Capítulo 672: Túmulo Estelar (3/4)
Viemos a saber sobre a lápide dimensional quando o homem fora das muralhas nos contou sobre ela. Após usá-la, chegamos aqui… uma terra misteriosa que parecia muito similar o Túmulo Estelar no nono andar.
No início, pensei que talvez estivéssemos dentro do labirinto…
“Mas isso confirma que não é o caso.”
Ainda estávamos fora das muralhas da cidade. A inteligência aumentada dos monstros era uma prova disso, assim como o fato de os monstros deixarem seus corpos para trás ao morrer.
“O problema é que é impossível voltarmos para onde estávamos.”
Este lugar era praticamente uma ilha. Não, de certa forma, era ainda mais extremo do que uma ilha. Mesmo que estivéssemos em algum lugar do continente, devido à fronteira cinza que nos cercava, não havia para onde poderíamos ir.
Em outras palavras, estávamos fisicamente presos, sem saída.
Baekho me olhou de relance e perguntou: — Barão…? E agora?
A audácia desse cara, juro. Ele vinha tentando tirar o controle de mim o tempo todo, mas quando a situação piorou, jogou toda a responsabilidade de volta pra mim.
— Você foi quem disse que, se déssemos uma volta completa por aqui, encontraríamos uma saída — reclamou.
— Eu disse que ‘poderia haver’ uma saída.
— Ah, não é a mesma coisa?
Perguntei-me se alguém no mundo poderia ser mais irritante do que ele, mas seria eu o perdedor se respondesse do mesmo jeito.
Com isso, simplesmente ignorei seu comentário e voltei ao assunto principal. — Ainda assim, ganhamos algo.
— Sim. Descobrimos que estamos presos aqui para sempre. Não é isso?
Ah, será que eu deveria acertar ele na cabeça uma vez?
Embora esse desejo tenha brotado em meu coração, pensei na 【Dissolução das Estrelas】 e fiz o possível para me segurar.
— Sim… — rosnei. — Isso é um grande ganho. E conseguimos mapear um pouco dessa área.
— Mas você só desenhou o perímetro externo. O interior do círculo está completamente vazio.
— Por isso, tudo o que precisamos fazer agora é verificar as partes que estão vazias no nosso mapa. Tenho certeza de que, se continuarmos procurando, deve haver uma lápide dimensional que leva para outro lugar.
Embora eu falasse com minha voz de líder confiante, treinada em incontáveis experiências, Baekho não parecia impressionado enquanto resmungava: — Isso é apenas confiança infundada, não é? Como você pode ter certeza de que existe uma lápide dimensional aqui?
“Era exatamente esse o tipo de jogo que Dungeon and Stone era.”
Claro que podia ser apenas uma complacência minha. Estávamos fora das muralhas da cidade, um lugar onde nunca tinha estado no jogo, e a realidade desta parte do mundo certamente era diferente do que eu havia jogado.
— E daí? — retruquei desafiadoramente.
Não disse nada que não acreditasse. Mesmo que alguém se encontrasse numa situação aparentemente sem esperança e sem escapatória, sempre havia uma maneira de sair. Era algo em que eu realmente acreditava.
— Se você mesmo não tem certeza, está dizendo que quer apenas sentar aqui e descansar?
— Não, não é isso que eu…
— Então cala a boca e me segue — ordenei, olhando diretamente nos olhos dele. — Mesmo que todos desistam e digam que é impossível, eu encontrarei uma saída daqui.
Baekho ficou sem palavras por um momento. Então, seu tom mudou para um de admiração ao dizer: — Uau. Você é bem bom em discursos, Barão. É assim que você conseguiu convencer todo mundo até agora?
O arqueiro ao lado dele também fez seu próprio comentário: — É uma experiência interessante. Por um segundo, realmente parei de me preocupar.
— Hahaha! Acredito que o barão não disse nada errado! Precisamos continuar tentando! Se ficarmos parados, só ficaremos com fome! — Aures gargalhou animadamente, permitindo que a situação, que quase virou uma briga interna, se resolvesse de maneira tranquila.
Era por isso que um guerreiro otimista como ele era necessário em qualquer grupo. Após liderar por tanto tempo, eu sabia bem o quanto a presença ou ausência de um personagem assim podia fazer diferença.
— Muito bem, então vamos partir de novo.
Vamos lá.
Só havia uma coisa que precisávamos fazer. Precisávamos contornar o mapa incompleto em busca de uma lápide dimensional ou outro método de sair daqui.
O problema era que, para isso, precisaríamos vasculhar todos os cantos desta vasta área.
Com isso em mente, nosso plano de exploração era muito simples.
— Debaixo de uma árvore, um penhasco, uma caverna, uma fenda, uma estrutura… Qualquer coisa serve, então, se algo pequeno chamar sua atenção, me avisem. Entendido?
Não deixei apenas para o nosso batedor, Bryat, mas incluí cada membro do grupo para prestarem atenção ao redor.
— Parece um lago raso, mas é bem profundo. Este é o lugar perfeito para esconder algo.
— Certo, vamos parar um momento para investigar.
Quando encontrávamos algo, escaneávamos a área com magia e, mesmo se não detectássemos nada, eu me empenhava, por exemplo, em entrar na água para verificar. Alguns reclamavam e perguntavam se realmente precisávamos ir tão longe, mas eu não cedia.
A lápide dimensional previamente descoberta por Dalan estava escondida numa fenda na rocha, afinal. Seria difícil de notar de outra forma. Isso precisava ser feito antes de eu admitir que não havia nenhuma lápide aqui. Que precisávamos usar um método diferente.
— Barão! Olhe isso! Não parece suspeito?
— O que há de suspeito nisso…?
— Aqui, aqui! A folha desta flor está dobrada!
— …Está tudo bem. Vamos continuar.
Ah, claro, ainda assim nos movíamos o mais rápido possível para economizar tempo.
— Por quê?! Você não disse antes para avisar sobre toda e qualquer coisa?!
Bem, eu disse. Mas o que eu deveria fazer com uma folha dobrada? O que exatamente precisávamos verificar sobre isso?
— Senhor Ruingenes! Você pode ao menos verificar?!
Quando o ignorei, Aures foi e tentou convencer o Velho Caído, mas, como era de se esperar, ele não atendeu ao pedido.
— Vamos seguir em frente.
— Senhor Ruingenes!
— Continuaremos avançando.
Com isso, nossa investigação prosseguiu.
Como estávamos atentos a tudo, nos movíamos de forma relativamente lenta. Lentamente, mas de forma constante, o mapa começava a ser preenchido.
“Temos cerca de setenta por cento das Planícies da Pedra Ancestral mapeadas…”
A disposição da área em que estávamos era simples.
Com a Terra Primordial, onde chegamos pelo portal, no centro, as Planícies da Pedra Ancestral ficavam a oeste. Ao norte, estava o Paisagem Vulcânica Tóxica. A leste, as Cataratas dos Sonhos, e ao sul, a Montanha Crânio de Dragão.
Exceto pela Terra Primordial, todas as outras áreas eram cortadas pela fronteira cinza.
“O maior problema são as Cataratas dos Sonhos…”
Embora tanto a Paisagem Vulcânica Tóxica quanto a Montanha Crânio de Dragão fossem locais desafiadores, já que estávamos na mesma área do nono andar, não eram tão difíceis quanto as Cataratas dos Sonhos.
Não era apenas difícil, e já que precisávamos investigar a área a fundo em busca de algum sinal da lápide dimensional…
— Uma pessoa! São pegadas humanas!
Hã?
— É verdade. São definitivamente pegadas de alguém.
Enquanto investigávamos as Planícies da Pedra Ancestral, encontramos pegadas humanas. E nós, que estávamos procurando por qualquer coisa suspeita, não podíamos simplesmente ignorá-las após notá-las.
— Bryat, de agora em diante, você vai à frente e segue as pegadas. Vamos nos mover o mais rápido que conseguirmos — ordenei.
Após fazer exatamente isso, eventualmente conseguimos avistar a silhueta de um homem, sozinho, no meio das planícies. Ele parecia muito sujo e desleixado, como se não tivesse tomado banho em meses. E se parecia muito com o Dalan, aquele que nos atraiu até aqui.
No entanto, no momento em que o homem se virou após detectar nossa presença, percebemos que não era ‘Dalan’ ou sequer uma ‘pessoa’ de verdade.
Uma aranha negra estava presa ao seu rosto.
— O quê…? É só um Bayon.
O Bayon, um monstro humanoide de terceiro nível. Era o monstro que originalmente possuía a habilidade Transcendência, que agora eu tinha, e geralmente aparecia em um dos campos do sétimo andar do Continente Negro, na Terra da Imortalidade.
Às vezes, no entanto, ele também surgia nas Planícies da Pedra Ancestral do nono andar.
— Hah, eu realmente pensei que fosse o Dalan.
— Era uma pista falsa no final…
Todos pareciam um pouco decepcionados com a identidade das pegadas, mas eu fiquei bastante feliz ao ver aquele monstro ali. Tão feliz que precisei controlar minha expressão.
“Finalmente encontrei um.”
O Bayon era um dos monstros que eu mais precisava matar para fortalecer minha build de bárbaro com escudo. Eu precisava obter a 【Transcendência】 dele, e a Aranha Parasitária, um dos seus drops, raramente aparecia na casa de leilões.
— Mas você deve estar feliz, Barão. Esse cara solta um dos materiais do oitavo estágio da sua impressão. Estou com inveja. Você ainda pode ficar mais forte. — Baekho fez sua piada venenosa enquanto balançava os braços durante o alongamento.
Hush!
Ele concentrou toda sua atenção no Bayon.
Foi uma ação inesperada que deixaria qualquer líder experiente frustrado.
— Espere! — gritei.
— Por quê? É só um monstro de terceiro nível.
Só um monstro de terceiro nível.
Embora ele não estivesse errado, os Bayons ainda eram bem perigosos. Diferente de outros monstros, cada Bayon tinha uma força única, e cada um também possuía habilidades diferentes, então o melhor curso de ação era observá-los com cuidado antes de…
Crunch!
Bem.
“Acho que não importou, né?”
— Ah! Isso foi bom!
Com apenas um soco imbuído em sua aura cinzenta, Baekho destruiu o coração do Bayon.
Com isso, senti como se algo estivesse me preenchendo. Era uma sensação que qualquer aventureiro reconheceria.
【Você derrotou um Bayon. EXP +7】
Não tive certeza depois da luta contra os Gigazeros devido ao caos, mas agora eu podia confirmar que ainda ganhávamos experiência aqui fora.
— Vamos ver… Talvez a gente encontre o material que nosso Lorde Barão precisa primeiro… Hmm?
Após se aproximar do Bayon morto, Baekho puxou a aranha que estava no rosto do monstro antes de congelar no lugar.
— Baekho? — Aures perguntou, se aproximando por trás dele. — Por que você está… Argh! O que é isso?!
Eu soube imediatamente que algo tinha acontecido e corri para examinar o corpo do Bayon.
— …Hã?
Que diabos era aquilo?
Olhei para o rosto sob a aranha em descrença, e os outros estavam igualmente chocados.
— A cor mudou, mas… i-isso não é ele?
O monstro humanoide Bayon que encontramos nas Planícies da Pedra Ancestral.
Tinha o rosto de Dalan.
Continuamos a encontrar mais e mais mistérios.
Dalan nos atraiu para cá antes de desaparecer. Por que ele tinha se transformado em um monstro?
— Posso ouvir sua opinião?
Ao pedido cauteloso do GM, o Erudito Caído respondeu: — Embora eu não tenha certeza, li sobre isso em um livro antigo uma vez. Que os Bayons eram, na verdade, antigos aventureiros que morreram no labirinto.
Felizmente, eu também sabia sobre isso. Pesquisei a ‘lore’ e o cenário do jogo todos os dias, tentando descobrir se havia algum elemento oculto.
— Oh! Então é por isso que os Bayons conseguem usar essências, assim como os aventureiros!
— Isso é que dizia, mas não havia muitas evidências para sustentar a afirmação. Era mais uma história contada para fins de entretenimento.
— …Entendo.
O que estava acontecendo conosco?
Enquanto os outros continuavam mergulhados no mistério, eu primeiro peguei o loot do monstro das mãos de Baekho. Quer dizer, eu ‘estava’ curioso, claro, mas isso era um assunto totalmente diferente.
“Agora só falta mais um…”
Com isso, faltava apenas um material para completar o oitavo estágio da Marca da Imortalidade.
“Bem, considerando que estou fora das muralhas agora, o último também não deve ser difícil de conseguir…”
Além disso, o fato de eu ter encontrado um Bayon, que não era tão comum e raro de se ver mesmo aqui, indicava que tive bastante sorte…
— Oh! Ele realmente é o Dalan! Até encontrei a identificação dele aqui! — Aures se levantou empolgado. Ele segurava um pequeno cartão de identificação em sua mão, que parecia do tamanho de uma melancia. — Vamos ver, o nome dele…
Ba-dum!
— Hans…? Ah! Isso mesmo! O nome dele era Hans!
Ba-dum!
Meu coração começou a acelerar.
Tomei uma decisão rapidamente e gritei para os outros: — Vamos nos mover!
Precisávamos sair daqui.
O mais rápido possível.
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