Capítulo 12: Cachoeira
“É como uma cachoeira, no principio, apenas se vê acima, mais não conhece de fato abaixo e todo o rio, até começar o percurso, o qual não pode parar, e se tornar outro após a queda, abaixo dela temos que nos lapidar, para que consigamos a subir novamente.”
A lição que serve como mantra, deve ser passada, mais só capaz de se compreender após se lapidar abaixo da cachoeira, após a queda, que o acorda.
E no momento, a dor o acordou para a realidade, que logo passou, depois da dor, ele começou a pensar, relembrou dentro de sua mente, e interpretou as palavras que soavam de forma descompromissadas, que eram literais. Após ser notado, nota sua amiga.
— Ah, foi mal desculpa, não era para doer, onde você estava Hiro? Eu estava te procurando, fiquei perdida, eu me encontrei mais cedo com o Picon e a Shinda, mas nada de terem visto você, a gente devia ter combinado melhor ontem!
— Sem problemas, eu já sei onde devemos ir! — fala confiante, após ter entendido de fato o que tinha sido dito.
— Você encontrou aquele esquisitão?
— Sim, onde ele está já não sabe?
—Hã? não.
— No local combinado . . . — Ele deixa suas palavras no ar, e apenas sai, isso é o suficiente para deixar Saikyo curiosa que apenas o seguem.
Eles vão para o alojamento do pavilhão oito, entrando pelo portão da frente, e o encontram sentado no chão de pernas cruzadas, costurando com linhas pretas, vão até ele e não acreditam no que vem.
— Que sujeito aleatório.
— Hã! Vocês se lembraram que eu estaria aqui! — diz o mestre, se surpreendido, ele pensa “Pensei que poderia enrolar mais!’’
— O que está fazendo? Não devia estar nos treinando como prometeu? — Saikyo cobra o mestre, cansada de enrolações.
— E eu vou! — diz o mestre, que fica de pé, saindo de sua postura relaxada. — Mais que mestre de respeito, não dá aos seus alunos uniformes personalizados, é isso que eu estava fazendo, para vocês!
— Como você sabe nossas medidas? — questiona novamente, Saikyo começa a se focar nas inconsistências, apesar de seus olhos ficarem no pano preto, dentro de sua mente reflete “Será que eu ficaria bonita neste uniforme, ao mesmo tempo que desse para soltar bons golpes?”, de fato interessada no item.
— Sou um grande estudioso do corpo humano, enfim vocês estão prontos? — Li Han pergunta com entusiasmo aos seus novos alunos.
A mesma pergunta não teria que ser respondida apenas por eles, só que a mesma pergunta se manifesta de forma diferente. A aqueles que preferem o processo lento, outros vão direto aos pontos, o dia na academia é de testes.
Reprovações ocorrem logo no início, fins de sonhos, e aprovações em contrapartida, significa apenas outro começo.
Após horas os grupos se formam, diferentes candidatos foram atrás de aumentar suas chances, alguns tomam decisões arriscadas, como Barke, que se encontra em uma parte da praça, que é coberta por grama. Se desafiando no teste proposto, experiente, o conclui facilmente, e até pensa ser o primeiro, quando vai reivindicar a sua aprovação.
Porém, no local proposto da entrega, encontra pessoas aptas tanto quanto ele, estes são, Akuto que está encostado a uma árvore, segurando um livro intitulado “Os demônios’’, lendo como passatempo, e distante ele vê Raikou aquele que tentou arrancar sua língua, a espera da mesma pessoa. E Barke sabia que ele estaria ali, foi por isso que escolheu este grupo.
O avaliador pousa no local, chegou quem eles esperam, levantam as mãos e mostram entre as pontas de seus dedos indicador e polegar, um pelo preto de gato. Indicando o sucesso no teste.
Em outra parte do local, formando grupo também, a Hinari sorridente, junto a Enji emburrado, que se encontram com o palhaço, mas veem ali alguém indesejado, Meiko, que o olha sorridente para ele de forma descontraída, olhar este o qual Hinari retruca com olhar de raiva.
— Que piada de mau gosto!
Picon e Shinda andam pelas ruas, lotadas por conta das feiras de sábado, Shinda para o acompanhar fica agarrando com a mão esquerda a parte superior do kimono branco de Picon, que olha para ela e a faz uma promessa, ao mesmo tempo que a cobra.
— A Saikyo disse que você é a queridinha dela, então vou cuidar de você por ela como uma irmã mais nova, só não seja uma criança chorona!
— Eu prometo que não vou ser Picon! — diz a garota concordando com a cabeça.
— É bom, se não vou te abandonar hahahah! — ameaça de forma sarcástica, quando chega no local, o olha de fora irritado. — Chegamos à loja daquela velha, que meu pai folgado indicou! — diz irritado com seu pai, rangendo os dentes, bufando de raiva no meio de sua fala.
Voltando a nossa dupla dinâmica, agora com um mestre mais excêntrico e empolgado que ambos, ele passa pelos dois.
— Saibam que o treinamento de vocês, será como uma cachoeira. Xá, tem haver com magia, a magia deste mundo existe, e o muda constantemente. Vou os preparar, para quem sabe um dia chegarem lá, mas sem enrolações, é explicar a teoria real e a prática. Depois que caírem, quero que lá de baixo se lapidem, para que um dia possam subir esta mesma cachoeira novamente.
— Do que você tá falando? — Saikyo pergunta de maneira ignorante, achando se tratar de outra enrolação do sujeito.
— É, eu também não estou entendendo — diz Hiro de forma sincera, procurando compreender o que se trata.
— Aff, ok, sigam o mestre! Eu vou mudar a mente de vocês, para que mudem a suas vidas! Vocês mudaram suas vidas . . .
Deixa suas palavras inspiradoras aos alunos, de forma incompleta se retirando do local, pois eles próprios a completaram futuramente, enquanto partem para o local apropriado para o começo do treinamento.
O local escolhido, é o parque do rio dos peixes amarelos que fica perto da ponte de uma parte planalto da cidade, se localiza no mesmo bairro que Saikyo mora.
É um parque gramado, vegetado por bambus e arbustos esverdeados, junto de algumas poças, e um riacho passando por ele, que por conta do planalto, na queda por debaixo da ponte, trás o aspecto de pequena cachoeira. A também algumas escadarias que levam até as partes altas dos planaltos do local, antes das escadarias a um portão torii. Tanto no alto, quanto na parte de baixo de algumas esculturas religiosas.
Li Han escolheu uma dessas esculturas, para se sentar, de pernas cruzadas tal como um eremita, escolheu a escultura da tartaruga Uachamu, esta escultura em específico a retrata sorridente, e é feita de pedra.
Li Han assume uma postura de meditação, e fecha os olhos, enquanto os alunos olham para ele embaixo, à espera de alguma ordem vinda dele. Ele abre os olhos após ter meditado por alguns instantes, e os questiona.
Aqueles que quiserem, deixem suas críticas, estou sempre disposto a ler.
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