Enquanto os outros se mentem em confusão, Picon conversa com um sujeito peculiar enquanto a dupla dinâmica conhece os outros participantes e possíveis aliados. Ele fala com um jovem de altura média, 1,72 de altura, de idade já adulta, 18 anos, pele branca, magro de traços afeminados, nariz fino e olhos finos também, simples fácil de passar apercebido pelo rosto, apesar de seu olhar intrigar quem olha de perto, o que não faz tirar o olho é seus cabelos ruivos vermelhos como o sangue, cacheados volumosos, um corte curto, uma franja que cobre sua testas, possuindo alguns poucos fios que saem do padrão, que são arrepiados e esticados de forma curvilínea com as pontas para cima, as quais as pontas tem mechas escurecidas. Durante o diálogo, o garoto o questiona sobre boatos.

    — Então vocês não são o que dizem por aí?

    — Mentiras, isso me deixa estressado.

    — Mentiras fazem parte do nosso mundo, sabe não sai por aí revelando a verdade, essa imagem te dará vantagem, mas pode te tornar um alvo, respeitado. Afinal, não há ninguém que as pessoas mais querem desrespeitar do que alguém que detém respeito — ele diz com leveza.

    — Por que está me dando dicas? Não sou seu possível concorrente? — pergunta com desconfiança.

    — Ou aliado, quem sabe — diz o garoto para Picon, de forma ambígua.

    — Qual é o seu nome?

    — Akuto Rasen, e o seu?

    — Picon Kununonatake, vim contra a vontade do meu pai porque quero entender toda essa loucura! E um dia quem sabe me tornar alguém importante.

    — Tipo um general celeste? — questiona intrigado o rapaz.

    — É, isso mesmo, para que essa paz desta cidade permaneça.

    — Você tem um propósito, já é um motivo para nos aliarmos.

    — Que? E qual é o seu? — Picon fica confusa, e o questiona, procurando entender o porquê de se aliar.

    — Eu quero restabelecer o orgulho de uma nação, seu território e a união de um povo, o libertando de todos os seus donos. Soberanos, um lar para esses refugiados e injustiçados. E nada irá me impedir, eu já vi todos os meus passos, apenas preciso percorrer eles, e ter uma luz melhor no caminho, pareço louco não é, chegando em alguém do nada para conversar sobre isto — diz o jovem, que dá uma leve risada.

    — Hum — resmungou Picon, que logo em seguida ri levemente gostando da nova companhia  que havia acabado de encontrar. — Você parece alguém especial!

    Durante a breve conversa de Picon e o seu novo amigo. Raikou Nelphli o irmão mais velho de Shinda, diferente de seu irmão do meio Meiko, que é de poucos amigos, Raikou é de não ter nenhum, por opção. Alguém naturalmente atraente para as pessoas a sua volta, tanto fisicamente e pela sua compostura, ele é do tipo aparentemente misterioso, o que a maioria não percebe, é que esse é apenas é seu jeito, como sua irmã o descreve “Um mar que é mais raso e calmo do que aparenta’’. Ele como seus outros dois irmão, tem cabelos escuros lisos, com mechas grossas e agrupadas em conjuntos separados ligados, levemente arrepiados, como de uma fera, mas ao mesmo tempo delicados, dentre os três é o que possui o cabelo com maior volume, indo até um pouco acima do seu quadril, sua pele assim como de seus irmãos, branco pálida, olhos castanhos dourados, seus olhos diferentes de seus irmãos parecem mais decaídos, algo que transita entre o sono, tédio e o foco, como se sempre estivesse de olho em uma coisa apenas, é o mais alto dos três irmãos, 1,92 de altura, apesar magro porém com músculos definidos. O mesmo traje de Shinda, mais assim como Meiko, ao invés de salto alto, usa sandálias de pau. Com todas as características, este sujeito sabe ser muito imponente, de tal forma que faz Barke clamar para que o solte.

    — Ah, sol… — não consegue concluir sua frase, pois Raikou puxa levemente, mas é o suficiente para Barke sentir que vai rasgar, o terror fica em seus olhos.

    — Ela vai se soltar se você se mover demais — diz em um tom sarcástico debochado de Barke.

    — Tá maluco cara, solta a língua dele! — Hiro dá um passo à frente gritando com Raikou, porém relutante.

    — Quem é você otário!? — Hinari irritado questiona lançando ofensas, assim como Hiro já fica explosivo, pela atitude de Raikou e seu jeito debochado.

    — Ei, vamos nos segurar, ele pode arrancar a língua do cara se formos pra cima — Tenta conscientizar, Enji coloca sua mão direita sobre o ombro esquerdo de seu amigo, para evitar avanços bruscos.

    — É com calma, solta ele! — diz Saikyo que se coloca a frente encarando Raikou.

    Todos em volta de Raikou faz com que ele se sinta tentado, abre um leve sorriso no rosto, sádico, pressionando a língua de Barke com seus dedos ainda mais e os movendo para trás, se preparando para uma puxada, nesse momento que Shinda se aproxima implorando ao seu irmão.

    — Irmão, por favor! Não os agrida, eles estão comigo! — O segura, logo quando iria arrancar a língua de Barke.

    — Quem mandou você se intrometer? — resmunga furioso com sua irmã, solta a língua de Barke, com a mesma mão dá um tapa em Shinda forte o suficiente para derrubar no chão e deixar a marca de sua mão no rosto dela.

    — Hahahaha eles poderiam vir junto mesmo, mas hey bater na Shinda, exagero, vem cá maninha — diz Meiko que puxa Shinda com suas mãos e logo em seguida a abraça, a confortando, ao mesmo tempo que acha a situação hilária.

    Meiko age com mais delicadeza com a irmã mais nova, em uma forma de a consolar. Ele possui cabelos mais curtos que Raikou, é o irmão de meio, sendo um ano e meio mais novo, possuindo 16 anos, sendo 2 mais velho que Shinda, quase que um linha tênue do que são os dois. Apesar de ser muito parecido com seu irmão mais velho, seus olhos são o que mais diferenciam os dois, os olhos de Meiko revelam seu comportamento descontraído e enérgico, de forma mais neutra, nem positiva e negativa, além do fato que é 14 centímetros mais baixo, e também mais carinhoso com sua irmã, que é obediente, ao ponto de pedir desculpas ao seu irmão mais velho.

    — Eu não queria atrapalhar, desculpa! — As mãos dela agarram fortemente a blusa de Meiko, se arrependendo de ter se intrometido.
     
    A reação passiva à agressão, que já revoltava os que estão em volta, causa ainda mais revolta, Enji olha perplexo a situação incomum, já Hiro e Hinari expressam sua revolta prontos para partir para cima de Raikou.

    — Seu otário, agora pediu para apanhar! — Hiro confronta o sujeito de frente, com raiva em seu olhar.

    — Ele bateu na própria irmã, que babaca! — Hinari também se expressa indignado com tal ato.

    — Ah, minha língua! — sussurra Barke aliviado, e cai para trás no chão ao ser solto, seu óculos caem também, ele coloca a língua para fora para ver se está bem, ele pensa “Que cara maluco! Demônios, pelo visto o pessoal vai impedir minha morte, que força era aquela, senti como se a língua estivesse sobre uma prensa de ferro!”

    Hinari e Hiro ficam enfurecidos pela injustiça cometida com Barke também, este que está em uma mistura de alívio e terror vista em seu rosto, extasiado mas também tenso, enquanto pega o óculos do chão, e vê se não arranhou. Raikou pouco se importa com o ocorrido, no entanto Meiko olha para eles entendendo que provavelmente eles revidaram. Enquanto Saikyo está frente a frente com ele.

    — Parece que eles ficaram bravos com você! — provocando, Meiko com bom humor aponta para Hiro e Hinari.

    — Permita-me explicar, ele disse que somos demônios, eu não gostei dessa comparação. Nós Nelphli já sofremos muito e vivemos isolados por muito tempo, por sermos julgados de tal forma, demônios não existem, isso são contos de fadas — justifica Raikou, com sua atitude sendo a forma de defesa para tal ofensa.

    — É, pensando por esse lado, teve sua parcela de razão — diz Hinari que fica mais calmo após a justificativa.

    — É melhor aceitarmos, para não termos problemas — diz Enji assustado e com certo medo, fala isso diretamente para Hinari, dando o sinal para que ele não prossiga.

    — Ele bateu na própria irmã! — exclama Hiro ainda revoltado com a situação, mesmo após a explicação.

    — O que vocês tem haver com meus assuntos familiares, fique na sua! — questionando os incomodados, Raikou olha diretamente para Hiro, o encarando.

    Mas é nesse momento, que Saikyo dá um passo para ao lado, ficando totalmente frente a frente com Raikou. Dos bolsos de sua saia pega luvas vermelhas sem cobertura sobre os dedos, com acolchoamentos na parte superior da mão, e mais avantajado nas pontas do metacarpo, com a palma se mantendo nua, as encaixa em suas mãos, em sinal de ameaça. E o confronta primeiramente o questionando.

    — Só que ela é minha amiga Raikou, e você bateu nela! Então diferente deles, sim eu tenho algo haver com isso! Você era mais legal quando era um tampinha! Ficou alto agora que dar uma de valentão, hein Raikou, vai querer até mesmo me bater!?

    — Aff — boceja — Eu te considero fraca em minhas medidas para me preocupar, só que você é uma péssima influência para Shinda — Ergue sua mão esquerda aberta, se jogando com o peitoral para frente ao mesmo tempo que a mão avança em direção ao rosto de Saikyo, ficando levemente inclinado para frente.

    — Então que tal eu tirar suas medidas para a prova! — desafia Raikou, e lança a mão esquerda a frente, a direita atrás fechada, preparando seu punho para o ataque. 

    Eles não chamam apenas atenção de quem está envolvido nesta briga, mais de vários ali envolta. No entanto, esse confronto teria que ficar para outra hora, apesar de ambos os lados o desejarem, na hora do ataque de ambos, os portões do lado oposto à entrada principal se abrem, fazendo com que os dois interrompam suas ações, pela importância do que se trata.

    Portões estes enormes, com cerca de 10 metros de altura, feitos de aço, pintados de vermelho, onde é decorado com gravuras na metade do portão do lado esquerdo por cabeças de periquitos, que da sua boca saem margaridas, já do lado direito periquitos que cheiram essas margaridas, margaridas essas onde pétalas são preenchidas por pedras raras cristalinas brancas, e o centro por uma pedra dourada, a sincronia, onde os cantos de ambos os lados são gravuras de quatro cartas que cobrem um quarto de cada canto, espaçadas de forma simétrica, todas viradas com o símbolo do yin-yang, onde o pontos do olho do yin-yang são preenchidos com uma pérola negra e outra por um diamante cravejado. Na parte inferior e superior, a uma borda de volume mais elevado, no centro a gravura da cabeça de um leão alado com chifres Pixiu, tanto em cima quanto embaixo, os olhos são feitos de jade. A borda se estende até as aberturas também, o portão pesa toneladas, mais se abre levemente, do outro lado não mais periquitos, mais cabeça de grous vermelhos cuspindo e cheirando a flor Para tudo (Gingseng, uma flor com pétalas alaranjadas espetadas que se juntam mais ao centro apontando para cima e quanto mais longe mais separadas e apontando para fora estão, com sépalas de quatro folhas).

    A abertura do portão revela a presença daquele que daria as boas vindas, com os participantes sentindo uma energia contagiante, como se agora tivessem sido revigorados para o que está por vir, o responsável pela recepção dos jovens para este novo mundo.

    De repente, a silhueta de um homem grande, e de seus cabelos, com fios espetados que se destacam como as pétalas Ginseng, atrás dele a silhueta dos soldados, ao qual obedecem diretamente a suas ordens, dele, Grou Gingseng da crista vermelha, que captura a atenção dos participantes com sua voz.

    — Façam o que querem que eu faça por vocês, não o que tu queres de acordo com a lei. E haverá alguma chance de sucesso, que na lei por natureza é determinada! Apesar de um Xá, negar a própria natureza, do mundo!

    A partir daquele momento eles entenderam o porquê estão ali. 
      
    O olhar de todos se foca em Grou da crista vermelha o imponente homem chama atenção de todos por sua voz ecoa, com tom grave melódico, quando os olhos dos participantes grudam nele, são preenchidos por conta de alguém de grande porte, com mais de 2 metros de altura, tronco forte e peitoral estufado, com longos braços e pernas, o tamanho não se mede apenas de forma numerada, também em sua extravagância. Vestido com um casaco de penas brancas, e uma calça de penas pretas, com sapatos inteiramente pretos que se misturam com a calça, possui uma pele parda, rosto inchado, bochechas flácidas e olhos inchados, nítido em seu rosto que é tem uma idade mais avançada, diferente dos garotos, no entanto apesar de ter um rosto de alguém mais velho, sua pele é de alguém novo, e seus olhos com grandes pupilas negras, mostram vida. Seus cabelos são o que formam sua silhueta única, lisos e curtos do lado de cor preta, no topo da cabeça cabelos de cor vermelha, e a outra parte está amarrada em seu coque, que são vários fios de cabelos espetados para trás como a flor para tudo (Gingseng), de cor marrom claro, esses fios são secos, lembrando levemente gravetos de madeira.

    Seus soldados usam a mesma calça e botas, com diferença na parte superior onde é a peça de um kimono preto por fora e branco por dentro, feito de pano fino, só há um que usa também um casaco de penas, são penas marrons.

    No entanto, nenhum deles procura chamar atenção, as falas do líder são o que ecoa, com uma voz grave e melódica.

    — Eu não preciso de uma longa apresentação, já me conhecem, em resumo, sou Grou da Crista Vermelha, o Xá da Crista vermelha, eu sou o líder do grupo que leva o vulgo, encarregado de proteger o próprio Imperador e os políticos de nossa nação — Se direciona aos participantes caminhando para frente. — Creio que ninguém caiu aqui por acidente! Não vou me estender, podem se espalhar, haverá professores por volta dos pátios, para tirar a dúvida de vocês e recrutar alguém que acham interessante, estamos aqui para fazer o que queríamos que tivessem feito por nós! Por isso estamos dando a vocês até um ano de preparação e aviso prévio, para a maior batalha real que já foi feita! — discursa com empolgação nas palavras que ecoam pelo local, motivando aqueles que decidiram estar no local. — É, eu sei que estão empolgados com a possibilidade de poder fazer o que quiser! Aproveitem esse período!

    Naquele momento se decretou para os jovens que realmente tinha começado, a preparação já era o inicio para aquilo que eles procuram, até aqueles que acabaram ali por engano, Hiro pensa nervoso “Eu acabei aqui por sorte, não tenho nenhuma ambição relacionada a batalha real, mas, eu quero continuar! Já chega, todos querem, eu também posso querer’’ seus olhos se arregalam, trêmulos por conta do nervosismo, porém brilham, ao não conseguir ver o que vem pela frente. Hinari, Barke e Enji olham centrados para o homem que explica, sérios com a oportunidade da vida deles, Barke fica ligeiramente emocionado, Enji se mantém com seriedade soltando o ar pela boca e Hinari abre o sorriso com empolgação.

    Shinda não esboça reação, ela fica distraída com o visual de Grou, assim como Meiko, já Raikou tem seu foco desviado pelas palavras, seu olhar é o mesmo de sempre focado em apenas algo único distante, não dando importância ao que está a sua frente, contrastante com Saikyo de olhos arregalados, perplexos com o que está a sua frente.

    Picon está focado também, com angústia e remorso preso em sua garganta, com sobrancelhas tensionadas, range os dentes, o rapaz ao seu lado Akuto não mostra em seu olhar como os outros, mas está igualmente preso.

    Não há alvoroço neste momento, apesar de guardarem as palavras, e logo se dispersaram, o pensamento de Hiro representou o que todos sentiram naquele exato momento.

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