Capítulo 55 — Um rei e um lorde
Ao sair de seu trono, um demônio preto e branco desceu por uma escada de 70 degraus e parou na frente da porta de seu palácio. Ao abri-la, uma mulher lhe atendeu com uma prancheta na mão e, com firmeza, proferiu:
— Tudo de acordo agora, metade caiu e 25% dos impuros foram mortos, aparentemente aquela facção se dissolveu, você tem algo a fazer?
— Ótimo, e sim, tenho coisas a lidar, aquele dragão está a se aproximar.
Assim, com seu sobretudo negro, ele passou por sua subordinada com seu enorme cabelo branco, chifres pretos e um leve desrespeito.
Ele deu mais um passo e então se desmaterializou na escuridão.
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Em um lugar distante, quase desabitado e com milhares de pessoas quase mortas e em péssimo estado, o demônio chegou.
Ao verem seu líder, as pessoas de suas casas rastejavam como porcos desesperados. Todos se aproximaram e se ajoelharam perante o seu rei.
De longe, uma sombra, um homem de terno preto com chifres invertidos, reconheceram? Não? Pois esse é Zeo, o 3° lorde Nolysse mais forte.
Ele caminhou sereno ao meio de pessoas completamente submissas ao líder.
De maneira neutra, olhou toda aquela situação, mas logo centralizou no demônio.
— Você é real-
O demônio interrompeu: — Não lembro de ter te dado permissão para falar.
Zeo o encarou sereno, sem raiva ou rancor. O homem cruzou seus braços e disse: — Casy, eu não me lembro de ter te perguntado se você podia me impor alguma permissão. Melhor você tomar cuidado, ou será morto pela sua própria arrogância.
— O que veio fazer aqui? Está achando que é meu pai para me dar sermões? Se ponha em seu lugar. — Com seus braços escondidos em seu sobretudo.
— Vim dar um comunicado. O Gabriel disse para você não se intrometer.
Suspirou. — Ah… aquele impuro, por que ele não fica quieto com aquele namoradinho nojento dele? Fala que não têm perdão, já basta desse tipo de pessoa nojenta por aqui — disse, se virou de costas e começou a voltar.
Zeo então continuou: — A não se intrometer com seu irmão mais novo.
O demônio parou e ficou quieto, não fez nada e sua testa pressionou, seu punho se fechou, então para trás se virou, sua pupila branca, sua esclera negra se revirou, com um profundo ódio, o lorde encarou.
— Quem disse que poderiam impedir de conhecer o meu irmão?
— Você é tão porco que deixou seu irmão mais velho com receio.
Casy inclinou sua cabeça e cerrou seus dentes. — Eu não vou deixar aquela gazela me impor alguma coisa.
— Não posso fazer nada, mas agora te vendo de perto, eu consigo entender ele.
— O que disse?!
— Não importa o quanto você manipule seu povo, até sua irmã não confia em vo-
Um ataque surpresa, Zeo conseguiu defender com suas cordas, o demônio atacou com sua espada em um momento de plena raiva.
O lorde manteve-se neutro e então retirou a espada das mãos de seu oponente. As cordas se enrolaram nela e penduraram a arma ao alto.
Mesmo sem sua lâmina, o rei voltou a atacar, de sua sombra, uma estaca. O lorde fora atingido, mas se desmaterializou e logo em seguida, apareceu atrás do monocromático demônio.
— Entenda as nossas diferenças, você é um lorde, eu um rei. Mesmo assim, se ainda não te matei, é porque você é o único aqui que é forte de verdade — disse Casy, enquanto olhava para sua própria mão.
Ao olhar em volta, Zeo pode ver todos os antes ajoelhados, agora mortos e esmagados no chão como nada. O lorde suspirou e o rei começou a rir.
— Hahahahahaha!!!! Sabe, Zeo? Eu… nunca entendi esse meu cargo, meu pai me deu todo esse poder desde cedo e agora estou aqui.
— Você é bem diferente do seu irmão.
— Não fala daquele traidor?
— Não, falo do mais novo.
— Ah… sim… eu sempre acreditei que o mundo me devia algo, mas não sei o que.
Zeo fechou seus olhos e respondeu: — O mundo não te deve nada, Casy, você é só um hipócrita.
— É verdade? Mas… talvez eu possa…
Casy tentou outro ataque surpresa, Zeo desviou, mas de repente, uma pressão enorme surgiu em seu corpo, a gravidade não estava tão de acordo e, assim, Casy agarrou e rasgou seu braço fora, rindo, ele puxou as cordas e estendeu sua mão, sua espada retornou.
Zeo assustado, não esperava esse acaso e entendeu que esse era o seu real poder. Na tentativa de se desmaterializar, uma espada veio a teu peito perfurar, mas, conseguindo escapar, ele ao longe observou o maldito demônio.
— Hahahahahaha!!!!!! Saiba que não há perdão para traidor! Se pisou em Ambik-B, vai ter que se curvar para seu rei!!! — Encarou o lorde e então continuou — Avisa pro Gabriel que eu não vou obedecer!!! E só uma coisa! Fala para Astéria não mandar seus subordinados aqui ou eu vou destruir Seyfu inteira!!!!
Neutro mesmo após ter seu braço arrancado, com seus X brilhando em um carmesim vibrante, Zeo deu um passo à frente enquanto respondia à afronta do líder:
— Agora virou pessoal, Casy Greimor, só vou sair daqui quando eu vingar meu braço arrancado.
— Por acaso não aprendeu?! Hahaha!!! Vamos ver o que você tem mesmo sem seu braço!!!
Materializando sua espada do espaço-tempo contínuo, os olhos de Zeo começaram a sangrar enquanto um ódio profundo se expressava em seu rosto.
— Eu vou te mostrar porque eu sou o número 2 dos lordes Nolysses.
— Vamos ver!!!
Os dois avançaram e, colidindo suas espadas, o chão inteiro colapsou. 100, 200, 500, 1.000, 20.000, 50.000 ataques foram feitos em milésimos e a cada colisão, um prédio caia com o choque.
Após um dos prédios interromper a batalha, os dois se encararam e, em instantes colidiram suas espadas novamente, dessa vez Casy percebeu que não iria aguentar trocar forças e, desviando, o lorde acertou o vento que, com o encostar de sua lâmina no chão, o espaço foi cortado e tudo que estava na frente foi apagado.
Os dois recuaram em meio aos destroços do que antes era uma cidade e, utilizando de seus poderes, o rei aumentou a gravidade do local, matando o restante daqueles que poderiam estar vivos.
Da gravata do lorde, cordas saíram e cortaram seu corpo em diversos X, até o momento sem motivo.
— Ei, Zeo!!! Você é fraco e nós sabemos que os fracos não podem ditar seus finais!!! Por que não foge?!! — debochou Casy.
Rasgando sua blusa, marcas vermelhas começaram a aparecer por todo o seu corpo enquanto Zeo respondia:
— Restrição… S̵̛̲͉̥̦̻̣̈́̈́͝ͅụ̵͍̮̦͖̱͒͋̾̉͠͠b̴̪̀ò̷̧̧͉̹͕̝̳͓͗̾̉r̸̹͔̗̝͚̺̳͌̒͋̏̔d̸̹͔̞̤͍̩͚͊͜i̶̡̙̤͉͇̦̬̖͍̅̈͆̐̋̐͑̎͝n̸̡͕͈̳͌͒̋̏̈́̆a̶̤͉͔͓̺̩͎̮̽̍͜-̶̳̽̔̄͛͘̚͝s̴̖͓̲̻͑̂̊̈́̀̌ĕ̸̮̜̍̈́͝!!!!
O rei abriu um enorme sorriso e então proferiu: — NUNCA!!!!!
Ao despertar de um dragão, Zeo Ryu liberou sua restrição e, com sua mana no máximo, todo perímetro da cidade foi coberto e cortado por cordas, menos Casy.
O rei sorriu e correu em direção ao homem que, das marcas vermelhas, um fogo carmesim se juntou à sua espada, agora uma foice.
Pulando entre os destroços, o demônio começou a transbordar de escuridão enquanto o lorde empunhava sua arma firmemente e uma asa de fogo se formava.

Casy finalmente o alcançou e desferiu seu ataque, imbuindo sua espada da mais pura escuridão. Entretanto, o lorde não revidou, deixando-se ser acertado, mas não foi cortado, porque a lâmina de seu oponente foi quebrada só de encostar em seu corpo.
O rei então arregalou seus olhos, um sentimento de morte chegou no mais profundo de sua alma e, ao tentar recuar, um rastro do espaço apareceu para si, confuso, a sensação de vaziou e, com sua visão voltando ao momento, viu o espaço-tempo sendo cortado bem na sua frente, lava saiu do chão e, com a execução de seu ataque… Zeo partiu Ambik-B inteira com um corte. O rastro do espaço-tempo durou por milésimos, apagando o braço de Casy e quase a cidade inteira.
— Você foi avisado — disse o lorde, enquanto se desmaterializou gradualmente em cordas de aço.
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