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    Ao centro da cidade, Kevyn, abraçado em Night, andava em meio aos seus pais que, com seus respectivos guarda-chuvas, também faziam sombra para o garoto.

    Suspirando, Astéria pensou: “Ahr… ele nunca teve nenhum brinquedo, talvez seja bom comprar algo que ele goste”, convenientemente, eles passaram por uma loja de brinquedos.

    Parando, a mulher disse: — Que tal vermos uns brinquedos?

    Olhando para ela, Klei a repreendeu: — Astéria, por favor! Nosso filho é grande demais para esse tipo de coisa, não é mesmo, Kevyn?

    Observando Night que piscou duas vezes, o garoto apenas retrucou: — Olha… é bom lembrar lembrancinhas de viagem, sabe?

    Voltando um olhar de desafio para Astéria, o homem então sorriu. — Tudo bem, vamos comprar, não é mesmo, Astériazinha?

    Percebendo o confronto que teriam, a mulher apenas respondeu: — Entendo… claro que vamos.

    Assim, eles entraram na loja, em meio aos vastos corredores cheios de brinquedos. O casal esperava qualquer deslize de atenção do garoto, aguardando o momento em que poderiam fazê-lo comprar tal brinquedo.

    Kevyn obviamente não estava ciente do desafio ao qual, quem fizesse o garoto comprar mais, ganharia, mas algo chamou sua atenção:

    — Que tal esses bonecos?! Ou esses peões?! Talvez queira essas espadas de brinquedo?! — Klei não parava de mostrar brinquedos a ele, em busca de sua vitória por conseguir ser mais sociável.

    Mas o que ele menos esperava é que Kevyn nunca teve tanto interesse em brinquedos. — Ah… não, não.

    Observando as falhas de seu marido, Astéria caminhou pela loja, encontrando carrinhos de metal. “Sabendo que ele é um menino, talvez possa se interessar por isso, mas… ah… eu não sei, Myuky, eu precisava da sua ajuda…”, pensou, escolhendo os carros mais bonitos e caminhando de volta, vendo Klei falhando de novo, e de novo.

    Encarando sua mãe, o garoto caminhou até ela. “Eu sinto que eu já vi isso, aqui em Emerald tem algumas dessas carcaças de metal que os humanos se locomovem!”. Pegando um das “carcaças de metal”, Kevyn disse:

    — Vou querer esse.

    Vendo que sua esposa ganhou um ponto, o homem pôs sua mão sobre o ombro de seu filho, mas encarando-a. — Você gostou desse Sky R43? Que tal vermos mais carrinhos? — falou com um sorriso vitorioso.

    Klei decretava o fim da disputa, mas mesmo dizendo que faria mais pedidos egoístas, Kevyn ainda não se sentia bem gastando dinheiro com besteiras. — Ah! Não, não! Eu disse que seria só uma lembrancinha! — Assim, acabando com a batalha de seus pais. Vitória da Astéria.

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    Novamente caminhando, os três param em uma sorveteria. Se sentando em uma das mesas e deixando Night em seu colo, Kevyn suspirou e esperou seus pais escolherem os sabores.

    De repente, uma voz ecoou ao lado do garoto, que teve seu ombro tocado.

    — Com licença… é que eu já tô sentada aqui.

    Virando seus olhos em direção à pessoa que, de cabelo negro e comprido, uma franja quase perfeitamente alinhada, olhos escarlates, uma face séria e roupas sociais. O garoto percebeu que seu rosto estava próximo demais de si.

    Conseguindo até mesmo ouvir teu respirar, levemente assustado, Kevyn se levantou e abraçou sua espada firmemente, respondendo:

    — A-ah! Perdão.

    Ajeitando seu cabelo atrás da orelha, a mulher respondeu: — Tudo bem, Sr.Calamith.

    O garoto não havia percebido, mas no balcão, seus pais encaravam-na de forma assassina. A mulher percebeu obviamente o recado, no entanto, ela não recuou e apenas se virou para sua posição normal.

    Procurando outro lugar com os olhos, Kevyn andou até uma mesa vazia e se sentou, enquanto Klei olhava para Astéria e cochichou:

    — Por que a nova chefe da máfia Ride estaria aqui?

    Disfarçando para que não chamasse a atenção da mulher, Astéria pôs a mão sobre o queixo e fingiu ver o cardápio, respondendo: — Provavelmente venderam a informação que estamos aqui, mas não faz sentido porque estaríamos sendo seguidos.

    Um homem voltou até o balcão, era o atendente que, levemente nervoso por ver os dois maiores líderes mundiais, perguntou: — O-o que vão pedir?

    Olhando para ele, a Astéria respondeu: — Um cappuccino, um sorvete de hemoglobina forte e um milkshake de cappuccino com cobertura de sangue.

    Acenando com a cabeça, o atendente foi preparar os pedidos. Ao mesmo tempo que, olhando para Kevyn, a mulher perguntou para seu marido:

    — Ele parece mais animado desde que recebeu ela de volta, mas tem algo me incomodando… você nunca pareceu ser contra quanto ao garoto ter uma espada, por quê?

    Suspirando, Klei respondeu: — Porque ele precisa ser forte.

    — Você não acha que ele está dependente demais da espada?

    Após alguns segundos de silêncio, o homem cruzou seus braços. — Um homem sempre depende da sua força e vontade, aquela espada representa toda a força dele, todo o treino dele… é lógico ser dependente dela.

    — O que aconteceu com o Klei de um ano atrás? Ele falaria algo como… “Eu não me importo com o que vocês dão ao garoto” — debochou, voltando seu olhar para seu marido.

    — Eu nunca diria isso, você sabe muito bem que quem mais se importa com as decisões do garoto sou eu.

    Se virando para o balcão e observando o atendente terminando as sobremesas, Astéria pensou: “Ele sempre perguntou qual era a escolha que o garoto iria fazer… talvez eu estivesse errada”, suspirando, ela fechou seus olhos.

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    Após tomarem suas sobremesas, os três saíram da sorveteria e continuaram passeando pela cidade, indo em algumas lojas, vendo roupas, conversando até chegarem a uma pequena praça ao centro da cidade.

    Sentados em um banco, segurando Night em seus braços e cochilando, Kevyn descansava a cabeça no ombro de sua mãe, ainda que, encarando Klei, disse:

    — Não me olhe assim, não importa o que você pense, somos uma família de mentira somente para o garoto.

    Sorrindo, o homem debochou: — Pode até ser que não nos amamos de verdade, mas o garoto nos ama, isso nos faz uma família, você discorda desse fato?

    Após alguns segundos de silêncio, a mulher respondeu: — Não sei se posso afirmar. — Olhando para as pessoas caminhando e vendo os casais no parque, continuou — Será que quando nos olham pensam que somos uma família feliz?

    — Provavelmente, sim, para os mortais, ter dinheiro é o mesmo que felicidade, não é mesmo?

    — Eu sinceramente não sei se está tão errado, mas dinheiro ainda, sim, faz parte da felicidade.

    Se levantando, Klei pegou Kevyn, botando-o em duas costas, enquanto Astéria retirou Night de seus braços e a colocou em seu ombro. Um sorriso mais leve surgiu no rosto do homem que, caminhando na frente, disse: — Astériazinha, Astériazinha, você acha que nosso filho vai nos superar?

    Seguindo-o, ela respondeu: — Isso é mais do que óbvio, Argila.

    — Hoho! Eu espero ter uma luta de pai e filho no futuro!

    — Você nem é louco de machucar ele.

    Klei sorriu e então debochou: — Nunca! Seria apenas uma lutinha entre pai e filho, hihihi!

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