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    Uma semana após os eventos em Avstraliya, o grupo de terroristas liderado pelo Nellu estavam novamente reunidos na pequena igreja secreta daquele grupo, com o líder dos mesmos estando no púlpito, usando novamente as suas roupas sagradas e dando início a um novo tipo de missa para eles.

    — Irmãos, irmãos! Ótimas notícias! Como sabem, anteriormente,  recebemos o sacrifício de um dos nossos heróis receptáculos, o Paul!

    Ao dizer isso, o homem de longos e sedosos cabelos cor de rosa, puxou o lençol branco de de cima de uma espécie de mesinha, mostrando assim o corpo do Frankryniano Paul, dentro de uma espécie de caixão de vidro, exposto como se fosse algum tipo de santo sagrado. O homem de cabelos loiros, antigo receptáculo do espírito bestial da lesma, estava com uma aparência extremamente desnutrida e ressecada, além de ter diversas feridas infeccionadas espalhadas por todo o seu corpo, todas ocasionadas pela batalha entre ele e os dois enviados para o capturar. Aquela aparência, deixou claro que o homem não foi assassinado após entrar em estado vegetativo, mas sim deixado dentro daquele caixão de vidro, para que a fome e a sede desse fim à sua vida. O principal problema, é que mesmo após um mês deixado naquela situação, ele ainda estava vivo e sofrendo ali dentro, mas muito mais próximo da morte.

    — Com o sacrifício dele, nosso belo Deus e Salvador, Pungkasan, ficou ainda mais próximo de retornar ao mundo mundano, para o purificar de toda maldade!

    Ao dizer isso, o Nellu puxou o lençol que cobria o cadáver daquela divindade caída, revelando o corpo da mesma crucificado em uma cruz de madeira de carvalho. O corpo da entidade já não estava com uma aparência tão morta, tendo uma cor de pele de um vermelho um pouco mais visível, mesmo que ainda muito claro e puxado para o cinza. Os chifres do ser estavam voltando a crescer, indicando a recuperação parcial de suas forças e grandeza. Seus olhos estavam emanando um pouco mais de vida, tendo perdido bastante daquela cor pálida da morte. Porém,  mesmo com tantos pontos positivos, seu corpo ainda era magro, ainda visivelmente desnutrido.

    — Porém,  mesmo assim, ele ainda está em um estado crítico, longe do seu auge de poder e beleza! Porém…

    Ao falar isso, o aparente messias é profeta daquela religião bizarra se voltou na direção da porta daquela pequena igreja, apontando seu dedo indicador direito na direção da mesma, dizendo em um tom de voz confiante e contente:

    — Hoje, nós teremos o prazer de ver o nosso Deus se aproximar mais do seu auge!

    Com aquelas palavras ditas, a porta daquela igreja se abriu, com duas figuras se revelando para todos os presentes naquela sala. Eram o Dunkel e o Toshiro,  ambos entrando em grande estilo naquela pequena igreja. O homem de pele escura, carregava o corpo do seu receptáculo capturado no seu ombro direito, e ao notar que o Dunkel não carregava nada, questiona em voz baixa:

    — Ei… cadê o seu?!

    O homem barbudo, caminhando tranquilamente com ambas as mãos dentro das golas de seu manto do grupo, responde em uma voz baixa, para não atrapalhar as palmas que estavam ovacionando aqueles dois:

    — Chegando no púlpito, você vê!

    Ao longe, o Dunkel percebe o corpo ainda com um pouco de vida do Paul, sem arrepiando com a cena e comentando com o Toshiro, em um tom de voz levemente enojado com aquela visão:

    — Isso me dá um certo nojo, mesmo sendo amigo do Nellu…

    O homem de pele escura, por sua vez, apenas deu um sorriso perverso enquanto caminhava junto do seu colega de time, respondendo para o mesmo sem nenhum tom de remorso ou nojo em sua voz, tendo até mesmo um pouco de nostalgia na mesma:

    — Bem, já comigo, eu fico bastante nostálgico, me lembra os meus pais…

    Aquilo fez o barbudo olhar de canto de rosto para o moreno, e em um tom de voz descrente e assustado, ele fala:

    — Cara… você é bizarro!

    Após alguns momentos, ambos os terroristas ficaram de frente ao púlpito, um ao lado do outro. Nellu, observando os dois ali, apontou com o dedo de sua mão esquerda para o número dois do seu grupo, o Toshiro, falando para o mesmo em sequência:

    — Dê um passo à frente, Toshiro! E entregue o seu herói para o altar!

    Dando um passo adiante, o homem de pele morena acenou com a cabeça, retirando o Mike do seu ombro e o deitando gentilmente no púlpito, reverenciando e dando um passo para trás em sequência. Após isso, com a mão direita, o homem dos cabelos rosas falou:

    — Dunkel, sua vez!

    Assim, o homem de barba cheia e robusta se aproximou do altar, afastando ambas as mãos e consequentemente as suas mangas, permitindo que uma espécie de bolo de carne vivo caísse em cima daquele púlpito. Após isso, ele fala para o seu chefe:

    — Não se preocupe com a aparência… ele ainda está vivo, só vai morrer após a extração!

    Em silêncio,  após dizer isso, o barbudo reverenciou o pedestal, voltando para trás e se preparando para a cena que viria. Nellu, com ambos os sacrifícios postos em sua frente, se vira na direção de sua divindade caída, afirmando:

    — Oh, grande Pungkasan, coma e recupere suas forças, para que você retorne e nos ajude a salvar este mundo imundo, do seu destino de destruição! 

    Após essas palavras, os olhos do corpo morto se fixaram naqueles dois sacrifícios, rapidamente liberando suas correntes na direção deles. Com um sincronismo perfeito, ambas as correntes se fixaram na alma daqueles receptáculos, a separando dos espíritos bestiais os extraindo com perfeição, puxando-os para o seu corpo como se fosse macarrão sendo sugado pela boca de um homem comum. Após isso, o bolo de carne entregue pelo Dunkel realmente morre, e o Mike entra em estado vegetativo.

    — Isso, ele se alimentou! Agora, vejam! Vejam ele recuperar parte de sua boa aparência!

    O corpo anteriormente sem vida, começou a ganhar mais peso, especificamente em músculos, tendo uma definição melhor e distanciando mais aquela aparência de desnutrido. Seus chifres cresceram, pulando para fora de sua cabeça, ao mesmo tempo em que sua pele ganhou uma aparência muito mais avermelhada, se aproximando um pouco mais do seu auge. Seus olhos, por sua vez, adquiriram mais vida, indicando sua boa recuperação.

    — Uma salva de palmas, irmãos, uma salva de palmas!!

    Os outros membros daquele grupo começaram a bater palmas de maneira forte e alta, para no fim o chefe deles gritar:

    — OS ANJOS A CADA DIA QUE PASSA, ANUNCIAM A CHEGADA DO MUNDO PERFEITO, CRIADO POR PUNGKASAN!! AMÉM,  AMÉM!!

    As palmas continuaram, e a medida que ecoaram, os olhos do cadáver se moveram em direção a todos os presentes ali, como se encarasse a profundeza da alma de cada um ali, igual a um leão encarando uma zebra prestes a ser morta.

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