Índice de Capítulo

    A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.

    O Lorde das Trevas, Morte Carmesim. Sua força podia ser resumida em apenas uma frase: ele era o Lorde do Continente Negro, no sétimo andar.

    Bem, o sétimo andar era um caso especial, já que havia dois Lordes, mas isso não diminuía em nada sua força.

    “Como diabos ele conseguiu pôr as mãos nessa essência…?”

    Para ser honesto, eu ainda não conseguia acreditar. Diferente das versões com trapaças do jogo, onde alguém podia simplesmente digitar as essências que queria, era praticamente impossível derrotar Morte Carmesim na dificuldade original, a menos que se conhecesse ‘aquele método’.

    Será que subestimei Baekho o tempo todo? Talvez ele fosse mais impressionante do que eu pensava.

    “…Ou ele só deu muita sorte.”

    Embora eu não soubesse os detalhes de como ele obteve a essência de Morte Carmesim, se eu tivesse que adivinhar, provavelmente a conseguiu há muito tempo.

    “Certo… Faz cerca de oito anos desde que aquele chefe foi invocado pela última vez.”

    Considerando que o labirinto estava sempre cheio de aventureiros, era impossível invocar um Senhor do Andar sem que alguém descobrisse. Não teria havido oportunidades para ele obter essa essência nos últimos oito anos, mesmo se quisesse.

    Isso, claro, apenas considerando os meios típicos de obtenção.

    “Tenho a sensação de que o palácio tem pelo menos um tubo de essência de cada uma das essências dos andares.”

    Não podia descartar a possibilidade de ele ter conseguido isso através de uma troca em algum momento. No entanto, as circunstâncias sugeriam que essa possibilidade era bem baixa.

    “…Então ele realmente o invocou naquele dia.”

    Enquanto explorava o labirinto sonhando com um harém, a identidade de Baekho foi revelada quando sua aliada o traiu. Notavelmente, essa interpretação se encaixava na linha do tempo dos eventos.

    Então, o palácio apenas culpou o Lorde do Andar para encobrir o incidente envolvendo Baekho Lee. Ouvi dizer que muitos aventureiros morreram naquele dia.

    “Baekho certamente também foi quem o invocou.”

    Continuando com minhas teorias, hipotetizei que Baekho Lee foi quem invocou o Senhor do Andar. Encurralado, ele quis arriscar ao máximo…

    — O poder disso é inacreditável toda vez que vejo… — Enquanto eu estava perdido em pensamentos, Aures murmurou ao meu lado, soltando um longo suspiro. — Estão todos bem…? — Como um tanque de verdade, ele parecia ter o hábito de perguntar sobre as condições dos aliados.

    — Estou bem.

    — Eu também.

    A curandeira Jaina e o arqueiro Bryat se recompuseram e responderam, mas o mesmo não valia para o GM, que eu carregava nas costas como um saco de batatas. Ele ainda parecia desorientado.

    — …O-O que foi aquilo agora?

    O quê? Esse cara nunca derrotou o Lorde das Trevas uma única vez enquanto jogava o jogo? Eu reconheci a habilidade só de olhar.

    — N-Nunca ouvi falar de uma habilidade assim…

    Ainda assim, eu entendia o choque dele. Também era minha primeira vez vendo a habilidade na vida real, e ela era suficiente para deixar meu corpo todo arrepiado. E eu já sabia sobre a existência dessa habilidade.

    C-sssh!

    O calor deixado no chão evaporou a chuva que caía, fazendo o vapor subir como se estivéssemos numa cena de incêndio.

    Claro, isso não durou muito. O calor dissipou rapidamente, assim como o vapor, e nossa visão finalmente voltou ao normal.

    A cratera havia ficado ainda maior do que quando o meteoro caiu sobre nós. No fundo, apenas Baekho permanecia de pé.

    Ele olhou para nós.

    — Surpresa! — gritou, acenando com um sorriso zombeteiro.

    Para ser sincero, vê-lo agir assim era bem engraçado.

    “Mas pensar que ele estava escondendo uma bomba nuclear por trás daquele sorriso…”

    Talvez fosse hora de reavaliar aquela afirmação que eu dizia com tanta confiança, a de que eu nunca perderia se lutasse contra ele.

    — O que vocês estão fazendo? Já acabou, venham para cá!

    Ao chamado de Baekho Lee, descemos novamente até a cratera.

    — Vovô Caído! Pegue isso primeiro! É super valioso, né?

    Baekho estava apontando para uma esfera branca com olhos brilhantes.

    Bzzt!

    O relâmpago armazenado dentro da esfera se movia como se estivesse dançando.

    Comparando com um objeto moderno, era algo como uma bola de plasma, daquelas vendidas em lojas de tarô.

    — Isso é… uma Esfera do Trovão.

    — Ah, certo. Esse era o nome dela. Então, quanto vale?

    — Para um mago, é um tesouro difícil de se colocar um preço.

    — Mas quanto vale?

    O Erudito Caído murmurou o valor estimado do item após a insistência de Baekho, e os olhos dele se arregalaram.

    — Uau, tudo isso? Quase cometi um erro caro.

    Eu entendi o alívio de Baekho. Ele havia acabado de usar uma habilidade poderosa que destruiu uma área de cerca de setenta metros de uma só vez. Se estivesse lutando contra um monstro comum, ele teria sido aniquilado instantaneamente, e não teríamos conseguido seus drops.

    — Hmm? Então podemos pegar isso?

    — Embora esta seja a primeira vez que vejo uma, pelo que sei, não é necessário usar métodos mágicos para lidar com este material.

    — Ah, entendi… Então me dá isso.

    Com isso, a Esfera do Trovão dropada foi direto para o subespaço de Baekho Lee. Embora não fosse agradável vê-lo simplesmente pegar o item, não tentei desafiá-lo.

    “Preciso ao menos deixá-lo ficar com o valor de mostrar essa habilidade.”

    Não era porque Baekho era mais forte do que eu esperava. Na verdade, ele apenas exibiu uma das cartas escondidas na manga. Se ele não tivesse feito isso e a mantido em segredo até o fim, a batalha teria tomado um rumo pior. E também não era como se eu precisasse de uma Esfera do Trovão agora.

    “É ótima para fazer um martelo para um bárbaro DPS-tank…”1

    Como eu já tinha o No. 87: Triturador de Demônios de Kraul, não precisava de outra arma, nem havia alguém entre meus aliados que precisasse de uma arma de relâmpago.

    Não me incomodei em discutir sobre a distribuição de loot. Se aparecesse algo que eu realmente quisesse, poderia usar essa concessão como moeda de troca.

    — Certo, já que terminamos de pegar os itens… Vamos continuar com o que estávamos fazendo.

    Após o saque, Baekho virou-se e se aproximou da lápide que havia caído durante a criação da cratera.

    — Felizmente, isso aqui não tem nenhum arranhão. Devo tentar colocar no meu subespaço? Talvez seja melhor mantê-la.

    Eu sentia que ele estava tagarelando para direcionar o assunto e não deixar espaço para outra coisa.

    “É porque ele está preocupado de que eu fale sobre Dissolução das Estrelas?”

    Embora eu não soubesse o que ele realmente pensava, suas ações garantiram que eu perdesse a oportunidade de perguntar sobre sua essência.

    “…Mas não acho que perguntar teria mudado muita coisa.”

    De qualquer forma, como eu também estava curioso sobre aquela lápide, rapidamente me reuni com o grupo. Baekho e Aures estavam fazendo o possível para empurrar a lápide para dentro do subespaço.

    — Saiam. Também vou ajudar.

    Com minha assistência, a pesada pedra foi levantada com facilidade.

    — Ack?!

    Assim que tocou a borda do subespaço, a lápide foi lançada para fora com força assustadora.

    Boom!

    Ela então se cravou até a metade, no chão, com um estrondo alto.

    — Mas o quê?! Que diabos é isso?! — Baekho resmungou.

    GM se aproximou da lápide e se agachou ao lado dela. — Que peculiar. Embora eu não sinta nenhum circuito interno de mana ou estrutura similar, ela demonstrou uma resistência tão forte ao subespaço.

    — Definitivamente, é suspeito.

    — Sim… Talvez precisemos investigar isso mais a fundo.

    — E aí? Ele diz que precisa investigar isso por um tempo… Ah, você concorda com isso, Barão?

    Dei um sorriso enquanto Baekho tentava recuperar o controle do grupo com naturalidade. — Certo — concordei com um aceno de cabeça. — Vamos fazer isso.

    A chuva forte continuava caindo, e, embora estivéssemos em uma área perigosa onde meteoros caíam periodicamente, talvez essa lápide fosse a chave para voltarmos à nossa localização anterior.

    — Bem… Primeiro quero investigar a composição do material, então, ah… Senhor Aures? Pode segurar essa parte?

    — Oh! Claro!

    O tempo passou rapidamente.


    O lugar onde estávamos era, honestamente, muito semelhante ao Túmulo Estelar do nono andar, e não era o tipo de local ideal para alguém ficar parado investigando algo por muito tempo.

    Fshhh!

    A tempestade não apenas nos deixava frios e desconfortáveis, como também começou a elevar o nível da água rapidamente, indicando uma possível inundação repentina.

    Boom!

    Meteoros também caíam de tempos em tempos.

    Flash!

    Havia raios, nevascas, ventos fortes, granizo, terremotos, furacões e por aí vai.

    Passamos por todos os tipos de desastres naturais, e, enquanto isso acontecia, monstros continuavam a surgir, então precisávamos enfrentá-los.

    — Ei, já demos uma semana pra vocês. Não era pra já terem descoberto algo?

    Sem resposta.

    — Vovô Caído, você também não descobriu nada. Se não conseguir, diz logo que não consegue. Pelo menos não vamos desperdiçar mais tempo, não é?

    Mesmo após investigar a lápide por uma semana, não conseguimos descobrir nada além do fato de que ela era extremamente resistente.

    Bem, ganhamos algo a mais. Enquanto continuávamos lutando, conseguimos aprender mais detalhes sobre os monstros da área.

    “Meu nível de ameaça definitivamente não está funcionando.”

    Era difícil atrair o aggro adequadamente nessa área, e isso não se devia a algum tipo de efeito de campo que reduzisse meu nível de ameaça a zero.

    — Parece ser um fenômeno causado pela maior inteligência dos monstros aqui.

    Até os monstros que avançavam animadamente contra mim percebiam que eu não estava sofrendo dano e mudavam de alvo para os causadores de dano. Era como se eles estivessem aprendendo.

    “Sem o aggro sendo atraído corretamente, parece que as batalhas são três ou quatro vezes mais difíceis.”

    Isso não significava que precisávamos lutar cada batalha com o risco de alguém morrer, no entanto. Apesar de alguns momentos críticos, humanos eram muito bons em se adaptar a novos ambientes.

    — Monstro vindo do norte-nordeste!

    — …É um Ledytros.

    — Posições!

    Eu não estava mais na linha de frente para tankar, mas ficava ao lado do grupo, focando em defendê-los.

    — É só um monstro! Não sejam imprudentes e foquem na proteção!

    Lutávamos com o máximo de cautela, aproveitando o fato de que havia significativamente menos monstros aqui do que em um campo regular.

    — Ei, por que você está tentando pegar todos os materiais de um monstro aleatório de quinto nível? Não temos espaço. Jogue fora os que forem grandes demais!

    — Mesmo que seja de nível baixo, são materiais muito raros. Se voltarmos para a cidade…

    — Uau, você é bem ganancioso. Mesmo se guardar só o que precisa, vai conseguir um bom dinheiro lá.

    Dávamos prioridade aos materiais mais valiosos e descartávamos o restante. Levaria pelo menos alguns meses para voltarmos à cidade, e poderíamos ficar sem espaço no inventário antes disso. Era, no fim das contas, um jeito de economizar tempo.

    — …Então, o que você está pensando, Barão?

    — Vamos parar a investigação aqui e continuar seguindo em frente.

    — Para onde?

    — Acho que o melhor seria escolher uma direção e seguir adiante.

    — Hum, isso pode funcionar. Então, qual direção?

    Estávamos atualmente no Túmulo Estelar do nono andar, especificamente na Terra Primordial, no centro do andar. Se cumpríssemos uma certa condição, também poderíamos invocar o Dragão Primordial.

    “Mas será game over assim que o invocarmos, então deixa pra lá…”

    Declarei o destino decidido. — Oeste.

    — Se é para o oeste… As Planícies da Pedra Ancestral? Por que lá?

    A razão era simples. — Há um ‘portal espiritual’ lá.

    — Ah, então você quer ver para onde ele nos leva se o atravessarmos.

    — Bem, não tenho certeza se ele estará lá ou não.

    — Entendo. Eu só pensei que você queria ir para conseguir mais um material de impressão do oitavo estágio!

    “…Desgraçado esperto.”

    — Tanto faz, vamos logo — dispensei. — Não acho que conseguiremos mais nada investigando a pedra.

    — Certo, certo! Todos ouviram isso, certo? Vamos!

    Com a situação resolvida, seguimos para o oeste como planejado. Cerca de quatro dias depois, nosso destino, as Planícies da Pedra Ancestral, surgiu à vista.

    — Hah… Nunca imaginei que estaria bloqueado assim.

    Cerca de metade das Planícies da Pedra Ancestral estava bloqueada por um obstáculo intransponível.

    Shwaaa!

    Era o mesmo mundo cinza que eu havia visto uma vez na costa de Rafdonia, o mundo que perdeu sua cor.

    — Não tentem tocar nisso. Vão morrer assim que encostarem.

    Ah, então isso significava que se eu empurrasse Baekho ali, ele morreria?

    Apesar do impulso, não agi de acordo com ele. Trabalhar juntos para escapar era a nossa prioridade.

    — Vamos usar essa fronteira como perímetro e caminhar ao longo dela.

    Com isso, seguimos à esquerda da fronteira cinza.

    Um dia, dois dias, três dias, quatro dias…

    E então, quinze dias.

    Após manter o ritmo por mais de quinze dias, falávamos cada vez menos. Quanto mais preenchíamos o exterior do nosso mapa, mais justificável se tornava nossa inquietação.

    — Então…

    — Fique quieto. Ainda não temos certeza.

    — Ok…

    Depois disso, mais dois dias se passaram. Dezessete dias.

    Chegamos de volta às Planícies da Pedra Ancestral, após dar uma longa volta à esquerda o tempo todo.

    Scritch.

    Depois de finalmente fechar o círculo no mapa, soltei um suspiro profundo. Não havia mais como negar.

    — Droga.

    Estávamos presos aqui.

    1. Tank, de tanque, a posição de guardião, escudeiro. DPS vem de Dano por Segundo, é o causador de dano.[]
    Um pequeno gesto, um grande impacto!

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