O tempo se passou bastante até o início do treinamento, os jovens mudaram, o uniforme preto dado por Li Han, em Hiro já está levemente apertado, está com o corpo mais forte, emagreceu aparentemente, apesar de não ter perdido peso, e sim ter ganhado, sua altura aumentou, então por isso parece ter emagrecido, ganhou alguns centímetros, seu cabelo cresceu pouco, ficando com maior volume.

    Já o cabelo de Saikyo que ao começo era curto, agora é longo, suas franjas cobririam seus olhos, se não fosse a forma como mantém amarrado neste momento, o dia de treinamento especial, não poderia deixar atrapalhar, seus cabelos que agora passam de sua nuca, parando na clavícula são amarrado para trás, presos por uma presilha rosa de borboleta.

    Estão preparados para o desafio, por conta de cada treino.

    — Venham me mostrem o que aprenderam — Li Han lança o desafio de forma provocante, pois ele ao mesmo tempo que os chama para o combate, continua a tricotar, logo depois tirou as sapatilhas.

    Hiro neste momento pensa “Eu não tenho mais medo do que não conheço, me aventurei esses dias, eu não vou te decepcionar mestre’’, Hiro abre suas pernas, deixando a esquerda a frente e a direita atrás, flexionando os joelhos, na base do cavalo, direciona a mão da frente aberta na linha do rosto de Lihan, enquanto fecha o punho traseiro.

    — Uhuuuuuu! — Hiro grita com o som que vem do fundo de seu peito, é agudo, ele circula em volta de Li Han balançando a mão, o que não faz com que seu mestre perca a concentração. — Uadah!

    Lançando a mão da frente tenta agarrar as agulhas de tricô e tirá-las da mão de seu mestre, que balançando apenas o cotovelo para o lado bate na mão bloqueando a sua ação, e abrindo a guarda de Hiro, mas que está preparado, seguindo o fluxo do movimento abaixa sua cabeça jogando para mesma direção que seu braço fora empurrado, jogando o punho de trás.

    — Atcha! — grita Hiro enquanto desfere o soco na boca do estômago de Li Han.

    Li Han bloqueia prendendo as mãos de Hiro entre as agulhas de pau, isso faz com que Hiro feche a mão para as puxar, mais quando faz Li Han as puxa ao mesmo tempo e as direcionando ao mesmo lado o qual jogou a cabeça,  assim o deixando totalmente virado para esta direção, da qual vindo da direção contrária de baixo para cima, desfere um chute circular com sua perna direita direção ao rosto de Hiro, com o peito do pé sendo usado para o ataque, enquanto larga as agulhas e segura as linhas no ar.

    Hiro reage a tempo de bloquear com seus braços, só que a força do chute o joga para direção contrária, o que o faz se desequilibrar, e começar a cair. 


    Saikyo rápida e esperta passa por baixo de Hiro enquanto ele cai, apoiada no chão com apenas um mão lança um chute com a sola do no joelho da perna que Li Han usa como apoio, ela pensa “Esconder sua presença, apenas estou botando alguns ensinamentos em prática, vou lutar junto ao meu amigo’’, no momento do ataque, sua perna é entrelaçada por linhas grossas de lã de cor rosa e verde marinho, a amarrando, Li Han puxa levemente com sua mão mudando a trajetória do chute o que faz passar por baixo da perna de Li Han, o pé que está no ar ainda é usado para chutar Saikyo para trás com um leve toque a joga em cima de Hiro, e então os dois caem juntos no chão.

    Rapidamente os dois se levantam, mas puxando novamente a linha com as mãos Li Han os amarra, um no outro, dá um nó nas linhas, os deixando presos.

    — Que ironia, os dois só vivem andando juntos, agora estão grudados um no outro, vão demorar para sair daí, vou voltar para minha querida pedrinha e tomar um chá — diz Li Han.

    O mestre salta até a escultura da tartaruga, se senta sobre ela, pega sua garrafa térmica florida, ele a abre e coloca um pouco de chá na tampa que usa como xícara. Relaxa despreocupado, por conta dos jovens estarem presos por suas linhas.

    — Hiro, pega a presilha do meu cabelo com a boca e corta a corda com ela — sugere Saikyo.

    — É pra já! Eu tenho um plano também! — responde sua amiga, já pensando no próximo passo.

    Torcendo o máximo possível seu pescoço, sussurra seu plano no ouvido de Saikyo.

    Aproveitando a já proximidade, puxa com os dentes a presilha do cabelo de Saikyo os deixando soltos novamente, suas franjas cobrem seus olhos neste instante, ela balança a cabeça para conseguir ver melhor, e com seus cabelos cobrir o rosto de Hiro, que cospe a presilha para a sua própria mão.

    Hiro então com a presilha corta a linha, e os dois estão soltos, já se movimentam para concretizar o plano aproveitando-se do momento de descontração que está o oponente.

    Li Han mesmo distraído, bebendo o chá, quando sente vindo até ele solta a xícara, jogando sua cabeça para baixo,  a agulha de pau que havia usado, foi lançada em alta velocidade, e atravessa a tampa que servia como xícara, que se parte em pedaços, os seus pedaços e o chá quente cai em cima de sua cabeça, então ele fecha os olhos para que o chá quente não queime os seus olhos.

    O sensei fica de pé, quem ataca primeiro desta vez é Saikyo, que usa o pulo do sapo para se impulsionar no ar, jogar sua perna esquerda a frente para o chute, desferindo uma voadora no rosto de Li Han.

    Que para se defender, dá um passo para trás com a perna direita, erguendo os dois braços e jogando o tronco para trás, ele fica na posição certa para a pé de Saikyo passar entre seus braços, em direção ao seu rosto só que antes de acertar seu rosto, Li Han abre os olhos, e agarra a perna de Saikyo, a segurando gira a direita,  a arremessa ao chão, no momento do impacto faz com que poeira se levanta, e parte do mato seja arrancado. A garota rola por conta da força do golpe, sendo arrastada.

    Olhando para frente, ele vê Hiro parado no mesmo local, o que acha estranho, no entanto nota que ele segura as linhas e se prepara para saltar.

    — Eu esperei que isto fosse rápido, mas a evolução de vocês nos últimos dias era tão promissora! — diz Li Han, orgulhoso, ergue o braço direito e aponta para ele o chamando.

    — Isso vai acabar agora! — afirma Hiro confiante neste momento.

    O garoto se concentra, nas mãos segura as linhas, e nas pernas concentrando a força para usar o pulo do sapo, assim que seus pés tocam inteiramente o chão, ele salta,  jogando as linhas para trás com força, então a agulha que havia se prendido a uma árvore, se solta, Li Han aparentemente não viu, ou apenas fingiu para dar a chance deles explorarem suas habilidades, mas a agulha esta ligada às duas linhas, que estão em volta dele neste momento.

    A outra agulha está na mão de Saikyo que se levanta correndo rasteiramente, se apressa para pegar a outra agulha que fora lançada por Hiro, e em seguida se joga no chão deslizando com as pernas pela terra, girando em volta da tartaruga amarrando as linhas em Li Han, que são amarradas ao seu tronco, amarrado por consequência seu braço esquerdo.

    Hiro está caindo em direção a Li Han que o dá um tapa para o jogar para longe, Hiro é acertado, entretanto fica abraçado ao braço de Li Han, usando do abraço da lesma para ficar grudado nele.

    — Solta meu braço seu maldito, sai, sai me larga! — diz Li Han incomodado, balança o braço tentando o jogar no chão.

    A tentativa não possui sucesso, Hiro para tirar sua atenção, morde o dedo mindinho de Li Han.

    — AGHAGAAA! Seu moleque perverso! — grita o mestre de dor real.

    — Saikyo agora! — acena Hiro sobre o momento oportuno.

    Saikyo aproveita, larga as agulhas, e salta para agarrar a jaqueta de Li Han, mas este salta saindo de cima da pedra pousando em terra firme, por Saikyo ter largado os fios Li Han é solto, e dá um soco na cabeça Hiro que o faz sair de seu braço e cair no chão.

    — Aghaaa! Como isso doi!

    — Você fez meu dedo mindinho sangrar miserável, isso que doi! — reclama o mestre, que mostra o dedo mindinho sangrando e com a marca dos dentes de Hiro, e o chuta no chão.

    — Não só isso, ele fez com que eu conseguisse agarrar sua capa! Assim que você chama!  — declara Saikyo, em tom de comemoração, de cima da escultura de Uachamu, agarrando a ponta da capa de Li Han, e a puxa para si.

    A capa agora está no ar, e nas mãos de Saikyo, algo que Li Han não esperava, mais na hora que foi desamarrado, sua capa também, ficou livre para Saikyo agarrar, e agora ela se solta de si, mas com a mão que terá o dedo mindinho mordido a agarra, mesmo com ela machucada compete força com Saikyo, em um cabo de guerra.

    — Você é forte garota, só que isso é meu!

    O mestre puxa com força, fazendo a garota cair da escultura para o chão, mesmo assim continua a segurar, só que quando cair no chão tudo estará acabado, se não fosse, Hiro.

    — Tempo do contra ataque!

    Hiro levanta de repente dando uma cabeçada nos membros inferiores de seu mestre, que contrai as pernas, fechando as completamente, após o choque da dor o atingir, logo após isso solta a capa, e coloca as duas mãos por cima da região afetada, e em seguida o grito, que ecoa por toda floresta, fazendo com que as aves se apavorem e saiam voando, e por fim ele cai de joelhos em prantos por conta de tal ataque.

    — Sensei? Esse ataque foi sem querer! — Hiro tenta se desculpar, por conta do golpe baixo.

    — Maldito, agora sim eu vou te dar uma surra!

    — Espera aí, ganhamos, passamos em seu teste final — Saikyo reivindica a vitória, mesmo caída no chão, enrolada com a capa de Li Han, aconchegada. 

    — Não é que é verdade, fiquem felizes, o recesso escolar de vocês está chegando, vamos viajar, e torça para até lá eu esquecer — ameaça os alunos.

    — Está falando de uma aventura? — diz Hiro que se sente ansioso.

    — Como prometido, eu vou dar a vocês o que querem! 

    Aprovados no teste final, são liberados, até o próximo desafio. Quando o período da noite chega, Saikyo parte para seu lar, chegando na floricultura, encontra sua mãe ainda trabalhando, já se adiantando para a ajudar. Na casa de Hiro, sua mãe alimenta o andorinhão, que está em cima da mesa da cozinha, o pássaro come jiló direto de uma tigela vermelha, mesmo solto o pássaro não vai embora, Gao o observa com os olhos brilhando.

    — Só podia ser um presente do meu filhinho carinhoso, ele fala tão pouco, mas demonstra nessas poucas atitudes que me ama, que pássaro bonitinho! Sempre quis ter um desses!

    Hiro chega novamente tarde em casa, sua mãe está feliz cuidando do pássaro, já seu pai está o esperando na sala, sem livro na mão e nem café o acompanhando, está com o rosto fechado, e olhos focados no garoto.

    — Filho, queria saber por que está se atrasando tanto? Chegando machucado!

    — Eu estou passando mais tempo nos estudos, qual o problema pai?

    — Sinto que está escondendo algo de nós há alguns meses, eu nem sei o que vem passando na sua vida, você não me conta nada, por que filho?

    — Perdão, eu venho me esforçando bastante, é só isso, não tive tempo.

    — Porque não diz, eu estou aqui agora, ao invés de ficar escondendo coisas de mim e sua mãe, nos preocupamos com você, e não podemos ficar com isso na cabeça, nos atrapalha.

    — Ok, então faça da forma como age, e aí vai ficar tudo bem!

    — Como é?

    — Você age como se não se importasse!

    — Pare com isso, e seja homem, está apenas tentando colocar a culpa em cima de mim, escute aqui! — diz o pai se esquivando das críticas, que o machucam, ao ponto de o deixar furioso, mas segurando a fúria ela se torna mágoa, junto de mais magoa, afundada dentro de si, ele se levanta se impondo. — Eu dediquei minha vida por você, me mato por você! — Aponta o dedo para ele. — E quando for sério, e se arrepender, não vai poder voltar atrás, vai ter que arcar com suas consequências, aí você vai ver o que é bom, e eu não vou cuidar de você!

    E Hiro pensou em dizer “Já não está mesmo’’, no entanto ele ficou calado, reprimindo-se, ficando calado, ele segura para não chorar, as palavras de seu pai doem mais do que qualquer golpe, e deixando cair lágrimas de seu rosto, ele responde seu pai.

    — Me desculpe pai, mas por favor, deixe eu prosseguir.

    O pai olhando preocupado, apesar de manter a postura, seus olhos brilham, lacrimejando, ele é sincero com seu filho neste momento, engolindo seco a angústia.

    — Meu sonho é que você seja feliz, faça isso da forma que achar melhor, ache seu caminho. 

    Este é o fim do primeiro arco da história, senti que me estendi um pouco mais do que deveria, creio que o próximo arco será um divisor de águas, apesar da história seguir em sequencia os arcos funcionam de forma independente.

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