A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 669: Novo Mundo (4/4)
Nossa situação atual era muito simples.
Ba-dum!
Primeiro, após encontrar um ‘amigo’ de Lek Aures fora das muralhas da cidade, obtivemos informações sobre uma lápide dimensional com ele. Após encontrá-la, decidimos usar o portal e retornar se não gostássemos do que encontrássemos do outro lado.
— Resumindo, aquele desgraçado nos enganou?
O amigo de Lek Aures, Dalan, desapareceu assim que atravessou o portal, e no lugar onde estávamos, a lápide necessária para voltar não estava em lugar nenhum.
Não havia saída daqui.
— O nome dele era Dalan? Era mesmo Dalan?
Além disso, não tínhamos muitas informações sobre Dalan. Nem sabíamos se esse era seu nome verdadeiro. O que sabíamos é que era um nome supostamente ‘muito comum’ entre os Noarkianos.
Não pude evitar fechar o punho. Não dava para saber se seu verdadeiro nome era ‘esse’, mas se fosse…
“A coisa vai ficar preta…”
Seria a primeira vez em muito tempo que eu encontraria outro ‘desse tipo’.
Ba-dum!
Precisava manter o foco. Só assim poderíamos superar esse perigo.
— Ele provavelmente não conseguiu ir longe…
Resolvido, abaixei a voz e dei uma ordem. — Pare de se mover.
Baekho me lançou um olhar confuso ao vê-lo impedido de correr atrás do que desapareceu. No entanto, por mais sério que eu parecesse, não havia como evitar.
Ba-dum!
No fundo, eu acreditava que estávamos em perigo.
— Não seja imprudente. Precisamos descobrir onde estamos primeiro.
Essa era minha regra ao jogar Dungeon and Stone. Sempre que entrava em um lugar desconhecido, precisava ficar atento a tudo. Para ser sincero, mesmo com toda minha cautela, quase sempre falhava nas primeiras tentativas.
— Havellion, Bryat. Vão verificar se há monstros ou armadilhas ao redor.
Primeiro, mandei o GM e o arqueiro inspecionarem o local, tanto a pé quanto usando magia.
— Não há nada.
— Também não consigo detectar nada.
“Tudo bem, nesse caso…”
Aproximei-me de uma das paredes da caverna e bati com a mão, ouvindo um baque abafado em resposta.
“Acho que não há nada atrás dessa parede…”
Então, levantei cuidadosamente o pé, que estava preso ao chão, e dei um passo à frente.
“Lama.”
O solo estava coberto por uma camada de lama, como se estivéssemos no local de um deslizamento após uma chuva forte. Não parecia causar nenhum efeito especial, como diminuir nossa velocidade de movimento. No entanto, esse não era o verdadeiro problema aqui.
— Precisamos sair daqui, rápido.
— É mesmo? Se seguirmos o caminho à frente, provavelmente encontraremos algo pelo caminho…
— Se as coisas derem errado, a caverna inteira pode ficar submersa.
— Hein?
Baekho inclinou a cabeça em dúvida, e apontei para as paredes e o teto da caverna. — Olhe. Há marcas mostrando que esse lugar já esteve cheio de água.
— Oh, realmente tem!
— Mas não é um salto de lógica muito grande supor que ficaremos submersos de novo…? Não faz mais sentido que só houvesse água aqui antes e agora não tenha mais?
Hein? Por que ele estava tão otimista de repente?
— Você sabe o quão grande é essa caverna? E se precisarmos andar por três dias e noites para mal alcançar a saída? E se o meio da caverna for um labirinto de caminhos e perdermos muito tempo tentando escapar?
— …Então, não deveríamos já estar nos movendo?
“Hmm… Verdade. Mas antes disso, vamos ajustar isso.”
— Vamos fazer uma nova formação — decidi.
— Formação…?
— É perigoso avançar em dois grupos separados em uma situação como essa. E em um caminho onde os lados estão bloqueados, uma formação sólida resolve metade dos problemas antes mesmo que se tornem problemas.
Embora estivéssemos nos movendo juntos até agora, o GM e eu não nos misturávamos muito bem com a equipe de Baekho. Mesmo assim, a partir de agora, isso teria que mudar.
— Havellion, Ruingenes, Jaina. A partir de agora, vocês três irão para o centro, onde estarão mais seguros.
Nossos indivíduos mais importantes ficariam posicionados no centro.
— Lek Aures, siga por trás. Um inimigo pode aparecer atrás de nós.
— Haha, certo! Deixa comigo!
O sub-tanque ficaria na retaguarda. Em uma área estreita e parecida com um corredor, a retaguarda precisava ser protegida.
Eu poderia cuidar da frente sozinho, de qualquer forma.
— Baekho, você seguirá logo atrás de mim — ordenei — e Bryat, você ficará logo atrás dele. Você pode se mover mais para trás durante a batalha, mas precisará fazer a patrulha antes disso, então ficará à frente. Entendido?
— Sim. Entendi o que você está pedindo.
Respirei fundo. Agora que a formação básica estava feita, deveríamos começar a nos mover…
— Lorde Barão?
Assim que a formação foi ajustada, Baekho se aproximou de mim, parecendo ter algo a dizer.
— Há mais membros da minha equipe aqui do que da sua, então não deveria ser eu a dar as ordens…?
Ah, então era isso que o estava incomodando.
— E essa também não é sua primeira vez fora das muralhas? Se simplesmente continuarmos como estamos e eu liderar, muitas coisas…
Bem, se você queria isso, deveria ter feito melhor. Você achou que eu estava assumindo o comando porque queria?
— Baekho Lee. A situação mudou.
Não estávamos simplesmente fora das muralhas da cidade. Se fosse só isso, eu teria confiado em Baekho para tomar as decisões, já que ele tinha mais informações do que eu.
Confuso, ele perguntou — O que mudou?
No entanto, havia uma diferença clara desta vez.
— Esta também é a sua primeira vez aqui.
Nenhum de nós estava familiarizado com esse lugar. Além disso, meus instintos me diziam que onde estávamos era muito perigoso.
E esse cara estava me pedindo para entregar o volante?
— Não temos informações sobre este lugar, o que nos torna vulneráveis a qualquer variável nova que possamos encontrar. Em situações assim, o que conta é a capacidade de tomar decisões rapidamente.
— E daí?
— Um momento como este exige que a pessoa mais qualificada assuma a liderança.
Embora eu tenha explicado de forma ‘indireta’, no final, estava apenas dizendo que tomaria mais decisões corretas do que ele.
Naturalmente, isso não era algo que Baekho estivesse disposto a aceitar.
— Mais… qualificado? Você? — Ele me olhou incrédulo.
Não desviei o olhar. — Por quê? Você acha que não sou?
— Não. Eu não acho que você seja.
Um sorriso surgiu em meu rosto diante da resposta imediata e absolutamente sem hesitação de Baekho.
Quer dizer, sério? Por que Baekho Lee estava agindo tanto assim?
Qualquer um poderia ver a esse ponto. Eu havia aberto o Portão do Abismo no modo original após incontáveis horas reunindo e compilando informações, e moendo para encontrar cada detalhe possível. Baekho Lee, por sua vez, era um soldado aposentado que nem sequer teria vindo a este mundo se não fosse pela sua versão trapaceada. Era óbvio quem era mais qualificado entre nós.
Dei um passo em direção a Baekho e falei em um tom mais baixo. — Vou perguntar só uma vez, Baekho Lee… Você realmente acha que é a pessoa mais qualificada aqui?
Surpreendentemente, ele não respondeu imediatamente dessa vez.
Ele sabia tão bem quanto eu. Havia uma diferença clara entre nós dois, impossível para ele argumentar o contrário.
Eu o encarei sem piscar, deixando claro que pressionaria a questão até ele responder. Finalmente, Baekho desviou o olhar e deu de ombros.
— Certo… Você pode assumir. Você é o aventureiro mais famoso de Rafdonia. Vamos ver suas habilidades.
“Sim, era o que você deveria ter feito desde o início.”
Colocar Baekho no seu devido lugar… é o que teria acontecido se ele não fosse tão tranquilo a respeito. Com nossa discussão resolvida, começamos a nos mover oficialmente, e comecei a ouvir alguns sussurros atrás de mim.
— Afinal, quem é Barão Yandel…? — perguntou Aures. — Para alguém como Baekho Lee ser sobrepujado…
— Também fiquei surpreso… Nunca imaginei que aquele tal Baekho recuaria com o rabo entre as pernas… — GM sussurrou de volta. Mas isso não significava que Baekho não os ouviu.
— Hein! Eu sou uma cobra? Que história é essa sobre o meu rabo?! Só estou curioso sobre o motivo dele ser tão confiante!
— …Ahaha.
— Baekho! Eu não disse nada!
Os dois logo calaram a boca quando Baekho mostrou seu descontentamento.
Apesar de achar isso engraçado, decidi dar um aviso aos dois.
— Fiquem quietos. Pode não estar acontecendo nada agora, mas não há garantia de que será assim para sempre.
— C-Claro!
Todos eram aventureiros de elite, então por que eram tão irritantes? Seria bom se todos fossem como Amelia. Se fosse assim, seríamos super eficazes, independentemente do que fizéssemos.
— É fraco, mas consigo sentir um fluxo de ar. Parece que há uma saída por perto, felizmente.
Cerca de vinte minutos de caminhada depois, o arqueiro Bryat falou. Encontramos uma saída não muito longe dali.
— Está escuro…
Nossa visão não melhorou só porque saímos da caverna. Estava muito escuro, lembrando o labirinto.
— …Não está de noite agora? Veremos algo quando o sol nascer.
Baekho tentou minimizar, mas eu não o deixaria fazer isso.
— Não acho que está escuro só porque é noite.
— Desculpe?
— Veja, a luz não consegue se espalhar direito. É como se estivéssemos dentro do labirinto.
— Uh… Acho que parece mesmo? — Só então Baekho Lee franziu a testa ao notar a diferença na escuridão. — Então há uma possibilidade de estarmos dentro do labirinto?
— Bem… Teremos que esperar para ver.
— Certo. Vou confiar em você, Barão. Você vai descobrir tudo sozinho, não é?
…Esse cara parou na quinta série?
Como ele veio para este mundo muito antes de mim, sua verdadeira idade era bem maior que a minha.
— Claro. Eu vou descobrir, então fique quieto.
Coloquei o dedo indicador nos lábios, e Baekho franziu o rosto, insatisfeito. Eu simplesmente ignorei sua reação e me concentrei no que precisava fazer.
Saímos de um campo e entramos em outro. Naturalmente, precisávamos explorar nosso entorno primeiro.
— Não… vejo nenhuma água.
Eu esperava encontrar um lago ou um rio próximo à caverna, mas não havia uma única fonte de água por perto.
Então, como a caverna se encheria de água? Mesmo se chovesse aqui, não parecia que a água simplesmente se acumularia dentro dela.
“Há um motivo diferente para isso…”
Fiquei pensando nisso enquanto explorávamos. Demos uma longa volta ao redor da entrada da caverna para fazer um mapa simples do local e até marcamos a entrada da caverna para poder voltar a ela, se necessário.
— Havellion, que horas são agora?
— São nove horas e dezoito minutos. O sol já teria nascido a essa hora.
— Certo, entendi… — Então, mesmo depois de tanto tempo, o ambiente não mostrava sinais de clarear. — A chance de não estarmos ‘fora das muralhas’ aumentou.
— Você está dizendo… que estamos dentro do labirinto?
— Bem, a possibilidade ainda existe.
Ninguém disse que era besteira ou que eu estava delirando. Afinal, Auril Gavis também havia usado uma lápide dimensional fora das muralhas para criar um portal que conectava ao labirinto…
— Barão, olhe isso!
O arqueiro Bryat me chamou de repente. Fui rapidamente até o que ele estava observando e, lá, vi uma estrutura artificial que não conseguia ver de onde estava antes.
— Uma lápide?
Claro, a lápide que Bryat havia descoberto era completamente diferente de uma lápide dimensional comum. Era enorme, mais parecida com o ‘monumento’ na Caverna de Cristal do primeiro andar.
— Havellion, consegue ler o que está escrito?
— Não. É a primeira vez que vejo símbolos assim.
Na lápide, havia vários símbolos que pareciam hieróglifos, e até eu, que conseguia traduzir a língua antiga, não conseguia lê-los.
— Investigue isso por agora. Pode ser uma estrutura que requer mana para funcionar.
— Sim. Entendido.
Após deixar o GM e o Erudito Caído investigarem a lápide, revisei o mapa em andamento mais uma vez. Tirando o fato de haver várias crateras enormes ao nosso redor, estávamos em uma floresta típica sem mais nada de especial.
“Está chegando ao ponto em que simplesmente escolher uma direção e seguir pode ser mais eficiente”, pensei enquanto aguardava os magos terminarem sua investigação.
Flash!
De repente, o mundo ficou branco.
Brrrrrm!
Um enorme trovão rugiu como se o céu fosse cair sobre nós.
Fshhh!
Grossas gotas de chuva começaram a cair do céu.
Se alguém visse apenas isso, poderia supor que este campo estava repleto de fenômenos climáticos intensos.
— Kieeeeek!
Felizmente para nós, monstros começaram a aparecer assim que a chuva caiu.
— Ali! Os monstros estão vindo daquela direção…!
Eram os primeiros monstros que encontramos desde que atravessamos para este lado. Felizmente, não havia nenhum monstro que eu não tivesse visto antes.
Hmm, por outro lado, não sabia se isso era algo para ser grato ou não.
— Brasigelo! São monstros do tipo besta de quinto nível, que usam habilidades de fogo e água! — o GM gritou, resumindo os monstros que via enquanto se preparava.
Não que o GM tenha dito algo errado. Mas, infelizmente, deixou de fora um detalhe crucial.
Brasigelo.
Embora fossem apenas monstros aleatórios de quinto nível…
— Túmulo Estelar…
Eles só apareciam no nono andar.
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