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    No topo de uma montanha, o vento frio castigava uma construção que possuía mais de sessenta metros de altura, cortando suas rochas como navalhas cortando o queixo de alguém que estava se barbeando. A neve se acumulava por todos os cantos possíveis daquela construção gigantesca, indicando o frio absurdo que estava fazendo no topo da montanha. Na porta de entrada daquela construção, dois guardas de armadura e lanças estavam guardando a mesma, olhando para frente de maneira fixa. Um destes, deu um bocejo cansado, antes de iniciar um diálogo com o outro:

    — Nossa, como essa montanha é Nevada! Ainda bem que essa armadura é até quentinha.

    — É, elas têm de ser quentes! Caso o contrário, morreríamos de frio aqui em cima!

    — É, tu tem toda a razão!

    Enquanto os dois conversavam, a geada começava a ficar cada vez mais intensa, com os ventos se tornando mais ferozes e fortes, fazendo um deles até mesmo dar uma cambaleando para a direita, antes de se recompor em seu local e tecer um comentário:

    — Nossa, que vento forte! Nosso turno vai durar as doze horas mesmo?!

    Enquanto a atenção dos dois estava completamente alheia, uma figura de sobretudo surgiu do meio da neve, caminhando em passos lentos na direção da entrada da prisão, mancando como se fosse um velho decrépito. Os passos do homem estavam silenciados, abafados pela neve fofa que cobria todo aquele solo. Um dos homens responsáveis pela segurança, notou a aproximação da figura estranha, encarando o mesmo fixamente.

    — Quem é você?! Se identifique!

    A figura manteve-se calada, apenas chegando cada vez mais perto daqueles dois guardas, mantendo seu caminhar extremamente lerdo e debilitado. O carcereiro, começando a se irritar com aquela forma silenciosa do homem de se aproximar, acaba gritando mais uma vez:

    — EU VOU ATACAR VOCÊ, SE ACABAR CONTINUANDO EM SILÊNCIO ASSIM!!

    A nevasca se intensificou após a ameaça do homem, com a neve chegando a criar temporariamente uma espécie de cortina entre o manco e a visão daqueles dois carcereiros. Após a neve passar, aquela figura misteriosa já teria desaparecido do seu local de origem, coisa essa que acabou por deixar os dois guardas extremamente confusos.

    — Peço desculpas pela falta de educação… meu nome é Bing! Bê I Ene gê O!

    Afirmou o homem-frio, para depois usar sua capacidade de se transformar no próprio frio, para congelar aqueles dois homens na temperatura do zero absoluto, com a exceção do braço esquerdo de um deles. Serenamente, Bing se virou para trás, dizendo ao vento em um tom levemente elevado:

    — Ei, podem vir logo! Vamos começar a operação!

    Após a chamada positiva daquele filho de estrangeiro, o grupo de Burajianos se revelou por meio da neve, chegando próximos da entrada da prisão em passos apressados. Uma vez com todos reunidos, o Arold decide fazer uma pergunta:

    — Certo, e qual é o nosso próximo passo?

    Silenciosamente, Bing se aproximou do homem que teve o braço preservado do congelamento, arrancando aquele membro fora e respondendo:

    — Simples, nós entramos e pegamos aquilo que queremos!

    Mancando, o homem-frio carregou aquele braço até a porta, colocando a palma da mão decepada daquele guarda em cima de um leitor de digitais. O equipamento analisou os formatos presentes naquela mão, reconhecendo seu dono e liberando a entrada:

    — Entrada liberada!

    A porta de tamanho colossal, começou a se abrir, deixando o ar gelado entrar naquela prisão gigantesca, enquanto revelava o interior escuro e rochoso do local. A equipe adentrou habilmente aquele presídio, permitindo que a porta se feche nas costas deles. Uma vez ali dentro, o Kura afirma:

    — Certo, agora eu só preciso localizar esse maluco, e vamos ter como sair daqui!

    No momento que isso foi dito pelo controlador de correntes elétricas, o som de uma multidão se movendo em passos largos até eles começou a ecoar, deixando o som metálico voar por toda a prisão e ficando maior a cada passo em que os soldados ficavam mais próximos.

    — PARADOS AÍ, SEUS INSOLENTES!! SAÍAM DA PRISÃO IMEDIATAMENTE!!

    Um grupo de mil guardas, distribuídos igualmente na direita e esquerda do grupo de aliados do Kura, faziam questão de cercar a equipe e tentar impedir o avanço dela. O protagonista mais velho, levantou suas mãos para o alto, respondendo:

    — Certo… só me deixe abrir a saída…

    No instante após essas palavras, carregadas de uma ironia áspera serem ditas, o homem-raio se moveu em sua velocidade além da física comum, aparecendo na frente do líder daquela equipe de carcereiros e golpeando o rosto do mesmo com um chute avassalador. O golpe mandou o homem por centenas de metros antes de colidir com a parede rochosa do local, destruindo a mesma como se fosse uma pequena construção de lego. O buraco na construção permitiu que o vento gelado e a neve invadissem a prisão.

    — Certo, abri minha passagem!!

    A atitude deixou os guardas assustados, não só pela velocidade incrível do rapaz, mas também pelo frio que cobriu aquela região. Na direita, os outros quinhentos tentaram efetuar um avanço, mas antes de conseguirem atacar, Bing usou de sua velocidade incrível para avançar até as costas de cinquenta deles, congelando todos de maneira imediata.

    — KURA, VÁ ATÉ O ÚLTIMA ANDAR! PROVAVELMENTE PRENDERAM O HOUER COM O EQUIPAMENTO DE PONTOS DE PRESSÃO, GIRE O MECANISMO DE MENOR NÚMERO, E LOGO IRÁ LIBERTAR ELE!!

    A explicação do Bing voou até as orelhas do homem-raio, que naquele momento estava dando fim a vida de centenas de inimigos. Por mais que odiasse a ideia de trabalhar com o oriental, o Kura concordou com seu plano, chegando em uma rápida ideia:

    “Basta eu pular! Não vou morrer, mesmo!”

    Após essa ideia ousada, o adolescente correu a toda velocidade até um dos apoios de mão que davam até o imenso poço da prisão, apoiando a sola do pé esquerdo em cima do mesmo e pulando sem medo para aquela queda imensa. O jovem-adulto caiu a toda velocidade, usando seu eletromagnetismo para desacelerar sua queda, pousando no solo com sucesso e levantando uma forte onda de poeira. Após a poeira se dissipar, o irmão do Arold moveu seus olhos até sua frente, reparando numa figura estranha. O objetivo de resgate deles, estava com ambos os braços presos por correntes gigantes, enquanto uma armadura de ferro puro imobilizava o seu corpo inteiro, impedindo a efetivação de força. Sutilmente, o Houer de Buraji se aproximou, analisando os mecanismos da armadura.

    “Menor número, menor número…”

    Pensou o rapaz, até que finalmente encontrou a engrenagem que era marcada pelo número um. Sem perder tempo, o Kura pertou a mesma, enquanto um som mecânico ecoou.

    “Eureka!”

    Após isso, o manipulador de raios se afastou, apenas assistindo a cena. A engrenagem um terminou de girar, liberando sua pressão e indicando sua libertação, a dois girou na sequência e fez igualmente o mesmo som, indicando que a pressão da região foi desfeita. Antes da terceira engrenagem rodar, um som de metal sendo expandido começou a ecoar, e em poucos instantes, a armadura foi completamente destruída pela força do jovem aprisionado. Pedaços da armadura de ferro voaram por todos os lados, coisa que fez o irmão do Arold pensar:

    “Caralho! Com a força de só dois músculos, ele conseguiu fazer isso?!”

    O Houer anteriormente completamente imobilizado, moveu seus olhos até sua frente, analisando o Kura de cima a baixo.  Percebendo que ele não era seu inimigo, o jovem Xinguiniano, levantou seus olhos até o topo do poço, gritando:

    — FINALMENTE, ESTOU LIVRE!!

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