Capítulo 146: Sentimentos
Ambos os opositores, se mantiveram estáticos perante um ao outro. Logo, iniciando o movimento, o velho da pele negra tomou sua iniciativa, juntando ambas as mãos como se fosse uma oração, e anunciando para os outros no ambiente
— Apocalipse: Os quatro generais divinos!
Abaixo dos pés de Aristeu, cerca de um milhão de toneladas de rocha foram transformadas em pura energia, saindo das camadas mais profundas da terra através de pequenos buracos na mesma e subindo na superfície. Com tamanha energia liberada, o homem usou seus poderes para transmutar na forma dos quartos arcanjos bíblicos. Eram seres gigantes, feitos de pura energia, cujo os “corpos” tinham uma anatomia única e assustadora, sendo possuidores de seis pares de asas, anéis de energia semelhantes aos de Saturno e um gigantesco olho brilhante em seu centro. Aquela visão bíblica e assustadora, fez Nellu suar frio pelo canto do rosto, enquanto o mesmo diz
— Você não vai pegar leve comigo, né?
Aristeu escutou aquilo, tendo um rosto sereno em seu olhar, para logo responder seu inimigo
— Não, eu estou pegando leve! Já que, não usei bilhões de toneladas neles quatro. Quero que essa luta dure um pouco!
Logo, em um avançar silêncio, o terrorista estrategista se atirou na direção do idoso de pele escura. Enquanto avançava, o homem dos cabelos rosas roletou qual natureza do seu poder ele desejava usar, puxando assim a natureza da guerra e militarismo. Usufruindo de tal capacidade, Nellu invocou o conhecimento de mais de cem mil generais, começando a analisar a forma de luta do seu inimigo
“Esse velho, ele é perigoso! Cada entidade dessas possui cerca de doze asas, com as quatro totalizando 48 asas. Normalmente um ser humano normal conseguiria fazer apenas um número de 455 combinações de ataque, com esses seres, mas…”
Enquanto refletia sobre isso, um dos arcanjos moveu sua asa, foi um movimento horizontal rápido demais para os outros criminosos sequer conseguirem o ver, mas ao mesmo tempo, foi um movimento belo o bastante, para que caso fosse observado pelos demais, os levassem ao mais puro estado de frenesi. O adulto dos cabelos cor de rosa, conseguiu fechar os braços para bloquear a pequena explosão do golpe, não por ter conseguido enxergar o mesmo, mas por puro instinto de seu ser. A energia do golpe lançou o terrorista para depois da estaca zero, o fazendo explodir na parede e abrir uma cratera com mais de quinhentos metros de espessura. Dentro do buraco, o terrorista começou a apalpar seu próprio corpo, analisando se estava com tudo no lugar
“Eu não fui desmembrado, ótimo! Mas, isso só quer me dizer uma coisa… ele não bateu para me matar!”
Pouco a pouco, o homem branco saiu de dentro da gruta feita na parede do buraco em que se enfrentavam, limpando a poeira de suas roupas, enquanto fala com o idoso na sua frente
— Você não bateu para me matar, por que?
Ouvindo aquela dúvida, o negro prontamente respondeu para aquele inimigo
— Só Deus sabe, garoto!
Nellu se botou a avançar novamente contra aquele veterano de guerra, continuando a analisar os padrões de ataque daquele idoso. Mas, novamente, era acertado por um golpe de asas poderoso, um ataque que explodia na diagonal da direita para a esquerda, de cima para baixo, fazendo o terrorista explodir contra o chão de rochas e afundar mais de seiscentos metros abaixo do mesmo. Enquanto efetuava esse golpe, Aristeu começava a divagar
“Realmente… por qual razão, eu não estou querendo te matar?”
Nellu prontamente saiu de dentro do solo, tendo agora pequenos ferimentos pelo seu corpo inteiro. Porém, antes do bandido ter qualquer reação, outro golpe de asas o acertou, o mandando voando para a mesma cratera de antes, permitindo o avô dos protagonistas continuar seu pensamento
“Você, Nellu! Você causou todo esse caos no mundo, você foi responsável pela morte do meu neto mais velho. E ainda mais, você está ameaçando a vida de outro dos meus queridos netos!”
Enquanto cada um desses pensamentos percorria a sua mente, vários golpes eram atirados contra o corpo daquele terrorista, com cada golpe gerando mais ferimentos no mesmo, e de pouco em pouco perdendo a intenção não letal. Assim, o monólogo interno continuou
“Mas, mesmo assim, eu não quero realmente matar você! Por que?”
Ao se perguntar isso, uma imagem de Eliane, sua falecida esposa, veio à mente daquele homem de idade avançada. Aquilo o fez arregalar os olhos, enquanto pensa
“Será que é por isso?”
Cogitou o idoso, esquecendo completamente daquele combate. Ao voltar para si, ele percebeu o quão perto seu jovem inimigo tinha conseguido chegar no mesmo, evidenciando o quão rápida foi aquela adaptação. O líder daquela guerra, parecia confiante com sua conquista, tendo o punho fechado, pronto para desferir um soco cheio de força contra a cabeça do velho negro. Percebendo aquilo, Aristeu facilmente se desviou do golpe, contra-atacando com um cruzado bem no fígado daquele inimigo, o fazendo voar longe
— Essa passou perto, pirralho!
Afirma o guerreiro experiente, enquanto sangue sai pela boca do homem branco, fazendo aquele agonizar de dor. Logo, Aristeu simplesmente mudou o padrão de ataque dos seus arcanjos, continuando a refletir consigo mesmo
“Ele… merece perdão? Ou melhor, eu sou digno de perdão?!”
A cada golpe, mais e mais feridas eram feitas no corpo do inimigo de cabelos rosa, com cada uma sendo mais grave que a anterior. O negro continuou a refletir, enquanto seu oponente era castigado
“Eu falhei, falhei em impedir o sequestro do Shiawase, falhei em não gerar problemas a minha família. E em principal, falhei com você, Eliane!”
Percebendo que só avançar fisicamente não iria adiantar, Nellu decidiu por trazer outro caminho ao combate, usando o caminho da religião para lançar golpes mirados na alma do idoso. Mas, nenhum dos ataques poderiam acertar, visto que as criações de energia do velho sempre o faziam desviar dos golpes a tempo, permitindo ele a manter seu monólogo interno
“Eu prometi a você, prometi que sempre cuidaria de nossa família. E mais, prometi que quando você morresse, eu não viveria por muito mais tempo. Mas, olhe eu aqui, anos após sua morte, tendo que lutar contra aquele garoto, por eu ter falhado em proteger o nosso neto!”
Um dos braços do criminoso logo foi explodido, decepando-o do corpo do mesmo. Mas, antes de dar perda total no membro, o criminoso mudou o caminho religioso para o das artes, usando as cordas de ventríloquo para puxar o membro de volta, e em seguida mudou o caminho de artes para o religioso, se curando através de sua própria energia vital. Enquanto tudo isso acontecia, Aristeu concluiu em sua mente
“Realmente, eu não sou digno de ser chamado de “um dos mais fortes” !”
Um olhar sério prontamente tomou o seu rosto, com aquele idoso começando a transformar o ar embaixo dos seus pés em energia, enquanto afirma ao seu inimigo
— Vou te atacar, junto dos arcanjos! Por favor, não morra rápido!
Ao terminar de dizer isso, uma explosão acontece debaixo dos pés daquele veterano de guerra, o lançando na direção daquele inimigo dos cabelos rosas. Percebendo a aproximação, o grande terrorista preparou outro de seus golpes mirados contra a alma dos oponentes, entretanto, novamente o seu golpe acabou por errar o alvo, graças as entidades de pura energia que conseguiram mudar a trajetória do idoso. Assim, aquele movimento, que anteriormente era retilíneo, acabou se tornando algo de baixo para cima. Quando perto o bastante, sem pensar muito, Aristeu desferiu um chute contra a cabeça do inimigo com poderes humanos, golpe esse que transferiu todo seu impacto contra a cabeça do fora da lei, fazendo-o recuar enquanto uma grande ferida era aberta na face do mesmo
— Eu chutei de leve, mas você já se machucou bastante!
Diz Aristeu, com um certo tom de deboche para aquele inimigo. Nellu, logo passou a mão na sua cara, vendo o sangue que escorria em excesso através do machucado. Logo, ele retruca o velho
— É, me machucou mesmo! Mas, você perdeu a oportunidade de me matar de uma vez! Vamos lá, pare de ser um velho mole!
Quando afirmou isso, o guerreiro fora da lei se jogou na direção daquele oponente, mirando a alma do mesmo em todos os seus ataques. Em resposta, o veterano de guerra apenas se desvia dos ataques, atacando o adulto na sua frente com sua energia, gerando vários ferimentos e queimaduras pelo corpo do mesmo. Cada golpe era levemente mais perigoso que o outro, mas ainda eram visivelmente contidos e controlados por aquele senhor de idade. Entretanto, em dado momento, o líder dos fiéis de Pungkasan acabou por ficar extremamente desnorteado, deixando a brecha perfeita para que um golpe fatal o atingisse. O arcanjo estava perto de finalizar aquela luta, quando uma memória pairou a mente do homem-energia
“Papai!”
Uma criança dizia isso, dentro daquela memória, um garoto sorridente e visivelmente alegre com a vida. Aquele lapso de memória, fez com que o negro parasse o seu ataque, ficando estático com aquilo. Notando aquilo, o vilão prontamente se jogou novamente na direção do idoso, se aproveitando dessa curta brecha para finalmente acertar um golpe contra o corpo do velho. Neste ataque, Nellu usou do caminho da guerra para criar uma espada, fundindo a mesma com o caminho religioso para golpear a alma de Aristeu com aquele golpe. Graças a isso, a durabilidade do idoso foi ignorada, e sua perna foi completamente arrancada
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