Capítulo 103: Sem calor
O trio continuou dando passos pesados pela areia daquele deserto, ainda embasbacados com a cena aterrorizante que tinham visto a alguns momentos atrás no tempo. A cena do quão brutal eram as criaturas daquela divisão, é algo que ainda se encontra mexendo com a cabeça do jovem Kura, pois foi uma visão extremamente aterrorizante, principalmente a do homem sendo digerido vivo por aquela lesma. Em mais de quatro horas andando, ainda debaixo daquele sol infernal de tão quente, o grupo começou a notar um rastro de gosma pelos grãos de areia, uma gosma extremamente quente e viscosa
— Deve ser de uma daquelas lesmas! Elas estão por aqui!!
Gritou Rodolfo, assustado com aquele líquido no chão. O manipulador de raios, analisando a viscosidade daquele líquido e olhando em frente, logo fala para os seus companheiros de equipe
— Bem… vamos ter que entrar em combate contra elas! Estão prontos para isso?
Nane concordou com a cabeça, entretanto, o rosto do homem nu entrega o seu atual estado de espírito. A pele do homem era pálida e ensopada de gotas de suor, praticamente todo o líquido do corpo dele já tinha saído devido ao imenso calor daquele deserto. E, não só a desidratação, mas a fome também era um problema, com o estômago do criador da fumaça rosa se encontrando vazio, procurando por qualquer fonte de alimento que pudesse ter ali. Percebendo isso, o Kura soltou um pequeno suspiro, logo dizendo
— Certo… bem, deixa que eu luto então! Depois vamos procurar os presos dessa divisão, e perguntar se tem algum animal que dê para comer!!
Depois de dizer isso, o rapaz logo começou a andar na frente dos outros dois, abaixado e prestando atenção no seu arredor, levando a sério seu papel como caçador. Quando finalmente levantou sua visão por cima do morro de areia, os olhos do jovem logo tiveram uma visão parecida com a que tinham visto quando chegaram naquele deserto do terror, a visão de um grupo de lesmas se preparando para atacar uma gaiola com pessoas dentro. Então, com isso feito, o manipulador de eletricidade logo saltou e se revelou para os seres rastejantes, já tendo uma boa quantidade de raios na palma de suas mãos
— Pro inferno! Lesmas de merda!
Gritou o garoto-raio, arremessando a corrente elétrica de suas mãos na direção de todas aquelas criaturas. A eletricidade de bilhões de volts logo colidiu no corpo dos moluscos, eletrocutando-os, torrando a carne dos animais e os matando de forma imediata. Os presos dentro das gaiolas, por sua vez, sequer sentiram a poderosa corrente elétrica atingindo os seus corpos secos, por conta da exímia habilidade de controle realizada pelo jovial. Observando a morte dos animais e finalmente pousando no solo, o Kura grita para seus companheiros
— Pronto, tá limpo o terreno! Podem vir!
Os dois criminosos logo subiram o morro, estando ensopados de suor, mas pelo menos calmos por poderem evitar o conflito com aqueles animais aparentemente invencíveis. Nane, vendo a morte das lesmas e se lembrando do acontecimento no começo da divisão, rapidamente fala para o irmão mais velho do Arold
— Boa, garoto! Mas, vamos ter que ir embora o mais rápido que der, pois logo algum daqueles escorpiões pode aparecer por aqui!
O rapaz elétrico rapidamente concordou com aquilo, já estando preparado para fugir a toda velocidade daquele lugar. Mas, surpreendendo a todo o trio, uma voz aparentemente cansada sai de dentro da gaiola, com o dono da voz falando
— Está quente, não está garoto? Que tal me tirar daqui?! Eu posso ajudar vocês, este lugar é perigoso!
A atenção do Kura se prendeu naquela voz, notando um homem de mais ao menos vinte e oito anos, extremamente ensopado de suor por conta do calor dentro da gaiola. Percebendo a proposta do homem, o jovem se aproximou dele e logo falou
— E como vou confiar em você? Eu já soltei esses dois aqui, já corri riscos demais!
Quando terminou de falar isso, o rosto do prisioneiro dentro da gaiola ficou pálido, parecendo que tinha acabado de ver algo extremamente assustador bem na frente dos seus olhos. Então, com isso em vista, o homem em cárcere logo gritou para o capitão militar de Buraji
— Atrás de você, garoto!
Quando escutou isso, o receptáculo do cão elétrico voltou sua visão para sua retaguarda, notando um raio de calor a poucos metros de distância de sua cabeça. Aqueles fótons super-aquecidos estavam se aproximando a velocidade máxima de sua cabeça, mas por conta de sua grande velocidade de movimento e reação, o jovem conseguiu agilmente mover sua cabeça para a esquerda e assim escapar do ataque. O preso fez a mesma coisa, mas se jogou no chão e fazendo aquele raio vermelho passar direto. O calor daquela luz era tanta, que o metal das barras derrotou de forma imediata, e o preso azarado que estava morrendo encostado na parede teve o peito atravessado e derretido por aquele raio quente. Depois dessa tensão com o ataque, o Kura prendeu seus olhos de onde veio o golpe inimigo, percebendo um homem de dois metros ali e logo gritando para ele
— Ei, quem é você?!
A pergunta do garoto foi referente totalmente para aquele atacante. Já o homem dos raios de calor, escutando aquela pergunta, soltou um sorriso extremamente confiante pela sua face. O homem de dois metros se encontra ao lado de uma moto extremamente bonita e potente. O gigantes homem, alisando seus cabelos laranjas como e quentes como sol, logo respondeu o jovem-raios
— Eu? Eu sou um dos nomes grandes dessa prisão, tá ligado? E eu vim pessoalmente dar cabo de vocês, para pararem de encher o saco!
O preso que se encontrava no chão daquela jaula, se levantou lentamente depois daquele potente ataque do carcereiro. Então, quando sua cabeça estava totalmente erguida e seus olhos conseguindo ver o motoqueiro, o prisioneiro rapidamente grita em voz alta, fazendo um anúncio para todos ali
— C-capitão carcereiro… Sun Armstrong?!
O carcereiro sorriu quando foi identificado, terminando de ajeitar seus cabelos extremamente extravagantes, onde em seguida o gigante de dois metros ajusta a sua jaqueta de couro. Então, com tudo preparado, o nativo daquela prisão rapidamente fala para o presidiário e seus inimigos
— Eu mesmo, seu idiota! Sabe… seu rosto me é familiar! Mas não importa, vou matar vocês de uma vez!
O adulto de aparência americana, depois de dizer essas palavras em um tom de agressividade e ameaça, ele velozmente acumula luz aquecida nas suas duas mãos. Após essa acumulação rápida de raios eletromagnéticos de calor na palma de suas mãos, o ruivo logo atira aquela luz potente contra o garoto Kura e o preso dentro da jaula. O jovem elétrico, vendo a aproximação dos lasers, logo se desvia daquele que estava vindo em sua direção, enquanto se coloca em uma rápida corrida na direção do seu inimigo. O presidiário fez a mesma coisa, conseguindo se safar do ataque. Os dois aliados do garoto elétrico, logo gritam para ele
— Cuidado, moleque! Não avance sem pensar antes!!
O receptáculo do cão elétrico, entretanto, sequer se importou com esse aviso dos seus aliados. O capitão militar de Buraji, estava determinado a arrebentar a cara daquele inimigo o mais rápido que podia, com o jovem já estando com os aumentos de status fornecidos pela sua entidade aliada. Sun Armstrong viu seu pequeno oponente se aproximar a uma velocidade absurda, mas mesmo com isso ele não conseguia se amedrontar, apenas estendendo a mão na direção do garoto e falando para ele
— Deveria ter escutado a dica deles, jovenzinho!
— Ah, cala a boca! Seu cabelo de vassoura!
O Kura logo criou “luvas” com seus raios elétricos, a estratégia que o garoto de baixa estatura pensa em usar, é a de se desviar do raio de calor que iria ser atirado contra ele e em seguida contra-atacar com um direto na barriga daquele homem gigantesco. Mas, quando terminou de pensar nesse plano, o jovem-elétrico sentiu o ar a sua volta esfriar de forma quase que instantânea, assim como sentiu o mesmo pesar mais sobre o seu corpo e desacelerar um pouco os seus movimentos
“Como é?!-”
Foram as únicas coisas que o irmão mais velho do Arold conseguiu pensar, antes de seu movimento ser totalmente parado e seu corpo colidir com a areia abaixo dele. O ar estava extremamente denso e gelado, impedindo qualquer tentativa de movimento feita pelo elétrico. Percebendo isso, Armstrong deu algumas risadas pelo seu nariz, enquanto vai falando para o lutador caído
— Como é inocente! Pensou mesmo que meu poder era só de atirar raios de calor?! Bem, pelo menos, antes de você finalmente morrer você descobriu a verdade, eu tiro o calor das coisas e atiro depois!
Kura escutou isso, enquanto sentiu algumas peças de sua roupa congeladas por conta da baixa temperatura daquela massa de ar. O carcereiro, percebendo que o jovial dificilmente representaria uma ameaça naquele estado, logo começou a acumular calor em sua mão direita e a apontar a mesma contra o seu pequeno oponente, falando para o neto do Vater
— Certo, acho que esse combate terminou! Vou te derrotar aqui e prender, e os outros eu vou matar!
Na palma direita do homem ruivo, surge uma esfera de calor. Aquela luz vermelha iria ser lançada brutalmente contra o corpo do jovem Kura. O manipulador de eletricidade, percebendo aquele situação arriscada, logo teve uma ideia astuta e desesperada
“Acho que pode funcionar!!”
Pensou o adolescente de baixa estatura, que começou a emanar seus raios de seu corpo. A corrente elétrica logo começou a se espalhar pelo ar e correr fortemente no mesmo, pois aquele oxigênio se encontra frio e consequentemente com uma condutividade elétrica elevada. Com isso, um raio poderoso e de passagem fácil foi lançado contra o golpe do carcereiro de cabelos laranjas, que nesse ponto já tinha arremessado a esfera de fótons aquecidos. Uma rápida colisão e competição de força ocorreu entre ambas as energia, que empatam e se dissipam no ar por completo, e devido ao calor gerado tanto pelo plasma dos raios, quanto da própria esfera quente, o ar voltou ao seu estado original e se elevou para os céus, permitindo o garoto que se levantasse novamente
— Deu certo!!
O ladrão de calor foi lançado alguns centímetros para trás, inclinando seu grande tronco por conta daquele empate de energias. A atenção do detentor acabou sendo dissipada por alguns segundos, com esse tempo sendo o suficiente para o adolescente de baixa altura se levantar e saltar na direção do rosto do seu inimigo de dois metros, acertando uma poderosa joelhada no rosto do Armstrong. O golpe fez sangue voar das narinas do motoqueiro
— Haha! Parece que você não é tão forte assim, não é?!
Disse o manipulador de raios, com um enorme sorriso em sua face jovem. Mas, essa animação foi logo destruída, pois o vigiador da nação gaiola, de forma ágil acertou um potente soco de direita na face do Kura. O ataque foi tão absurdamente potente, que todo o corpo de menos de um metro e setenta de altura do protagonista, foi lançado voando até colidir com as barras de aço da jaula próxima deles, batendo de cabeça ali e caindo no chão com bastante dor. Com seu pequeno oponente caído, Sun gritou
— Ótimo, vai logo pro inferno!
Um outro ataque de calor iria ser atirado, mas antes de isso se concretizar, uma fumaça rosa se aproximou velozmente do corpo do capitão daquela divisão. Esse era Nane, que estava tentando adormecer o seu inimigo e consequentemente finalizar aquele combate. O capitão Armstrong logo atirou seus raios de calor contra a fumaça rosa, dissipando a mesma e gritando depois de fazer isso
— Retardados! Parem de atacar sem pensar, vocês só vão se cansar fazendo isso!
A fumaça se dissipou, mas nada do prisioneiro da segunda divisão foi encontrado, o único preso que se encontrava na área da fumaça, era o Rodolfo, que estava com as narinas totalmente tampadas, para evitar de inalar aquele gás. Percebendo algo de estranho, Armstrong pensou
“Hum… cadê ele?!”
Antes de se localizar direito com relação a seu inimigo, o guarda da segurança foi surpreendido com um soco de direita acertado em cheio o lado destro do seu corpo. Nane se encontrava ali, na direito do seu inimigo, e pegando esta abertura quase que divina, o manipulador do gás rosa começou a jogar uma sequência quase inacabável de socos contra o corpo do seu inimigo, gritando para ele
— Tô aqui, otário!!
Sun Armstrong ficou enfurecido com aquilo, pois todos ali estavam o atacando de forma consideravelmente covarde e se aproveitando de suas guardas baixas. Logo, em um movimento diagonal de cima para baixo usando do seu braço direito, o responsável pelos encarcerados conseguiu cancelar completamente os ataques do seu inimigo nu, além de lançar o preso fugitivo longe e cortar o peito do mesmo por conta do movimento
Em paralelo a essa batalha, se encontra o Kura, caído no chão e aparentando estar desmaiado. Mas, bruscamente o baixinho se ergue do chão, passando suas mãos em sua cabeça
— Aquele ruivo fudido, ele me deu um soco dos pesados!!
Gritou o manipulador de raios, endurecido por aquele ataque poderoso lançado contra sua cabeça. Porém, essa raiva logo foi interrompida, pois sentiu alguém cutucando suas costas. Então, quando o adolescente focou sua atenção para suas costas, notando aquele preso de antes e logo falando para o mesmo
— Ah, é você! Que que tu quer? Não sei se viu, mas estou ocupado agora!!
O preso, ouvindo aquela resposta do garoto, de prontidão respondeu para o jovem garoto
— Eu sei! Eu quero que me solte, e eu vou te ajudar a sobreviver por aqui!
— Que?! Acha que sou doido é?!
O manipulador de raios parecia totalmente contra a libertação daquele preso. Então, percebendo essa resistência, o homem aprisionado logo fala para o garoto, em sua última tentativa
— Veja bem, moleque! Eu conheço esse cara, e sei como lutar com ele! Além de eu conhecer todo este lugar! Vamos, me solte e eu vou te ajudar!
O Kura pensou por um tempo, ficando com a cabeça quente de tanto pensar e se irritar. Sentindo-se sem saída, então, o protagonista elétrico decide libertar aquele preso completamente
A batalha entre Nane e o Armstrong já tinha chegado ao seu fatídico fim, com o preso estando caído na areia daquela divisão. O homem gigante estava pisando no peito do desnudo, pressionando suas costas contra o solo quente, gerando queimaduras graves naquela região. O corpo do manipulador do gás rosa estava com diversos machucados, enquanto o carcereiro se encontrava em ótimo estado
— Bem, vou te mandar pro inferno logo!
O ser de dois metros disse isso, prestes a lançar o golpe de misericórdia contra o pobre homem nu. Mas, momentos antes do golpe ser lançado, grandes quantidades de areia jogam Sun Armstrong para longe. Seguindo o caminho daquela areia, era possível notar que aquilo na realidade era o braço esquerdo de uma pessoa, essa pessoa era o preso recém liberto pelo Kura. Então, se aproveitando da situação, o recém liberto fala
— Finalmente, a liberdade cantou! Sentiu saudade?!
Armstrong finalmente conseguiu olhar melhor para o inimigo recém libertado, se enfurecido e gritando para ele
— Eu lembro de você! Maldito seja… “Sandman”!
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