Índice de Capítulo

    Pers se sentou na cadeira referente aos desafiantes, relaxando tranquilamente na mesma e olhando de maneira suave para o seu oponente. Ayo, intrigado com a possibilidade de sequência daquele desafio, acaba fazendo uma pergunta simples ao burajiano:

    — Bem, qual será o jogo escolhido por você, meu senhor?

    O homem da alta-tensão, colocando sua mão esquerda em seu queixo, começou a refletir sobre as possibilidades ainda presentes naquela mesa. Após alguns momentos de reflexão, ele acabou dando a sua resposta:

    — Quero adedonha!

    A escolha de um jogo de palavras, fez com que o velho Nigeriyano ficasse bastante curioso, justamente por ser a primeira vez em sua grande sequência de desafios, em que alguém escolhe esse jogo. O homem peludo e de aparência suja, moveu sua mão direita na direção dos dois cadernos e canetas ali presentes, pegando eles e entregando um de cada na mão do idoso Pers. Após isso, o bebum afirmou:

    — Você tem certeza? Sabe, é a primeira vez que alguém escolhe esse tipo de jogo para me enfrentar!

    Pers, abrindo tranquilamente o caderno, notou que o mesmo estava completamente vazio, confirmando a informação entregue por aquele inimigo. Após tirar essa prova, o idoso burajiano diz:

    — Bem, provavelmente todos eram muito burros, para tentar te enfrentar nesse jogo! Mas, eu serei um oponente formidável nisso!

    Aquela confiança fez com que o Ayo se interessasse ainda mais com a sequência que aquela jogatina poderia ter, exclamando após escutar aquilo:

    — Oh, vamos ver, então! Está pronto?

    Diz o velho Nigeriyano, enquanto levanta sua mão esquerda para cima em forma de punho cerrado. O mais experiente do grupo do Kura, percebendo aquele movimento, acaba por imitar o mesmo de maneira espelhada, levantando seu punho direito e dizendo:

    — Sim, estou!

    Ambos os homens velhos começaram a balançar suas mãos no ar, como se fosse para jogar par ou ímpar, ao mesmo tempo em que anunciam em voz alta:

    — A-de-doooo-onha!

    — A-de-doooo-onha!

    Ambos finalmente jogam ambas as mãos em direção a mesa, com cada um parando uma de frente para a outra. A mão do burajiano ficou com o símbolo do número dois Bem evidente, enquanto a do Nigeriyano ficou com o do número cinco Bem visível, totalizando assim o número sete, indicando que jogariam com a sétima letra do alfabeto.

    — E… F… G!!

    Ambos afirmavam isso em voz alta, finalmente sabendo qual seria a letra que iriam jogar. Após isso, os dois puxaram seus cadernos para perto, com o Pers dizendo:

    — Vamos fazer assim: cada um vai dizer uma categoria, que iremos ter que jogar com essa letra!

    Após ouvir a proposta, o lacaio do miraijin coçou o queixo por alguns segundos, respondendo na sequência:

    — Hum, me parece justo! Quem começa?

    Pers, começando a escrever no seu caderno, complementar para o seu inimigo:

    — Eu! O tópico que escolho é: “minha sogra é”

    Ambos anotaram o tópico, com o Nigeriyano dizendo na sequência:

    — Bem, eu escolho o tópico: “meu vizinho é”!

    Ambos novamente anotaram a escolha um do outro, com eles repetindo o processo por mais quatro vezes, totalizando assim os seis tópicos para aquele jogo. Após aquilo tudo ser anotado com bastante tranquilidade, o Pers tomou a decisão de deixar algo bem claro para o seu inimigo:

    — Certo, escolhemos os tópicos: minha sogra é, meu vizinho é, prato de comida, países, entretenimento audiovisual e cores! Mas, temos algo que gostaria de te avisar… jogaremos esse jogo uma única vez, e caso eu perca, eu aceitaria até mesmo que você me drogue com dois litros de cachaça!

    O anúncio ousado do Pers, fez com que o Ayo ficasse surpreso com aquilo, possuindo até mesmo um pouco de medo na sua expressão facial. Engolindo seco, o homem gordo ficou seu olhar no inimigo do Dtúschar, indagando:

    — Certo… mas, e se eu perder?

    Pers, pedindo uma bebida para o atendente do bar, escutou atentamente a pergunta de seu inimigo, a retrucando:

    — Ah, não apresse as coisas! Ao invés de querer saber isso, escreva, para que não vença! Perde, quem deixar algo em branco, ou escrever um nome que visivelmente não existe, como por “estados Unidos” em “países”

    O velho gordo acenou com a cabeça, indicando que concordava com a regra exigida pelo seu oponente. Após isso, ele diz:

    — É, faz sentido! Bem, vamos começar logo, não? Odeio perder tempo!

    Após os dois entrarem em um acordo mútuo, o tempo para escreverem as palavras começou a correr. Por mais que, nas regras do jogo, quem terminasse primeiro de escrever teria o direito de gritar para parar o jogo e deixar o outro sem tudo feito, naquela partida em específico, parecia que tudo se encaminhava para um empate em tempo de escrita. As canetas se moviam a toda velocidade, cada um terminando de maneira coincidentemente igual de escrever as suas palavras escolhidas. Após a ação deles ser concluída, ambos trocaram olhares por alguns segundos, para só após isso um deles decidir por perguntar:

    — Pronto?

    O dono da pergunta foi o Ayo, que manteve seu olhar sério e analítico, realmente com medo do destino que aquilo poderia dar para qualquer um deles. Pers, silenciosamente, concordou com sua cabeça, mantendo seus olhos fixos no inimigo.

    — Certo… vamos começar, então!

    Comentou o peludo, que em seguida coçou a sua garganta, retirando um pouco de catarro do fundo da mesma, liberando aquele gosto salgado e sujo ali. Após isso, o gordo começou a dizer:

    — Começando por: “minha sogra é”! Eu botei: minha sogra é uma gastadora!

    Após ouvir aquilo, o velho burajiano deu uma pequena risada, comentando:

    — Nossa, que pena para você! Eu botei que: minha sogra é uma gata!

    O velho bebum escutou aquilo, ficando visivelmente chocado, mas igualmente curioso com a afirmativa.

    — Isso não é estranho?!

    O aliado do Kura, movendo sua caneta em direção ao próximo tópico, apenas respondeu em um tom de piada:

    — Ué, lógico que não! Minha mulher tinha que puxar de algum lugar, tu não acha?

    O peludo gesticulou com o rosto, indicando que entendeu aquele ponto, fazendo um pigarro com a garganta, antes de dizer:

    — É, você tem razão… bem, no “meu vizinho é”, eu botei:  Goleiro!

    Pers, ouvindo a resposta do seu rival, ficou surpreso com aquilo, dizendo:

    — Coincidência, eu coloquei a mesma coisa!

    Após isso, o idoso do país de Buraji marcou um correto ao lado de suas duas respostas, dizendo:

    — Bem, em prato de comida, eu coloquei: Galeto!

    Ayo, deu a sua resposta em sequência:

    — Bem, eu coloquei Guacamole!

    Kura, que estava absurdamente bêbado, mas consciente, ficou ouvindo ambos conversarem tranquilamente sobre as palavras escolhidas, enquanto pensa irritado:

    “Porra… que jogo chato!”

    Enquanto aquilo era tido, os idosos iam conversando entre si, dando as suas jogadas como verdadeiros mestres das palavras:

    — País escolhido: Gratuânia!

    — País escolhido: Gesentang!

    — Entretenimento audiovisual: Gumball boy! Aquele filme velho!

    — Entretenimento audiovisual: Ghast! Aquele filme de terror genérico!

    Os velhos estavam realmente empatados naquele ponto, pareciam que ambos iriam terminar o jogo ainda em empate. Porém, antes de começar o último tópico, Ayo falou:

    — Bem, podemos reiniciar o jogo? Estamos empatados, mesmo!

    Pers, escutando aquilo, acabou por achar uma atitude claramente estranha por parte do seu oponente, dizendo:

    — Ei, espera aí! Falta o tópico de cor!

    O inimigo peludo fica visivelmente assustado com aquilo, se calando por alguns momentos e engolindo sua saliva com bastante dificuldade. Se vendo contra a parede, o homem suspirou, falando:

    — Eu… deixei o tópico em branco… não existem cores que começam com G!!

    Com aquilo admitido em voz alta, o velho burajiano riu histericamente daquilo, antes de afirmar:

    — Ah, existe sim! E essa cor é o Grená, seu otário!!

    A revelação da cor, fez com que o Ayo ficasse estático, perplexo por ter sido derrotado por aquele homem estrangeiro. Com a derrota confirmada, uma pequena entidade, originada através do poder daquele idoso, surgiu ao lado do vencedor daquela partida, com o pequeno ser dizendo:

    — Parabéns, você venceu! Escolha qual será o desafio dado para o Ayo!!

    Pers, sem perder muito tempo pensando, se vira na direção daquele ser, fazendo uma pergunta, tendo o diálogo abaixo:

    — Posso pedir para ele, as informações detalhadas do esconderijo do Dtúschar?

    — Não, infelizmente isso não será possível! Ele não tem grandes informações sobre o local exato, onde o Dtúschar se encontra!

    — Certo… e o país, ele sabe? Se ele souber, quero que ele me fale!

    A entidade confirmou com a cabeça, realizando a vontade daquele burajiano. O bebum acabou tendo a mente controlada pela entidade de sua própria habilidade, respondendo de maneira forçada o questionamento:

    — Ele… está… em Misir!!

    Pers, ouvindo o nome do local, dá um sorriso largo e contente em seu rosto, antes de nocautear aquele homem com um único soco.

    — Certo, vamos embora!

    Falou o velho, criando seus fios elétricos e agarrando cada um dos seus companheiros com eles, os levando em direção ao hotel novamente, para que possam descansar de tudo que acabou de acontecer.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota