Capítulo 110: A morte branca

Ao ouvirem o nome do líder do grupo de carcereiros, os criminosos ali em volta se assustaram, com o poderoso brincalhão, logo falando

— É… talvez, estejamos encrencados!

Kura ouviu Guilherme falar isso, levantando sua sobrancelha direita em um sinal de questionamento, até que finalmente realizar a sua pergunta, e gerar a seguinte linha de diálogo 

— Sério? Aquele calvo ali, é tão perigoso?!

— Sim, ele é! Dizem por aí, que ele nunca errou um tiro, mesmo com o alvo mudando de local! E em alguns casos… ele gastou apenas uma bala!!

O manipulador de raios escutou aquilo, derramando assim, uma gota gélida de suor, indicando a tensão que ele estava sentindo 

— Então… ele que foi mandado para nos segurar aqui, né?

O moreno confirmou com a cabeça, fazendo um movimento sutil de cima para baixo, engolindo seco e logo respondendo para o protagonista 

— E se ele não cair rápido… logo o diretor chegará aqui, e estaremos fodidos! Usei meus poderes para mover alguém mais forte que eu a minha dimensão, então… ficarei algum tempo sem poder usar eles!!

Ele estava pensando em algo, parecia tenso naquele momento, por não saber se iriam conseguir seguir a jornada. Mas, tomando a frente da situação, o garoto-raio logo se levantou, começando a andar na direção de Sebastian 

— Bem, eu vou lá acabar com ele, o mais rápido que eu puder!

Antes que qualquer um pudesse dizer algo, o soldado de buraji logo saltou na direção do morro em que o esquadrão de Sebastian se encontrava. Logo, quando estava de frente com eles, ainda se aproveitando da confusão, KuraYami agilmente criou um campo elétrico de raios em sua mão direita, lançando aquele raio na direção do carcereiro distraído

— CHEFE, CUIDADO!!

gritou um dos soldados, observando aquele adolescente formar o raio em sua mão. Ouvindo o aviso, o capitão da divisão de carcereiros logo se virou e focou seus olhos no irmão mais velho do Arold, e logo fez um um sinal, permitindo o recuo das tropas

— Fujam, homens!!

Não só os soldados rasos, mas também o próprio capitão se retirou o mais rápido que conseguia do trajeto daquele raio. Aquela poderosa corrente elétrica, acertou com força o chão, gerando uma destruição, graças à força física do rapaz que era transpassada para o mesmo. Não apenas a força física, mas a força da corrente elétrica também fazia seu efeito, com aqueles elétrons aquecendo o ar até o estado de plasma devido a temperatura, e se propagaram de forma ainda mais fácil, devido às temperaturas gélidas daquele ambiente. A corrente de um bilhão de volts, conseguiu atingir alguns dos lacaios de Sebastian, matando a maioria dos que foram acertados

“Droga, esse moleque veio com sede de sangue!”

Afirmou o atirador em sua mente, enquanto observava o pouso feroz do jovem. O manipulador de eletricidade, logo se ergueu de seu pouso, enquanto olha o calvo nos olhos e fala para o mesmo

— Acho que podemos ir direto ao ponto, concorda?!

O atirador soltou um sorriso debochado, pegando sua arma de cano longo com apenas uma de suas mãos, mirando contra a cabeça do protagonista e falando 

— Leu a minha mente, moleque!

Logo, um tiro foi disparado na direção do invasor, um aparente tiro normal de arma. O moço, observou aquilo com certo desdém, por achar que sua imensa velocidade o permitiria inutilizar aquela bala. Logo, usando de tal velocidade avassaladora, o garoto-raio se moveu cerca de quatro metros para o seu lado esquerdo, enquanto vê a bala passar reto por ali. Porém, antes de um sorriso confiante surgir no rosto do invasor, aquele projétil metálico logo fez uma curva com toda sua velocidade, continuando a seguir na direção da cabeça do garoto, o assustando, assim, para se defender, Kura logo lança um raio contra a bala, a vaporizando graças ao calor maior que o da superfície solar, que os raios criados pelo rapaz conseguiam gerar

— Mas que arma estranha é essa?!

Afirmou ele, chocado com aquilo que tinha acabado de ver. Sebastian, percebendo o medo de seu oponente, deu um sorriso que emanava confiança, e logo começou a explicar 

— É o poder dos contratos, rapaz! E vou te explicar como ele funciona, já que tenho um contrato que me dará vantagem!!

Ao dizer isso, no lado do desprovido de boa parte de seu cabelo, surge um papel mágico no ar, papel esse que possui as características de um contrato

— Basicamente, meu poder me permite criar contratos com qualquer coisa! Esses contratos, me permitem obter vantagens em várias situações, mesmo as mais assustadoras! Inclusive, eu tenho um contrato que me permite ganhar mais poder, ao explicar minhas habilidades!

Ao focar mais a sua visão naquele papel, nosso protagonista consegue notar as escrituras, sendo o tal contrato recém citado por Sebastian, o atirador desprovido de cabelo, logo continuou seu monólogo anterior 

— Porém, cada contrato é uma via de mão dupla! Eles me dão vantagens, mas com algum preço… por exemplo, o preço do de ganhar um ‘buff’ ao explicar minha habilidades, é que após cinco minutos, meu oponente também receberá um aumento em seus poderes!!

A ‘morte branca’ logo coçou sua cabeça, fazendo assim mais cabelo cair da mesma, cerca de vinte fios de uma só vez!

— Já o dos tiros impossíveis de desviar, que fiz com minha arma… custam 20 fios de cabelos meus, por tiro!!

O militar de buraji, ouviu atentamente toda a explicação daquele carcereiro, coçando seu queixo enquanto a ouvia. Ao fim do monólogo do capitão daquele batalhão de aprisionadores, o elétrico bateu seu punho direito em sua palma esquerda, e logo afirma

— Oh, isso explica o motivo dessas duas avenidas na sua cabeça! Não faz frio não?

Ao ouvir aquela afronta, o carcereiro ficou com seu sangue fervendo de raiva, e logo gritou cheio de fúria para o maldito adolescente 

— VOCÊ DISSE, QUE MEU CABELO PARECE UMA PISTA DE PIOLHOS ALPINISTAS?!

O adolescente escutou isso, mas ficou visivelmente em dúvida, levantando sua sobrancelha esquerda, e logo respondendo o seu inimigo 

— Que? Não, não! Eu disse, que sua cabeça parece que tem uma avenida!

Aquilo irritou ainda mais o atirador, que sem pensar duas vezes, mirou a cabeça daquele adolescente, atirando três projéteis de aço na direção do rapaz. Yami, percebendo os tiros vindo em sua direção, rapidamente cria outro campo de correntes elétricas, atirando-o na direção dos projéteis e novamente os vaporizando. Ainda em um movimento fluido, o manipulador de eletricidade dá um poderoso soco contra o chão, emitindo mais de seus bilhões de volts naquele gélido sólido. Sebastian percebeu isso, e logo pulou alguns metros para cima, conseguindo escapar por pouco da corrente elétrica, alguns de seus soldados também fizeram isso, mas pelo menos metade deles foi acertado pela eletricidade. Se aproveitando dos inimigos no ar, o garoto-manipulador-de-raios, agilmente emitiu o calor desse evento natural até o chão, o derretendo quase que instantaneamente 

— Cê tá ferrado, meu amigo!

Afirmou o militar de Buraji, que rapidamente tornou aquele chão derretido magnético graças à eletricidade, e usando do eletromagnetismo, manipulou as pedras em estado líquido para irem em direção aos homens no ar. O carcereiro não poderia ficar parado, e isso era claro. Então, outro contrato surge ao seu lado, enquanto ele troca a carga de sua arma

— Tsc, vou ter que usar isso! 

Afirmou ele, terminando de carregar a arma de cano longo, e rapidamente atirou contra a lava que ia na direção do mesmo. Aquela bala, ao entrar em contato com as rochas derretidas, conseguiu congelar totalmente as rochas e tornar aquilo virtualmente inofensivo! Com tal problema resolvido, Sebastian e seus soldados puderam pisar tranquilos no chão, enquanto o capitão deles conta vitória 

— Gyahahaha, você me assustou, moleque!!

Kura ficou olhando aquele acontecimento, estando visivelmente surpreso com as rochas congeladas. Entretanto, usando de tudo informado antes, o jovial conseguiu chegar na seguinte conclusão, efetuando o diálogo a seguir 

— É outro contrato seu, né, seu atirador de quinta?!

— QUEM VOCÊ CHAMOU DE CABEÇA DE TITICA?!

— EU DISSE ATIRADOR DE QUINTA, DE QUINTA!!

Ao ouvir a correção vinda do jovem-adulto, o atirador carcereiro ficou visivelmente com vergonha, e em uma cena cômica, ele falou

— Oh, desculpa!

Os lacaios rapidamente ficaram chocados com aquilo, vendo que mesmo perigoso, Sebastian era um grande idiota. Porém, o momento logo voltou aos trilhos 

— E sim, este é outro contrato meu! Un, que dá a adaptação necessária aos meus tiros, para a situação em que me encontro! Mas…

O guerreiro da nação prisão, tirar suas botas e suas meias, revelando a unha do seu mindinho totalmente encravada

— Como preço, a cada tiro, minhas unhas encravam!!

Uma vontade de vomitar imensurável alcançou o esôfago do manipulador elétrico, que teve de colocar sua palma esquerda na frente da sua boca, para impedir o vômito de sair. Em seguida disso, ele logo reclamou

— Cara, você é nojento!

Sem pestanejar, o manipulador de raios estendeu sua mão direita na direção do atirador, lançando um potente raio contra o mesmo

— Lide com isso, cabeça de ponto turístico!

Gritou Kura, com um sorriso confiante no seu rosto. Sebastian, vendo o raio ver em sua direção, apenas mirou rapidamente na direção do militar de buraji, para em seguida puxar o gatilho da arma. A disputa do simples projétil versus aquele poderoso raio, parecia algo absurdamente desigua, porém, no momento em que ambos colidiram, o raio foi dissipado

— É O QUE?!

Gritou o moleque elétrico, enquanto sai da direção original daquele tiro. Porém, o calvo logo grita pro garoto

— É inútil, seu merdinha!!

A direção do tiro logo se reajustou, com a bala continuando a seguir na direção do manipulador de raios. Inicialmente, Kura manteve-se tranquilo, confiando em sua resistência corporal, mas ela também falhou 

— AI, QUE DOR!!

Gritou o irmão mais velho do Arold, enquanto cai no chão e segura seu ombro, bem no local onde a bala teria o perfurado. Isso deixou algo claro para o militar, a bala tinha se adaptado para ele

— Bem, esse tiro foi dado no desespero! Mas, esse próximo será bem mirado na sua cabeça. Bom descanso, lá no outro mundo!

Falou  o conhecido como “A morte branca”, enquanto recarrega sua arma, se preparando para atirar. KuraYami, logo percebeu uma coisa: se a mira fosse ajustada em qualquer parte de sua cabeça, seria o seu fim. Então, logo começou a procurar por algum meio de escapar daquela situação enfadonha. Ao analisar o chão, ele notou a curta distância entre si e seu inimigo, e logo cogitou

“É… vou ter que atacar na rataria!”

Então, encostando sua mão do braço machucado no chão, o jovial logo descarregou uma poderosíssima corrente elétrica, que iria percorrer até a sola dos sapatos de Sebastian. O atingido pela calvície, devido a sua experiência de combate extensa, conseguiu notar a astuta estratégia daquele adolescente, retirando assim todo o seu contato com o solo em um único salto. Com essa pequena janela de tempo estando aberta, o guerreiro Burajiano usou da temperatura de sua corrente elétrica, para gerar vapor com a neve, cobrindo assim a visão do carcereiro 

— Tsc, seu merdinha-

Quando o aprisionador poderia dizer qualquer coisa, algo em alta velocidade começou a se aproximar dele. Pensando ser o seu jovem inimigo, “a morte branca” logo soltou um grande disparo contra aquele objeto não identificado. Quando a bala de metal atingiu aquele alvo em movimento, foi revelado o que realmente era. O alvo, não passava de apenas um raio bola criado pelo Burajiano. Não obstante, outro objeto de difícil identificação surgiria pela direita daquele capitão carcereiro, que logo virou sua arma e atirou contra o alvo

— Entendi seu plano já, moleque miserável!

Afirmou Sebastian, pensando ter acertado o verdadeiro kura. Mas, o ato se repetiu novamente, e apenas um raio de bola era atingido. De cima entretanto, o verdadeiro Kura surgiu em meio a neblina, se chocando com tudo contra o corpo do atirador, “voando” com ele até uma certa distância daquele morro

— Me dá essa arma, seu cabeça de balão mágico!!

Fala o garoto, agarrando a metade do corpo daquela arma de cano longo. “A morte branca” logo colocou sua mão esquerda em cima do rosto daquele adolescente, enquanto fala

— Larga minha amada “Maria”, seu fedelho catarrento!!

Ambos estavam girando no ar, enquanto seguiam para fora daquele morro. Kura, usando sua mão direita, consegue agarrar o cotovelo de Sebastian e aplicar pressão de aperto no mesmo. Em simultâneo a este ato, o adolescente rapidamente fala

— Vou queimar essa arma, então!

O inimigo pouca telha logo entendeu a ameaça, e para evitar que uma descarga elétrica destruísse sua querida arma, o calvo rapidamente chutou a barriga do burajiano com força em um dos giros, arremessando-o em direção ao solo

— Seu fedelho miserável!

Durante a queda, o jovial efetua uma manobra de ginástica, usando de toda sua velocidade e agilidade para tal feito. Ao realizar o giro, o mesmo consegue fazer um pouso de super-herói naquele gelo massivo, soltando um sorriso de canto de boca e pensando 

“Chegamos!!”

A comemoração não durou muito, já que escutou o som da arma sendo engatilhada. Então, novamente o adolescente burajiano liberou uma grande descarga elétrica, que começou a derreter e evaporar o gelo, conseguindo assim, borrar o visor da mira daquela arma. O homem calvo se irritou com aquilo, mas logo ameaçou aquele militar estrangeiro

— ACHA QUE ISSO VAI ME IMPEDIR DE TE MATAR, É?! SEU FEDELHO, EU VOU ESTOURAR SEUS MIOLOS-

Rapidamente, a pressão daquele atirador caiu, com o mesmo ficando de ponta cabeça no ar e começando a cair, sofrendo de fortes náuseas e dores de cabeça. Enquanto cai, ele sentiria um sutil cheiro de cloro no ar, e logo pensaria 

“Hã?! De onde veio esse cloro?! Espera, não me diga que?!”

Antes de completar aquele pensamento, o corpo do homem colidiu contra o anterior gelo, e ali foi revelado, o gelo cobria um grande lago, não um lago normal, mas um cujo a água, assemelha-se e muito com a do mar

— Tá surpreso, não é, pouca telha?!

Kura fala isso com um sorriso em seu rosto, enquanto se encontra embaixo da água, liberando sua eletricidade. Assim, usando de ondas de rádios, ele daria a última explicação para o seu derrotado inimigo 

— Sabe, quando eu lancei aquela corrente elétrica no solo há algum tempo, não foi necessariamente atrás de te acertar! Mas sim, de localizar algum lugar, cujo gelo fosse parecido com a água do mar!

O guerreiro logo apontou o seu dedo indicador para a água, enquanto continua a espalhar o cloro com seus poderes de raio, reagindo quimicamente com a água do ambiente

— E bem, como você provavelmente sabe, eletricidade e água do mar, geram um evento químico chamado de eletrólise! De forma resumida, você percebeu por me subestimar, e não estourar logo meus miolos!!

Sebastian se enfureceu com aquilo, e logo apontou sua arma na direção do protagonista, seria seu tiro de desespero. Entretanto, antes de puxar o gatilho, uma corrente elétrica se propagou rapidamente pela água, acertando a arma e a destruindo rapidamente, enquanto o atirador lentamente afundava. Percebendo isso, o jovem-elétrico logo nadou para a superfície, saindo da água e usando seus poderes para se secar. Já o lago, por não ter mais a sua fonte de calor, logo voltou a se congelar e selar o carcereiro dentro de si

— Pelo visto, acabei por aqui!

Afirma o protagonista mais velho, com um sorriso confiante em seu rosto. Essa confiança, por sua vez, logo se apagou, quando uma explosão de sentimentos negativos ocorreu. Aquilo era o diretor da prisão. Não só o invasor Mirim, mas o seu grupo de ex-presos também se assustou com aquilo, mas antes de qualquer avanço por parte do carcereiro mais poderoso

— VOCÊ NOS PAGA, DIRETOR!!

Gritaram alguns encarcerados, antes de explodirem suas jaulas com a utilização de seus poderes. Aquilo, indicou algo que Guilherme notou rapidamente, e logo avisou para o grupo, em um grito

— OS CINCO MINUTOS PARA AS MARCAS DO MCGREGOS SUMIREM… JÁ PASSARAM!!