Índice de Capítulo

    Uma semana se passou desde do momento de lazer que Kevyn teve com Night e Aycity. Ao amanhecer de mais uma quinta, o garoto se levantou da cama e caminhou para o banheiro.

    “Eu estou… maior? Não consigo entender isso”, alguns centímetros maior, o príncipe se sentia o homem mais alto do mundo.

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    O jovem caminhou até a forja e se sentou de frente para sua bigorna. Um pouco além, Daniel estava com algo em mãos. O elfo caminhou até o garoto e disse:

    — Venha comigo.

    O ferreiro saiu da forja e Kevyn o seguiu. Fora de casa, o homem joga aquele mesmo anel para o garoto.

    O príncipe pegou-o e percebeu uma leve distorção nele. O elfo sorriu e então falou:

    — Ele vai te ajudar a treinar.

    O garoto colocou o anel em seu dedo indicador e uma extrema diferença foi notada. Mais pesado, ele teve de tirar sua bolsa dimensional da cintura. — O que aconteceu?!

    — Esse anel faz você usar somente a força da sua alma, a sua força de verdade. Com ele, você vai poder fortificar ela.

    — É como se eu treinasse de verdade, então?

    — Exatamente. — O elfo começou a caminhar para a planície e acenou para que o menino o seguisse.

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    No vasto campo, Daniel então caminhou em direção àquela pequena colina onde tomavam café. Só com o desembainhar de sua espada, dividiu-a em sua base.

    Assustado, o garoto deu um passo atrás. Se virando, o elfo sorriu de maneira perversa e disse:

    — Seu objetivo nesse treinamento é levantar essa montanha com sua força verdadeira.

    Em silêncio, Kevyn pareceu morrer por dentro e apenas encarou o chão em silêncio.

    — Comece a treinar. — O elfo riu e estalou seus dedos.

    De repente, a barreira mágica criada para conter os slimes foi desfeita. Daniel desembainhou sua arma mais uma vez e, em fração de segundo, todos os slimes foram mortos.

    O homem então se aproximou de seu pupilo e tocou o topo de sua cabeça.

    — Os slimes eram apenas para você alcançar a Night, agora você vai precisar encontrar outra coisa para matar.

    Quebrado, o garoto percebeu que tudo aquilo era apenas um modo prático. A partir de agora, ele realmente teria que treinar ao máximo. — A-ah… eu… compreendo.

    Daniel sorriu mais uma vez e caminhou de volta para casa. Kevyn, por outro lado, ficou lá e olhou para a colina. “Ela pesa pelo menos um milhão de toneladas, isso não é bom senso! Arh! Que se dane!”, uma revolta tocou o coração do príncipe e, com uma leve arrogância, ele jogou seu cabelo para trás enquanto seus olhos se tomavam em desdém.

    — Seu rei vai mostrar sua ascensão.

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    Em um treinamento incessante, Kevyn começou com 20 flexões, depois correu por 2 Km e agora estava procurando algo para treinar sua resistência e agilidade, já que iria treinar isso também.

    Andando pela planície, ele encontrou Absurdness, aquele mesmo demônio que acertou um soco. O garoto tentou se manter calmo e percebeu-o colhendo flores.

    Logo aquele ser percebeu a presença do príncipe e o encarou, mesmo sem olhos. Os chifres que faziam parte da sua cabeça eram bem aterrorizantes para o garoto, que logo disse:

    — Ei! Eu quero sua ajuda para treinar!!

    Em silêncio o demônio ficou, sem sorriso, sem emoção, apenas uma feição de tédio. De repente, uma mão tocou o ombro do garoto e uma voz familiar disse:

    — Por que não pediu minha ajuda para treinar? Kukuku…

    Aquelas mãos abruptas eram impossíveis de não se reconhecer, a garota de cabelos negros e olhos de caveira puxou o príncipe e passou por ele enquanto, num piscar de olhos cruzou a grama e atravessou a cabeça demoníaca de absurdness com sua mão nua.

    Um círculo mágico se abriu, o sangue negro que escorria pelo braço de Night tomou. Ela largou a cabeça de sua vítima. Com o cair do corpo sem vida, o círculo iluminou e, do exército da garota demônio, ele se tornou.

    Absurdness se levantou, se curvou e, foi absorvido para às sombras da aquela que ajudaria o príncipe a treinar.

    Assustado, Kevyn deu um passo para trás, sua pior falha. A garota deu diversos passos rápidos até chegar ao garoto e aproximou seu rosto enquanto lambia seus lábios.

    — Você vai aceitar? Vai? Diga-me~

    — Tá, já chega. — O príncipe tirou seu anel que o deixava fraco e rapidamente jogou-a contra o chão.

    Imobilizada, Night entrou em choque com o ataque de repente. O jovem enfiou dois de seus dedos na boca dela e então encarou-a de cima.

    — Night, por favor… eu-

    A garota interrompeu-o tapando sua boca com uma mão e retirando seus dedos com outra. Um leve ligamento de saliva fez a espada lembrar do que Nick disse.

    Kevyn fraquejou, Night dominou a situação e rapidamente empurrou-o com um de seus braços e, dessa vez, era o príncipe preso contra o chão.

    O olhar da demônio era gélido, quase idêntico ao de sua mãe no passado. Ela estava com quatro braços, esse era o motivo da dominação tão repentina? Ela não estava usando tudo o que tem na luta? O garoto em choque arregalou seus olhos em dor e virou seu rosto.

    Night então agarrou Kevyn pela gola de sua blusa e puxou-o para perto. Após um breve respirar, a demônio, com aquele mesmo olhar frio disse de maneira rápida, mas mantendo sua voz a todo momento:

    — Eu sei, eu sei, eu sei. Eu te observo a muito tempo Kevyn, estamos juntos a tanto tempo… você queria estar comigo, não queria? Por que agora que me tem você não me quer? Quer brincar comigo? Pequeno dragão, eu digo e repito, mas só vou falar mais uma vez… você é meu. Por que eu deveria te pedir em namoro? Eu leio todos seus pensamentos, todas suas memórias, seus sentimentos. Eu te amo tanto… qual é o porquê da sua indecisão? Não liga para meus sentimentos?

    Pela primeira vez, um medo e confusão se despertaram no príncipe. O seu lado infantil apareceu depois de tanto tempo, da última vez que chorou assim, foi seu pai quem causou. Sem conseguir ao menos falar, ele escondeu seu rosto para que ela não o visse tão fraco.

    Night voltou de sua frustração e, ao vê-lo daquele jeito a fez se arrepiar. Ela não sabia o que fazer e apenas ficou por cima dele, vendo-o chorar e chorar. “O que eu fiz? Ele é só uma criança… merda. Você faz parecer ser tão… mais velho… por que isso agora?”.

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