A obra atingiu um pequeno ponto de hiato e novos capítulos serão publicados na segunda metade de julho.
Capítulo 88: Barão Martoin (4/4)
A essência do pedido do barão era simples. Em dois meses, algum conde estava organizando um grande banquete. Tudo o que eu tinha que fazer era acompanhá-lo lá.
— É só isso…?
— Hmm, e também quero que você faça alguns truques na frente das pessoas. Algo como dobrar aço com as suas próprias mãos. — Em resumo, ele ia me usar como adorno para se destacar no banquete. — Você consegue fazer isso?
“Bem, o que você acha que um bárbaro diria?”
— Consigo, claro — concordei.
— Tudo bem, então.
A recompensa era de um milhão de pedras e o fim da proibição de Dwalkie. Uau, os nobres eram assim mesmo? Só de imaginar que ele gastaria tanto dinheiro só para me exibir para as pessoas.
“Bem, tudo o que tenho que fazer é coletar as migalhas.”
Mesmo que não fosse pelo problema de Dwalkie, era um bom negócio. Um milhão de pedras para entretê-lo por um único dia? O pedido fedorento dos esgotos tinha sido de 150.000 pedras.
— Hmm, ótimo. Então vou resolver o problema do seu amigo imediatamente. Pense nisso como um favor a você. — O barão até foi caridoso o suficiente para resolver o problema de Dwalkie primeiro. Fiquei imaginando o que ele planejava fazer se eu não cumprisse minha promessa.
“Nobres são entidades que não precisam se preocupar com coisas assim.”
Mais uma vez, senti que ainda tinha muito a percorrer. Eu havia criado uma certa proteção para mim mesmo e até ganhado uma reputação decente.
“Mas terei que elaborar um plano para isso em breve também.”
Eu precisava de poder, assim como no jogo. Desde que acordei neste lugar, descobri que os eventos que ameaçavam minha vida não aconteciam apenas no labirinto.
Na manhã seguinte, nos reunimos no nosso ponto de encontro novamente para verificar se o Dwalkie havia recebido permissão para entrar no labirinto.
— Como foi? O barão cumpriu a prrromessa?
— Quando verifiquei hoje, disseram que não havia problema — respondeu Dwalkie.
— Mas por que você não parece feliz?
— Haha, não é nada…
Nada, minha bunda. Será que foi um choque tão grande que seu meio-irmão, o Barão Martoin, nem sequer conseguia se lembrar dele direito, quanto mais prestar atenção nele? Desde ontem, Dwalkie estava completamente fora de si, embora tentasse não mostrar.
— Whew… — Ele ficava perdido em pensamentos várias vezes ao dia e suspirava profundamente. Esperava que ele voltasse à razão antes que o labirinto se abrisse novamente.
— Oh, antes que eu me esqueça, pegue isso. É a recompensa que eu prometi. — Hikurod me ofereceu trezentas mil pedras.
— Recompensa?
— Vocês vieram conosco enfrentar o barão.
— Nyah! Está tudo bem, somos uma equipe.
— Eu não fui lá procurando uma recompensa — acrescentou Rotmiller. — Além disso, enfrentamos o barão pelo bem do grupo.
Decidi não aceitar. Os outros dois haviam recusado o dinheiro, então seria estranho aceitá-lo.
“Não é como se eu precisasse de trezentas mil pedras com urgência de qualquer maneira.”
Seria melhor guardar isso como um ‘favor’ para depois. Se continuássemos entrando no labirinto juntos, haveriam mais trocas e também momentos em que cada um teria que ceder.
— De qualquer forma, obrigado — disse Hikurod para mim. — Não deve ter sido fácil abandonar seu orgulho como guerreiro.
Uh, bem… Para ser honesto, ouvir isso só me deixou constrangido. Um milhão de pedras era dinheiro demais para se preocupar com autoestima.
— Nunca esquecerei disso e vou pagar todos vocês de volta — prometeu Dwalkie.
— Por que você pagaria de volta? Bjorn, certamente pagarei essa dívida em dez vezes. — interrompeu Hikurod.
— Qualquer um de vocês está bom, então vocês podem resolver isso — eu disse.
— Hehe, Bjorrrn está com vergonha! — riu Missha.
“Não, estou falando sério.”
Faltavam oito dias para o labirinto abrir. O que eu tinha feito até agora era simples. Além das rotinas diárias, como ajudar Missha a treinar e ler os livros escondidos na biblioteca, descobri o ano em que O Livro Completo de Presentes II foi impresso.
— O papel foi feito há 150 anos. — Era apenas uma folha de papel simples que tinha sido o padrão para impressão naquela época.
“Hã, o que diabos aconteceu há 150 anos?”
Foi o mesmo ano em que o jogo começou, o ano em que o primeiro rei de uma dinastia morreu, e até o ano em que este livro foi feito. Muitos pontos de interrogação surgiram exatamente há 150 anos.
“Tenho certeza de que isso não é uma coincidência.”
Os eventos acima estavam de alguma forma relacionados. Isso era tudo o que eu tinha descoberto até agora, mas ainda eram motivação suficiente para seguir em frente.
“Terei que pesquisar os eventos históricos de 150 anos atrás.”
Quem trouxe os jogadores aqui? Qual era o objetivo deles, e quem diabos era Auril Gavis? Se eu continuar coletando pistas, talvez consiga descobrir a verdade um dia. De qualquer forma, vamos para o próximo.
— Uh, uh… você quer fazer aquilo? Não que eu não queira, é só um pouco repentino…
Abri uma conta no Banco Alminus com a Missha e designamos um ao outro como beneficiários em caso de morte. No futuro, planejava colocar parte do dinheiro que ganhássemos juntos nesta conta e usá-lo como fundos compartilhados.
— Nesse caso, vou colocar os dois milhões de pedras que ganhamos este mês aqui.
— Ehh? Tudo isso?
— Não estamos usando agora, certo?
— Ugh… Você tem certeza de que não está tentando usarrr para algo estranho sem que eu saiba?
— Que tipo de pessoa você acha que eu sou?
Decidi colocar dois milhões de pedras na conta e manter as novecentas mil restantes em dinheiro. Não tinha um lugar para usá-las agora. Além disso, os dias de malabarismo para sobreviver a cada mês tinham acabado. Já era hora de começar a economizar.
— Você… Bjorn, filho de Yandel?!
Ah, e isso aconteceu. Enquanto caminhava pela rua, reencontrei por acaso um dos meus colegas bárbaros. Seu nome era Karak, o terceiro filho de Fanun. Não fizemos nada, apenas nos cumprimentamos e perguntamos o que estava acontecendo, e cada um seguiu seu caminho. Aparentemente, ele se tornou um aventureiro de oitavo nível e estava trabalhando como tanque em um grupo de humanos.
— O que os outros estão fazendo? A maioria morreu. Além de você, Ainar e eu, não há muitos sobrando. Como você sabe, o labirinto não é um parquinho de diversões. — Desde que se uniu a esses humanos, sua personalidade mudou bastante. Tenho quase certeza de que ele costumava ser mais simplório. — Se eles tivessem nos contado mais sobre o lugar em vez de se apegar às antigas tradições, não teríamos perdido tantos…
Enquanto o observava expressar amargura em relação aos costumes da nossa raça, até mesmo momentaneamente me perguntei se ele era verdadeiramente um guerreiro bárbaro. Para ser honesto, fiquei triste em ouvir tudo isso. Muitas coisas devem ter acontecido para que um cara que costumava ser um guerreiro até o núcleo mudasse assim.
“Acho que nem todos os bárbaros são iguais.”
Graças a isso, aprendi algo novo: os bárbaros podem crescer psicologicamente. Eles podem ser fracos em palavras e números, mas com uma mudança de ambiente, podem ganhar sabedoria.
“…Podem até haver alguns anciões cujas personalidades são quase como as dos humanos.”
— Bjorrrn, no que você está pensando?
— Nada. — Interrompi meu devaneio com a voz da Missha. O tempo todo, ela estava trabalhando duro no fogão para preparar uma refeição para mim, enquanto eu estava ali pensando sem rumo.
— Ei, Bjorrrn… acho que você ficou mais alto?
— O quê?
— Talvez eu esteja errada. Fique aqui por um segundo!
“…Eu preferia ficar comendo.”
Mas mesmo assim parei no meio da refeição e medi a minha altura. Missha levou a mão da parte de cima da sua cabeça até o meu peito e assentiu. — Eu estava certa, você crrresceu! Mais ou menos isso?
— Você tem certeza de que não está enganada? — Era honestamente difícil de acreditar. Além do fato de eu poder crescer até aqui, a diferença era menor que meio centímetro, então como ela poderia saber disso?
— Hmm, tenho olhos bons para esse tipo de coisa. Você pode confiarrr em mim.
— …Se você diz. — Em vez de discutir, apenas assenti. Talvez eu realmente tenha crescido. Eu estava comendo muitos pratos de carne ultimamente.
“…Se eu realmente cresci, isso significa que devo comer mais carne no futuro?”
Se for verdade, valerá a pena. Eu era geneticamente mais alto que a média, que era a razão decisiva pela qual eu usava um bárbaro como tanque em vez de um anão. O mecanismo de Gigantificação em si multiplicava a altura base.
“Para ser exato, era algo como 1.771 vezes o tamanho original do personagem.”
Essa era outra razão para comer carne.
— …Não coma só a carne, coma o resto também! Nyah!
Após a refeição, fiz uma inspeção na minha mochila para garantir que não tinha perdido nada, já que logo entraria no labirinto.
— Vamos Bjorrrn, os outros estarão esperando.
Quando nos dirigimos ao local de encontro combinado, pude ver nossos outros membros do grupo vestindo roupas diferentes do habitual. Hikurod não estava usando camisa, mas sim uma armadura pesada, e Dwalkie segurava um bastão longo de duas mãos.
— Oh, Rotmiller! Prrr que você não está com uma arma?
— Não se preocupe. Eu a coloquei no Cofre do Tesouro. Agora que estou acostumado, é mais conveniente retirar as coisas de vez em quando em vez de carregá-las por aí.
— Ah, entendi.
A habilidade do Mímico, Cofre do Tesouro: eu costumava pensar nisso como uma habilidade que substituía os sub-espaços, mas talvez fosse uma essência conveniente de muitas maneiras diferentes para o Rotmiller, que lidava com vários equipamentos como bestas, escudos e espadas.
— Vocês todos podem se juntar a mim? — Dwalkie perguntou. — Quero começar o vínculo.
Quando Dwalkie entoou um feitiço, uma luz verde se espalhou e penetrou em todos os nossos corpos. Era uma espécie de feitiço de formação de grupo. Era com essa magia que várias pessoas podiam entrar no labirinto e começar todas do mesmo local.
“No passado, Ainar e eu tivemos que esperar na frente da Guilda de manhã cedo…”
Percebi que havia uma razão para os aventureiros insistirem em ter um mago na equipe. Se você tivesse um, não precisaria esperar na fila na frente da Guilda logo de manhã cedo. Isso também vinha com vantagens monetárias significativas. Para cinco aventureiros com uma média de nível de 6,5 formarem um Vínculo, teríamos que pagar uma taxa de cem mil pedras.
— Então vamos lá.
Enquanto todos caminhávamos em direção à Praça Dimensional havia cada vez mais aventureiros na rua. Este era o tipo de cena que só podia ser vista na última noite de cada mês, já que no caminho de volta, todos sempre pareciam mendigos.
— Pare! Acho que estamos perdidos.
— Inacreditável! Temos que chegar ao labirinto dentro do tempo determinado!
Coincidentemente, encontrei os bárbaros novamente desta vez. Esses jovens guerreiros que acabaram de terminar sua cerimônia de passagem estavam indo para o labirinto, cheios de expectativa e entusiasmo.
— …Nos sigam. — Com o consentimento dos meus companheiros de equipe, eu os ajudei. Não era por um senso de responsabilidade para com a minha raça… apenas senti que deveria.
— Mesmo? Obrigado. Se você me disser o seu n…o quê! Bjorn, filho de Yandel?! Você é o Pequeno Balkan!? Eu te admiro!
Ignorando a reação exagerada dos jovens guerreiros, dei a eles todos os tipos de conselhos enquanto íamos para a Praça Dimensional. Disse-lhes que o coração de um bárbaro valia um alto preço e que deveriam desconfiar de outros aventureiros… especialmente humanos. Eles deveriam adquirir companheiros de outras raças sempre que possível à noite. Cuidado com armadilhas e pegue os caminhos com luz, etc. … conhecimento que eu gostaria de ter tido em minha primeira viagem ao labirinto.
— Se eu fizer isso, posso me tornar um guerreiro famoso como você? — perguntou o líder.
“Bem, eu não sei sobre isso.”
— Claro que pode! — menti.
— Ohhh! Sério? Ok! Com certeza farei exatamente como você disse! — Seria melhor para eles dessa forma. Eles só podiam entender quando recebiam instruções simples.
O anão falou baixinho enquanto observava os jovens guerreiros indo em direção ao portal com meus conselhos em mente. — Você… é muito gentil com sua própria gente.
— Só fiz o que pude. Não é cruel aprender apenas por experiência?
— Hm, isso é verdade. Hahaha!
Depois de um pouco de conversa fiada, também seguimos para o centro da praça onde o portal havia se aberto.
Shaaaaaa!
Minha visão escureceu, e uma luz forte composta por cinco cores brilhou em meus olhos. De repente, os eventos do passado se desenrolaram diante de mim como um filme.
“Já é a quarta vez?”
Durante minha primeira missão, cheguei ao segundo andar eliminando inúmeros canalhas. Na segunda? Entrei na Fenda com a determinação de me tornar mais forte, mas aconteceu de ser uma Fenda Variante. As coisas só pioraram na minha próxima viagem. Um grupo foi formado, mas se separou no caminho. No final, o Lorde do Andar começou a se descontrolar, então só pude voltar depois de ultrapassar o limite do submundo.
Flash!
Esperava que nada acontecesse desta vez. O que poderia possivelmente acontecer? Descartei esses pensamentos antes mesmo que pudessem se formar completamente.
“Hah. Fico imaginando que filho da mãe vai aparecer desta vez.”
Não havia dúvida de que algo aconteceria desta vez também, então eu precisava estar preparado.
【Você entrou na Caverna de Cristal no primeiro andar.】
【DICA! Você atingiu o limite de essências que pode possuir atualmente. Cace novos monstros para evoluir!】
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