Índice de Capítulo

    Levantando-se, Kevyn viu através da janela de seu quarto a lua que, iluminando seu rosto, o fazia despertar aos poucos.

    Com seu quarto agora maior, se dirigiu até perto da janela, sentindo o chão frio com seus pés descalços e, através do vidro, os postes da cidade podiam ser vistos ao longe.

    Naquela mesma cadeira em que sua mãe havia estado sentada, estava Humbra, encarando-o com um olhar assustador, mas singelo.

    Perante a monotonia vista através de seu olhar, um leve arrepio subiu por todo o corpo de Kevyn.

    Caminhando para o banheiro, ele escovou seus dentes e lavou seu rosto. Após sua saída, indo em direção à porta do quarto, chamou Night para sua mão e acenou para que Humbra o seguisse.

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    Chegando à silenciosa biblioteca da mansão, Kevyn foi até uma das estantes, retirou alguns livros, olhou para seu general e perguntou:

    — Humbra, você sabe ler?

    Caminhando até uma das mesas, Humbra puxou a cadeira para trás e se sentou. — Sim, eu sei.

    — Não esperava por isso. — Guardando os livros, o garoto foi até a mesma mesa de seu subordinado, também puxando uma cadeira e se sentando à sua frente.

    Tirando um livro de sua bolsa dimensional, Kevyn botou-o em cima da mesa.

    Encarando o livro, seu general perguntou: — Uta Refson?

    — Sim, um vampiro muito antigo, mais velho até que meu pai.

    — O Klei tem quantos anos, mesmo?

    — 10.501 anos, eu acho… por aí — respondeu, abrindo o livro.

    — Uta Refson é um livro de 100 mil anos atrás, né?

    — Não se sabe se essa afirmação é verdadeira ou não, dizem que ele é um dos seres mais fortes do mundo, que ele, lutando contra um humano misterioso, criou as ilhas antigravitacionais de Twilight e mais feitos, mas não sabem se é verdade.

    — Sendo um vampiro, ele ainda está vivo?

    — Isso é um fato, um tão poderoso não morreria por qualquer coisa.

    — Mas e se seu pai for Uta Refson?

    Arregalando levemente seus olhos, Kevyn sorriu e discordou com a cabeça. — Não, se ele fosse um vampiro tão antigo, ele inverteria seu nome ou algo do tipo, isso é algo de uma cultura bem antiga em si. Se fossemos inverter seu nome, ficaria Ielk

    — Meu rei, Uta Refson então fica como Nosfer atu?

    — Sim, mas não acho que seja o nome de verdade dele. Quem escreveu esse livro não se chama Nosferatu.

    Levando sua mão até a mesa, Humbra concordou com a cabeça. — Entendi, mas como você conseguiu esse livro?

    Sorrindo, o garoto respondeu: — Eu roubei do meu pai.

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    Após o almoço, Kevyn estava treinando com Humbra, lutando contra seu general.

    Sentada na arquibancada, Aradam observou, pensando: “Talvez eu me apegue demais ao passado, mas eu não… consigo esquecer”, levou sua mão até sua franja, ela põe a mão sobre seu olho coberto pelo seu cabelo, continuando, “Eu não quero que ele fique como eu, mas talvez todos temos essa fase… é bom vê-lo sendo tão diferente dos pais”, suspirando, retirou a mão de seu rosto e fechou seu olho.

    De repente, Aradam sentiu uma mão em seu ombro. Levando um leve susto, viu ser Améli. Só de ver seu rosto, um alívio cobriu-a, que apenas se deitou no ombro de sua, não mais comandante, mas agora companheira.

    Esfregando sua mão contra o cabelo dela, Améli sorriu. — Você e a Nick se esquecem que fui eu quem o criou e educou, né?

    — Não é essa questão, é que ele tem ficado muito perto do Klei, isso não cheira bem, sabe?

    — Claro, mas é só você olhar, não existe possibilidade disso acontecer.

    Abraçando-a, Aradam aos poucos deitou a cabeça em seu colo. — Espero que você esteja certa.

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    Deitado na grama junto à Humbra, Kevyn olhou o céu nublado e pensou: “O Blade disse que iria procurar por uma correligionária para sua monogamia de distopias que buscam a tal utopia… eu não sei o que é uma correligionária… espero que ele esteja bem”, ouvindo passos, o garoto se sentou, vendo ser Nick.

    Ao olhá-lo nos olhos, a mulher recuou um pouco e desviou a cabeça, dizendo: — Su-suas lentes… coloque-as.

    Percebendo, procurou na bolsa dimensional, retirando um potinho e abrindo-o. Após colocar suas lentes, olhou para ela. — Pode olhar.

    Indo até ele, Nick esticou a mão para ele. — A princesa mandou um comunicado, ela está lá na biblioteca te esperando para sair.

    Aceitando a ajuda dela, ele olhou para suas roupas, percebendo estar todo sujo da sua luta com seu general. — A… eu… não estava esperando por isso!

    Segurando a mão dele, a mulher começou a sair do campo, arrastando-o. — Vem! Eu vou arrumar suas roupas enquanto você toma banho.

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    Após tomar seu banho, Kevyn vestiu suas roupas e saiu do banheiro, indo até o espelho. Ele tentou arrumá-las, mas falhou.

    Suspirando, Nick se aproximou, agachou, virou o garoto e começou a ajeitar suas roupas. Mantendo uma face serena, ela perguntou:

    — Você é bom em aprender, deveria melhorar a forma de se vestir.

    Emburrado, Kevyn virou seu rosto, respondendo-a: — Não tem como ser perfeito, sabia?! Eu faço o que posso.

    Soltando uma leve risada, a mulher terminou de arrumá-lo. — Não precisa ser perfeito para saber se vestir.

    — Tá bom, tá bom! Eu vou pedir algumas dicas para a Améli outro dia!

    — Hehe… vai lá! — Se levantando, ela deu um tapinha nas costas do garoto.

    Saindo do quarto, Kevyn caminhou para a biblioteca e, ao abrir a porta, viu Kelly de pé com um buraco negro sobre suas mãos.

    Paralisado, o garoto deu um passo para trás. Desfazendo o buraco de minhoca, a garota correu até ele, tentando se explicar:

    — A-ah! Vo-você, A-e-eu… ah… — Ela definitivamente não conseguiu.

    Ainda processando, Kevyn pôs a mão sobre a cabeça dela. “Todos fazem isso comigo, mas ela também é mais alta que eu, estranho”, pensou, acariciando seu cabelo. — Kelly, até nossos poderes são parecidos.

    O garoto disse tão calmamente, que ela se abaixou, apenas aceitando ser acolhida.

    Olhando em seus olhos, a garota só percebeu agora que: “Ele tem um poder parecido… COMO ASSIM?!”, arregalando seus olhos, ela perguntou:

    — Irmãozinho, você cria buracos negros?

    — Não necessariamente, mas eu posso distorcer o espaço com energia.

    Após alguns segundos quieta, Kelly percebeu que aquela situação era bem estranha, dizendo: — Eu… não me expliquei, mas eu não controlo meu poder, não totalmente.

    Retirando a mão da cabeça dela, Kevyn apenas respondeu: — Já li sobre buracos negros temporários que os humanos criaram, está tudo bem.

    Se levantando, ela sorriu. — Obrigado por não ter medo.

    — Digo o mesmo. — Devolveu o sorriso.

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