Índice de Capítulo

    Kevyn acordou com um brilho intenso no rosto. Levantando-se, ele coçou seus olhos ainda meio cego.

    Quando sua visão finalmente voltou, percebeu ser Night novamente.

    — Você gosta de me dar bom dia, né? — Emburrado, ele foi até a porta. Abrindo-a e vendo pela fresta, percebeu que ainda não era de manhã. Fechando a porta, suspirou dizendo: — Ah… Night, ainda tá de noite… quer conversar? — Ela brilhou duas vezes e, sentando-se na cama, disse: — Vou te dar duas opções… uma vez é a primeira alternativa que eu falar, duas é a segunda, aí você escolhe o que responder… não vale mentir!

    Piscou duas vezes, confirmando.

    — Deixa eu ver… Você é homem, ou mulher?

     Brilhou duas vezes.

    — Você gosta de doce ou salgado?

    Uma vez.

    — Espada tem gênero?

    Três vezes.

    — Ei! Eu já disse que não sei o que isso significa — Cutuca ela.

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    Mais tarde, após um banho, Kevyn foi para a biblioteca ler seu livro.

    Chegando na porta, ele entrou silenciosamente, mas quando olhou para trás, lá estava Aradam de novo.

    — Você sempre vem aqui? — perguntou curiosa.

    Escondendo Night atrás das costas, Kevyn respondeu nervosamente: — N-não… ela anda me acordando, então eu aproveito pra ler.

    — Ah… você provavelmente veio ler isso aqui, né? — disse mostrando seu livro favorito.

    Se aproximando da mesa, o garoto levantou um pouco suas orelhas perguntando: — Você leu?

    — Eu já terminei e até me impressiona você não ter acabado.

    — É que… eu não costumo ter tanto tempo, sabe? — Desviou o olhar um tanto tímido ao mesmo tempo em que colocava Night na mesa.

    — Faz sentido… tenha calma, aquela luta foi só pra te conhecer um pouco.

    Juntando suas mãos, Kevyn mantinha seu olhar recuado. — Ok… mas o que vamos aprender mais tarde?

    Com um sorriso maligno, ela disse: — Ah! Isso… hihi você vai descobrir.

    Com Aradam oferecendo-lhe seu livro, o garoto engoliu seco.

    Com um sorriso mais leve, falou: — Não precisa tremer, garoto, você ainda é bem novo, não?

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    Ao chegar do meio-dia, diante das flores-do-campo, Kevyn dormiu com Night logo após almoçar.

    Da arquibancada, Astéria observava o garoto no meio do campo ao mesmo tempo em que pensava: “Aquela espada… a ligação entre as almas deles é tão interessante de se olhar”.

    Klei, com um guarda-chuva, adentrou o lugar e foi até a mulher, onde se sentou ao seu lado. Encarando o garoto, ele disse: — Você não acha curioso ela ser um catalisador e ainda ter a maldição do retorno? — Sorrindo.

    — Aquilo não é uma maldição?

    Analisando melhor, Klei chega em uma conclusão: — Ah… é diferente.

    — Pelo… o que a Aradam relatou, ele usa a mana dele por meio de passos ritualísticos.

    — Um vício de circulação? — disse levando a mão até o queixo.

    — Não. Talvez ele ainda não saiba usar corretamente. — Suspirou.

    — Além de não ter decidido o objetivo dele… isso ainda me deixa puto — franzindo a testa, Klei fechou seu punho.

    — Nós sequer criamos ele, não deveríamos ter direito de exigir nada. — Astéria olhou-o de canto.

    — Hmph! Eu não quero saber se foi Améli ou não, o filho é meu. — Cruzou os braços.

    — Nosso.

    Desviando o olhar, o homem respondeu: — Eeeh… nosso.

    Se levantando, Astéria desceu as escadas da arquibancada. Lá embaixo, ela voltou seu olhar para Klei e disse:

    — Sobre ontem, qual é especificamente, a restrição da minha maldição?

    Curvando a coluna ao mesmo tempo que apoiava os cotovelos sobre os  joelhos, Klei sorriu sarcasticamente e falou: — Fico no dever de deixar você descobrir sozinha.

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    Durante o tempo em que os pais de Kevyn conversavam, Améli entrou na biblioteca.

    Organizando grandes pilhas de livros, após sentir sua presença, Aradam se virou e disse: — Ah… Améli! Nick disse que o garoto estava dormindo no campo, é verdade?

    Com seus olhos arregalados, Améli perguntou: — Oh… sim, sim. O que está fazendo?

    — Sabe como é, né? — Coçando a bochecha, ela demonstrava um sorrisinho bobo.

    — Não me diga que… — Nervosa, ela encarou as enormes pilhas de livros.

    — Vou ensinar bastante coisa pro garoto, sabe? — respondeu tímida.

    — A-ah… entendi! — No fundo, ela pensou: “Boa sorte, Kevyn, ela vai te matar”.

    — Améli, por acaso ela vai voltar em breve?

    — Agora que somos apenas quatro, ela está voltando para virar a nova secretária da Astéria.

    — Uff… Ainda bem que a Mind me escolheu como nova professora! — Suspirou aliviada.

    Sorrindo, Améli juntou suas próprias mãos, dizendo: — Se não fosse você, seria eu. Acho que ela quis nos aproximar, não?

    — E-ei! Agora não, tô trabalhando, ok? — Desviou o olhar timidamente.

    Se aproximando, Améli sussurrou a sobre o ouvido de Aradam: — É você que está pensando besteiras, sua boba. — Beijando-a, saiu da biblioteca.

    Se apoiando sobre a mesa, Aradam pensou: “Ela me pegou com a guarda baixa! Arh… eu não deveria estar tão envergonhada”, emburrada, ela tomou a compostura e continou selecionando os livros e a empilhá-los.

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    Após Klei e Astéria saírem do campo, Nick foi acordar Kevyn, mas ela estava tendo dificuldades.

    Sentada ao lado do garoto, ela pensou: “Por que eu tenho que fazer isso?”, suspirou e de novo: “Branco de neve”.

    Se deitando ao lado dele, observou o céu esperando que o garoto acordasse. Pouco tempo se passou e Nick acabou dormindo junto a ele.

    Améli, que chegou no lugar, em pé, apenas observou quieta, pensando: “Acho que ele venceu dessa vez, nem a Nick resistiu ao sono vampdraconiano”. Se deitando ao lado dos dois, apenas fechou seus olhos.

    Mais um tempo se passou, agora quem observava era Astéria, que pensou: “É bom ver que elas gostam tanto dele, mas isso é necessário? Pior que aquele primo veio aqui, não posso ficar enrolando”. Soltando um ar gélido e um pouco da sua mana, chamou:

    — Améli.

    No mesmo instante, ela ajoelhou-se e, com seriedade, disse: — Sim, senhora. — Manteve a cabeça abaixada.

    — Um de meus tios e seu filho de mesma linhagem vieram nos visitar. Provavelmente vão parabenizar o garoto pelos seus 4 anos.

    — Entendo. O que mais?

    — Mediante a esse acontecimento. Por meu sangue ser o escolhido, presumo que meu primogênito ainda não seja bem-visto.

    — Devo protegê-lo?

    — Não, apenas observe.

    — Qual de seus tios veio?

    Virando-se de costas, Astéria respondeu suspirando: — O Lorde Nolysse¹ do noroeste, mas não precisa se preocupar.

    — Entendido. — disse, levantando sua cabeça.

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    ¹ — Nolysse, é o nome do grupo de 8 lordes continentais de toda B2A.

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