Índice de Capítulo

    No dia do assassinato da família do velocista Fasterior, após ele ter discutido com o seu irmão mais novo, o mesmo correu por algum tempo até chegar em um beco deserto, onde o mesmo se apoiou em uma das paredes daquele local, curvando seu corpo e começando a tremer por entre soluços. Dos seus olhos, lágrimas eram derramadas, respingando no chão de concreto sujo, enquanto o som de seus soluços ecoavam por todo o beco.

    “Isso… não é justo, não é!!”

    Pensou o homem de velocidade absurda, enquanto apoiava as costas na parede do beco, se escorregando pela mesma até ficar de cócoras no chão, levando ambas as mãos até o meio de sua testa, franzindo suas sobrancelhas e continuando a resmungar não sua mente:

    “Não, não é! Eu… eu sempre fui bom com os outros, sempre ajudei! Então… por que?!”

    As lágrimas que antes se chocavam com o chão frio de concreto, agora caiam em seus joelhos, molhando suas roupas como se fossem gotas de chuva graças a quantidade. Enquanto a água caia, os soluços continuavam.

    “Por que… porque?!”

    Terminando seu monólogo interno, o homem de grande velocidade puxou uma quantia gigantesca de ar através de suas narinas, soltando o ar pela boca em sequência, comentando em voz alta:

    — Eu… eu sei o que devo fazer!

    Assim que essa frase foi anunciada ao vento, o ambiente em volta daquele Houer foi completamente alterado, com o mesmo aparecendo em uma espécie de fazenda de cenouras ensolarada, enfeitada não só pela vista do topo daqueles vegetais, como também por um gramado verde belo e brilhante.

    “É… eu reparei que você teve uma ideia!”

    A voz que ressoou essas palavras, era a do coelho veloz que estava atrás do irmão mais velho do Çevik. Aquilo, fez o Fasterior reconhecer seu espaço mental, com o mesmo comentando para a entidade:

    “Oh, então você leu meus pensamentos? Perfeito, não preciso perder tempo explicando meu plano!”

    O coelho, ao escutar as palavras do seu Houer, acabou fechando o rosto para o mesmo, enquanto seu nariz rosado se tremia, típico de um animal daquele tipo.

    “Sim, e não preciso perder tempo, para dizer como essa ideia é lunática!”

    A afirmação da entidade, fez com que aquele velocista de sentimentos feridos ficasse confuso, deixando isso claro graças à expressão no seu rosto. Após algum tempo em um pequeno choque, o homem mais rápido do mundo pergunta:

    “Lunática?! Você não vai me ajudar?!”

    O espírito de coelho, agilmente pulou por cima do seu Houer, caindo em pé próximo de uma cenoura de sua plantação, a puxando do solo e começando a comer a mesma, enquanto respondia:

    “Olha, vou ser sincero! Se você quisesse vingança apenas dos responsáveis, eu até te ajudaria! Mas…”

    Após aquele discurso, a criatura de dentes gigantes morde a cenoura que possuía o tamanho de um prédio de mais de cinquenta andares, devorando a mesma em poucos segundos, como se fosse apenas um lanche tapa buraco. Após se alimentar, o ser peludo começou a lamber seus dedos.

    “Mas, você quer matar os pais, mulheres e crianças deles? Sério isso, cara?!”

    Com a conclusão da fala da entidade, o receptáculo do país de Avstraliya ficou visivelmente irritado com a indagação da criatura, respondendo em um grito para a mesma.

    “ELES MATARAM A MINHA MULHER E FILHOS!!”

    O coelho, se sentindo contrariado com a forma que o humano falou com ele, logo gritou de volta para o mesmo:

    “NÃO FALE COMIGO DESSE JEITO, SEU HUMANO DE MERDA!”

    O garoto da criatura fez com que o velocista ficasse calado, olhando para a entidade em um completo silêncio. Suspirando, para manter a calma, o espírito bestial continuou a falar, em um tom ainda grosseiro e autoritário, mas mais baixo do que antes:

    “Sua família era inocente, mas a deles também são! Se você for seguir por esse caminho, saiba que nunca mais vou falar com você, ou te emprestar os meus poderes!”

    Fasterior escutou aquilo atentamente, se sentindo ofendido pela maneira que a criatura falou. O humano, engolindo seco, franziu novamente o cenho, virando de costas para a entidade e respondendo a mesma:

    “Então, foi bom enquanto nossa amizade durou!”

    Após dizer aquilo, o homem saiu do espaço mental, abrindo os olhos e se encontrando naquele beco fedorento novamente. Lentamente, ele se ergueu, permitindo que seu sangue voltasse a percorrer as suas pernas, tirando a sensação de dormência das mesmas.

    — Eu vou fazer isso!

    Afirma o velocista, usando seus poderes e desaparecendo do beco, deixando apenas lágrimas para trás.
    Enquanto isso, alguns dias no futuro, o mercenário responsável por dar um fim a vida da família do Fasterior, chegava carregando compras em sua casa, como se estivesse pronto para fazer um jantar para toda a família.

    — Querida, mãe, pai! Cheguei!!

    O homem falava isso bem alto enquanto abria a porta da casa, se virando e fechando a mesma em sequência. Porém, o silêncio bizarro e a falta de resposta, fez com que ele começasse a estranhar a situação.

    — Hum? Cadê vocês?

    Perguntou novamente o mercenário, enquanto colocava as compras em cima de uma pequena mesa na sala, logicamente olhando para baixo enquanto o fazia. Com os olhos mirados no chão, o criminoso notou um rastro vermelho de sangue que ia até a cozinha, ficando desesperado e correndo até lá, enquanto grita:

    — QUERIDA, ONDE ESTÁ VOCÊ?!

    Chegando na cozinha, o rastro de sangue seguiu até a geladeira do local, tendo sujado levemente o chão na frente dela. O homem estava derramando gotas geladas de suor, mas sem muitas opções, começou a andar em silêncio na direção do aparelho doméstico. De frente com o mesmo, o mercenário moveu sua mão direita até a porta da mesma, a puxando e revelando uma cena aterrorizante.

    — Meu Deus…

    Essas foram as únicas palavras que saíram da boca daquele homem, devido a cena que ele estava vendo. Dentro da geladeira, estava o cadáver da sua esposa, mutilado e desmembrado em vários pedaços diferentes, com a cabeça da mulher sendo colocada virada para a porta, para que a mesma pudesse observar quem abrisse o equipamento doméstico.

    — Que foi, cara? Ela só me disse que estava com calor, então resolvi ajudar ela a se refrescar!

    O criminoso então se virou na direção da voz, conseguindo ver quem era o dono da mesma. O responsável por dizer aquelas palavras de maneira tão fria, foi o Fasterior, que se encontrava encostado na parede da cozinha, de braços cruzados e com uma expressão tranquila em seu rosto. O velocista, com ironia na voz, responde:

    — Mas… bem, dá pra ver que ela fez uma sujeira danada pra entrar aí, né? Peço desculpas por isso!

    O mercenário se irritou com aquilo, sacando uma arma de sua cintura e gritando para aquele homem:

    — SEU FILHO DA PUTA!!

    Notando a arma, o velocista deu algumas risadas, pondo a mão direita em cima de sua testa e falando:

    — Cara… você mata a minha família e nem pesquisa direito os meus poderes? Se você mandar esse tiro pelo correio, é capaz de chegar mais rápido!

    O homem armado escutou aquilo, hesitando por um momento sobre a decisão de dar ou não o tiro. Porém, após pensar um pouco, a raiva toma conta do seu corpo novamente, com o mesmo puxando o gatilho e falando:

    — QUE SE FODA!!

    A bala foi disparada, mas assim que isso aconteceu, uma dor intensa foi sentida pelo criminoso bem em seu ombro esquerdo, fazendo o mesmo cair de joelhos no chão, enquanto reclama de dor:

    — PORRA, PORRA!!

    Aquilo aconteceu, pois no exato momento do tiro, o Fasterior usou de sua velocidade para se mover até o mercenário, desarmar o mesmo e o pôr no local onde a bala iria chegar ao fim da trajetória. Após tudo isso, o velocista ri, enquanto fala:

    — Ei, amigo! Vamos jogar um jogo juntos!

    Após tal frase ser, o mercenário foi movido em grande velocidade até um dos quartos da casa, onde seu pai e mãe estavam amarrados em pé em dois colchões. No meio deles, estava o homem mais rápido do mundo, que dizia:

    — É um jogo simples, amigo! Você me conta quem te contratou, e eu só mato você, sem nada acontecer com esses dois! Mas…

    Dando passos pesados no chão de madeira do quarto, o som do material rangendo ecoou pelo cômodo, e finalmente o velocista completou sua frase, já estando de frente com o criminoso:

    — Minta para mim, e eu vou cortar cada membro deles… até que eles morram! Depois disso, vou fazer isso com seus filhos também, que provavelmente vai chegar em alguns minutos, da casa dos amigos…

    O assassino da família do velocista, se manteve no chão durante todo aquele discurso, e ao final dele, o homem ergueu seus olhos em direção ao rosto do Fasterior, respondendo:

    — Seu… demônio!!

    Ao ouvir aquilo, o Houer do coelho deu um suspiro decepcionado, revirando os olhos da esquerda para a direita e afirmando:

    — Resposta errada!

    Com aquilo dito, no instante após a frase, o homem-velocidade apareceu com dois pés esquerdos, um em cada mão, os jogando na cara do mercenário. Simultâneo a isso, berros abafados saíam da boca dos pais do criminoso, tendo o som parcialmente bloqueado por conta de meias postas em suas bocas. O assassino ficou sem reação ao ver os pés em sua frente, enquanto o Fasterior afirmava:

    — A próxima resposta errada, vai custar a perna esquerda inteira deles!

    Engolindo seco, o mercenário ergueu novamente a cabeça na direção do homem, respondendo:

    — Aquele que me contratou, foi uma pessoa que você aprendeu recentemente!!

    Fasterior sorriu com aquilo, batendo algumas palmas e afirmando:

    — Oh, bom! Isso me dá alguma pista, mas…

    Após dizer aquilo, o Houer novamente apareceu com membros dos idosos em suas mãos, sendo agora as pernas esquerdas de cada um deles, as jogando na frente do mercenário e respondendo o mesmo:

    — Ainda não respondeu a minha pergunta!

    O homem viu as pernas de seus pais caindo em sua frente, com o sangue espirrando em seu rosto e um choque assustador percorrendo o seu corpo. O berro de dor e medo abafado dos velhos ecoava por aquele quarto, afetando ainda mais o psicológico do filho deles. Sem mais opções, ele olhou para cima, finalmente fornecendo a informação que o Fasterior buscava, em um tom de voz quebrado e baixo:

    — Foi o traficante dos campos de força… o que você prendeu com o seu irmão!! 

    Ao ouvir aquilo, um sorriso sádico surgiu no rosto do velocista, com ele olhando aquele homem e respondendo:

    — Perfeito! Bem, antes de sair, gostaria de dizer que algo me surpreendeu…

    Enquanto falava isso, a mão direita do velocista ficou escondida, até que que ele completou sua frase:

    — Seus pais realmente tinham coração! Pega!

    Ao falar isso, o irmão mais velho do Çevik jogou os corações ainda pulsantes dos idosos bem no rosto do filho deles, sujando a face do mesmo com o sangue deles. Sequencialmente a isso, em super velocidade, Fasterior esfolou a pele do homem, o deixando na carne viva agonizando de dor.

    — Agora, vou esperar seus filhos chegarem para matar eles, e só então vou dar um fim em você!

    O homem disse aquilo, se sentando na poltrona da sala do mercenário enquanto o largava amarrado no quarto. Após matar o homem e seus filhos também, Fasterior se retirou daquela casa, pronto para ir atrás do principal culpado.

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