Capítulo 47: Kamikaze
— Eu nem era nascido quando meu destino foi escrito, 20 anos atrás, a vergonha do povo de Jade, a queda do obelisco dos zodíacos! O ataque a Mu! — O Xogum começa a narrar o atentado que entraria para história, e seria também apagada dela.
O ocorrido que iniciaria um período breve e curto de ataques, que decidiu o destino de todos naquela sala. Não se comenta do que lembra tempos de guerra, e nem o que podem trazer o retorno destes tempos de horror. Por isso, o evento da praça dos zodíacos, onde há apenas um obelisco, haviam dois obelisco, um para o sol e outro para a lua, símbolos que representavam tanto poder e a identidade da cidade quanto a torre celeste, a cidade tinha diversos símbolos para se orgulhar, até eles serem vandalizados.
Não se sabe o objetivo do grupo, mas por falta de adjetivos e informação sobre suas reais intenções, foram chamados apenas de terrorista, que atacaram a cidade considerada como a mais segura do mundo, dentro de um dos maiores impérios de todos os tempos.
A cidade de Mu era considerada mais segura do que a própria cidade a qual o imperador reside, pois o General celeste se estabelecia por lá, aquele que detém que é a única autoridade sobre todos os Xás, que são aqueles que têm conhecimentos do outro lado e liberdade ostensiva para tomar decisões conforme bem entenderem. Tudo se interligava, a única informação que mudou toda a organização de poder, foi a de que ataque era uma resposta, vingança que contestava a posição dos Xás.
Com o sucesso do primeiro ataque, até a cidade proibida da realeza se tornou alvo, o medo e caos se instauraram no império de Jade. Entretanto, um efeito raro foi responsável pelo caos se tornar global, sincronicidade, de eventos ao redor do mundo que se conectaram. Do outro lado do mundo, na nação mais poderosa da época, a Arverita Unida teve o seu presidente assassinado, com acusações do reino rival ter sido o culpado, este país iniciava campanhas de recuperação da glória do passado, tudo isso durante o inicio do conflito no país espiral, que tinha interesse de várias nações por cima.
Então todas as nações tinha consigo o sentimento de déjà-vu, causado por diversos conflitos menores envolvendo grandes potencias, acompanhado de desastres naturais e grandes horrores se espalhando pelo mundo, como pragas, bestas mortíferas e o fanatismo que gera o caos, que faz homens bons cometerem barbáries, em desespero a procura de salvação, ludibriados pelos rumores de uma nova grande guerra. Porem este momento não chegou, como prevenção tudo do oculto, mágico e do outro mundo foi levado como proibido, os seus praticantes carregaram parte da culpa. E durante estes tempos mais sombrios, as ideias mais perversas ganharam luz, como explica o Xogum sobre sua criação.
— Devem ter ouvido do que sou capaz. Até onde iriam por segurança? Eu sou o tipo de experimento feito a mando do Imperador — diz o Xogum de forma a questionar.
Conforme revela a verdade, Minashi se aproxima cuidando da armadura samurai de batalha, feita de placas de ferro, similar ao do General Kraig. O traje conta com proteção peitoral, ombreiras, seu elmo e a saia, com detalhes em especial que demonstram sua patente. A caseira se prontifica em silencio de vestir o traje de batalha em seu mestre, ele demonstra neste momento se preparar para o confronto.
— A segurança que suprime a liberdade de muitos, alimenta a libertinagem dos poderosos, malditos! — reclama o Xogum com ódio em seu olhar, revoltado coloca a sua máscara, evitando os encarar de frente por conta da raiva, mostrando se prontificar para batalha
— A mando do Imperador!? — questiona Saikyo completamente assustada.
— O que tenho com você, não tem nada haver com isso — afirma Li Han, incomodado ao ser correlacionado com o império.
— Crianças em meio a guerra, alunos seus? O que eles tem haver com isso? — questiona o Xogum.
— Tudo, eles são meu próprio experimento, o que adianta ter um título de mestre, e não ter alunos de verdade? — pergunta Li Han, em tom irônico sorrindo mesmo em meio a clima hostil que se mantém suave.
— Acha que as mostrou o poder só porque as ensinou a batalhar. O verdadeiro poder não os pertence! Vocês são covardes, e é por isso que a magia deste mundo se esvai, os conhecimentos antigos e a verdadeira fé se foi, neste povo, o impossível é motivo de medo! — afirma o Xogum revoltado, os olha com desprezo pelo ceticismo que abomina.
— Hã? — Hiro apenas consegue falar isto, não apenas ele ficou sem palavras, como Balu, Dembele e Yasuke também.
— Deixe me contar mais, sobre o projeto NG . . . — O Xogum vós revela sua verdadeira origem.
Saikyo que tinha consigo mais crença no lado mágico do mundo, ficaria sem palavras assim como os outros, com até mesmo Li Han revirando o estômago, com tamanha crueldade praticada nas instalações do Projeto NG. Sigla usada no projeto Nação em guerra, iniciado por conta dos medos da época de uma nova grande guerra.
O Xogum foi selecionado nesta mesma cidade em que hoje reside, a cidade de Ké, quando era ainda uma criança. O projeto NG, era divido em dois tipos, o NG-1 com propósito de criar armas e o NG-2 com propósito de suporte militar, ambos divido em duas vertentes, que detinham séries de instalações de pesquisas cientificas. A pesquisa que o Xogum fez parte, foi a mesma que o nomeou, todos foram batizados como Kamikaze, referenciando de forma jocosa os seus inimigos de Fushigi.
O objetivo dos cientistas desta pesquisa, era criar ao final o protótipo de homens bombas, que pudessem explodir mais de uma vez. E para isso misturaram ciência com diferentes tipos de magia, a preferida dos cientistas a alquimia, junto a rituais ocultistas provindos de bruxaria e o uso das mutações.
Tamanha ambição resultou em tragédia foi, os primeiros testados morreram de forma lenta antes de explodir, seus corpos aqueceram por dentro até chegarem no estado propício para a explosão.
Então com inúmeras falhas, os cientistas ambiciosos pensaram em tentar uma última vez, após a sugestão de um deles “É possível que com o problema esteja no estado das pessoas adultas, por que não tentar com crianças?’’, assim começou os testes secretos, tomando tais riscos, o sucesso precisava vir.
Houve seleção na cidade de Ké, na época o nação de Jade estava em uma crescente, mas ainda muitas partes dela sofrem com pobreza e miséria, a cidade de Ké, conhecida pelos campos gramados férteis, foi alvo da crueldade em vista dos interesses de diversos fazendeiros, que contratavam crianças e adolescentes muitas vezes por ser mais barato e submetiam seus funcionários a uma vida de escravo. Muitos deles eram descendentes de escravistas. Acontece que o grande Império, é hoje diverso pois foi diversas vezes invadido, propriedade de antigas nações mais poderosas, então muitos que hoje vivem nas terras de jade, tem descendência de outros povos.
No tempo em que o Xogum foi selecionado, havia doenças que assolavam os campos gramados na época, fazendo o local perder muito do seu prestígio, e produção de comida, então a prática escravista com os trabalhadores aumentou ainda mais. Nesse cenário de sofrimento, o pequeno garoto que havia sido abandonado pelos pais, e logo vendido para trabalhar nos campos gramados, como escravo, e que nem se quer se apresentava com um nome, fora selecionado. Tudo porque ele foi uma das poucas crianças do local, que mesmo desnutrida sobreviveu a uma praga, que levava os garotos cedo para morte, por muito tempo ele se questionou sobre sua própria sobrevivência.
“Talvez seria melhor ter morrido ali.’’
Até teve a chance de recusar, mas aceitou pois pensou que ali onde estava era o ”inferno”, mal sabia que o ”inferno” que o esperava era bem pior. Foi lá onde ganhou seu nome como todos os outros, Kamikaze, apenas o mesmo do protótipo, era para ser no caso o seu sobrenome, como não tinha nome se tornou seu nome principal. Mas os que trabalharam no projeto, sentiram que deveriam dar um sobrenome a ele também, e assim o chamaram de Kamikaze Faturuman, seu segundo nome, uma palavra de uma língua distante para se referir a um homem gordo, o chamavam assim porque ele era anoréxico.
— De certa forma, me sinto grato, foi lá onde conheci meu fiel companheiro — reflete Kamikaze, dando uma pausa em suas explicações, e acaricia o seu cachorro. — E foi onde empunhei pela primeira vez o meu tesouro sagrado. — Kamikaze segura a empunhadura de sua espada.
— Como todo Kami, membro do mais alto escalão, você tem um tesouro sagrado, posso imaginar o que está espada é capaz de fazer — Li Han olha para Nagamaki de seu oponente, curioso em saber do que a espada é capaz.
— Um não, em especial quatro! A minha lendária espada Nagasaki foi forjada pelo ferreiro lendário Sengo Murono! — revela Kamikaze erguendo a sua espada. — O meu outro tesouro sagrado é o meu querido cão, Chīsana Otokonoko, ainda é uma criança, o terceiro dos tesouros são as faixas que vê em meu corpo, Hiroshima, costurada por alunos de Gong Shangsi, para segurar a deterioração de meu corpo e o último, eu mesmo, meu corpo é um tesouro sagrado da destruição!
— Grandes nomes estão envolvidos no que te cerca, um deles já fui aprendiz, e lhe digo mais, espírito penado, irei selar toda sua ira, você não é um deus, apenas um mortal! — discursa Li Han, sacando sua espada, a segurando com as duas mãos a pondo frente ao rosto.
— Não sou deus, apenas divindade autorizada a exercer minha autoridade no local, pois Deus é o Iluminado! — responde Kamikaze convicto. — Ouviram relatos sobre mim, enfrentei muitos de frente, pois sou verdadeiramente forte. Este mundo penado, de fracos poderosos que mandam os fortes lutam, e sofrem vidas de miséria.
— Se este mundo é uma miséria, por que está lutando por ele? — Hiro se intromete colocando-se à frente.
— É minha missão trazer a mensagem do Iluminado, pois só ele é a luz garoto, pena que você ainda não o conheceu — afirma Kamikaze, entristecido vendo o garoto como ignorante.
— Cala a boca, ninguém precisa de um guru! — diz Saikyo irritada com tantas a menções do Iluminado como uma divindade.
— Veja só como essa cidade mudou, as terras não estão mais nas mãos de poucos, ninguém passa fome, não há mais roubos, e o que eu fiz de tão ruim assim com o uso da força? Até meus atos mais perversos, carregam propósitos nobres, isso não vem de mim, vem de cima, se não conseguem entender, infelizmente terão de ser repreendidos — Kamikaze os ameaça, sua decepção se torna fúria.
— Senhor, você sempre se comprometeu a proteger as crianças! Por favor, não vá contra seus ideais! — súplica Minashi, se aproximando do Xogum.
— Não, não só isso, nenhum inocente será, vejo um homem desesperado, um jovem revoltado, dois aventureiros que não sabem no que se meteram, e uma criança confusa sobre o bem e o mau, não temas, pois quem é mau é quem vos trouxe a essa situação, e você há de penar! — Kamikaze direciona suas ameaças para Li Han e saca sua Nagamaki.
— Eu? Apenas mostrei as verdades do mundo, e como se afirmar diante a ele! Diante de pessoas como você! — rebate Li Han, apontando para o seu inimigo.
— Não chegaremos a lugar nenhum com as palavras — afirma Kamikaze empunhando a espada com as duas mãos, a posiciona perto da cintura, e a joga para frente, direcionando a lamina ao pescoço de Li Han.
— Eu? Que lhes mostrei as verdades do mundo, e como se afirmar diante a ele! Diante de pessoas como você! — rebate Li Han, apontando o dedo para o seu oponente o confrontando.
— Não chegaremos a lugar nenhum com as palavras — Kamikaze perde a paciência e empunhando a espada com as duas mãos, a posiciona perto da cintura, e a joga para frente, na direção do pescoço de Li Han.
— O surpreendente é de fato resolver com as palavras — ressalta Li Han, enquanto salta para trás se esquivando do golpe. — Observe Hiro, lembre daquela névoa que viu, a forças nesse universo que são de outro mundo, e a coisas que desafiam suas percepções, desafios meus alunos a observarem mais este mundo, para entenderem o outro o mundo invisível – salta para trás indo para janela e foge por ela.
Kamikaze se aproxima de seu cachorro, Chīsana, o acaricia novamente, e estala os dedos, depois aponta para os visitantes, e o cachorro começa a rosnar.
— Fique de olho neles! O covarde os deixou à mercê da sorte! — Kamikaze insulta o mestre.
Em um movimento estranho, Kamikaze coça a palma da mão usando a unha, e depois aponta para a janela, lançando pedaços de pele em volta da janela, estes pedaços da pele brilham, e explodem a janela junto com a parede no entorno em pedaços, abrindo um buraco, o qual ele passa.
Kamikaze fica de pé sobre o telhado do terceiro andar, e vê a silhueta de Li Han e sua capa no telhado de cima, percebe que ele está fugindo, e então ele salta para cima o perseguindo.
No andar de baixo, todos ficam chocados ao ver presencialmente o verdadeiro poder do Xogum, e ver o que ele fez com a parede utilizando apenas uma mão, Yasuke olhando para o cachorro fica amedrontado, enquanto o restante fica despreocupado comparado a ameaça que acabara de sair da frente deles.
Kamikaze é um misto de diversas coisas, é definitivamente um personagem com muitos elementos, por isso só me senti confortável em o mostrar de verdade quando eu já o apresentei aos poucos de forma gradual. Espero ter ficado satisfatório, pois enfim vamos para o que vós interessa (suponho eu), o confronto, afinal essa é uma novel de lutas e artes marciais. Chega de drama! Por enquanto rsrs:
PS: Finalizei um pouco com pressa por conta de alguns apertos

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