Capítulo 115: Execução
Horas mais tarde e longe de onde o Kura está, dentro de uma sala fechada e escura, Shiawase se encontrava acorrentada a uma mesa de ferro, ainda marcado com aquele selo de trinta centímetros em suas costas, anulando os seus poderes ligados ao ferro. O jovem-adulto, encontrava-se em um alto grau de desnutrição e tendo ferimentos espalhados por todo o seu corpo. O rapaz, estava visivelmente abalado, com um olhar vazio em seu rosto
— Ei, verme! Se levante, chegou na hora de você virar só um pedaço de carne, sem vida alguma!
Falou um dos soldados, de uma daquelas ilhas localizadas ao centro do oceano. Ouvindo isso, o manipulador de ferro se manteve em um silêncio completo, apenas encarando aquele militar com seus olhos vazios, como quem estivesse dizendo, não ligar para absolutamente nada que acontecia ali.
Irritado, com tamanha afronta silenciosa, aquele soldado sacou um chicote de suas costas, batendo-o com toda a força que tinha contra o peito daquele soldado de Maleukone, fazendo uma ferida surgir naquele corpo visivelmente enfraquecido
— LEVANTA LOGO, SEU IMUNDO DE MERDA!
Disse o soldado, soltando as correntes, usando da arma de corda para quebrar aquele material de aço puro, como se ele fosse feito de manteiga. O homem-ferro se manteve em silêncio e estático, até finalmente ser forçado a levantar, graças ao chicote que foi atirado contra o seu pescoço, a arma se entrelaçou no pescoço do irmão mais velho dos protagonistas. Depois disso, o guarda usou a sua força de puxada, para levantar todo o corpo do sentenciado à morte, forçando-o a ficar de pé.
Com o preso já erguido e com os pés firmes no solo, outros dois guardas adentraram aquela sala escura, algemando os pulsos daquele rapaz nas suas costas, logo o empurrando
— Andando, imbecil!
Falou o trio de carcereiros, enquanto espancam o rapaz com várias chicotadas, tratando-o como se fosse um escravo, como se sequer fosse algo humano.
Mesmo em toda essa situação, Shiawase não proferiu uma palavra sequer, não gritou de dor ou de raiva, não reclamou ou implorou, apenas ficou em um silêncio completo. Nas profundezas de sua mente, ele só conseguia pensar em uma coisa, na sua imagem de quando era criança. Nessa memória, ele estava junto de seu avô, e proferiu uma pergunta sutil ao idoso
— Vô… minha vida, tem algum sentido?
Antes de poder dar continuidade a esse pensamento, o aprisionado foi bruscamente empurrado por um dos guardas, saindo do ambiente escuro e sendo jogado sem preparo contra a claridade. Seus olhos, custaram a se adaptar à mudança súbita de luminosidade, mas quando finalmente conseguiu tal façanha, o de cabelos negros notou o céu nublado e os flocos de neve que caíam em direção ao chão, de forma lenta e graciosa
— Oh… é inverno, então?
Falou o controlador de metais, parado enquanto apreciava aquela cena serena, era realmente irônico nevar no dia de sua execução.
Mas, tirando ele de sua calmaria, uma chicotada acertou as suas costas com força, enquanto um dos seguranças gruta para ele
— Você não tem tempo para vagabundear, seu lixo!
Sem ter como evitar, o jovem apenas seguiu sua caminhada mórbida em direção ao local de sua execução. Sua morte seria pública e transmitida ao mundo, já que o crime imputado em suas costas, tratava-se de algo de níveis internacionais. O local na qual o mesmo iria vir a ser morto, seria em cima de um imenso palco, onde uma guilhotina se encontra preparada para o decapitar brutalmente. Na direita do equipamento de execução, encontra-se o líder daquele país, e na esquerda de tal líder, sua esposa Marly se encontra sentada, uma mulher gorda e arrogante
— Vamos, vamos! Tragam o garoto, vamos fazer um show ao mundo! Gahahahaha!
A mulher dizia isso, enquanto o jovial subia no palco, sendo colocado de joelhos no chão e tendo a cabeça encaixada na guilhotina, pronto para ser executado.
Em Buraji, mais especificamente no hospital onde o avô e o pai dos garotos se encontrava, a mãe deles assistia aquela transmissão da execução, em prantos
— Pai… papai! Eles, eles vão…
Dizia a mulher, trêmula com a cena do seu filho mais velho na guilhotina. O avô efêmero daqueles rapazes, estava visivelmente irritado, sendo possível ver suas veias saltadas através de sua pele escura. Tomando a frente, o idoso prontamente fala
— Eu sei, filha! E não se preocupe… isso será resolvido!
Na porta daquele quarto, dois capitães militares encontram-se de prontidão na porta. Um deles, visivelmente entediado, logo fala
— Temos que proteger esse velho, ao invés de ir para guerra?
Seu aliado naquele trabalho, logo acerta um tapa na cabeça daquele capitão vagabundo, enquanto diz
— Idiota, não estamos protegendo ele da guerra! Mas sim, a guerra dele! Se só o Maleukone lá já é uma ameaça ao equilíbrio do mundo, se ele fosse junto…
Voltando para as nações ilhadas, a neve continuou a cair, enquanto a tensão estava visivelmente alta. Na rua, era possível ver pessoas comuns tentando fugir do país, enquanto militares se mantém de prontidão nas ruas, prontos para o combate. Nos arredores daquele país, as correntes marítimas se mantiveram confusas e cheias de redemoinhos, como de costume!
— Abram alas, as quatro pilastras estão passando!!
Grita um dos soldados rasos, de cima de uma imensa muralha próxima da área da execução, seu anúncio era referente a maior força bélica daquele país, os quatro soldados mais poderosos daquele povo.
— Nossa, nós somos famosos!
Dizia Tony, um dos pilares e conhecido por sua velocidade, se sentando na cadeira da ponta esquerda, ostentando uma pose relaxada com toda a situação. O homem, logo teve sua atenção chamada por uma aliada
— Se comporte, Tony! Ou eu te mato aqui mesmo!
Quem dizia isso era Clair, uma mulher de dois metros de altura e cabelos ondulados, cujo tomou a posição ao lado do seu companheiro de altura semelhante, sentando-se ali. O primeiro pilar a se apresentar, gargalhou com a ameaça, enquanto fala
— Ora, não seja assim Clair! Tenho certeza, que o Bing e a Atzend concordam comigo!
Esses dois últimos citados, de forma respectiva tomaram seus locais perante toda a situação, sentando-se em seus respectivos bancos. A mulher se manteve calada, mas o homem conhecido como Bing, soltou um pequeno comentário
— Espero chegar em casa, estando inteiro!
Com a chegada das últimas peças que faltavam em seu tabuleiro, o velho líder se ergueu de sua cadeira e caminhou até bem próximo do equipamento de execução. Com sua destra, ele pegou um equipamento de comunicação, começando a falar
— Meu povo e povo do mundo! Hoje é o dia que marcará um grande marco na história! Pois, além da execução desse rapaz genocida, conhecido como Shiawase, outro anúncio também será feito!
O final dessa frase, chamou a atenção de todos os presentes e espectadores da execução.
Respondendo a dúvida que pairou no ar, o líder supremo das nações ilhadas caiu ao solo, do mesmo jeito que um fantoche cai ao ter suas cordas cortadas. Um silêncio de pura tensão e choque se espalhou, por não saberem o motivo daquilo. Cerca de cinco segundos depois, um grupo de quinze pessoas surge no palco da execução. Observando aquele grupo, os líderes do mundo todo reconhecem instantaneamente, quem eram aquelas pessoas
— Não pode ser, é o grupo do Nellu, a trupe echte Unterwelt!!
O líder daquele bando de criminosos, conhecido como Nellu, se aproximou a passos lentos do corpo caído do líder das nações ilhadas, pegando seu comunicador e logo dizendo
— O anúncio que temos para fazer, é que as nações ilhadas pertencem ao meu grupo, a partir do dia de hoje! Claro, de forma oficial!
As palavras daquele criminoso de cabelos longos e rosados, e de um corpo com mais de um metro e oitenta de altura, irritaram profundamente os líderes de outras nações poderosas. Todos chegaram na rápida conclusão, de que há muito tempo o antigo líder daquela importante nação econômica, já estava morto e sendo manipulado.
Marly, escutando o anúncio proferido por aquele terrorista, levantou seu corpo obeso com todbaa velocidade que possuía, apontando seu dedo para o mesmo e dizendo
— Você não pode fazer isso, eu sou a próxima por direito a governar-
Antes da mulher completar qualquer frase, o mais baixo daquele grupo de criminosos, conhecido como Vic, atacou a mesma com uma espada que surgiu do nada em suas mãos, cortando a mulher ao meio sem nenhum pingo de piedade com a mesma
— Sabe, já faz anos, que eu queria fazer isso!
As palavras proferidas por Vic, apenas confirmaram a teoria de que a anos o grupo já dominava aquele país e suas sanções econômicas, apenas mantendo isso em segredo para manipular o globo inteiro.
Nellu, notando que a intromissão da moça foi parada, continuou a gesticular e falar
— Sim, isso mesmo! A partir de hoje, eu serei o dono supremo desse país, e meus companheiros os próximos em comando! Também é verdade, que essa execução tem o objetivo principal, algo egoísta para meu bando e eu! Porém…
O de cabelos rosados, sutilmente foi se aproximando do Shiawase, que a essa altura do campeonato, se encontra perplexo e irritado com toda a situação. Ao chegar bem perto do rapaz, Nellu abaixou-se até encontrar o seu rosto, olhando na profundezas dos olhos do manipulador de ferro, enquanto diz
— Não só eu, mas o próprio executado sabe, que sua morte será algo bom para todos! Sua vida, só trouxe problemas! Não é, Shiawase?
Tais palavras cruéis, acertaram em cheio a alma do condenado à morte, que começou a ter um devaneio no meio de toda aquela situação.
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