Capítulo 119: Família

Meses se passaram desde que Shiawase tornou-se um militar, já tendo ido em diversas missões e sendo absolutamente bem sucedido em todas. Naquele dia, Arold estaria dormindo na casa de um amigo, a mãe dos garotos teria saído para fazer compras, enquanto o pai do Kura e do Arold estaria em missão, juntamente a isso, o avô Aristeu teria ido ao cemitério para ver o túmulo de sua esposa. De forma resumida, Shiawase e Kura teriam ficado sozinhos em casa, até o cair da noite. Quando o sol se foi, o pequeno Kura estava já dormindo, enquanto o jovem manipulador de metal, assistia distraído a televisão

— Noite calma, acordarei o Kura quando a mãe chegar

Falou o rapaz, sozinho, uma mania que teria desenvolvido por anos vivendo com o seu pai. Porém, na escuridão, um vulto apareceu sorrateiramente, olhando fixamente para a casa. Aquele vulto, era o criminoso anteriormente poupado pelo recém graduado militar, e o objetivo do terrorista, era a mais pura vingança.
O maldito usou do seu poder especial, para vibrar suas moléculas e atravessar pela parede da casa de forma silenciosa e sorrateira

“Você vai ver, Shiawase!!”

O criminoso adentrou o quarto do Kura, vendo a criança dormindo seu sono sossegado. Com um sorriso na face, o homem-vibrador enfiou seu braço no peito daquele garoto, o solidificando em seguida, explodindo e abrindo assim o peito daquela criança. O ato fez o garoto-elétrico acordar, dando um rápido grito de dor e terror com aquela cena.
Ouvindo o chamado de seu irmão, Shiawase correu a toda velocidade até o quarto do mais novo, e de forma simultânea, o terrorista voltou a vibrar o seu corpo, escondendo-se pela parede

— Kura, o que houve?!

Gritou o irmão mais velho, enquanto abre a porta do quarto, vendo aquela cena grotesca e ficando chocado com aquilo. Entretanto, antes de qualquer tipo de reação, o terrorista voltou a se revelar, tentando repetir o mesmo que fez com o Kura, mas mirando o crânio do homem-ferro
Percebendo o inimigo, o militar adolescente moveu sua cabeça levemente para o lado, tendo só parte do seu crânio explodido. Enquanto sofre esse golpe, um soco inglês foi criado na sua mão esquerda, por onde o rapaz manipulador de ferro, conseguiu desferir um upperCUT contra o fígado daquele oponente, manipulando aquele metal e o fazendo virar uma grande espada, rasgando o inimigo ao meio

— SEU FILHO DA PUTAA

Berrou o Shiawase, segundos antes de cair sentado no chão, sangrando e vendo parte de seu cérebro cair no chão. Sua última visão, foi o corpo aberto do seu irmão mais novo, com um único pensamento pairando sua mente

“Deus… por favor, salve… o meu irmão!”

Depois de pensar nisso, o rapaz perdeu sua consciência, apagando definitivamente. Cinco minutos depois disso, Iara chega em casa junto de seu marido, vendo aquela cena grotesca de seus dois filhos

— SHIAWASE, KURA!!

A mulher se desesperou, caindo em prantos com aquela cena, pensando que ambos tinham ido dessa para melhor. Seu marido, porém, friamente se aproximou dos dois corpos, levando o corpo do garoto manipulador de ferro para perto do corpo de seu próprio filho. Colocando um ao lado do outro, aquele adulto fechou seus olhos, dizendo mentalmente

“Ei, está aí?”

Ao dizer isso, o adulto se viu em um ano mental, semelhante a uma casa luxuosa. Morando nessa tal casa, estava o mesmo lobo gigantesco, que viria a futuramente morar dentro do seu filho. Ao ver aquele amigo de longa data, o lobo fala

“Opa, e aí galado! Que que manda?!”

Com um tom sério, o adulto respondeu

“Preciso do seu poder de cura, para resolver a situação do meu enteado e do meu filho! Ambos podem morrer…”

Ouvindo o pedido do seu amigo, o espírito animalesco fechou seu rosto, respondendo para o marido de Iara

“Ei… você sabe muito bem, que não consigo curar terceiros! Só o meu receptáculo pode ser curado!”

“Eu sei, por isso, quero que mude para um deles!”

Ao ouvir aquela resposta, o ser de pelos brancos de assustou, logo dizendo para aquele militar adulto

“E-ei! Mesmo se eu me mudar, só posso ser receptáculo de um deles!!”

Colocando um sorriso no seu rosto, Nayim responde

“Por isso, quero que você também transfira a cabeça daquela entidade, para o outro que sobrar! Ela tem poderes de cura, né?”

O lobo exitou por um momento, engolindo seco e dizendo

“Mas… sem mim ou essa cabeça, você ficará em estado vegetativo! Tem certeza disso?”

Mantendo seu sorriso no rosto, o pai da família respondeu

“Prefiro perder minha vida normal, do que permitir que minha esposa perca mais alguém que ela ama!”

Em lágrimas, pelo o que aconteceria com seu amigo, o espírito animal apenas concordou de forma silenciosa, efetuando o processo de transferência.
Três dias no futuro, Shiawase já estaria em pé de novo, tendo se regenerado graças a cabeça do Deus demoníaco do fim. Kura também estava do seu lado, em prantos

— Papai! Acorda, acorda!!

Falava a criança, sacudindo o homem adulto, que agora se encontra em estado vegetativo. Shiawase tentava acalmar seu irmão, o abraçando enquanto fala

— E-ei, não chore, tá? Ele não ia querer isso!

— Como não chorar?! Já perdemos a avó, agora o papai… não quero perder mais ninguém, irmão! Não quero perder a mamãe, o Arold, o vovô ou você!!

Ouvindo aquilo, o irmão mais deu uma piazada na bochecha do seu irmão mais novo, enquanto fala

— Deixe de falar merda! Eu posso garantir, não irei morrer e nem deixar os outros morrerem! Eu vou ser como uma parede de ferro indestrutível!

O rapaz da eletricidade, foi de pouco em pouco se acalmando, perguntando ao seu irmão

— Promete?!

— Lógico, idiota!

Meses se passaram depois do ocorrido, e nesse momento do tempo, o militar do ferro estava de frente ao grande Maleukone

— Então, é você quem quer me desafiar?

Com um sorriso arrogante no seu rosto, ouvindo a pergunta daquele velho, o rapaz logo respondeu

— Sim, eu mesmo! Quando ouvi sobre você querer fundar um país, tive que aceitar a missão de te capturar!

— Certo, mas o que eu ganho se te derrotar, pirralho? Darei a chance de escolher, por ser neto de um conhecido

Saltando com todas as forças na direção daquele velho gigante, uma nuvem de ferro surgiu em volta do punho direito de Shiawase, enquanto o mesmo grita

— Qualquer coisa, velho imbecil!

Em um movimento rápido, porém, Maleukone rapidamente finalizou a luta, fazendo aquele adolescente imprudente em pedaços.
Dois dias se passaram, com os olhos do rapaz logo se abrindo em uma sala médica, a cabeça do mesmo doía muito, e uma voz dizia

— Bom dia, dorminhoco!

Falava o médico do grupo do Maleukone, ao lado do seu chefe, aquele era o primeiro comandante daquele homem poderoso e o homem do fogo incrivelmente quente

— Eu… não morri?!

— Não, morreu sim! Mas, graças aos meus poderes, queimei seu ferimento antes de quinze segundos, então sua alma não partiu para o outro lado.

Ouvindo aquilo, as sobrancelhas do rapaz logo começaram a franzir, com ele logo dizendo

— Por qual razão, me trouxeram de volta?

Maleukone, sorrindo ao ouvir aquilo, logo respondeu

— Ora, por você ser neto do meu amigo! Você me lembra aquele idiota…

Se aproximando do jovem, aquele adulto colocou a mão em seu ombro, enquanto diz

— Você disse que me daria o que quisesse, caso eu te derrotasse! Então… que tal se unir a mim, e me contar sua história?!

Aquelas palavras tocaram o coração do Shiawase, por lembrarem seu avô quando ele o salvou. Assim, desde esse dia, Shiawase se uniu a Maleukone, ajudando na formação de sua nação