando apenas o Distrito Sete, mas o Distrito Treze também? Seria difícil para eles controlarem toda aquela muralha sozinhos.

    — Então você quer que encontremos uma brecha na formação deles e passemos por lá.

    — Isso mesmo! Se conseguirmos passar pelas muralhas, é lá que encontraremos nossos aliados, certo?

    Erwen sugeriu que forçássemos a passagem pelo cerco deles.

    — Que tal usarmos os esgotos…? Os caminhos são estreitos, então, mesmo que sejamos pegos, talvez possamos lutar contra eles…

    Missha falou de outro caminho.

    — …E se a gente simplesmente não tentar nada irritante e se esconder? Se ficarmos escondidos aqui por alguns dias, as forças do palácio podem vir nos salvar…

    Ainar sugeriu que nos abrigássemos por conta dos seus níveis baixos de Agressividade.

    — Auyen, também compartilhe suas ideias. Não fique só quieto.

    — Perdão? Eu?

    — Não estou pedindo que você acerte. Só diga o que está pensando e o que faria se fosse por sua conta. E não se sinta pressionado.

    — Se eu tivesse força… eu teria ido salvar o povo.

    — O povo…?

    — Sim… A maioria dos aventureiros do Distrito Sete foi feita refém…

    E o navegador Auyen também deu uma resposta bastante inesperada.

    Quando nossa atenção se voltou para ele, Auyen ficou assustado e começou a gaguejar — C-Claro, estou longe de ser um herói como esse…! P-Por favor, ignorem o que eu disse!

    No entanto…

    — Não é uma ideia ruim.

    A ideia de Auyen pareceu tocar Amelia, que olhou para mim e disse — Yandel, talvez isso seja uma oportunidade. Eles não sabem que existimos. Estão apenas cientes das forças do palácio situadas além das muralhas.

    — Então você está dizendo que deveríamos usar essa oportunidade para atacá-los por dentro.

    — Exatamente. Se conseguirmos, será uma grande conquista. Duas cidades de Ravigion e mais algumas foram tomadas por um inimigo estrangeiro. Você pode até receber mais reconhecimento do que os nobres que detiveram o Duque Herege durante a Rebelião da Muralha de Ferro.

    O que Amelia disse tinha um fundo de verdade. Na longa história de Rafdonia, havia poucos incidentes tão grandes quanto este. Se conseguíssemos, seríamos recompensados de várias formas, e eu poderia até buscar uma promoção no meu posto nobre. Minha posição na aliança de nobres não-humanos de Melbeth também aumentaria consideravelmente.

    — …Precisamos de um pouco mais de informação sobre isso. Auyen, vá buscar o cara no porão.

    Caí em profunda contemplação.


    Depois de ser liberto de onde estava trancado no porão, o Subordinado G nos contou toda a verdade como se estivesse realmente do nosso lado. Graças a isso, conseguimos aprender mais sobre o estado atual do Distrito Sete.

    — Os aventureiros estão presos em pequenos grupos por todo o distrito.

    Os aventureiros, que possuem várias vezes mais poder de combate do que cidadãos comuns, e que geralmente trabalhavam como guardas da cidade, estavam sendo mantidos em três grandes locais.

    A prisão subterrânea das sedes da Guilda dos Aventureiros.

    A prisão subterrânea dos templos da Igreja dos Três Deuses.

    E as prisões subterrâneas da Agência de Paz Pública do Distrito Sete.

    Na verdade, esses três cobriam os principais pontos, mas havia dezenas de locais onde eles estavam sendo mantidos. Havia vários templos e sedes da Guilda dos Aventureiros no Distrito Sete, e a Agência de Paz Pública também tinha várias filiais de nível inferior.

    — Como tantos aventureiros foram feitos reféns, essa foi a única maneira de aprisioná-los todos…

    No entanto, ainda era cedo para dizer se isso era bom ou ruim para nós.

    “Já que estão todos tão espalhados, talvez fosse mais fácil para nós salvar qualquer um deles em específico…”

    Mas, por outro lado, era óbvio que nossa invasão seria notada após atacar apenas alguns locais. Não importava o quão rápido nos movêssemos, não poderíamos fazer nada sobre a distância entre as prisões.

    — Mas o lado bom é que nossas forças vão ficar mais fortes a cada vez que formos a um.

    — P-Perdão…? — gaguejou o Subordinado G. — V-Vocês estão pensando em salvá-los…?

    — Por que você está curioso sobre isso?

    De qualquer forma, a próxima informação que recebemos foram as rotas das patrulhas, incluindo o número de soldados estacionados nas muralhas. Bem, não era como se um soldado de baixa patente como ele pudesse nos dizer tudo em detalhes.

    — Ah, e os civis estão agrupados perto das muralhas. Ouvi dizer que eles estão soltando-os aos poucos sempre que a pressão do palácio aumenta demais…

    Ainda assim, havia uma diferença entre não saber algo e saber pelo menos um pouco sobre isso.

    — Certo, então volte para sua casa.

    — …Minha casa?

    — Auyen vai te guiar.

    Depois de colocar o Subordinado G de volta no porão, retomamos nossa reunião.

    — Pela sua expressão, já posso dizer que você tomou sua decisão.

    — …Sério?

    — De certa forma. Então, o que você vai fazer?

    Eu podia perceber que aquilo era mais uma pergunta retórica, então não prolonguei a resposta e respondi imediatamente. — Vamos salvar os reféns e escapar da cidade juntos.

    — Plano? — Amelia perguntou de forma seca.

    Respondi sem hesitar. — Vamos pensar nisso agora. Todos, juntos.

    Eu só tomei aquela decisão porque concluí que era viável, ainda não tinha elaborado um plano detalhado. Além disso, quanto mais gente para traçar os detalhes da estratégia, melhor.

    — Certo, então vamos começar.

    Com isso, nossa reunião de planejamento começou. Passamos um tempo decidindo quais prisões atacar primeiro e quais rotas usar, e discutimos se seria melhor passar pela muralha do castelo para nossa fuga ou se usaríamos os esgotos. E, se escolhêssemos as muralhas, qual parte delas atacaríamos.

    Eventualmente, o plano começou a tomar forma.

    — Mas…

    No silêncio de uma pequena pausa em nossa discussão, Missha falou com cuidado.

    — Não é…um pouco estranho? — ela murmurou para si mesma.

    Em resposta a isso, Erwen perguntou em um tom de desagrado — Estranho?

    — Quero dizer…o que o pessoal de Noark quer? Tem algumas coisas que eu simplesmente não entendo.

    — Não é óbvio o que eles querem? Eles querem roubar o que é nosso e querem se tornar os senhores do mundo.

    — Isso é verdade… mas isso é muito imprudente. — Missha rapidamente continuou, dizendo — Eles devem saber que, não importa quanto tempo resistam usando esses reféns, estão apenas adiando sua derrota. Então por que invadiram?

    Erwen não conseguiu dar uma resposta fácil àquela pergunta.

    Para ser honesto, todos aqui já tinham questionado o que a Missha mencionou pelo menos uma vez desde que chegamos aqui. Com sua estrutura atual, Noark jamais poderia vencer. Mesmo que tivessem dez vezes mais reféns, o palácio não temia derramamento de sangue, se fosse necessário.

    “E não há como Noark não saber disso.”

    A invasão só poderia terminar com a derrota deles.

    Então, por que os noarkanos fizeram algo tão tolo? Será que eles simplesmente não pensaram tão à frente?

    Não, a probabilidade disso era quase zero.

    — Também é estranho que eles tenham mirado em dois distritos ao mesmo tempo. Eles são tão instáveis que controlar apenas um já seria difícil…

    — E há Bifron entre o Distrito Sete e o Distrito Treze, o que torna ainda mais complicado defender seus territórios.

    — …É verdade. Então, por que fizeram isso? Estão mirando em algo em Bifron?

    — Ainda não sei, mas está claro que eles têm um plano em andamento.

    Sim, nesse ponto, fazia mais sentido que estivessem agindo com um objetivo oculto.

    — E quanto a tomarem os reféns?

    — Eles precisam de tempo para executar o plano deles.

    — Então precisamos nos mover o mais rápido possível. Não sabemos o que a situação vai virar e o que eles farão se dermos mais tempo a eles.

    De fato, sete cabeças pensam melhor do que uma.

    Enquanto continuávamos a debater, percebemos que também estávamos contra o relógio. Não podíamos saber exatamente quanto tempo tínhamos, mas todos ao menos entenderam que precisaríamos agir rápido.

    — …Então nosso plano de ataque está definido. Todo mundo memorizou tudo?

    — Não, eu não…

    —  Ainar, você não precisa. Basta ficar ao lado da Versyl.

    — Oh! Sério?

    “Sim. Eu nunca esperei que você memorizasse isso de qualquer maneira.”

    A melhor opção era colocar Ainar ao lado de alguém esperto.

    — Então estamos prontos. Vamos.

    Terminamos os preparativos e estávamos prestes a sair quando Ainar falou.

    — Bjoorn! O porão! E o cara no porão? Você jurou que o salvaria!

    Suspirei. Por que ela era tão boa em lembrar coisas inúteis assim? Talvez tivesse um gene que a fazia nunca esquecer juramentos, embora não conseguisse lembrar de outras coisas direito.

    Eu não podia quebrar meus juramentos na frente de Ainar sem que surgissem problemas, não quando ela não sabia que eu era um jogador. Porém, a situação, obviamente, não se transformou em um grande problema desta vez também.

    — Qual o problema? Eu não o salvei?

    — …Hã?

    — Então preciso continuar com ele, alimentá-lo e cuidar dele para sempre?

    — Uhm… na verdade, não…

    — Então está tudo bem. Deixe-o. Ele vai se virar sozinho. E se morrer de fome, esse é o destino dele.

    — Ah… é mesmo?

    — Ainar! Pare de falar bobagens e fique ao lado da Versyl! Esse é o seu lugar!

    — Entendido!

    Pronto, Ainar estava convencida.

    Creeeek, boom!

    Tudo certo, vamos lá.


    Depois de sairmos do prédio danificado, nos movemos da forma mais furtiva possível para evitar as patrulhas. Pela movimentação deles, nossa presença ainda não havia sido revelada.

    — Por aqui.

    Amelia foi designada como nossa guia. Ela era nossa especialista residente em furtividade e infiltração. Parávamos quando ela dizia para parar e nos movíamos quando ela mandava, e, eventualmente, chegamos ao nosso destino exatamente na hora estimada durante o planejamento.

    — Como aquele cara disse, não há tantos guardas aqui.

    Estávamos no grande templo de Reatlas, que eu costumava visitar. Esse era o ponto de partida da nossa missão de resgate hoje.

    Após explorar a área do segundo andar do prédio do outro lado da rua, colocamos nosso plano oficialmente em ação.

    Bem, eu disse isso, mas tudo que eu tinha a fazer era esperar.

    — Voltaremos logo.

    Amelia e Missha tinham habilidades de furtividade, e Erwen era capaz de assassinatos à distância. O time de operações especiais saiu junto.

    Pouco depois, recebemos um sinal. Quando descemos do prédio e nos aproximamos do portão principal do templo, vimos que aqueles que estavam defendendo o local haviam caído.

    Pshhhhh!

    Após usarmos o equipamento de aventura de Amelia para remover quaisquer vestígios deles, entramos no grande templo.

    Shing! Crunch! Pshwoo!

    Seguimos Amelia e continuamos a operação. No entanto, cedo ou tarde, alguém acabaria pisando no rabo de um longo animal.

    — Parece que… fomos descobertos, não é? — murmurou Erwen.

    Amelia franziu o cenho e assentiu. — Parece que sim. Pelo barulho que está começando a fazer.

    Ela disse isso, mas eu não ouvi nada. Mesmo assim, isso não significava que eu podia ignorar sua afirmação.

    — Como fomos descobertos, então?

    — Quem sabe? Existem muitas maneiras, e pessoas com habilidades místicas em todo lugar. Pergunte depois, vamos acelerar o passo.

    — Certo.

    Droga, sinceramente, eu queria que tivéssemos terminado o trabalho aqui em silêncio e com algum tempo sobrando.

    — O palácio! As forças do palácio chegaram!

    Ao descermos para onde ficavam as prisões, os soldados que estavam perambulando pelo templo apareceram e nos atacaram. Matá-los todos antes de descer as escadas poderia ter sido uma opção, mas isso teria levado muito tempo.

    — Yandel, nós lidamos com isso aqui, então continue.

    — Tudo bem.

    Deixei meus aliados cuidarem dos inimigos na superfície e desci rapidamente.

    A prisão subterrânea era mais espaçosa que o prédio acima. O cargo de carcereiro devia ser rotativo, porque encontrei apenas uma pessoa no local.

    — N-Não se aproxime!

    O carcereiro parecia também ter ouvido as notícias de cima, e avançou contra mim com sua arma.

    Crunch!

    Eu apenas esmaguei a cabeça dele com um golpe do meu martelo. Os aventureiros que estavam presos também pareciam ter percebido a situação.

    — Um time de resgate…?

    — Por que tem só uma pessoa…?

    — Espera… ele parece familiar…

    — Barão Yandel! É o Barão Yandel!

    — O gigante está aqui…!

    Os gritos ecoavam pelo subsolo, altos o suficiente para machucar meus ouvidos, mas eu aguentei firme.

    “Sim, era bom ouvir que eles ao menos tinham energia para gritar. Eu devia usar a oportunidade para aumentar minha popularidade com eles.”

    — Esperem por mim! Eu, Bjorn, filho de Yandel, estou aqui para salvar vocês!

    — Sim! Uhul!

    Depois de me declarar o salvador deles, me aproximei do carcereiro morto e procurei as chaves no cinto dele…

    “…Ele não tem chaves?”

    Aquilo foi um pouco inesperado, mas não entrei em pânico. Nenhum problema é impossível de resolver neste mundo.

    Se você tiver força suficiente.

    Creeek!

    Reuni um pouco da minha força, e as barras de aço se dobraram como colheres.

    — M-Muito obrigado! Muito obrigado!

    — O palácio mandou você, Vossa Senhoria?

    — Ouvi dizer que você tinha desaparecido…

    Os aventureiros presos passaram pelas barras dobradas e cada um fazia uma pergunta. Embora fosse bom vê-los agindo de forma amigável, eu não tinha tempo para responder a todas as perguntas com gentileza.

    — Certo, certo. Vou explicar tudo depois, agora estendam as mãos.

    — Ah…! Sim!

    Primeiro, quebrei as algemas dos pulsos dos aventureiros com minhas próprias mãos, como se estivesse quebrando nozes. Como eram ferramentas mágicas projetadas para selar essências, sua durabilidade física era bem baixa.

    — Assim que estiverem livres, subam e ajudem os que estão lá fora. Não bloqueiem o caminho.

    — Uh… você sabe onde está meu equipamento, por acaso…?

    — Pergunte lá fora. Eu também não sei.

    — Ok!

    Resolvi todos os problemas com minha força, sem precisar de uma busca irritante pelas chaves, então não demorou muito para libertar todos os aventureiros.

    — Abaixo de nós! Os sacerdotes e magos estão presos no segundo subsolo!

    Ah, então havia um segundo andar. Eu estava mesmo me perguntando por que só havia aventureiros comuns aqui.

    — Eu, Bjorn, filho de Yandel, vim para salvar todos vocês!

    Então, desci para o segundo subsolo para ganhar mais pontos de favor com eles antes de começar a operação de resgate.

    Depois de salvar todos e voltar à superfície, vi que eles também já haviam resolvido seus problemas lá fora.

    — Você trabalhou duro, senhor.

    — Vocês trabalharam mais. Tudo bem. Mais importante, sacerdote! Há algum sacerdote aqui com posto de arcebispo ou superior? Quanto mais, melhor!

    Chamei os sacerdotes entre os aventureiros resgatados. Felizmente, devido à nossa localização, havia pelo menos uma dúzia de sacerdotes de nível de arcebispo ou superior.

    — …Você se machucou em algum lugar?

    — Nada disso. Precisamos de sua ajuda para a próxima fase do plano.

    — Ah, entendo! Vamos ajudar com tudo o que temos. Mas… o que exatamente você precisa que façamos?

    — Orem por nós.

    — E ao orar… você quer dizer…?

    Ouvindo as reações confusas dos sacerdotes, respondi com um sorriso. — Quero apagar minha essência. Agora.

    Sim, para fazer algo grandioso, primeiro precisávamos ficar mais fortes.


    【A Essência do Orc Herói que se infiltrou em sua alma foi removida.】

    【Força diminuiu em -70】

    【Destreza diminuiu em -35】

    【Agressividade diminuiu em -40】

    【Resistência Física diminuiu em -20…】

    【A Essência de ??? se infiltrou profundamente em sua alma.】

    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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