Índice de Capítulo

    Antes da chegada na casa, a uma breve parada, Li Han se junta com Hiro por um breve momento para tratar de seu braço, o mestre carrega com sigo nos bolsos da jaqueta vermelha ao qual usa como capa, linhas e agulhas de costura. O mestre segura o braço de seu aluno e analisa os ferimentos. 

    — Eu não sabia que você tinha habilidades médicas de costura mestre — comenta Hiro, impressionado.

    — A Hiro, se você soubesse quem foi minha professora, iria pedir para eu te ensinar isto ao invés de artes marciais! — responde o mestre sorridente, empolgado por poder demonstra a suas capacidades de costura. — Costura é a parte fácil, o difícil é usar o arché, eu não sou bom com o FI, talvez uma hora eu te explique porque nunca tentei me tornar um xá.

    — É verdade, você com tantas habilidades, por que nunca quis se tornar um xá sensei? — questiona o aluno, que fica curioso por conta das contradições.

    — Meu objetivo é formar elevar pessoas fortes como vocês dois, para terem uma chance, pois é uma forma de se livrar do destino — diz o mestre em tom de lamentação, ao analisar bem os cortes no braço de seu aluno, começa a costurar os cortes sem usar nenhuma linha, apenas passando a agulha de costura sobre os cortes,  movendo sua mão mais rápido do que os olhos do garoto pode acompanhar, e de repente, os cortes estão costurados por fios que surgiram sem o garoto perceber. — Pronto, em breve seu braço estará cem por cento. Preparados para lutar, vocês já nasceram com esse dom! Encarem como mais uma prova!

    — É bizarro pensar que isso é só uma viagem para vocês, por que vocês fazem isto? — pergunta Dembele, curioso em relação aos que os garotos fazem. 

    — Talvez no fim do caminho eu encontre alguma boa explicação, mas a verdade é que se eu não passar nos testes do mestre, eu não estarei pronto para desbravar o mundo sozinho e explicar da minha própria forma! — explica Hiro sorridente.

    — Eu cansei de brincar e só aceitar, quero saber porque as pessoas morrem por isso, até agora tem valido a pena! — fala Saikyo, com seriedade em sua expressão.

    — Definitivamente, escolheu alunos especiais mestre Li Han! — elogia Balu, emocionado com as palavras dos dois.

    Analogamente, dentro da casa do sol nascente, o Xogum se encontra deitado no chão sobre uma toalha, enquanto Minashi o prepara, enfaixando o seu corpo, o seu mestre se encontra em sua frente apenas usando uma cueca, algo que acontece raramente. Este é o ritual de batalha do Xogum, o qual cobre seu corpo, sua pele é de cor amarronzada, clareada por conta da falta de sol, estranhamente descascada e com diversas cicatrizes em volta de seu corpo, que são enfaixadas pelo pano velho que Minashi passa por ele. Por fim ele se senta, para que a moça enfaixe o seu rosto.

    — Pronto, é bom estar seguro quando planeja usar todo o seu poder! — diz Minashi, abrindo um sorriso, após ter acabado de enfaixar o rosto do Xogum.

    — A porta a espera garota — avisa Anjin percebendo que o grupo de invasores chegaram

    — Você não a dá ordens, atenda-os, você! — O Xogum responde irritado, ordenando Anjin a fazer o papel de sua caseira.

    — Perdão, mais que ultraje, é inaceitável que humilhe um supervisor do Iluminado de tal forma, eu terei que mencionar tal ato no próximo relato sobre seu comportamento, Kamikaze, você vem me decepcionando! — Anjin responde se sentindo humilhado, apesar das palavras, se mantém com medo do Xogum

    — Esqueceu quem é o Kami entre nós.  Eu não vou pedir outra vez — O Xogum ameaça, se levanta colocando seu elmo e máscara, enquanto Minashi vai carregando as peças de sua armadura.

    Anjin apesar de ser o supervisor no local, se submeter às ordens de alguém que tem status superior ao dele, e simplesmente parte até a entrada da casa do sol nascente, para atender os visitantes indesejados. A sua chegada estranha os visitantes, é alguém bem diferente do que imaginavam. 

    Representante do Iluminado, que age supervisionando o Xogum, Anjin possui características divergentes do que se espera, sua vestimenta é simples um kimono modesto, azul claro, calça preta do mesmo tecido do kimono, cinta branca na cintura, calçando sandálias de tiras e meias brancas. Sua aparência física, que se destaca, é alta, um pouco acima dos 1,80, dentre os presentes ali, só era mais baixo que Li Han, ficando muito próximo em altura a Dembele. De pele mais clara, cabelos lisos castanhos, de corte curto com uma pequena franja a frente da testa penteada para a esquerda,, barba curta, bem alinhada, olhos azuis, seu nariz tinha um formato retangular com a base fina, se notava uma diferença até mesmo com Ferdinando que era o mais próximo em características com o observador.

    Li Han toma a frente, se aproximando, sem medo de ser notado, mantendo a mão direita de prontidão para sacar o sabre, ficando frente a frente a Anjin, que mantém a compostura, apesar de suas mãos ficarem tristes, contém nervosismo. 

    — O Xogum me mandou para recepcionar vocês, ele está à espera, soltem o inocente e liberem qualquer outro refém — ordena Anjin, apenas cumprindo as ordens, a uma clara dificuldade em falar as palavras com a entonação errada, todas as sílabas tem a mesma intensidade, e fala de forma espaçada.

    — Só tínhamos um, que desleixados nós somos, podem soltar — ordena Li Han.

    — Vaza — Dembele empurra Ferdinando o jogando no chão, e o chuta para longe.

    O dono do restaurante sai correndo, amedrontado, sem conseguir gritar pois sua boca foi tapada por um lenço.

    — O senhor da hora do chá vai servir melhor como refém, não se preocupe, eu vou com sua cara, eu só não sei se você vai com a da gente, esqueci minha tinta nanquim, não haverá tratado de paz com você, trouxe flores estranhas em seu convés? — Li Han sorri e se aproxima de Anjin o encarando frente a frente, em tom ameaçador.

    — Guarde suas ameaças para um inimigo, eu sou apenas um observador e representante comercial, não se deve atirar no mensageiro, tenha bons modos — responde Anjin, retribuindo o olhar do mestre. 

    — Eu odeio o seu tipo, que contraditório, espinho negro — passa por ele apoiando seu braço sobre seu ombro, e começa evitar o olhar.

    Li Han não espera ser guiado, e já segue subindo as escadas da plataforma da casa, e o restante vai logo atrás.

    — Sensei, por favor me lembre por que estamos lutando — pede Hiro, ainda se mostrando indeciso.

    — Este é um mundo de luzes, as luzes que confundem e fazem as pessoas irem correndo até elas, o Xogum é um sol em meio a escuridão! — discursa Li Han inspirando o garoto antes deles entrarem na casa. — Ele brilha tanto, que ofusca parte das trevas que deveríamos ver, e isso é um problema, quando o que está debaixo do nosso nariz não pode ser percebido pelo que ofusca nos nossos olhos, e diante a tanta burocracia não há o que fazer — diz em tom de lamentação, e tristeza.

    A casa do sol nascente é na verdade um castelo militar, construído a algumas décadas como símbolo de poder, que fora preservada após tantos anos, sendo ressignificada diversas vezes, mais todos os seus donos acharam sua ruína, todos carregam coisas em comum, pessoas comuns que por sua bravura alcançaram a grandeza e receberam títulos de dignos de honra.

    A plataforma da casa, na verdade, foi construída com função de ser uma prisão, depois se tornou um porão e local para estoque. Na plataforma há quatro esculturas, cada uma posicionada ao lado casa, que foram esculpidas recentemente. Ao leste onde é a entrada, a um dragão azul feito de madeira que parece proteger a entrada, na direção oposta atrás da casa a escultura de um tigre feita completamente de aço, com suas manchas pintadas de preto, norte posicionado no telhado do primeiro a escultura de um pássaro pintado de vermelho com seus olhos feitos de rubi e ao sul uma tartaruga escura, que fica na parede da plataforma, esculpida de pedra, como se estivesse saindo da parede junto com a cobra que fica que é o seu rabo.

    O grupo é guiado passando rapidamente pelo andar do térreo, que é apenas um local de recepção, sobem as escadas juntos a Anjin até o terceiro andar, onde se encontra o Xogum pronto para os recepcionar, vestindo o seu quimono tradicional vermelho com pó dourado esfumado espalhado por ele, usando sua a mascará comumente usada para se falar com os visitantes para esconder o seu rosto, algo que não faz com Minashi e nem Anjin. Que podem ver seu rosto em sua totalidade, além da máscara, a faixas por todo corpo do Xogum.

    Anjin se afasta do grupo, indo para o canto da sala para apenas observa. Minashi, fica ao lado de seu mestre, onde segura em cima de um pano o elmo dele e as partes de sua armadura, é ao seu lado que ela se sente mais protegida, pois ao lado esquerdo do Xogum há seu bicho de estimação protetor, Chīsana Otokonoko roçando em sua perna, se comportando como um cachorro mesmo tendo o porte de um leão, o animal apenas marca seu território encarando os visitantes.

    Com a aproximação do grupo, finalmente perto do Xogum, o pequeno Yasuke vai para trás de todos, estando amedrontado, ao mesmo tempo o garoto não consegue tirar os olhos dele. Dembele é outro que não consegue desviar o olhar, fecha os punhos e com a visão daquele que é seu maior temor, reúne todo o seu ódio, mas fica temente pela própria vida. Balu é outro dos que fica com pavor, muitas coisas o fizeram se sentir pequeno, mas é como se fosse nada.

    Mas, a reação de Li Han e do Xogum ao se verem pela primeira vez, é a mesma. O espanto e o choque, ao perceberem as semelhanças um do outro, ambos sorriem empolgados, pois se reconhecem.

    — Se eu não o conhecesse, diria que você é meu fã! — ironiza Li Han, pelo fato de sua jaqueta ser similar ao quimono de seu inimigo.

    — Eu já ouvi falar de você, mas nunca tinha o visto pessoalmente, Li Han, o mestre errante — O Xogum quase o trata com condolências, mas as diferenças são maiores do que respeito. 

    — Mas nunca tinha te visto pessoalmente, nesta viagem ouvi muito de ti, mas sempre me perguntei porque nunca havia descrito o seu rosto — questionou Li Han, que logo focou o seu olhar nas vestimentas do Xogum. — Mas o que mais me decepciona vendo agora. . . — Li Han começa a ficar irritado, e de repente, indo contra toda a postura calma que havia demonstrado, ele berra. — É que não me falaram que você se vestia de uma forma tão brega! Como pode me copiar e não fazer algo decente!

    — O meu quimono é mais alaranjado — responde o Xogum sem graça com tamanha semelhança.

    — Ai droga, eu nunca vi o sensei tão irritado! — observa Hiro preocupado.

    — É assim teremos que resolver nossas diferenças, Rishis e Kamis, duas classes decadentes! — brinca Li Han, em tom depreciativo.

    — Aonde iria para conseguir poder? — questiona o Xogum, quando aproxima as mãos de sua máscara, e coloca os dedos em suas frestas a retirando de seu rosto, e a deixa cair no chão, logo em seguida o seu elmo. — Eu sei onde os homens foram para criar armas mais poderosas. A mando do imperador, o pior foi feito a mim, talvez fossemos mais parecidos ainda Li Han!

    Xogum ao revelar parte de seu rosto surpreende a todos da sala que não o conheciam. Pois seu rosto é de tom de pele similar ao Li Han, amarronzado claro, os seus traços lembram em parte os de Dembele, nariz com narinas largas, seus olhos têm pálpebras finas e puxadas, como de uma moça, assim como seus lábios igualmente finos. Seu rosto é belo, entretanto sua pele tem partes descascada, as feridas nela são cobertas pelo enfaixamento feito por Minashi. Algo fica claro, que ele não vinha de Takara, suas origens estavam muito mais próxima do que eles pensavam.

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