Capítulo 337: Cabeleireiro
Nos dois dias após o combate contra o velho Ayo, o trio de afetados pelo poder do mesmo estava se recuperando, com o único em ótimo estado sendo o Kura, graças ao seu incrível controle do seu próprio corpo. Enquanto isso, Daiki e Jean ainda estavam sofrendo de uma forte ressaca, com o Frankryrniano comentando:
— Nossa… que dor de cabeça!
O trio estava andando na rua, com os dois rapazes de ressaca andando com óculos escuros e chapéus, tudo para que evitassem a luz solar, uma tentativa clara de escapar da dor de cabeça. O manipulador de raios, escutando aquela reclamação, acabou perguntando:
— Ora, seu a luz está incomodando tanto vocês, porque saíram do hotel? O velho Pers já disse que poderíamos ficar descansando!
Daiki, incomodado com a luz do sol assim como o Jean, caminhou com a sua mão acima de seu rosto, ouvindo o questionamento do Kura e respondendo:
— É que marcamos com um cabeleireiro bem conhecido daqui, sabe? Acabou sendo caro, não podemos faltar!
O irmão mais velho do Arold ficou surpreso ao escutar aquilo, retrucando no mesmo instante:
— Espera, vocês estão indo ao cabeleireiro?! E porque eu estou aqui?!
Jean, vendo o local onde queriam chegar, agilmente começou a apertar o seu passo para ir mais rápido, respondendo de um modo levemente ansioso:
— Para ser nosso segurança, ora! No estado em que estamos, lutar não é lá a melhor das opções!
O trio então entrou dentro do salão feito para cortes de cabelo, com o manipulador de raios se sentando em uma cadeira vazia ali perto, pegando seu telefone e começando a ler seus quadrinhos online. A dupla de estrangeiros, por sua vez, seguiu caminho até a recepcionista, com o Frankryrniano dizendo:
— Opa, tudo bem? Então, minha querida, a gente marcou horário com o Haarkapper, pode dizer se ele já chegou?
A mulher escutou a pergunta, analisando ambos os clientes com bastante atenção. Após absorver as palavras, ela acaba respondendo:
— Oh, sim! Ele está aqui sim! Podem entrar, ele vai atender os dois!
Ambos começam a andar para dentro do salão, com o ruivo da dupla ficando curioso com a frase dita por aquela mulher.
— Nós dois? Tipo, ele vai atender a gente, ao mesmo tempo?
O irmão do até então desaparecido Houer da lesma, manteve seu caminhar suave até o local indicado pela mulher, respondendo:
— Sinceramente, eu não ligo! Desde que ele deixe meu cabelo impecável, ele pode atender até mesmo vinte ao mesmo tempo!
Os dois finalmente conseguiram chegar até o homem que iria ajeitar os seus cortes de cabelo, com ambos olhando atentamente o mesmo. Era uma pessoa alta, por volta dos seus um metro e oitenta e cinco de altura, com cabelos negros e uma pele absurdamente pálida. Algo curioso, era o estado de suas mãos, cujo ambas foram substituídas por próteses em formato de tesoura. O homem era extremamente magro, além de ter um rosto de expressão distante e desconexa com a realidade. Haarkapper, ao ver os dois chegando perto, estica a sua mão de tesoura direita na direção deles, falando:
— Sejam bem-vindos! Espero que aproveitem a estadia aqui, para que eu deixe seus cabelos de uma maneira impecável!
Os dois trocaram olhares pelo canto de seus olhos, dizendo de maneira silenciosa um para o outro, sobre como aquele homem tinha uma aparência bastante fora do padrão, em especial para o país em que eles estavam. Porém, mesmo com esse fator de estranheza, os dois decidiram manter o combinado, com cada um se sentando em uma cadeira.
— Bem, ouvimos dizer que o senhor, é um ótimo cabeleireiro!
Disse o Daiki, encarando aquele penteador através do reflexo no espelho, esbanjando uma expressão facial bastante tranquila. Haarkapper, retribuindo o sorriso após o elogio, respondeu:
— Muito obrigado! Vou comprovar os rumores, e entregar um corte de cabelo perfeito para vocês dois!
O homem das mãos de tesoura, logo começou a esfregar os cabelos do ruivo com seus pulsos, sentindo cada fio de cabelo do mesmo, analisando a consistência, textura e de certo modo a saúde de cada um daqueles fios. Após analisar isso de maneira detalhada, através do tato de sua pele, o homem afirmou:
— Uau, senhor Daiki! Seu cabelo é realmente muito bom! Me diga, em Yaponiya, os produtos de cabelo são bons assim?!
O Yaponiyano, escutando aquele elogio sobre o seu cabelo e a pergunta sobre os produtos capilares do seu povo, acaba por sentir um orgulho até mesmo patriótico, respondendo em sequência:
— Bem, podemos dizer que sim! Mesmo sendo um país bastante tradicional, o cuidado com o cabelo sempre foi muito valorizado!
Jean, escutando aquela conversa inteira na outra cadeira, acaba ficando um pouco enciumado, dizendo:
— Independente de tudo isso, meu cabelo com toda a certeza vai ser melhor que o dele! Logicamente, não tem nem comparação!
O mãos de tesoura, escutando aquele tom de voz sutilmente carregado de ciúmes, andou na direção do homem de cabelos brancos, e do mesmo jeito com o ruivo, ele analisou todos os fios daquele cabelo, especialmente o seu corte de moicano, que chamou bastante a atenção do cabeleireiro. Após perceber tudo isso, o homem de aparência magra olhou para o Frankryrniano, usando do espelho para o encarar no rosto, antes de dizer;
— Sim, eu consegui perceber! Seu cabelo é tão bom quanto o do seu amigo! Mas, esse tipo de corte, com toda a certeza, me chamou bem mais a atenção!
O homem com mãos protéticas, logo as colocou na direção da lateral de seu corpo, usando conexão das próteses de tesoura com os seus nervos, para mandar uma sinapse nervosa até as duas mãos de tesoura, as ordenando a abrir e fechar, enquanto diz:
— Bem, acredito que você queira só manter esse corte, dando uma ajeitada, não?
Jean, após aquele elogio, deu um largo sorriso contente em seu rosto, como se estivesse contando vitória em cima do adolescente ao seu lado, respondendo após isso:
— Sim, isso mesmo, meu amigo! Só dar aquela aparada, já que ele começou a crescer bastante!
Haarkapper, se voltando na direção do jovem ruivo, acabou por perguntar para o mesmo, ainda com um sorriso educado no seu rosto;
— E você, como vai ser?
O jovem Yaponiyano, escutando aquela pergunta, acaba por ficar parado momentaneamente, refletindo sobre aquilo antes de dizer:
— Bem… queria aproveitar que estou fora do meu país um pouco, para fazer um corte de cabelo diferente! Não sei se você conhece os idols do meu país, mas adoraria algo naquele estilo!
O homem pálido concordou, colocando a capa de corte em ambos os seus clientes, obviamente com o objetivo de impedir que a maioria dos fios cortados caísse no colo dos mesmos. Com isso realizado, ele afirma para eles:
— Certo, logo terminarei o serviço! No máximo oito minutos!
Após isso ser dito, o som das tesouras se movendo começou a ecoar naquele salão, com alguns fios de cabelo caindo no solo e outros na capa de cortes, enquanto os equipamentos eram movidos com exímia precisão. Após os oito minutos prometidos, o som de cortes cessou, revelando os penteados pedidos por cada um deles, enquanto o cabeleireiro responde:
— Terminamos! O que acharam?
Os dois olharam para aquele espelho, surpresos com o quão magníficos os cortes de cabelo ficaram. Daiki, contente com aquele resultado, afirmou para aquele homem:
— Uau! Isso ficou incrível, sério!
O irmão do Paul, passando a mão em sua cabeça, complementou, com aquele mesmo tom empolgado:
— É, digo o mesmo! Você é muito bom nisso, sério!!
Com a situação dos cabelos resolvidos, o trio de militares estrangeiros se retirou daquele local, voltando para o hotel deles. Enquanto aquilo acontecia, Haarkapper começou a varrer o solo, retirando os cabelos daqueles homens e andando até a sua salinha, falando para a atendente:
— Vou voltar para a minha sala! Quando vier outro cliente, pode me chamar!
A garota concordou, seguindo sua rotina normal no atendimento, aproveitando aquele dia com menos movimento, para ter uns momentos de paz. Dentro da salinha daquele cabeleireiro mestre, ao invés de jogar fora os fios de cabelos cortados, o homem pálido acabou pegando alguns, mordendo eles e os engolindo, como se fossem salgadinhos. Após comer alguns deles, o cabeleireiro comentou para si mesmo:
— O Ayo idiota, foi derrotado por esses imbecis! Mas, eu serei diferente, eles estão fudidos na minha mão!
Após dizer isso, ele deu um suspiro, começando a mexer em seu bolso, dizendo:
— Agora…
Após procurar em seu bolso, o rapaz retirou um saquinho cheio de um pó branco, afirmando:
— Hora de curtir!!

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