Capítulo 640: Estratagemas Políticos (4/6)
『 Tradutor: MrRody 』 『 Revisor: Note 』
Sr. Dragão dos draconatos.
A família Karlstein, chefe dos terian.
Excluindo esses dois, era minha primeira vez encontrando todos os outros. No entanto, não foi difícil identificar quem eram, mesmo sem se apresentarem.
— Haha, de alguma forma, acabou sendo nossa primeira vez nos encontrando. Ouvi muito sobre você através da Titana! Ouvi dizer que ela estava em grande dívida com você?
— De jeito nenhum. Eu é que estou em dívida com Akurava.
— Haha! Você é mais humilde do que os rumores sugerem!
O Dumoka dos anões, Malark Izor. ‘Dumoka’ significava ‘martelo decisório’ na língua antiga, e na prática significava que ele era o chefe dos anões.
“De qualquer forma, ouvi que esse vovô não era um aventureiro.”
Isso era uma das coisas interessantes sobre Malark Izor. Incluindo os chefes reunidos aqui, a maioria dos líderes da história começou como aventureiros, mas este velhote foi o único a subir à sua posição puramente através da confiança de seu povo.
“Embora digam que foi confiança, seria mais correto dizer que ele tem uma mente afiada para a política.”
Neste mundo, quanto melhor a reputação de alguém, mais eu precisava tomar cuidado com eles. Isso significava que ele conseguia manter sua posição e status sem se irritar ou deixar que suas emoções atrapalhassem.
Essa preocupação não se aplicava ao espinhoso elfo.
— Bjorn, filho de Yandel. Esta reunião teve que ser adiada várias vezes devido à sua ausência.
— E daí?
— Quero ouvir a razão pela qual você se atrasou hoje.
— Ah, isso? Cheguei muito cedo, então fui comer algo e acabei me atrasando.
— …Comer?
— Por quê? Você não come?
O chefe dos elfos ficou sem palavras diante da minha resposta direta. Bem, suponho que eu devesse chamá-lo de ‘Lagcian’ em vez de ‘chefe’.
“Agora que penso nisso, por que todas as raças têm um nome assim, exceto os bárbaros?”
Por que os bárbaros só tinham o simples título de ‘chefe tribal’?
Embora essa pergunta tenha surgido na minha mente, não a considerei importante, então ignorei.
Ironicamente, no entanto, foi assim que a questão foi respondida.
“…Ah, então é por isso que nos chamamos apenas de chefes.”
Quero dizer, o que havia para mudar? Chefe já era suficiente.
E também era o título mais literal.
— Aquela criança…
Quando nossa batalha mental estava chegando ao fim, o belo líder dos elfos continuou, perguntando — Ela está bem…?
— …Está falando da Erwen?
— De quem mais eu estaria falando?
Uau, com o quão gentil ele parecia, por que suas palavras eram tão espinhosas? Mesmo assim, como ele era um membro mais velho da família dela, respondi gentilmente desta vez. — Não se preocupe com a Erwen. Ela está vivendo bem em nossa terra sagrada.
Mas o que foi essa resposta?
— Com aquelas outras mulheres?
— Outras mulheres…? — Eu ecoei. Perguntei para que ele explicasse o que queria dizer com aquilo, mas só recebi mais balbucios.
— Aquela criança é especial, mesmo entre o nosso povo. Não só porque é uma sucessora de sangue. Todos amam e cuidam daquela criança.
— …E daí?
— Se você ousar fazer uma lágrima sequer cair dos olhos daquela criança, você terá que enfrentar as consequências.
Era como se ele estivesse me ameaçando com uma declaração construída sobre as emoções de uma guerra passada que ele ainda não superou. No entanto, eu não fiquei irritado ou algo do tipo. Talvez tivesse ficado em outras circunstâncias, mas ele estava dizendo isso para o bem da Erwen. Não planejava me irritar devido ao jeito que ele disse.
— Isso nunca vai acontecer, então não se preocupe.
— …Então está bem. Vou deixá-la com você.
Só percebi naquele momento que a razão pela qual esse cara sempre agia de forma fria comigo provavelmente era devido à Erwen. Não porque eu era um bárbaro.
“Se ele fosse um elfo que odiava bárbaros, não teria dito nada como ‘Vou deixá-la com você’.”
Com essa conversa encerrada, voltei meu olhar para a última pessoa sentada aqui. Era o assento do representante dos humanos.
— A propósito…
Na verdade, estava pensando em quem ele era há um tempo, mas realmente não conseguia identificar quem era o representante humano. Foi por isso que perguntei diretamente, como um bárbaro faria.
— Quem é você?
Era uma pergunta rude, impensável em uma reunião oficial como essa. No entanto, o representante humano apenas riu.
— Sou o Visconde Maxiland. Felizmente, consegui participar da reunião como representante dos humanos.
Eu me lembrava de algo sobre o Visconde Maxiland. Ele fazia parte da facção do primeiro-ministro e era alguém que agia como… Bem, não exatamente sua mão direita, mas algo como sua mão esquerda.
— Ah, entendo. É a primeira vez que vejo seu rosto, então não o reconheci.
— Nós nos encontramos uma vez no passado, durante sua cerimônia de nobreza…
— Foi um pouco caótico naquela época.
— Entendo, por favor, não se preocupe com isso.
Após ouvir sua identidade, entendi por que ninguém aqui deu muita atenção ao representante humano.
“Sua intenção é óbvia.”
Os humanos também deixaram clara sua intenção ao mandar alguém de baixo escalão para a reunião. Eles não planejavam liderar nenhuma discussão. Em vez disso, ficariam quietos, ouviriam passivamente e depois deixariam a reunião.
O visconde também parecia entender isso, pois manteve uma postura passiva e permaneceu quieto, só falando quando solicitado.
— Bem, nossos assentos estão preenchidos. Podemos começar nossa reunião?
De qualquer forma, meu primeiro Encontro das Raças começou.
O primeiro Encontro das Raças em que participei foi um pouco diferente do que eu esperava.
Discussões profundas sobre alguns tópicos definidos em conjunto. Decisões difíceis que abalariam as economias e políticas do mundo. Ou talvez conversas secretas sobre os segredos do mundo e suas trocas.
Nada disso aconteceu.
Embora ainda estivéssemos nas partes iniciais da reunião, a Cúpula das Raças que presenciei era apenas um lugar para os diferentes líderes falarem sobre as pequenas queixas que tinham uns com os outros e se envolverem em duelos verbais.
— Ouvi dizer que os anões estão comprando a terra da Árvore Gnomo. Também estão planejando meter o nariz na agricultura?
— Por quê? Precisamos da permissão dos elfos sempre que queremos comprar terras?
— Então isso significa que nós e os terian também podemos começar a abrir negócios relacionados à metalurgia?
Ah, e nesses conflitos menores, nós bárbaros estávamos claramente na posição de espectadores. Não tínhamos nenhum território dentro da cidade, e como não tínhamos, não precisávamos nos envolver em disputas territoriais.
— Hah… Não se preocupem. Não planejamos pisar nos seus calos. Só compramos terras na Árvore Gnomo porque precisávamos expandir nossas forjas.
De qualquer forma, mal-entendidos como esses podiam ser superados com algumas palavras, mas havia exemplos em que isso não se aplicava.
— Mais importante, não foram os terians que cruzaram a linha?
— Que linha você está dizendo que cruzamos?
— Oho! Ouvi rumores de que o pessoal da tribo do Urso Negro acolheu aquele traidor. Será que ouvi errado?
Quando ouvi os detalhes, parecia que um ferreiro anão cometeu um pecado e foi exilado dos anões, mas foi acolhido por uma tribo de terians.
— Entendo onde está seu coração, Dumoka. No entanto, não podemos fazer o trabalho de cada pessoa que existe além de nós mesmos. Também parece que estávamos em dívida com aquele ferreiro devido a eventos passados.
— Haha, você age como se estivesse apenas acolhendo alguém que não tinha para onde ir. Não estão tentando roubar suas técnicas?
Então era isso que se chamava de palavras que cortam como facas.
— Você é o chefe da casa. Pare de enrolar e exile aquele bastardo novamente.
O líder dos anões encarou o chefe da Casa Karlstein com uma intensidade inabalável, mas o destinatário do olhar nem piscou.
— E se não o fizermos?
— Bem, não há muito que possamos fazer. Então, teremos que resolver o assunto por conta própria.
Nenhum dos dois mostrou sinais de recuar.
Em momentos como esse, os líderes que não faziam parte do conflito precisavam intervir para mediar.
— Ignorando o problema de possíveis vazamentos de técnicas, não é certo, por princípio, que uma raça acolha um indivíduo exilado de outra. Concordo com o Dumoka.
— Eu também concordo.
Após os votos, foi decidido que o anão seria exilado novamente pelos terian.
Eu me abstive de votar, aliás. Quero dizer, o que um criminoso anão tinha a ver comigo?
“Não tem graça quando ficam só falando entre si.”
A reunião continuou, e eventualmente me cansei de estar ali. Enquanto começava a cochilar, apoiando o queixo no punho, o assunto da conversa de repente se voltou para mim.
— A propósito, e você, chefe?
— …Hã?
— Parece que você demonstrou grande interesse em técnicas de construção recentemente. Já que nossos caminhos se cruzaram aqui, gostaria de ouvir um pouco mais sobre isso.
Ah… Esse velhote estava tentando mexer comigo.
— Também tenho algum interesse nisso. — O Sr. Dragão, por sua vez, parecia genuinamente interessado. — Ouvi dizer que a terra sagrada mudou muito.
— Bem, mudou. Não podemos viver como selvagens para sempre.
— Se é assim que pensa, que tal mudar a forma de falar primeiro?
— Eh, já virou tradição.
E por que deveríamos nos esforçar para nos deixar desconfortáveis? Era uma tradição tipo trapaça que nos permitia falar diretamente e sem cerimônias com qualquer um, exceto talvez o rei.
De qualquer forma, todos pareciam curiosos, então comecei a explicar como a terra sagrada havia mudado depois de construir os prédios, e os olhos do Sr. Dragão brilharam de interesse.
— Não consigo imaginar isso só ouvindo sua descrição. Vocês conseguiram avançar tanto em tão pouco tempo.
— Pouco tempo…? Quando foi a última vez que você esteve lá?
— …Cerca de vinte anos atrás.
Os draconatos tinham um senso de tempo muito diferente do nosso. Embora eu não deixasse transparecer, por dentro eu estava impressionado.
— Haha, os bárbaros aprenderam técnicas de construção — riu o líder dos anões enquanto eu encerrava minhas falas sobre minha terra sagrada. — Como construtor, fico muito satisfeito. Pelo que ouvi, você vai participar dos esforços de reconstrução do palácio desta vez… Isso é verdade?
— Ainda não foi confirmado.
— Entendo.
Soltei uma risada amarga. O direito de assumir o contrato era algo que havia sido discutido apenas alguns dias antes, durante a reunião de Melbeth. Não sabia se a rede de informações dele era tão boa assim ou se algum de nós havia deixado escapar.
“Parece que as informações vazam para todos os lados.”
Bem, eu podia entender isso. Melbeth em si era uma reunião de não-humanos. A maioria das palavras ditas lá chegaria aos ouvidos dos líderes das outras raças.
A próxima pergunta, porém, foi um pouco inesperada.
— Mais importante… Ouvi dizer que você vai se casar em breve — o Sr. Dragão perguntou com um sorriso maroto.
Eu estremeci e olhei ao redor, e, surpreendentemente, todos ali já pareciam estar cientes do assunto, não apenas o Sr. Dragão.
— Ahhh, sobre isso — disse, tentando desviar. — O líder de Melbeth só me pressionou um pouco e pediu para eu me casar logo.
— Bem… Você já está nessa idade. Não seria estranho já ter três filhos a essa altura.
Que porra é essa…? Como todo mundo sabia sobre isso? Provavelmente não foi o líder, já que ele não era do tipo que sairia tagarelando por aí.
“Que bando de bastardos assustadores…”
Um calafrio percorreu minha espinha, mas tentei não deixar isso evidente.
Foi uma das coisas que aprendi durante meu tempo usando a máscara do Leão. Agir de forma confiante desde o início era melhor do que parecer fraco.
Ou pelo menos, deveria ser.
— Se você não tiver nenhuma parceira em mente, que tal minha filha?
Eu realmente não consegui conter minha expressão com o que o Sr. Dragão sugeriu logo em seguida. Para ser honesto, eu teria soltado um jato de bebida se estivesse bebendo. — Sua… filha?
— Ah, ainda não disse se seria a minha mais velha ou a mais nova.
Uh… Não era isso que eu queria dizer.
— Bem, é você, então não importa…
— Como assim não importa?! — o líder dos elfos gritou do nada com uma carranca no rosto.
O Sr. Dragão correu para se explicar. — Ah, talvez eu tenha trazido um mal-entendido com isso. Só disse essas palavras porque ele é um grande homem. Não tinha nada político em mente como alianças ou algo assim…
— Não é isso.
— …Hmm?
— Grande Ancião Dragão, por acaso esqueceu da promessa que fiz com Bjorn, filho de Yandel, há não muito tempo?
— …Uma promessa? Algo assim aconteceu?
— Eu disse a ele que enfrentaria as consequências se uma lágrima sequer caísse dos olhos dela, e ele aceitou. Até confirmei a promessa dizendo que a deixaria com ele.
— Uh… — Sr. Dragão inclinou a cabeça em genuína confusão. — Eu lembro de você dizer algo nessa linha… Mas o que isso tem a ver com isso?
Um terceiro inesperado entrou na conversa. — Não estão todos aqui confusos? Minha filha já tem um relacionamento profundo com ele.
Era o pai de Missha.
— Bem… É verdade que um boato assim circulou no passado.
— …E então, essas palavras são verdadeiras?
O líder dos elfos e o Sr. Dragão ambos me olharam em busca de respostas.
Minha boca ficou seca por algum motivo, então alcancei o copo na mesa e o levei à boca antes de colocá-lo de volta sem beber.
Parecia que eu engasgaria se bebesse agora.
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