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    Despertando com um brilho intenso em sua face, Kevyn abriu seus olhos e viu uma praia. “O sol está quase se pondo”, pensou, caminhando em direção ao mar, uma brisa fazia seu cabelo balançar, a areia entrava entre seus dedos e, de repente, algo o abraçou por trás.

    Sem reação, o garoto sentiu uma respiração em sua nuca, ao mesmo tempo que uma voz feminina acompanhava o respirar:

    — Isso é reconfortante, não é?

    A garota o abraçou mais forte, prensando seus corpos, enquanto Kevyn respondia: — Sim.

    Passando uma de suas mãos pelo dorso até chegar ao rosto dele, ela sussurrou em seu ouvido:

    — Está tudo bem agora, estamos juntos.

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    Enfim, acordando, Kevyn rapidamente se sentou em sua cama. Ofegante e suado, ele encarou Night que, brilhando suavemente, estava ao seu lado.

    Se levantando e respirando fundo, o garoto tocou seu pescoço, percebendo que estava mais quente do que o comum. “Eu me sentiria fraco se estivesse com febre, então por quê?”, pensou, indo até a janela e se refrescando um pouco, seu cabelo voltou ao branco.

    Corando, ele olhou para a lua sendo refletida pela maré, lembrando do sonho mais uma vez, ao observar a areia sendo arrastada pelo mar. “Aquele sentimento, o toque… pareceu tão real, eu queria tanto que ela tivesse uma forma… arh… o que eu tô pensando?”, não conseguindo tirar Night da cabeça, foi tomar um banho.

    O tempo então se passou, e ao sair do banheiro, Kevyn pegou sua espada e saiu de casa, indo até a beira do oceano. Tirando uma toalha de praia de sua bolsa dimensional, ele forrou-a na areia e se sentou enquanto, abraçado em Night, observava o horizonte.

    — Você continua um pouco torta, eu gosto de saber que nunca vai existir uma espada igual a você. — Sorrindo levemente, o garoto retirou o paninho encantado da bolsa e deixou sua espada em seu colo. Ele começou a limpá-la.

    Vendo-a brilhar tão suavemente quanto a brisa fria do mar, Kevyn sorriu e fechou seus olhos.

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    Da janela da cozinha, Aradam e Améli observavam-no, quietas.

    Quebrando o silêncio, Améli disse: — Mesmo sabendo que aquela espada é viva, eu ainda acho a relação dos dois muito estranha.

    Concordando com a cabeça. — Sim, mas pelo… o que a patroa falou, o Daniel descobriu algumas coisas.

    — Hm? Algumas coisas?

    Se aproximando dela, Aradam falou bem baixinho para que Klei não pudesse escutar das sombras: — O Daniel quer treinar o garoto e ensiná-lo a controlar a espada.

    Percebendo o que ela fez, Améli faz o mesmo que sua amada. — Entendo, não acredito que o ex-general de Seyfu viraria mestre de alguém, mas a Astéria falou algo em relação ao porquê ele quer treinar?

    — Moh! Nós sabemos muito bem que ele sempre amou a Astéria, se ele puder fazer algo por ela, ele vai fazer.

    Voltando a falar no volume normal, Améli voltou a encarar o garoto, dizendo: — Entendi, mas sabemos que vai ser uma escolha difícil, principalmente se afastar da gente.

    — Isso é óbvio, mas não vai ser aqueles dois quem vai decidir, vai ser o próprio garoto.

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    Ao nascer do sol, de forma imparável, Kevyn treinava, desferindo inúmeros cortes no ar. Em diversos momentos, ele soltava sua espada e pegava com a outra mão, mantendo a constância e latência de cada golpe.

    Sendo um dragão, seu fôlego se mantinha por um longo tempo e, ao se cansar, o garoto soltou uma leve chama de sua respiração. Fincando-se na areia, ele se espreguiçou e disse:

    — Night, quando saímos ontem, ouvi dizer que as pessoas estão tendo problemas com slimes, vamos dar uma ajudinha a esses humanos?

    Vendo-a brilhar duas vezes, Kevyn sorriu e olhou para casa, percebendo que estava sendo observado por sua mãe. Retirando Night do chão e correndo até ela, o garoto ergueu sua espada e falou com o maior entusiasmo:

    — Mãe! Eu posso sair para caçar slimes?!

    Vendo toda a animação dele, Astéria levemente bocejou e respondeu enquanto voltava para dentro de casa: — Claro, claro, só não arrumei problemas.

    Perdendo toda sua graça e abraçando Night, ele pensou: “Isso foi fácil demais”, sorrindo, o garoto saiu correndo pela praia que, refletindo agora a luz do sol, fazia seu cabelo ficar negro.

    Atrás da casa, uma floresta tropical, a mesma da trilha direcionando a cidade, mas também havia outro caminho que levava até a planície.

    Achando uma placa indicando o local, Kevyn logo seguiu adiante.

    Passando pelo bosque com seus pés descalços, pisando no chão de terra, quebrando galhos, amassando folhas secas, o sol quase não o alcançava, fazia-o se sentir tão livre.

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    Após um tempo, sua caminhada termina em uma imensa planície. Podendo ver as colinas e montanhas do final da floresta, slimes pulavam e brincavam em todo o local.

    Havia milhares daquelas criaturas e, caminhando um pouco mais adiante, o sol novamente chega até seus olhos e suas pupilas se contraem. Fincando Night no chão e se espreguiçando, Kevyn falou o seguinte para sua espada:

    — Fora a grama, os Slimes também devoram animais, por mais de não comerem toda a grama, eles invadem as fazendas e, por grande maioria das vezes, entregam todo o trabalho dos fazendeiros e artesãos! No entanto, eles também podem ser usados para fazer doces, mas isso é quando a gosma deles vai para o estado líquido ao morrerem. Vamos tentar levar o máximo dessas gosmas, ok?

    Vendo-a brilhar duas vezes, o garoto sorriu e retirou um balde de água de sua bolsa dimensional. Deixando o recipiente no chão, ele tirou sua espada do chão e a botou no ombro.

    Caminhando em direção ao primeiro grupo de seis Slimes perto de um pequeno laguinho, de maneira alegre, Kevyn os via brincando enquanto dizia:

    — Vamos lá!

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