Capítulo 263: Contra a parede

No combate épico entre Crowlo e Samuel, aquele espadachim do estilo de quatro espadas, efetuou uma sequência de ataques mortais contra o tronco daquele inimigo, mas nenhum dano significativo tinha sido feito. O guerreiro de quatro braços, emanava sua aura, para se defender dos ataques de cunho mental daquele inimigo. Irritado por praticamente não dar dano em seu oponente, o terceiro mais forte do grupo fala:

— Merda, que pele dura! Eu mal estou conseguindo te machucar!

Crowlo escutou aquilo, rindo bastante da fala daquele inimigo, afirmando rapidamente para o mesmo:

— É lógico que não consegue, você é muito fraco!

Ao dizer isso, o comandante do demônio Kyo abaixou sua cabeça, carregando um poderoso ataque de fogo que iria destruir o crânio do espadachim Burajiano. Samuel notou o ataque sendo carregado, e antes do golpe ser lançado ele se moveu lateralmente para a esquerda, usando toda a sua velocidade. O raio de fogo passou após isso e colidiu com o chão, gerando uma gigantesca explosão que lançou o militar de Buraji para muito longe. O ar da explosão era quente, gerando queimaduras de primeiro grau na pele do lado direito do rapaz usuário de espadas. Se recompondo rapidamente, Samuel pensou consigo mesmo:

“Merda, isso tá ficando difícil! Giovanni é o único que realmente pode matar esse bicho aqui, já que a antimatéria dele ignora a durabilidade!”

Crowlo logo começou a se virar na direção do jovem oponente, pronto para dar continuidade para aquele combate. Derramando gotas frias de suor, o homem de quatro braços logo afirmou em sua própria mente:

“O máximo que consigo fazer, é ganhar tempo até que ele acorde, e consiga me salvar…”

No campo ilusório, Giovanni não estava nada bem, com aquelas figuras distorcidas agarrando o seu corpo e o imobilizando. A figura de lama do seu companheiro Kura, apenas assistia a cena, coisa que incomodava bastante o garoto da antimatéria, que rapidamente afirma para e entidade bizarra:

— O que você quer de mim, porra?!

O Kura de lama caminhou na direção do garoto, que lutava para se libertar das figuras distorcidas. Ao chegar mais próximo dele, o ser do lamaçal fala:

— O que eu quero? Simples! Eu quero que você perceba, o quanto você é fraco!

O ser se abaixou por um tempo, enfiando sua mão para baixo daquele lago de lama pura. Após alguns segundos, ele se ergue dali de uma vez, puxando de baixo daquele líquido um outro ser, uma mistura de lama com pedaços fétidos de um corpo morto. Quando a nova criatura levanta a cabeça, se revela ser o Upahan, e logo o Kura de lama fala:

— Se lembra dele? Ele quase matou você e os outros dois, como baratas! Mais uma prova de sua fraqueza!

O ser fétido do antigo mercenário agarrou o pescoço do Giovanni, começando a empurrar o mesmo para baixo daquela lama de pouco em pouco, enquanto fala:

— Há… quanto… tempo!!

Com sua outra mão, o pequeno ser de lama que copiava a imagem do chefe do novato, puxa novamente um outro ser híbrido entre lama e corpos mortos, ser esse que imita a aparência do Akkedis:

— E este aqui? Você sozinho teria morrido para ele! Precisou da ajuda dos outros dois!

Afirmou o Kura de lama, enquanto novamente o Giovanni era cada vez mais empurrado para dentro da lama, com a imagem do vilão dos vírus ajudando naquilo. O rapaz da antimatéria ficou desesperado, com medo de acabar sendo morto por seus próprios demônios internos. Assim, em meio ao desespero, ele fala:

— EU JÁ ENTENDI, PORRA! EU JÁ ENTENDI!

No mundo real, em volta do garoto manipulador de matéria negativa, Onder e Sami tentavam cuidar dele. O velho, logo colocou dois dedos no lado esquerdo do pescoço do adolescente, ficando chocado com o que sentia:

— O pulso dele… tá ficando mais fraco!

Sami ficou chocada ao ouvir aquilo, e logo perguntou ao senhor de idade avançada:

— E o que a gente faz?!

Todos ali pareciam imponentes, como se a situação fosse impossível de ser resolvida. Porém, rapidamente uma voz fala para eles, com bastante dificuldade:

— Q-que tal… tentarmos falar frases positivas para ele…?

O dono daquela voz era o Itadaki, que estava se regenerando de pouco em pouco dos ferimentos que tinha sofrido, tudo fruto do Miraijin que queria tomar o seu corpo. Com eles escutando a sugestão do membro da inteligência, logo o velho decidiu perguntar:

— Como é?

O Itadaki, tentando se sentar no chão com dificuldade, por estar com vários ossos quebrados, logo começou responder para aquele senhor de idade, a medida em que se levantava:

— Sabe… quando o Dtúschar tomou controle do meu corpo, três anos atrás… eu ainda conseguia ouvir tudo que acontecia do lado de fora…

Ele finalmente se sentou, encostando suas costas na parede e soltando um murmúrio de dor nem baixo, para após isso, falar:

— Se a situação dele for minimamente parecida, ele pode conseguir ouvir tudo que vocês falarem… e… isso pode dar forças, para que ele mesmo lute com essa situação e escape dela!

Ele terminou de se deixar confortável ali, repousando o braço esquerdo em cima de sua cintura, soltando um suspiro com mistura de alívio e dor, enquanto fecha lentamente seus olhos:

— Claro, isso é só uma teoria minha… mas… não custa nada tentar…

Itadaki afirmou isso, antes de finalmente perder a consciência, sendo tirado de combate. A dupla trocou olhares após aquilo, com a garota de cabelos dourados perguntando para o senhor de idade:

— E aí… vamos tentar isso?

Onder, ficando pensativo por alguns momentos, coçou o seu queixo com bastante dúvida e questionamento, pensando se aquilo realmente daria certo. Após refletir por algum tempo, o senhor de idade afirmou:

— Bem… temos que tentar!

Assim, os dois se viram na direção do corpo do seu amigo caído, e assim, a garota de cabelos dourados afirma na direção do corpo do mesmo:

— Você consegue sair disso, Giovanni!

Onder, vendo que sua aliada começou a dar apoio para o seu aliado, ele logo disse também:

— Vamos, Giovanni! Volte logo para nós! Precisamos de sua ajuda!!

As palavras ecoaram até a mente do rapaz, ecoando lá dentro. Aquelas palavras, estavam prestes a gerar alguma reação nele.