Índice de Capítulo

    Após se arrumarem com roupas para sair, Kevyn com sua blusa canelada, enquanto Night usou roupas mais leves, com uma calça longa e larga e sua blusa social. 

    O casal partiu para a cidade, e durante seus passos calmos pela trilha de pedras, de mãos dadas, eles conversam por telecinese:

    “Você tem escondido algo de mim, o que seria?”, curiosa, a demônio encostou seu ombro com o dele. Seu rosto tão sorridente, ela corou.

    “É uma surpresa, então por favor não fique olhando as minhas memórias, quero fazer isso ser especial”, ele retribuiu o leve toque acariciando as mãos de sua parceira.

    Ainda mais envergonhada, ela desviou o olhar com sua mão suando um pouco. “Tudo bem, eu… Aceito, eu aceito! Mas não fica me tocando tanto, tô um pouco sensível”, ela entrelaçou seus dedos com os dele de modo leve, era um passeio calmo afinal. Tão calmo.

    Brevemente eles vieram a pisar na cidade, o mais óbvio a se fazer era ir atrás de algo que a garota queria, afinal, prioridades existiam.

    Passo por passo, as mãos dadas se assemelhou a um flerte sutil, cada segundo, um constrangimento bom. Aquilo dava um gosto doce, mesmo que ainda fosse físico.

    Mas uma quebra nessa sensação aconteceu. De repente Night avistou algo que seus olhos não estariam preparados para ver. De detalhes dourados em seu braço, ou melhor, belas escalas. Aquelas lindas curvas.

    Do outro lado da rua, um baixo, lindo com sua cor negra como a escuridão, tingida por leves detalhes de amarelo como ouro e brancos como a luz. Algo além de que os olhos poderiam se perceber naturalmente. 

    Por um momento, as vozes se calaram, como se um simples baixo fosse muito além de um instrumento.

    Parada, ela segurou firme o seu amado. 

    Surpreso pela parada tão repentina, ele olhou para seu rosto à espera de algo. Quieta, a garota sorriu e apontou para a vitrine da loja.

    Sem entender muito bem, Kevyn olhou para a porta, para o cartaz que nela havia, para as outras lojas até inclinar a cabeça e perguntar:

    — O que foi? Eu… Não…

    A garota puxou-o consigo, era algo que ela queria muito, muito. Atravessando em meio o asfalto um carro veio a quase os atropelar, mas por pouco ou por ser veloz demais, eles passaram. Ela então cruzou a porta da loja e foi até o caixa.

    Um tanto animada, de maneira desajeitada ela abraçou o braço do príncipe enquanto falava:

    — Quanto custa aquele instrumento? — Apontou para o baixo na vitrine.

    Com um extremo medo, a atendente ficou paralisada. Seus lábios trêmulos mostraram seu desespero e sem conseguir respirar, sua consciência aos poucos começou a se esvair.

    Estava forte demais para suprimir.

    Percebendo aquilo, Kevyn arrastou a garota consigo um pouco para trás, tentando diminuir o efeito de seus olhos. “Calma… Ela não parece acostumada com isso”, disse o jovem, que trouxe ela até o baixo para que eles ficassem fora do campo de visão da mulher no caixa.

    “Ah… É tão ruim essa maldita maldição!”, a jovem reclamou e suspirou com raiva.

    O príncipe percebeu a moça retomando sua compostura após ofegante ficar. Sacrifícios são necessários, o príncipe retirou sua venda de sua bolsa dimensional e caminhou até o caixa.

    — Sinto muito, humanos geralmente não aguentam essa pressão.

    — Bo-boa tarde, senhor… minha fraqueza é a culpa desse mal atendimento, eu quem deveria desculpas.

    Kevyn encarou o chão por um momento e, meio triste, respondeu: — Tudo bem, mas não se submeta, quanto é aquele baixo? — Apontou para o instrumento.

    — Ele é o nosso melhor, está por 30 grafos, mas com amplificadores e afins fica 35, pode ser bem caro pra alguém da sua idade…

    — Nah, eu vou querer tudo — debochou, pondo uma nota de 50 grafos em cima da bancada. Assim continuou: — pode ficar com um troco.

    Surpresa a mulher pegou o dinheiro e se levantou para recolher as coisas.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Com tudo guardado em sua bolsa dimensional, Kevyn retirou sua venda e eles saíram da loja com o novo instrumento de sua amada.

    Próxima parada: Jeremy. Logo saíram, entraram no primeiro beco a frente e, num piscar de olhos, uma porta azul esverdeada.

    Ao passarem por ela, lá estava o bar, ou loja? Era praticamente um bazar afinal. Pela primeira vez, Night estava alí em sua forma física, o homem pareceu curioso e num piscar de olhos Kevyn já estava na frente do caixa, dizendo:

    — Quero núcleos de mana! 

    O vendedor arregalou seus olhos e deu um passo atrás. — Núcleos?! Eles são bem caros dependendo do elemento, sabia? Eu… 

    — Não importa… Quanto custam? — reclamou.

    — Tudo bem, eles estão bem ao lado da porta, tem bastantes já que eu compro da guilda.

    — Sabe se existe algum monstro que manipula coisas muito poderosas por lá? — Inclinou a cabeça.

    — Ah… Bem… — Com um sorriso suave, ele continuou: — defina força.

    — Com poderes fortes, por exemplo; manipulação de gelo, sangue, talvez algum que manipule energia, sabe?

    Pensativo, Jeremy levou a mão até o queixo e disse: — Ah… Sim… se tratariam de demônios reais eu imagino, dá para encontrar uns núcleos de gelo lá em Lycky, principalmente nas áreas mais geladas de Impel-sister, mas quanto a outros poderes hereditários eu acho mais difícil.

    — Ahhh… — Cabisbaixo.

    — Tente dar uma olhada nos núcleos, fora isso, se quiser enfrentar um monstro forte, ou ficar mais forte, eu posso disponibilizar uma… “Sala”. — Definitivamente sorriu.

    — Uma sala?

    — Kukukuku, não é algo que vá te interessar por agora, você ainda é muito novo. 

    — Hm… Tudo bem.

    Kevyn estranhou, mas ignorou e foi olhar os núcleos do lado esquerdo da porta, e… para dar início a um possível novo vício, eles estavam em máquinas onde você coloca a moeda, gira a parte onde fica o prêmio e logo após, ele cai em um compartimento embaixo.

    Sem entender como aquilo funcionava, o príncipe encarou em silêncio. 

    「❍」

    Após andar pela loja que parecia infinita de tantas coisas, Night voltou até o caixa e encarou o vendedor.

    — O que foi estrelinha? — perguntou Jeremy.

    — Não me chama desse jeito. Eu estou só dando uma olhada, eu compraria muitas coisas… Mas tô pensando um pouco sobre algo recentemente. — Ela encarou os ítens através do vidro da bancada entre eles.

    — O que seria?

    Após alguns segundos de silêncio, ela fecha seus olhos calmamente e põe as mãos atrás das costas um pouco envergonhada enquanto diz:

    — Talvez eu esteja grávida…

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