Capítulo 116 — O ferreiro.
— Ahrr! Maldito! Nosso contador foi morto!
Uma mulher de cabelos brancos, lisos e imaculadamente penteados, com a franja cortada em uma linha quase perfeita, grunhiu baixinho no silêncio gélido de sua sala.
Sentada em um sofá de couro escuro, o corpo relaxado, mas os olhos tensos, ela mantinha-se de frente para um de seus subordinados mais importantes. Seus dentes se cerraram lentamente, enquanto seu olhar atravessava as enormes janelas de vidro que dominavam a parede à sua frente. Prédio tão alto, Lá fora, a cidade se estendia como um tapete de luzes e concreto, minúscula, distante.
Meras formigas, De um prédio tão alto, os seres lá embaixo não eram nada além de formigas. Ela as observava como a morte, julgando cada passo insignificante com desprezo.
— Um assassino? Pode ser aquele merda de novo, mas não, dessa vez não. — O subordinado disse e pensou, logo continuou; — Ele estava atrás de um assassino recém reconhecido, Black Room, acredito que ele procurou e achou, afinal, está morto agora.
Cabelo prateado, um olho verde enquanto o outro era cinza. Mesmo depois de uma explosão feroz que matou tantos de seus homens, sentado perante sua chefe, ele estava.
Mais velho depois de tudo aquilo, Sakazuki sorriu com as questões tão interessantes de sua superior e debochou:
— Mas afinal, o que eu tenho haver com isso?
— Bela pergunta, novo contador. — Ela sorriu.
— Oh! É uma honra, Sra. Notherite!
— Claro que será Sakazuki, afinal, tenho algo muito importante para você…
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Despertando mais triunfante que ontem, Kevyn se levantou da cama, pôs suas roupas tão casuais e desceu pelas escadas. Um príncipe carregado por um sentimento solene, ele foi até sua forja e guardou suas armas em sua alma.
— Tô muito afim de lutar! Ahr! Vamos vender todas essas armas.
Saindo de casa ele foi para cidade, lá ele caminhou ao antigo comprador de seu mestre. Quando adentrou a loja, uma revelação monstruosa; medo o homem sentiu só de olhá-lo nos olhos, mais uma vez isso o atrapalhou?
Ele rejeitou, pela cidade o garoto andou, para outros mercadores tentou vender. Mas… Recusado foi. Pela hora do almoço, comida pronta, ele comeu junto da sua amada e ela perguntou:
— Você saiu?
— Sim.
— O que foi fazer?
— Eu tentei vender as armas que eu fiz ontem, mas ninguém comprou por medo. — Cabisbaixo ele desviou o olhar.
— Tá tudo bem, a gente já tem muito dinheiro.
Mesmo já sabendo daquilo, ele coçou a cabeça e apenas disse para si mesmo: “Não é sobre dinheiro”.
— Eu ouvi — disse a demônio.
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Um pouco mais tarde, alguém veio bater em sua porta, e, quem atendeu, logicamente foi o garoto. Mas quando abriu a entrada, invés de seu irmão, era o vendedor ruivo do seu trabalho.
Sem sua máscara, Kevyn em desespero ficou e bateu a porta. Com um sorriso, Jeremy riu e disse através da fechadura:
— Ei! Você sabe que eu sei sua verdadeira identidade, né? Kukukuku… A venda é só para matar.
— Ah! Eu não ligo!
— Não estamos em ambiente de trabalho, sem tantas formalidades… Ferreiro. — O homem levou suas mãos até as costas e aguardou.
Com o leve abrir da porta, o garoto encarou com certo receio e perguntou: — Você ouviu sobre alguém querer vender armas?
— Exatamente.
— E você veio atrás do vendedor porque você vai revender o que comprar?
— Não. A verdade é que vim fazer uma negociação com você… Quero que você vire meu fornecedor, herdeiro do Daniel.
Curioso, o príncipe inclinou a cabeça e respondeu: — Negociação? Fornecedor? Como tem tanta certeza que eu sou um bom ferreiro?
Ao dobrar de seus lábios e um leve inclinar de cabeça, Jeremy sorriu e respondeu: — Eu te garanto, só de ver nos seus olhos, eu sei perfeitamente o quão bem feitas são suas armas.
Silêncio quebrou a conversa, Kevyn entrelaçou seus braços e então bufou. “Ele vendeu a Night para a Améli, isso me confirma algo… Provavelmente ele comprou ela de alguém, como será que isso aconteceu? Será que a minha teoria tá certa?”, tendo em mente o que faria, o garoto respondeu:
— Você vai me dar os materiais para fazer elas?
— Se necessário, mas isso vai reduzir o preço que terei que pagar?
— Não sei, vai depender da qualidade das minhas armas?
— Kukuku! Vai depender…
— Depender?
— Depender de como você vai tratar essas armas, não quero qualquer coisa.
Inclinou a cabeça. — Não me subestime, Jeremy.
— Espero que esteja certo. — Sorriu.
Rápido desembainhar, Kevyn retirou uma arma de sua alma, uma espada de ferro. Surpreso, o homem encarou com admiração e esperou algo.
Oferecendo-a, o garoto esperou ele pegar ao mesmo tempo que dizia:
— Olhe bem, quero que entenda.
O ruivo pegou, analisou com brilho nos olhos e disse: — Que peça mais rara, feita de ferro, mas com uma qualidade absurda, é uma raridade além de rara, ela é épica!
Sem entender, o príncipe franziu sua testa e perguntou: — Do que você tá falando?
— Sua arma é incrível! Ela é ótima, ótima mesmo! Consegue ser melhor do que sua espada guardada na bolsa dimensional.
— Quê? Como você sabe da Kind?! — Confuso, Kevyn deu um passo atrás.
— Não é óbvio? Eu consigo ver, mas isso não importa, quantas mais armas você tem aí?
— Hm… Bem, tenho 270 que eu fiz, todas elas devem ter a mesma qualidade que essa espada…
— Quais tipos de armas?
— Espadas longas, katanas, foices, machados…
— 270… Seguinte, mais tarde quero que você vá lá no bar, lá falamos melhor sobre isso. — Jeremy devolveu a espada.
— Tudo bem, saiba que se quer que eu virei seu fornecedor, não quero prazos curtos demais! — Recolheu a arma de volta para sua arma.
— Kukuku, eu não faria tantos prejuízos, enfim, boa tarde senhor ferreiro! — Ele saiu andando para a cidade.
Sem saber o que dizer, Kevyn fechou a porta e coçou a cabeça. “Tudo bem, isso é bom… mas o jeito que ele olhou e todo aquele brilho, o quanto será que ele sabe sobre forja?”, ele voltou para dentro e encarou Night deitada no sofá.
“Eu… Quero fazer uma arma pra você…”, ele olhou-a de cima a baixo, e pensou: “Algo que combine e seja forte… Qual material eu deveria usar? Obsidiana seria incrível, mas você já é feita disso, talvez metal negro para combinar com seu cabelo? Ah! Ele não é mais negro…”, alguns segundos se passaram e ela não respondeu, irritado, ele viu os olhos dela fechados, sorriu e deu um tapa na bunda dela.
— Ahr! O que foi isso do nada?! — Despertando na mesma hora, ela encarou-o com certo rubor em suas bochechas.
— Desculpa… Não resisti. — Desviou o olhar.
Dando as costas, ele caminhou para a forja. “Ela não fica espiando meus pensamentos 100% do tempo, isso significa que eu tenho privacidade, só não sei quando… Mas eu gostei dessa sensação”, olhando para a própria mão, ele levemente corou e sorriu enquanto ia até sua bigorna e dizia em um leve murmúrio:
— Vou fazer algo poderoso, muito poderoso, assim como a foice do Humbra, minha segunda criação hihihihi… — Ele riu sozinho, bobo com o que tinha na mente.
Um trabalho que duraria dias, algo que ele faria de coração. Forjar e paciência lado a lado, momentos sozinhos pelo seu próprio bem.
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