Capítulo 106: Gelo infernal
Os caçados logo alcançaram a quarta divisão, daquele grupo formado por quatro pessoas, apenas o Kura e Rodolfo se encontram acordados, já que os outros sucumbiram a dor
— Merda… merda! E agora, como vamos sair disso?!
Reclamou o garoto dos raios, batendo naquele chão esbranquiçado pela necessidade que caia dos céus. Rodolfo, porém, pouco se importou com seus companheiros, e apenas gritou para o garoto desesperado
— Pare de se preocupar com os outros, merda! Se preocupe com você, não está sentindo esse frio?!
O loiro manipulador de legos disse isso, enquanto todo o seu corpo treme de cima para baixo. O garoto manipulador de eletricidade, não se encontrava sofrendo muito, mesmo com o frio ao redor sendo extremamente próximo de um zero absoluto. Essa tolerância toda, se deve pôr conta da natureza de um raio, que é capaz de sobreviver em praticamente qualquer lugar. E, como os poderes do garoto são ligados justamente aos raios e tudo os envolvendo, essa tolerância não se torna uma surpresa
— Frio? Não, eu não sinto nada, seu idiota!
Gritou o garoto de volta para o criminoso, se aproximando dele de forma enfurecida e agarrando o loiro de um metro e cinquenta pela gola de sua camisa, o puxando para perto com força e colidindo cabeças com ele. Então, ainda próximo, Kura gritou com Rodolfo
— E como assim, não é para eu me importar com eles?! Vá se foder, eles são nossos companheiros, seu merda!
Em meio a essa briga, Nane começou a tremer de frio e gritar de dor ali no chão, tendo um lapso de consciência devido ao frio extremo. Isso chamou totalmente a atenção de Kura, que correu para próximo do seu companheiro caído e tentou aquecê-lo de alguma forma, usando um pouco do calor dos raios. Rodolfo, entretanto, apenas pegou algumas pequenas peças de plástico do chão, as apertando e em seguida pensando consigo mesmo
“Hum? Elas não congelaram?!”
Tendo percebido isso, o criador de peças de brinquedo voltou sua atenção para os outros três, e logo gritou para eles
— Ei! Olhem isso aqui!
O criador de plástico logo jogou a peçonha na direção do protagonista, que conseguiu interceptar aquela peça no ar e a segurar. Porém, ao invés de entender o objetivo de seu “amigo”, isso apenas enfureceu o jovem, que logo gritou com o homem-lego
— Isso era para significar algo, seu retardado?!
O garoto-raio estava prestes a socar a face do loiro anão, com um golpe usando toda a sua força. Porém, antes do soco ser lançado, de forma quase que implorando por sua vida, Rodolfo começou a gritar
— N-não! Calma, calma! Preste atenção, ela não congelou!!
Essas palavras desesperadas cumpriram seu objetivo, salvando a pele do pobre coitado e fazendo a atenção do jovem se prender para aquilo. Então, tendo isso analisado, o Kura logo gritou
— É mesmo! Então vamos, crie algo bem grande com suas peças e faça se mover!
O loiro cheio de má vontade, rapidamente ficou com seus olhos esbugalhados e retrucou o militar
— M-mas, isso vai me cansar muito! E além do mais-
Aquela sequência irritante de reclamações logo foi parada, devido ao ensurdecedor barulho de um pisão que o protagonista mais velho acertou no chão. Então, depois de silenciar o criminoso, o jovial repetiu novamente a sua ordem
— Faça!
Se vendo encurralado e sem qualquer opção, o manipulador de plástico começou a criar uma espécie de carro feito com o lego. Era um objeto cúbico, com duas rodas em sua base, um objeto grande o bastante para caber o quarteto lá dentro. Quando os caídos foram realocados para dentro do cubo, os outros dois se atiraram ali dentro em seguida, fechando o mesmo e o colocando a andar em linha reta. Durante esse caminho, o loiro baixinho começou a explicar
— Eu tenho certa noção para onde vamos, mas não vou saber dizer se tem algo no caminho ou se aproximando! Então, não se anime, beleza pingo de gente?
O militar ouviu tudo aquilo de forma atenta, prestando atenção em cada mínimo detalhe do que o galego falava. Entretanto, quando chegou na parte que se referiu a seu tamanho, a fúria do jovem acabou sendo desencadeada, fazendo-o assim acertar um soco na lateral do rosto de Rodolfo, como resposta ao insulto ligado à altura
— Você é menor que eu, idiota!
Gritou o Kura, enquanto encarava o homem-lego caído no chão do cubo móvel. A boca do baixo prisioneiro estava ensanguentada por dentro, e a única coisa passando pela cabeça dele, eram os seguintes pensamentos
“Esse moleque… ainda vai me matar!”
Um silêncio contínuo e frio se prendeu naquele ambiente, os feridos ainda se encontram em estado grave e os dois acordados decidiram apenas não conversar entre si durante aquele momento. Minutos e minutos se passaram, e o criador do cubo se encontra totalmente suado, fatigado devido ao uso excessivo de seu poder, mostrando a falta de treino do mesmo para o usar. Aquela falta de condicionamento irritou o manipulador de eletricidade, que só conseguia pensar que logo teria de empurrar aquele “veículo”, já que o único consciente é um completo imprestável
“Esse cara nem fritar ovo deve saber… bem, pelo menos, acho que vamos chegar logo!”
Enquanto isso, no prédio da direção da prisão, as coisas não pareciam nem um pouco calmas. O dono geral da nação, estava enfurecido com as notícias que a ele foram passadas, com o gigante gritando ao telefone
— Como é, seus imprestáveis?! Eles passaram para a quarta fase?!
Em meio a esse surto gigantesco de raiva, o líder jogou o telefone contra a parede com toda a sua força, destruindo totalmente o aparelho eletrônico. O vice-diretor notou isso, e logo fala para o seu companheiro
— O invasor conseguiu avançar ainda mais aqui dentro, é?
O diretor enfurecido jogou a mesa do escritório para o mais alto que conseguiu, respondendo o seu amigo e em seguida dando uma espécie de ordem para o mesmo
— Sim! E nós vamos pessoalmente resolver isso, entendeu?!
O relaxado do vice-diretor apenas concordou com a cabeça, lentamente se levantando da sua poltrona e pegando um casaco para si e logo dizendo ao seu amigo
— Certo, certo… mas vamos logo, quero relaxar!
Ambos os homens de gigantesca importância saíram do centro da nação rapidamente, a dupla conhece uma forma de chegar em poucos minutos na área congelante, então o tempo para encontrar os criminosos não seria um problema.
Simultaneamente, no inferno congelante, o quarteto continuou sua jornada no cubo móvel, uma jornada monótona e custosa para Rodolfo
“Eu… eu tô cansado!!”
Resmungou Rodolfo em sua mente, enquanto dava alguns sinais de que logo iria desmaiar. Mas, antes de ter tempo para isso, um grande barulho pôde ser escutado do lado de fora do veículo, coisa que assustou o manipulador de lego e o de raios
— É o que?!
— Que foi isso?!
Os dois se perguntaram essas coisas respectivamente, mas antes de sequer terem tempo de conferir qual seria aquele problema, um forte ataque foi disparado contra o veículo de lego e o destruiu. No impacto, o criador das peças de construção foi totalmente nocauteado e o jovem miliciano foi lançado alguns metros para longe. O responsável por aquele golpe, era um urso gigante, um urso que tinha seus prováveis oito metros de altura e garras de oitenta centímetros. O animal, que já tinha esse costume de comer humanos, deixava claro a fome que estava sentindo ao soltar seu rugido ensurdecedor. Kura, não vendo outra opção, decide avançar contra o animal com toda sua velocidade e força
— Me perdoe, urso! Mas, vou ter que te matar!
O jovem conseguiu diminuir toda a distância, tudo graças a sua alta velocidade. E, quando se colou com o gigantesco animal, o miliciano acertou um poderoso soco de direita contra o estômago do animal, fazendo a criatura cair de costas no chão. O impacto foi poderoso, quebrando diversos ossos do ser, mas não o matando. Percebendo isso, Kura lançou mais um soco, dessa vez contra o crânio do animal, matando-o com esse poderoso golpe
— Certo! Resolvi isso!
A situação de perigo havia sido resolvida, mas, o problema de seus companheiros caídos ainda não tinha tido uma solução. O grupo estava Cercado de gaiolas, com o trio dos desmaiados se encontrando no chão, desesperando o militar
— Ei, vocês! Acordem logo!
Em meio a esse desespero, duas silhuetas surgem de dentro de uma das celas, com uma voz feminina começando a falar, coisa que prendeu a atenção do garoto
— Parece desesperado, garoto! Que tal… Você nos ajudar a te ajudar?!
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