Capítulo 22: Problemas na mercadoria
Bairro da ponta de chifre de prata, na zona nobre da cidade, em volto de condomínios fechados, e protegidos por seguranças privados como se fossem fortalezas, com vegetação exuberante, árvores grandes de folhas verdes que cobrem o local, juntamente de animais silvestres que rondam a área vegetada das plantações, cuidadas e podadas, para que não invadam as casas que parecem castelos.
Uma dessas casas pertencem ao homem da encomenda, um grande proprietário fornecedor e distribuidor de fertilizantes, dono de estoques, e repositor de vendas, acompanhada pelo trio azeitona, os homens submissos à sua autoridade, Kiti atravessa o grande portão da entrada da mansão do comerciante, protegida por altos muros e pedra, coberta por concreto pintado de branco.
Passagem protegida por um portão de aço, que possuí telhado próprio com telhas de aço curvado, portão com cerca de cinco metros de altura e dois de largura, tingido de dourado. O quintal da mansão é exuberante, tem grande gramado, onde há coqueiros enormes com mais de dez metros de altura, com cocos marrons neles.
Ao centro do local, a gigantesca mansão, ao leste seu jardim particular, ao oeste os zoológicos cheios de animais exóticos, selvagens e raros, ao sul atrás da mansão uma zona particular.
Lowei Doho, o proprietário do local, homem obeso, baixo com 1,65 de altura, de pele clara, de feição nada intimidadora, apesar de tentar manter olhar assustador, possui sérios problemas capilares, cabelos finos, com o topo inteiramente careca, apenas tendo finos fios nas laterais, que esbanja deixando os longo, indo até seus ombros, sua barba e bigode ajuda na autoestima, grande e volumosa, apesar de ter falhas na região do queixo, o que rouba o destaque também são suas bochechas inchadas, com sardas. Nariz fino e com grandes olhos castanhos, dentes podres, e com terrível bafo, alguém que de aparência desagradável para a maioria.
O barão prefere usar roupas confortáveis, principalmente em sua propriedade, de blusão de botões de nó, e calça azul, ambas de tecido leve, usa sapatilhas pretas com meias brancas. Sentado em seu sofá de madeira, com almofadas confortáveis, com coberto de temas floridos abaixo, perto da piscina, bebe água de coco verde diretamente do coco com um canudo de bambu.
O homem é massageado por suas funcionárias, jovens menores de idade, apenas de biquíni, ele observa algumas se banhando na piscina. Não é o seu único passatempo, mantém uma cumbuca de madeira com migalhas de pão, as quais joga para seus periquitos.
Mantém seguranças em volta, eles se vestem formalmente, camisa social e calça preta, com sapatos marrons. O seu mais notável fica logo atrás dele, este se veste diferente, e é mais velho, alto se comparado ao chefe, e possui bigode característico, junto a grandes costeletas, e o corte de cabelo que conta com franja e mullet.
Quem acompanha o homem mais de perto, é o seu filho, Piyen Doho, que se veste como os outros funcionários, a blusa se destaca por ser azul marinho, usa também com acessórios que mostram seu status, relógio de ouro, colar de prata e brincos de diamante. Diferente de seu pai, é magro, apesar de ter as mesmas bochechas, nariz e olhos parecidos, não tem a barba de seu pai, e possui ainda seus cabelos, corte curto e penteado para o lado.
O filho conversa com o pai, tentando barganhar com ele, sentado ao seu lado durante a entrada de Kiti Kuro e o grupo de Oliver, que se aproximam para conversar com Lowei, o seu filho não quer ser interrompido, então se levanta e vai barrar os visitantes.
— Esperem um pouco, eu e papai estamos conversando — declara Piyen, menosprezando a autoridade de Kiti e seus homens, se focando na conversa com seu pai.
— Não, não, você que vai esperar pode deixar, essa mulher não é uma rapariga qualquer — intervém Lowei, fazendo o seu filho recuar. — Hã, quanto tempo, sua presença significa azar, Kiti Kuro — confronta de forma sútil, desprezando a presença da oficial, a voz ríspida fica acentuada.
O homem larga o coco, com a mão direita agarra a bunda de uma de suas massagista, e com a esquerda bate no sofá indicando para a capitã se sentar e ficar confortável, mas a mesma se mantém de pé frente a frente com o ele, com os alunos que acompanham logo atrás.
— Nada fora do comum, viemos falar sobre seus envios, e encomendas — diz Kiti em tom suave, evita olhar diretamente para Lowei, expressando nojo, com postura desconfortavel, mantém as mãos no bolso.
— Claro, e o que você tem haver? Não fui que pedi segurança, apenas sigilo, e muito menos executores — diz Lowei provocando Kiti, testando sua paciência, enquanto dá um sorriso de canto mostrando seus dentes.
— Sou uma policial, garante a segurança, não executo ninguém , fora casos extremos, e meus alunos também não — responde Kiti, a moça se postura de forma passiva, mesmo diante as alfinetadas.
— Depende de quem dá a ordem, algum ladrão ou morto nas minhas entregas, para virar cena de crime? — questiona Lowei.
— Ladrões na minha frente, e mortos enterrados no chão do quintal, ou no estômago do seus tigres de estimação — revida Kiti, as provocações de forma ameaçadora. — Eu me encarreguei de descarregar suas encomendas, tudo lacrado posso garantir. Eu pedi para meus amigos, da pff, para trocarmos de lugar. Agilizamos a investigação, pois você foi descartado como lacaio do terrorista, que age sobre ordem de terras estrangeiras. Meu serviço de inteligência, se falhar, pode significar, o exército agindo, e ainda pior, o exército de Mu, que domina as forças ocultas, e aí todo seu sigilo iria pros ares, eu preciso que coopere, deixe-me fazer meu trabalho.
— Não acredito nisso! — diz Lowei, nervoso, suas bochechas ficam coradas, e olhos arregalados, ele tira a mão da bunda da mulher, pega coco e chupa o canudo, se aliviando com a bebida. — Meus homens não dão conta do recado, mas podem ajudar, Pai Ko Khan já foi parte da escola Dim Mak de Muay Mak. Eu cancelo meu envio de pagamento, e mando ele no lugar.
— Não, seu envio é uma forma de chegarmos até lá, mantenha seus homens afastados, são inúteis, vamos mandar alguém que possa acabar com isso, sem tornar o local um campo de guerra. Queremos estabelecer contato com seu parceiro de negócios.
— Hahaha — O barão ri nervoso. — Eu posso o envio cancelar das minhas próprias mercadorias, e você não pode me obrigar do contrário! — afronta Lowei, se negando a ser usado pela capitã, apontando o dedo para a capitã, irritado, sua voz afina, quando ele aumenta de tom, com a outra mão, ele põe o coco em cima do sofá, e sem perceber vai o amassando com a mão, tentando se controlar para não ultrapassar o tom do limite do aceitável.
— É, mas aí você não vai conversar comigo, eu vou ficar de olho em você, eu preciso de algo que ajude a me promover, e derrubar você seria bom também, caso haja falha em Ké, a não ser que você ajude, nos dando posse do envio de pagamento, para chegarmos lá.
— Não pode se apossar das minhas mercadorias! — afirma Lowei novamente, subindo o tom, balançando as mãos descontrolado.
— Claro que não, não vamos tomar posse das suas mercadorias, mas sim das do seu parceiro de negócio, e garantir que o que você enviou, seja entregue! — ironiza Kiti, segurando a risada.
— Olha, eu até posso poupar seus alunos, se você mandar um conhecido meu resolver o problema, uma mão lava a outra Kiti, mas não as torce! — diz Lowei, respira tentando se conter, fala manso, porém com a respiração pesada, aponta para Kiti balançando o dedo.
— Eu jamais tocaria em suas mãos, elas me dão nojo — diz Kiti, desta vez trata-se de olhar diretamente para Lowei, sorri para ele de maneira sedutora,
— Suas mãos são bem mais sujas que a minha — afirma o barão, pressionando o coco fazendo o sofá balançar, a cumbuca com pedaços de pão caem no chão, e os periquitos voam em cima.
Kiti dá as costas ao barão, enquanto o trio de Oliver a acompanha como seguranças pessoais, ela se sente mais confortável agora, tirando as mãos do bolso, assim que se retiram, Lowei olha para trás.
— Não deve haver entrega!
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