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    Ambos os irmãos estavam no refeitório, lanchando antes de voltarem para a aula que teria a seguir. O mais velho carregava um olhar mais morto, aparentemente, ele não contava que ainda teria que estudar após entrar no exército.

    — Opa, Kura e Arold, a quanto tempo!

    A voz da pessoa que falava com eles era a de Itadaki, que logo os abraçava por trás enquanto continuava dizendo para ambos os irmãos:

    — Como estão indo às aulas?

    Ele agia como um irmão mais velho devido ao seu jeito extrovertido, juntamente da diferença gigante de idades entre ele e os irmãos. Itadaki era um homem de estatura comum e com cabelos arrepiados para cima, sempre andando por aí agindo dessa forma extrovertida e desajeitada com os outros.

    — Tá uma porcaria… nem as missões podem ser de nível alto enquanto isso.

    Essa fala mórbida e desanimada vinha do próprio baixinho de cabelos pretos, que realmente odiava isso de ter que estudar várias horas por dia. Arold apenas respondia de forma bastante sutil:

    — Elas estão até que divertidas.

    Itadaki apenas esfregou as mãos na cabeça de ambos os irmãos, já voltando a caminhar até a porta do local, falando de forma bastante despreocupada:

    — Bem, estou saindo em uma missão aqui por perto, volto em pouco tempo para a base. Até logo, pessoal!

    Alguns dias se passaram desde isso, um tempo de mais ou menos dois dias. Lá estava Kura durante a aula de história, boiando em seus pensamentos que ignoravam quase todas as falas do professor que estava na sala.

    — Os miraijins eram uma etnia antiga que faziam experiências para alcançar a imortalidade e…

    Kura sequer escutava o resto da frase, bem diferente do seu irmão mais novo, que anotava tudo que o professor dizia. Kura estava pensando em formas de fugir daquela aula, achando o motivo mais óbvio para conseguir fazer isso.

    — Professor, posso ir ao banheiro?

    Ele falava isso com um dos seus braços levantados, o professor o deixou sair da sala até o banheiro, o baixinho logo foi andando até o banheiro com um longo sorriso no rosto por ter conseguido “fugir” daquela aula, mesmo que só por uns momentos.

    — Nossa, mas que aula chata… o professor tava falando do que mesmo? Mirainins… mirins… Ah, sei lá, não deveria ser importante.

    Ele foi ao banheiro, usando uma das habilidades de seu poder, apenas para conferir se não havia mais alguém dentro do banheiro. Ao ver que não havia batimentos cardíacos de mais alguém lá dentro, o jovem entra no banheiro bastantes despreocupado e abre a portade uma das várias cabines, porém a única coisa que Kura fez com isso foi dar um grito de horror e bem assustado. Isso acabou chamando atenção dos professores e outros membros superiores do exército, que foram até o banheiro com um pouco de pressa, atrás de saber o que aconteceu.

    — T- tem um… UM…

    Ele apontava o dedo para dentro da cabine, quando os superiores olham lá dentro, havia um corpo morto ali. O morto estava com um buraco na cabeça e no pescoço, quase inteiro sujo de sangue. Era um dos soldados mais “antigos”, o soldado Alfonso. Ele estava sentado com uma expressão de horror e medo, misturado com um pouco de surpresa. Os militares analisavam os ferimentos dele enquanto esperavam as pessoas para fazer a retirada do corpo. Mesmo que os buracos em sua cabeça e pescoço pareçam de balas de calibre 38, não havia sinais de disparo de armas, muito menos das supostas que poderiam ter sido usadas para o assassinato.

    — Isso vai ser um saco de resolver… Ei, levem esse garoto aí para se trocar, ele pode ter se mijado com o susto.

    Eles pegavam o jovem e o levavam para se trocar no vestiário mais próximo que tivesse por ali. As semanas foram se passando desde aquele evento, as mortes não paravam de acontecer por toda aquela base, todas tinham algumas semelhanças com a de Alfonso, seja a forma do assassinato, seja o local que o corpo é encontrado após o crime. Voltando o foco aos irmãos, que estavam no seu momento de lanche, comendo coxinhas de frango.

    — Bem, ao menos a gente ainda tem essa ótima coxinha!

    Eles começam a comer salgados, até que o jovem terceiro sargento acaba mordendo um objeto estranho. Ao puxá-lo lá de dentro, Kura acabava ficando totalmente pálido e enojado:

    — De novo não!

    O grito que o garoto havia dado acabou chamando a atenção das pessoas, em especial do Itadaki, que foi até o Kura e notou que o objeto era um dedo que havia sido arrancado de alguém. Itadaki tira o dedo de dentro da coxinha do jovem, já começando a usar sua habilidade especial.

    — Me dêem apenas um segundo…

    Ele iniciou a análise do dedo com o seu poder, que permitia que ele olhasse a história de algo apenas encostando nela, conseguindo descobrir a quem ele pertencia.

    — Oh… entendo, foi aqui que você veio parar… Alex.

    Itadaki falava isso de forma meio triste, ele sabia que a pessoa da qual ele falava estava morta. Ele se virou para os irmãos enquanto dizia em um tom meio preocupado:

    — Kura, vá ao médico para não pegar alguma infecção… leve ele também, Arold

    Arold escutava isso e levava seu irmão até o médico enquanto dizia ao itadaki, em um tom levemente preocupado e agradecido ao mesmo tempo:

    — Muito obrigado, Itadaki!

    Quando o mais velho iria agradecer pela ajuda também, ele nota o Itadaki esbarrando em um lugar e se cortando profundamente, isso deixou o Kura em um estado inicial de choque e preocupação, mas ao observar a cena seguinte, isso logo se transformava em um sentimento de dúvida e surpresa, pois o homem de cabelos arrepiados que havia se machucado, apenas ignorou esse fato e se regenerou quase que instantaneamente.

    “Bem… talvez eu esteja vendo coisas…”

    Esse era o pensamento de Kura, que apenas seguiu para o médico da base enquanto pensava, “o que será que era essa regeneração?”

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