A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 657: Forasteiro (1/5)
Durante minha aventura no passado, eu havia aprendido bem: saber de um futuro que não poderia ser mudado era mais uma maldição.
— Então… Você está dizendo que algo vai acontecer daqui a um ano?
— Sim. Algo vai. Um evento enorme e divertido.
Ainda assim, eu precisava manter uma perspectiva positiva. Se o que Baekho estava dizendo fosse verdade, então isso significava que eu poderia passar o próximo ano sem me preocupar com grandes reviravoltas.
— Mas você não vai me dizer o que é esse evento? — insisti.
— Cara, se você souber com antecedência o que é, não será um evento emocionante.
— Então pelo menos me diz uma coisa. Quando esse evento acontecer, o Distrito Sete vai explodir de novo…?
— Hmm, provavelmente não…? O evento que estou falando não é nada disso…
Essa notícia foi um alívio. Eu estava planejando investir pesado no mercado imobiliário em breve, afinal, essa era uma informação muito importante de se ter.
“Mas… que tipo de eventos poderiam ser esses?”
Enquanto eu refletia em silêncio, um arrependimento passou pelo rosto de Baekho. — Ah, será que eu te dei dicas demais?
Dicas demais? Eu nem fazia ideia do que ele estava falando.
— Em todo caso, já que conversamos sobre tudo o que precisávamos… Você sabe.
Saber o quê?
Inclinei a cabeça. — O quê?
Então, Baekho desapareceu.
— Pyong.1
Suspirei. Eu precisava ficar ainda mais forte, e rápido.
Alguns dias após minha visita ao marquês, a reconstrução do Distrito Sete começou oficialmente.
Nossos guerreiros de trabalho manual e o orgulho da nossa tribo, os homens adultos de Bifron, junto com vários engenheiros e artesãos de construção enviados pela Casa do Conde Goldbeard e outras casas afiliadas a Melbeth, todos trabalharam juntos para iniciar a demolição, e a construção começou imediatamente após sua conclusão.
Com dezenas de milhares de pessoas trabalhando juntas, tudo progrediu rapidamente. Apenas pela velocidade, era mais rápido que qualquer construção moderna.
BOOM!
Apesar de não termos nenhum maquinario pesado, tínhamos magia. Além disso, não estávamos erguendo nenhum arranha-céu complicado, e… o mais importante, nossos trabalhadores eram muito melhores que qualquer força de trabalho moderna.
— Espere! Se você levantar assim, seus quadris vão…!
— Hmm?
— …Vocês me surpreendem toda vez que eu vejo. Isso não é pesado?
— Isso aqui nem é exercício!
Como os bárbaros conseguiam fazer, com seus corpos, o que apenas máquinas faziam na era moderna, conseguimos progredir com relativa rapidez.
— A Casa do Barão Taylan disse que, se pagarmos um pouco mais, eles venderiam todo o distrito comercial 7-2.
— Todo ele? Compre imediatamente.
Enquanto a construção continuava, eu continuava a comprar terras no Distrito Sete a um preço barato dos nobres que o líder da aliança me apresentou.
— O distrito comercial 7-2? Tenho certeza de que o plano era trabalhar nele bem mais tarde.
— O cronograma mudou. Ordens do Barão Yandel.
Talvez nem precisasse dizer, mas demolimos e reconstruímos as terras que comprei o mais rápido possível. Eu precisava levantar aquelas casas logo para encontrar inquilinos que pagassem ‘jeonse’ e usar esse dinheiro para comprar ainda mais terras.
— Então, essa é a casa onde vou passar os próximos dois anos…!
— É um pouco apertada, mas tem tudo o que você precisa!
— Estou ansioso, ficando tão perto de Bifron, mas não tenho escolha. Os preços das casas nos outros distritos subiram demais…
Foi muito mais fácil do que eu esperava encontrar inquilinos ‘jeonse’, apesar da minha apreensão inicial. Como cada um deles ocupava apenas um cômodo, cada prédio podia abrigar dezenas de pessoas ao mesmo tempo. Esse sucesso me fez sentir um pouco mais tranquilo, e o fato de que o banco estava emprestando dinheiro com juros baixos, junto com os fundos residenciais concedidos pelo palácio aos antigos moradores do Distrito Sete, ajudou bastante também.
— Com a densidade populacional daqui, percebi que, mesmo se eu montar uma loja aqui, não terei problemas.
Além disso, conforme mais e mais pessoas se instalavam em suas novas casas, isso gerava mais interesse dos comerciantes em abrir negócios nas proximidades, levando a um aumento harmonioso nas atividades comerciais. Claro, isso também trouxe alguns problemas.
— Ahem… Peço desculpas, mas por favor esqueça a oferta de vender minha terra.
Como o Distrito Sete estava voltando rapidamente ao seu ritmo normal, os nobres que iam vender suas terras começaram a retirar suas ofertas.
— Então, senhor barão…?
— Ah, estou ocupado aqui. Por que continua me procurando?
— Só estou aqui para perguntar por que só a terra da nossa casa não está sendo trabalhada…
— Não me apresse. Você não está vendo todo mundo trabalhando duro?
— Esse não é o problema…! Todos os prédios ao redor já foram construídos, por que só minha terra está vazia?! Já enviei os planos de construção, e você pode começar a construí-la agora…!
— Oh, estou dizendo para esperar. Quem disse que não vou construir o seu? Tudo será feito a seu tempo.
As outras casas não tinham a opção de empregar seus próprios trabalhadores para erguer seus prédios. Os direitos de reconstrução do Distrito Sete pertenciam exclusivamente ao meu Baronato Yandel.
— Tudo bem. Vamos vender a terra…
Muitas casas não aguentaram minhas manobras abertas contra elas e levantaram bandeira branca, mas outras resistiram até o fim.
“Vamos deixar esses caras por último…”
E assim, um mês, dois meses, três meses…
O tempo voou, e quando os negócios começaram a entrar nos eixos, as coisas com que eu precisava me preocupar começaram a diminuir. Por causa disso, comecei a focar em coisas além dos negócios. Embora fosse ótimo ganhar muito dinheiro, focar apenas nisso não traria nada de bom.
— Finalmente somos uma família. Bem-vindos.
— Hah… Não esperava que levasse tanto tempo.
Vice-capitão do Clã Sawtooth, James Calla.
Paladino Sven Parav.
Oficial nobre Melend Kaislan.
Soldada das tropas mágicas, Lilith Marrone.
Após deixarem suas respectivas organizações e se tornarem cidadãos comuns, cada um dos membros da equipe da Expedição Pedra de Gelo foi recrutado para o meu clã.
— A senhorita Akurava não vai se juntar a nós?
— Não sei ainda. Entrei em contato dizendo que queria vê-la, mas não obtive resposta.
— Parece uma situação semelhante à da senhorita Ravien.
— …Não é uma decisão fácil. Muito tempo já passou desde então.
— Mesmo assim, eu não entendo! Ainda não consigo dormir à noite por causa do que aconteceu naquela época…!
— P-Por favor, acalme-se, senhorita Marrone… E-Eles devem ter seus próprios motivos, certo?
Bem, em vez de uma questão lógica, eu encarava mais como uma questão de personalidade. Algumas pessoas eram como Lilith Marrone, mas a maioria achava melhor simplesmente esquecer e seguir em frente. E isso era ainda mais fácil de concretizar.
— Então… Agora que nos juntamos a você… Tem algo para fazermos, não?
— Eu reforço essa pergunta. Com o labirinto selado, não sei exatamente o que podemos fazer nos reunindo assim…
— O labirinto vai reabrir em breve?
Balancei a cabeça diante das perguntas dos novos membros. — Não, nem eu ouvi nenhuma notícia sobre o labirinto reabrir. Mas ouvi outra coisa.
— E por isso você quer dizer…?
— No festival do décimo terceiro mês, haverá uma grande competição. — Era uma informação de alta qualidade que obtive através das minhas conexões nobres, então poucas pessoas sabiam sobre isso.
— O que você quer dizer com competição…?
— Os detalhes podem mudar, mas ouvi que será uma competição entre clãs. Nosso objetivo principal será vencer essa competição.
— Ah…! Eu lembro de ouvir que competições assim já aconteceram algumas vezes no passado!
— Mas não entendo por que fariam uma competição dessas em tempos como estes.
— Estão fazendo justamente devido aos tempos em que vivemos. O palácio sempre quer ocultar problemas dos olhos do povo.
— Então, se esse é nosso objetivo principal… está dizendo que também temos um secundário?
Sven Parav parecia mais curioso com isso do que com a própria competição, e eu sorri em resposta. — Claro. Mas esse é segredo por enquanto.
— …Desculpe?
— Não faça essa cara. É só uma ideia na minha cabeça por enquanto. Vou contar mais quando eu tiver trabalhado mais nos detalhes.
Com o reconhecimento do objetivo secundário, não precisava falar mais sobre isso.
— Sigam-me! Todos estão esperando por vocês.
Levei os novos membros para dentro e começamos a festa de boas-vindas. Era um evento para que os novos e antigos membros se sentassem juntos, com comida e bebida, para estreitar os laços de amizade.
— Você parece bem melhor, senhorita Karlstein.
— Ah, é mesmo…? Eu nem sei…
— Você definitivamente está mais radiante. Durante a expedição ao andar subterrâneo, achei difícil me aproximar de você.
— Ahaha… S-Sério?
Goblin e Kaislan passaram um tempo conosco durante a expedição ao andar subterrâneo, então já os conhecíamos, mas havia outros aqui que estavam se vendo pela primeira vez.
— James Calla! Prazer em conhecê-lo!
— Ah… Prazer em conhecê-la também. Ouvi falar muito de você.
— Ouvi dizer que você usa arco? Tente atirar em mim!
— A-Agora mesmo…?
— Lutar é a melhor maneira de fazer amigos!
James Calla e Lilith Marrone, que não se juntaram à expedição, provavelmente estavam vendo Ainar e Missha pela primeira vez hoje.
— Marrone, cumprimente-os. Esta é Missha Karlstein. E este é nosso navegador, Auyen Rockrobe.
— Ah, sim… É um prazer ver vocês dois.
Eu não fiz muito, apenas os apresentei e me retirei. Os três continuaram a conversa por conta própria.
Isso, claro, até chamarem a atenção de Ainar.
— Ei! Do que vocês três estão falando? Deixem a gente entrar também!
— …Desculpe?
— Ah, certo! Querem ver também? Esse cara vai atirar uma flecha em mim.
— …E-Eu ainda nem confirmei?
Todo mundo parecia ser levado pelo ritmo de Ainar, mas eu não intervi. Quer dizer, estava tudo bem. Eventos assim precisavam de pelo menos um extrovertido para deixar o clima mais leve.
— Yandel, vem cá um segundo. — Amelia se aproximou furtivamente de onde eu estava, observando Ainar, e me puxou para um canto tranquilo.
— O que foi?
— Vim te contar sobre o que você me pediu para fazer.
Imediatamente baixei a voz. — Ah, você descobriu…?
— Preciso verificar se é verdade, mas eu encontrei algo.
Para ser honesto, fiquei surpreso. Embora eu tenha pedido, não esperava que ela trouxesse resultados tão rápido.
— Tudo bem mesmo se a informação estiver errada. Apenas diga — insisti.
Ela revelou todas as informações que havia reunido, e eu ouvi tudo sem interromper.
— Então… — Após terminar sua explicação, Amelia me olhou com olhos preocupados. — Nós realmente vamos fazer isso…?
Ela não parecia acreditar em mim, mesmo após encontrar o método que pedi para encontrar.
— Não temos escolha.
Os Noarkianos estavam escondendo muitas coisas, e o palácio escondendo ainda mais. Baekho e Palhaço haviam retido qualquer informação útil por sua parte, então eu não tinha com o que trabalhar. Mas nessa situação…
— Então… Você está dizendo que algo vai acontecer daqui a um ano?
— Sim. Algo vai. Um evento enorme e divertido.
Algo estava se formando nas sombras, e com a minha personalidade, eu não podia simplesmente sentar e esperar que acontecesse. Isso não seria uma escolha digna de um aventureiro.
— Emily, não se preocupe tanto… É só a hora de fazer isso.
Era hora de começar a explorar além das muralhas.
- Essa é uma onomatopeia muito usada na coreia para sons abruptos e, ou, rápidos. No caso, está escrita dessa forma, pois, o Baekho falou ela.[↩]
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.