Índice de Capítulo

    O grupo majoritariamente jovem, estava em uma mesa daquela sorveteria, saboreando as suas sobremesas com fervor e animação. Sahaba também os acompanhava, sem tomar nenhuma sobremesa gelada, apenas observando eles. Rapidamente, o Kura decidiu perguntar:

    — Aí, sai raba, tu quer falar com a gente por que? A missão era pra ser sua?

    Ouvindo aquilo, o homem-nuvem de nuvens ficou um pouco irritado com o criador de raios, gritando para o mesmo:

    — MEU NOME É SAHABA, ENTENDEU?! SA-HA-BA!!

    Sami escutou aquilo, tomando um pouco do milkshake do Kura enquanto fala:

    — Sabe… eu não ouvi diferença alguma!

    Kura logo pegou um pouco do sorvete de pipoca daquela loira, tirando uma prova de leve do mesmo. Então, o manipulador de raios completou:

    — Sim, eu também! E falando do sorvete, que gosto de doce de leite!

    Ouvindo aquilo, o homem-nuvem sentiu-se profundamente ofendido, notando o quão pouco a sério ele era levado. Mas, dando um suspiro como quem tentava se acalmar, o rapaz respondeu:

    — Bem… eu não vim falar sobre a pronúncia do meu nome, afinal!

    Aproveitando do seu sorvete, o Arold decidiu se por no assunto novamente:

    — Sim, isso mesmo! Vai, manda a bala sobre o que tu quer falar!

    Sahaba, escutando o pedido por parte daquele colega de carreira militar, se sentou confortavelmente na cadeira, começando a ditar:

    — Bem, como sabem, essa missão envolve o Khayal e sua falta de respostas! E, acredito que eu saiba o motivo disso. Isso começou há mais ou menos três anos!

    O rapaz foi explicando, e enquanto ele falava, poderíamos adentrar mais na história que saía de sua boca. Em um beco escuro, uma mãe e sua filha estavam se abraçando, com a mais velha gritando:

    — Pare! Não nos mate, por favor!

    Na frente das duas, um homem com mais de dois metros de altura as importunava, carregando uma grande moto-serra consigo, aquele homem de aparência hostil falava:

    — Não matar vocês?! Vocês estão devendo mais de seis meses de aluguel, e querem que eu deixe vocês vivas? Ah, conta outra!

    A situação estava tensa para o lado daquelas duas, que só conseguiam se assustar mais, enquanto o cobrador se ameaçava com aquela serra elétrica. Mas, antes do pior acontecer, uma voz começou a gritar do alto:

    — Aí, seu bombado! Vem puxar briga com alguém que sabe lutar!

    A voz era feminina, exalando também um tom de extrema jovialidade, como se fosse vinda de uma adolescente. Quando o cobrador maníaco se virou, ele conseguiu ver quem estava falando, sendo uma moça com roupa colada branca e rosa, junto de uma máscara que cobria seu rosto inteiro, algo parecido com um herói de quadrinhos. A garota, logo continuou a falar:

    — Vem tranquilo, mermão!

    De forma desajeitada, a jovem foi retirando espadas longas de suas costas, uma cena ridícula, que mostrou como aquela ideia foi absurdamente estúpida por parte da moça. Incrédulo com aquela cena, o cobrador começou a falar:

    — Mas… que porra é essa?! Todo mundo sabe, que espadas longas não podem ir nas costas! É totalmente disfuncional uma merda dessas!

    A garota escutou aquelas críticas, se irritando com o fato de estar tomando lição de moral de um fora da lei, com a moça logo retrucando:

    — Ei, você sabe quem eu sou?!-

    A garota de forma desajeitada escorregou de cima do muro onde estava, caindo com tudo dentro de uma lata de lixo. Vendo a cena ridícula, o homem da serra elétrica apenas esfregou a palma de sua mão na própria cara, enquanto fala:

    — Puta merda… e quem é você?

    A garota, saindo do meio do lixo, finalmente tinha conseguido retirar suas armas brancas das costas, afirmando com um tom de voz confiante:

    — Ainda bem que perguntou! Eu sou a Imortal!! E irei acabar contigo, seu bosta!

    Olhando aquilo tudo, o cobrador ficou coçando o topo de sua cabeça, apontando seu dedo indicador na direção da mulher e afirmando:

    — É… tem uma sujeira aí no teu ombro, guria!

    A garota, ouvindo o aviso, rapidamente bateu sua mão no ombro, retirando alguns pedaços de lixo daquele lugar. Então, voltando sua visão para aquele oponente, a super-heroína gritou:

    — Certo, com isso resolvido, eu vou acabar contigo!

    Sem dar muito tempo para virar chacota novamente, a adolescente se jogou na direção daquele homem, lançando um corte na vertical de cima para baixo, mirando na cabeça daquele fora da lei. O adulto, percebendo o golpe telegrafado, apenas se moveu sutilmente para trás, fazendo o corte de espada da garota passar direto. Logo, ligando a serra, aquele cobrador lançou as lâminas de sua arma na direção do rosto da mascarada, enquanto fala:

    — Certo, vai pro inferno logo, pirralha!

    Entretanto, momentos antes de ser atingida, a garota demonstrou uma grande habilidade com suas lâminas, efetuando uma técnica conhecida como “a volta da andorinha” com bastante perfeição, conseguindo assim bloquear o ataque do equipamento cortante. Usando ainda daquela espada e do fato de estar segurando a arma do oponente, a garota usou de sua força para mover a serra elétrica na direção do solo de concreto, deixando as lâminas girarem e se destruírem neste processo. Então, contando vitória, a garota fala:

    — Otário! Perdeu sua única arma!

    O cobrador, rapidamente tentou acertar um cruzado de esquerda contra o rosto da garota. A jovem, percebendo o ataque, conseguiu se desviar no último segundo, evitando o ataque com maestria. Porém, antes que a jovem pudesse falar qualquer coisa, lâminas de serra elétrica saíram do braço do homem, dilacerando os olhos da mesma enquanto ele fala:

    — Garota, a única coisa que tu conseguiu, foi me irritar e me obrigar a usar meus poderes!

    Enquanto a garota agonizava de dor, o homem adulto agilmente deu um uppercut de direita na direção do queixo daquela garota, ativando seus poderes no braço do ataque e conseguindo assim atravessar o crânio da jovem de roupa colada. Logo, ligando a serra, aquele maníaco conseguiu dividir só meio o crânio da garota, a matando basicamente instantaneamente na frente de suas outras vítimas. Limpando o sangue, o cobrador de aluguel falou:

    — Certo, onde paramos?

    O adulto estava ali, encarando a mãe e a filha, pronto para dar fim à vida delas também. Entretanto, uma sensação ruim rapidamente percorreu o seu corpo, uma sensação semelhante a de um calafrio, do mesmo jeito que alguém que se encontra em um cemitério no meio da madrugada. Na nuca daquele homem, uma respiração podia ser sentida, como se alguém estivesse colado em sua retaguarda, apenas esperando para se revelar.

    — V-você… cometeu o pior pecado de todos!!

    Afirmou o dono daquela respiração, em um tom de voz distorcido e assustador, como se fosse um demônio de origem sinistra apenas esperando para devorar a alma de sua vítima. Aterrorizado, o homem serra-elétrica começou a se virar lentamente na direção daquela voz, com gotas frias de suor caindo pelo canto do seu rosto, enquanto os olhos do homem finalmente conseguiram ver aquela criatura.

    — Mas… que porra é você?!

    A criatura observada, era de uma aparência extremamente grotesca. A região abdominal daquele ser, ao invés de ter pele e órgãos ali, possuía apenas uma grande boca que ia até a região peitoral da entidade. Os dentes dessa boca no centro do seu corpo, tinham incríveis cinquenta centímetros de espessura, além de serem extremamente pontiagudos, quase como se fossem facas de cozinha. Na face da criatura, uma boca menor era visível, com tal tendo também dentes extremamente pontudos e afiados. No centro do rosto do ser, um único olho era visível, um olho com mais ou menos quarenta e cinco centímetros de área, um globo ocular com pupilas verdes brilhantes, como se fossem esmeraldas. O cobrador parecia uma criança perto daquele ser, e antes que pudesse fazer qualquer coisa contra aquele ser, a entidade maligna o engoliu por inteiro, triturando o corpo daquele homem até que se parecesse com uma carne moída, o engolindo em poucos segundos.

    — Não… morra!

    Falou a entidade, se aproximando do cadáver recém assassinado daquela garota. Quando próximo dela, uma única lágrima foi derramada através do gigantesco olho do ser, repousando por cima do corpo da adolescente. Logo, ao molhar a moça, o corpo da mesma começou a se regenerar, enquanto a criatura dos olhos esmeraldas desapareceu no ar, se tornando poeira. Quando totalmente reconstruída, a moça abriu novamente seus olhos, soltando um suspiro e falando:

    — Puta que pariu! Eu morri?!

    Rapidamente, a moça puxou a manga do seu pulso direito para trás, olhando para a região de forma atenta e visivelmente assustada. Logo, a numeração escrita ali se alterou, pulando de um para vinte e um de forma absurdamente rápida, coisa que irritou a garota.

    — Ah, que merda! Agora vou passar mais vinte e um anos com esse corpo!

    Logo, a mãe e a filha que estavam sendo cobradas inicialmente, rapidamente se colocaram para correr daquele lugar a toda velocidade. A imortal percebeu aquilo, tentando gritar para as duas esperarem, sem sucesso nessa tentativa. Ao fundo, uma pessoa a observava com um binóculos, afirmando enquanto observava:

    — Bingo!

    Aquele era Khayal, pronto para seguir com a missão dada para ele.

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